Fanfics Brasil - Prólogo: Três garotos, uma garota, um fim de semana Meus três namorados [Terminada]

Fanfic: Meus três namorados [Terminada]


Capítulo: Prólogo: Três garotos, uma garota, um fim de semana

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- Vocês poderiam me enfiar num barril e me lançar nas cataratas - gemi, completando minha volta de


número quatrocentos e vinte e dois pela cabana de madeira que dividia com Dulce Maria e Samantha Lerner,


as outras monitoras do acampamento.


Fazia poucas semanas que eu chegara ao acampamento de verão de Seneca Falls, no Vale Seneca, Virgínia,


e já me encontrava em uma das piores encrencas da minha vida. Me joguei de novo no beliche, fixando as vigas


de madeira do teto com um olhar perdido. Por que eu sempre me meto nessas situações?, pensei.


Dulce, minha amiga mais antiga e companheira de quarto, riu do meu desespero.


- Sem essa, Anahí. Não é pra tanto.


- Não é pra tanto, não é pra tanto... - repeti. - Pensando bem, não é mesmo. Esqueça o barril. Pode me jogar


direto nas cataratas.


Me levantei e puxei minha mochila de debaixo do beliche. Abrindo as três portas do armário ao mesmo


tempo, comecei a socar na mochila todas as minhas roupas: meias, calcinhas, uma calça jeans, duas camisetas.


- O que você está fazendo? - perguntou Dulce..


Vi de relance o reflexo de Dulce no espelho. Ela ria de novo.


- Obrigada pelo apoio moral, Dulce. Estou a um passo de uma morte trágica, e você rindo da minha cara.


Com amigas assim eu... eu...


Peguei meu diário e o guardei no bolso dianteiro da mochila.


- Anahí Puente, acalme-se! - ordenou Dulce quase gritando, agarrando a mochila e jogando-a no chão.


- Sente aí e desabafe de uma vez - continuou ela, apontando para a cama.


Obedeci e tentei recuperar o fôlego. Não sabia nem por onde começar. Apesar de ter se passado


apenas um dia desde que Christian telefonara, parecia uma eternidade. E uma eternidade nada agradável. Christian


Washburn era o meu namorado de longa data: três anos. Eu o conhecera logo no comecinho do colegial, e


desde então tínhamos ficado juntos. No dia anterior ele me telefonara comunicando a surpresa: estava a


caminho do Vale Seneca para passar o fim de semana comigo no acampamento. Normalmente eu teria me


sentido eufórica com a perspectiva de tê-lo .ao meu lado, mas aquele não era um fim de semana normal.


Porque Christopher Bordeaux - o cara por quem eu me derretera toda no verão anterior - também estava


vindo me visitar. E ainda pior: porque eu já tinha uma grande noitada programada para o sábado com Alfonso


Herrera, o cara em quem não conseguia parar de pensar fazia vários dias.


- Estou esperando, queridinha - disse Dulce, pegando uma presilha em cima da penteadeira.


Ela se inclinou para a frente e sacudiu seus cabelos castanhos e cacheados. Em seguida levantou a


cabeça e enrolou-os em um coque, que fixou com a presilha. Alguns fios encaracolados caíram na frente de


seu rosto, criando um efeito sensual.


- Bom, se você não quer se abrir, vou cuidar da minha vida. E dizendo isso abriu a porta da cabana e


saiu.


Não pude reprimir um sorriso. Dulce tinha uma habilidade especial para me tirar de qualquer tipo de


desespero.


- Tá bom, tá bom, lá vai - gritei para Dulce.


Eu tinha certeza de que ela ainda estava do outro lado da porta, esperando.


Saltei da cama, abri a porta de madeira com um puxão rápido e vi Dulce andando em pequenos


círculos no gramado em frente à nossa cabana.


- Você tem sorte de eu não ter ido muito longe - disse ela num tom zombeteiro, me seguindo de volta


para dentro da cabana.


- Andando em círculos dificilmente você teria ido muito longe - observei com sarcasmo.


Dulce grunhiu.


- Talvez devêssemos mesmo atirar você nas cataratas.


Eu ri. Nunca consigo resistir a uma boa tirada, mesmo nas situações mais desastrosas. Mas logo meu


sorriso desapareceu ao sentir a realidade desabando de novo sobre minha cabeça. Me afundei na cama e me deitei


de lado, apoiando o rosto na mão.


- Tudo bem, então vamos à análise da crise - disse Dulce, sentando-se na velha cadeira de balanço de


madeira no canto do quarto e abraçando os Joelhos.


Mordi o lábio e tentei colocar os pensamentos em ordem. - Bem, a versão curta e positiva da história é que


vou à nossa festa de Quatro de Julho com Alfonso.


- Ah, eu sabia que você gostava dele - exclamou Dulce, erguendo o dedo indicador no ar e saltando


entusiasmada.


Quer dizer, tentando saltar: pular de uma cadeira de balanço partindo de uma posição de cócoras não é


nada fácil, e o resultado foi que a minha velha e querida amiga acabou aterrissando de bunda no chão.


- Aaai! - gemeu ela, limpando o traseiro com as mãos e voltando para a cadeira com a máxima dignidade


de que foi capaz.


Olhei para o alto.


- Mas isso não é tudo.


- E qual é o resto? - perguntou Dulce, balançando suavemente a cadeira para a frente e para trás com as


pontas dos pés.


- O resto é que Christian está vindo de Washington pra me visitar - revelei, enquanto me levantava do beliche e


retomava o caminho que já trilhara pela cabana até gastar o assoalho de madeira.


- Opa, problemas conjugais à vista - disse Dulce.


- E recebi uma carta de Christopher, que por coincidência está vindo da África especialmente pra me ver... e


também neste fim de semana - completei, parando por um segundo e olhando para a porta com uma expressão de


medo.


Voltei à minha interminável caminhada pelo quarto. Dulce arregalara os olhos.


- Christopher Bordeaux? - perguntou, exagerando no sotaque francês. - Christopher Pierre? O seu intelectualzinho


francês do verão passado?


A família de Christopher era francesa pela parte de pai. Apesar de morarem nos Estados Unidos havia muitas


gerações, ele gostava de pensar que era um europeu. Passara algum tempo com seus parentes na França, e tinha


uma tendência pedante a exibir seu francês e sua cultura.


Dulce e Christopher não tinham se dado muito bem no verão anterior. Na verdade ela o desprezava. Dulce


estudara francês na escola e não se impressionava nem um pouco com as habilidades lingüísticas dele. Dera-lhe o


apelido de "Monsieur Pierre", e gostava de mudar seu sobrenome para um tipo diferente de vinho a cada vez que


se referia a ele.


Fiz um gesto afirmativo com a cabeça.


- O próprio - confirmei, me apoiando na parede e me sentindo oprimida pela situação. - Três caras -levantei


três dedos da mão direita -, uma garota - apontei para mim mesma - e um fim de semana. É morte certa - concluí


em tom sombrio, esticando o indicador e o polegar e levando a mão direita até minha têmpora.


- Iiihh - disse Dulce. - É mesmo, tem razão. - Olhei para ela, perplexa.


- Isso é tudo o que você tem a dizer? - choraminguei. - Nenhuma reconfortante frase feita? Nenhum


conselho amigável? Nada de ditados, feitiços, promessas... Nem sequer uma piadinha?


Me aproximei do beliche e joguei a mochila de novo sobre o colchão. Afastando o travesseiro, peguei meu


pijama e o enfiei com o resto da bagagem.


- "As coisas sempre parecem melhores depois de uma boa noite de sono" - começou Dulce. - "O tempo


tudo resolve." "Respire fundo e conte até dez."


Larguei a mochila, desanimada, e me afundei na cama outra vez.


- As frases feitas não estão funcionando. Tente outra técnica. - Dulce pensou por um minuto.


- Encare as coisas da seguinte forma, Anahí: pelo menos você vai ter alguma coisa fora do normal para


contar para...


- Ninguém! - terminei a frase por ela, lançando-lhe um olhar fulminante. - Ninguém pode saber


disso. Obrigada pela ajuda, Dulce.


Dulce fez uma careta.


- Só estava pensando nos seus filhos e netos.


Peguei minha nécessaire no armário e abri o zíper. Passei a mão várias vezes pelo tampo da


penteadeira, arrastando todas as minhas coisas para dentro da bolsinha plástica.


Dulce se levantou e andou até onde eu estava.


- Humm - disse ela, num tom irritantemente provocante. - Então você vai fugir? A senhora encare-oque-


vier, a topa-tudo no fim vai engolir as próprias palavras?


- Dulce - repliquei com voz solene -, sei que há situações na vida nas quais você é testada, nas quais


é obrigada a superar o desafio. Você pode optar entre nadar ou afundar. Mas por outro lado, isso é filosofia,


e agora estamos falando da vida real. Vou dar o fora, e ponto.


Ajustei bem as alças da mochila e as enfiei nos ombros. Dulce esboçava um leve sorriso.


- Anahí, você não pode fugir, e sabe disso. Cruzei os braços e bati um pé no chão.


- Por que não?


- Porque as coisas não vão ficar melhores se você desaparecer - pontificou Dulce. -Tudo o que você


conseguiria fazer seria adiar o inevitável.


- Muito pelo contrário! - argumentei. - Se eu sumir no fim de semana, fico livre. Diga a todos que


não trabalho mais aqui. Christopher e Christian dão o fora, e eu escapo dessa fria. Brilhante!


- Anahí, você tem de assumir a sua responsabilidade por essa situação - falou Dulce com firmeza. -


Não é justo com nenhum deles, especialmente com Christian. Isso sem falar nos campistas. O seu compromisso


é ficar aqui com eles até o fim do acampamento. Além do mais, uma hora ou outra você vai ter de escolher.


Talvez seja melhor agora.


Suspirei e larguei a minha mochila no chão. Dulce tinha razão, claro. Fugir não era a solução. Não


ajudaria nem um pouco a resolver o meu dilema. Não, eu precisava encarar a realidade de frente. Me metera


sozinha naquela encrenca, e tinha de dar um jeito de sair dela.


Dei mais alguns passos em frente à porta, refletindo profundamente. Tudo o que eu precisava era de um


estratagema. Um plano simples e eficiente, mesmo que fosse um pouco tortuoso, para aquele fim de semana. Mas


qual?


- Você precisa me ajudar, Dulce! - implorei, estendendo as mãos num gesto dramático. - Simplesmente


não sei o que fazer!


- Bom, na verdade tudo o que você tem de fazer é descobrir qual desses três caras realmente quer. E depois


dispensar os outros dois.


Segurando nos meus ombros, Dulce me virou de frente para o espelho.


- O que o seu coração diz? - perguntou, apontando para meu peito.


Pensei por um instante. O que o meu coração diz? O que o meu coração diz?


Eu não sabia.


Ou sabia?


Não. Pelo menos não com certeza absoluta.


Tudo o que eu sabia era que toda aquela confusão começara quando...



Continuo???


 



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Autor(a): theangelanni

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Dei uma última examinada em meu quarto. Era o penúltimo sábado de junho, e eu estava pronta para partir para o acampamento de Seneca Falls, no Vale Seneca, onde trabalharia como monitora de um bando de crianças em férias de verão. Tudo parecia estar em seus devidos lugares. A mensagem na secretária eletrônica já ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 136



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  • jl Postado em 26/10/2011 - 15:59:09

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