Fanfic: Addicted to Pleasure | Tema: Os Instrumentos Mortais

Não tenha medo de conhecer novos lugares. Não tenha medo de conhecer novas pessoas. Não tenha medo de fazer algo novo. Tudo o que é novo é bom, e se não for, você arruma uma maneira de deixar.

Jonathan estava quase 5 minutos atrasado e isso já estava me deixando louca.

Combinamos de almoçar em um restaurante perto de casa e depois iriamos para a Herondale`s. Estava tão agitada na faculdade que levei duas broncas por não parar de tamborilar os dedos na mesa.

Simon me deu uma carona para casa e reclamou que eu estava muito inquieta e desse jeito iria assustar todos na empresa.

Depois de tomar um longo banho me empenhei em procurar uma roupa descente. Não queria parecer apenas uma estudante e nem uma secretária pornô. Tentei escolher o look que mais caiu bem e menos chamava atenção. Queria transparecer que era uma garota confiante, mas não oferecida. Coloquei tudo que iria precisar na bolsa. Havia o notebook, caderninho, bloco de anotações e algumas coisas pessoais como maquiagem e perfume. Coisa que normalmente eu levo quando saio aos finais de semana.

Tentei explicar à mim mesma que não era nervosismo, era ansiedade. Eu estava louca para escrever aquele livro e precisava fazer isso enquanto estava com os nervos à flor da pele. E também iria entrar em um ambiente totalmente diferente do que estava acostumada.

– Oi baixinha. – Sussurrou Jonathan em meu ouvido. Estava tão concentrada que mal vi ele chegando.

– Você está atrasado.

– E você está bonita demais.

Jonathan tinha um enorme ciúmes de mim e isso as vezes irritava, mas eu não ligava, afinal, não tinha ninguém além de Sebastian para preocupar ele.

Na minha vida toda fiquei apenas com 5 meninos e dei meu primeiro beijo com 15 anos. Desde que cheguei em Nova Iorque, à 2 anos, só havia ficado com Seb e um outro garoto mega lindo em uma festa. Não sou daquelas garotas que beija só por beijar. Tem que rolar uma certa química antes.

– Tenho que ficar apresentável, afinal, vou conhecer o poderoso Stephen Herondale.

– Sei... – Ele pegou o cardápio e começou a olhar. Fiz o mesmo. – Acho bom ficar esperta porque o que mais dá naquele lugar são garotos solteiros querendo namorar a irmã do colega de trabalho.

Dei de ombros e comecei a rir. Chamamos o garçom e fizemos nossos pedidos. Em menos de 10 minutos já estávamos comendo. Jon amava vir aqui pois foi o primeiro lugar que comeu depois que chegou na cidade e quando começou a trabalhar - quando eu ainda morava com a nossa mãe. Vinha para cá todos os dias, pois "não tinha tempo" para fazer comida em casa. Mas eu faria a mesma coisa pois era deliciosa. Na verdade, tudo em Nova Iorque é uma delícia.

– Então – Ele limpou os cantos da boca com o guardanapo. – Tem tudo o que precisa ai? – Apontou para a bolsa.

– Provavelmente sim. Conferi 3 vezes antes de sair de casa.

– Ótimo. – Jonathan olhou no relógio e pediu a conta. – Precisamos ir.

Me levantei da cadeira e peguei minha bolsa. Olhei no reflexo do celular e vi que o batom havia saído um pouco. Jonathan foi ao balcão pagar a conta e voltou com uma caixinha de chicletes para mim. Sempre fazia isso.

Fomos em direção ao carro e entramos no mesmo. Coloquei minha bolsa no banco traseiro mas deixei o batom de fora.

– Bom, vamos as coisas simples. O prédio deve ter mais ou menos 30 andares. Os "supremos", como chamamos eles, ficam no andar 28. Nós vamos lá para você conhece-los mas não podemos ficar lá para observar. Eu fico no andar 24 e tem bastante informação lá. Acho que você vai encontrar muito coisa entre o 17 e o 26, o resto são mulheres e homens mais velhos. – Explicou.

– Os supremos seriam os Herondale? – Perguntei.

– E alguns membros mais antigos. Aqueles que ajudaram a fundar a empresa. – Concordei com a cabeça. – Alguns garotos que não tem tanto trabalho a fazer vão te ajudar em qualquer coisa.

– Estão sendo tão gentil comigo. Por quê?

Eles estavam deixando eu pegar informações demais. Isso parecia estranho, quase incomum.

– Stephen, por mais que pareça um cara meio fechado, é gentil. Ele sempre abre caminhos para jovens que estão tentando crescer na vida. Foi isso o que fez comigo. – Comentou. – Você tem que tomar cuidado com o filho dele, Jace. Esse sim é meio arrogante e não tolera muitas coisas.

– Vou me certificar de ficar bem longe desse garoto.

– E dos outros também. Entende do que eu estou falando, não entende?

– Estou indo lá procurar outra coisa, namorados não. – Rolei os olhos entediada.

Ficamos o resto do percurso calados, mas não demorou muito para chegarmos. Retoquei o batom, peguei minha bolsa e desci do carro.

Logo na entrada havia dois seguranças que nos cumprimentaram. A recepção era enorme, bem clara e bonita. Havia sofás para todos os lados e revistas dos mais variados assuntos. Havia também três elevadores, e foi em um desses que entramos. Jon apertou o número 28.

Me olhei no espelho só para conferir se não estava muito vulgar ou se meu cabelo não estava bagunçado.

– Meu Deus Clary! Isso não é uma entrevista de emprego. – Reclamou meu irmão.

– Você deveria agradecer por ter uma irmã que se preocupa com a aparência. Pare de reclamar, você está me deixando irritada.

Jonathan não disse mais nada, apenas ficou com a cara virada até chegarmos no andar.

Esse era tão luxuoso quanto a recepção. Imaginei que seria assim por estarem os mais importantes"chefões".

– Sr. Morgenstern, o Sr. Herondale e os outros estão à sua espera. – Disse uma mulher loira e alta.

Jon apenas concordou e me conduziu até uma grande sala. Ao entrar estavam 5 homens muito bem vestidos. Havia também uma mesa enorme, então imaginei que aquela seria a sala de reuniões.

– Sr. Herondale. Senhores. – Cumprimentou como se fosse uma referência. –Essa é minha irmã, Clarissa.

– Oi. – Disse em um tom mais simpático possível.

– Olá Clarissa. – Respondeu Stephen. – Bem vinda.

– Obrigada.

– Podem ficar tranquilos que ela não irá atrapalhar em nada. – Disse Jonathan.

– É melhor que não mesmo. – Uma voz grossa sussurrou. Olhei na direção e lá estava Jace Herondale. Minha vontade foi de revirar os olhos ou responder ele com ignorância, mas meu irmão provavelmente me mataria se o fizesse passar vergonha.

– Observar é tudo o que vou fazer. – Sussurro.

– O parque é um bom lugar para isso. – A ironia na voz de Jace me irritou levemente.

– Mas são nas empresas que ficam os mimadinhos. – Retruquei com a mesma intensidade na voz. Saiu sem querer, mas logo que pronunciei tive que me controlar para não sorrir maliciosamente.

Jonathan me cutucou um pouco forte demais, mas estava muito focada trocando olhares "raivosos" com o loiro filhinho de papai pra me importar com isso.

– Fique a vontade para fazer isso, Clary. – Stephen interrompeu o silencio. – Estamos apostando em você.

– Fale por você. – Completou Jace, já saindo da sala e fechando a porta violentamente atrás de si.

O silencio foi dominador e constrangedor. Fiquei de cabeça baixa para mostrar que estava ofendida, mas não estava. Na verdade estava com uma vontade extrema de mandar aquele moleque ir à merda.

– Me desculpe pelo meu filho.

– Não, imagine. Está tudo bem. – Dei meu melhor sorriso. – Não quero atrapalhar vocês, com licença.

Dei uma última olhada em todos que estavam na sala e sai. Jonathan logo atrás de mim veio bufando depois que fechou a porta.

– Você tinha que ser ignorante justo com o filho do meu chefe? – Perguntou ele irritado.

– E você queria o que? Que eu deixasse ele falar comigo daquele jeito? Olha Jonathan eu agradeço muito o que a Company fez por mim, vai me ajudar pra caramba, mas não vou aturar riquinho querendo crescer pra cima de mim sendo que não sou nada dele e ele não é meu chefe.

Senti meu rosto queimar. Normalmente quando eu ficava muito nervosa eu falava muito rápido e ficava sem folego, por isso meu rosto ficava quente e vermelho demais.

Jonathan pareceu surpreso mas continuava com raiva pelo o que eu havia dito.

– Qual é? Acha que eles descontariam o que eu fiz em você? Relaxa. Você é pilhado demais Jon...

– Pilhado? Desde quando minha irmã mais nova usa a palavra pilhado? Isso é do tempo da mamãe.

Nós dois começamos a rir e aliviou a situação.

– Tenho que trabalhar agora. – Disse ele. – Consegue se virar sozinha?

– Claro. Eu me acerto com os andares.

– Ok. Sabe onde me encontrar se precisar de alguma coisa.

Concordei levemente e entramos no elevador. Jonathan foi para o andar dele enquanto eu fui para o 17 começar minha jornada.