Fanfics Brasil - Capitulo7: Tempos de paz Meus três namorados [Terminada]

Fanfic: Meus três namorados [Terminada]


Capítulo: Capitulo7: Tempos de paz

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Na terça-feira à tarde desci correndo para o lago para ler a minha correspondência tranqüila e sozinha antes


da próxima bateria de aulas de natação. Eu tinha passado na sede logo depois do almoço e ficara surpresa ao


encontrar duas cartas no meu escaninho. Uma era um cartão de Maite, a outra era uma carta de Christopher.


Meu estômago se contraíra de uma maneira estranha quando eu percebera a familiar caligrafia de Christopher no


envelope. Mal podia esperar para abri-lo. Também ficara feliz por ter notícias de Maite, mas não conseguira


evitar um certo desapontamento por Christian ainda não ter escrito. Eu lhe escrevera uma longa carta no domingo à


noite antes de os campistas chegarem, e esperava já ter recebido notícias dele.


O lago estava completamente deserto quando cheguei. Era um dia frio e ventava muito. A água ficara


verde-escura.


Me sentei na areia e deixei minha bolsa ao meu lado.


Procurei as cartas com a mão dentro dela, dentro do meu diário, e quando finalmente as senti, puxei-as para


fora.


Sorri ao olhar para o cartão-postal de Maite. A ilustração era uma imagem em preto-e-branco dos anos


cinqüenta. Era uma foto de uma mulher de avental branco passando aspirador num tapete. "O trabalho de uma


mulher jamais termina!", dizia a legenda. Virei o cartão e li o que estava escrito. Eram bobagens típicas de cartãopostal.


Mas mesmo assim havia um Post Scriptum. Apertei os olhos para lê-lo: "P.S. Christian manda um beijo".


Senti uma pontada de dor ao ler aquilo. Já era ruim Christian não ter se preocupado em me escrever. Mas pelo


menos podia ter acrescentado algumas frases no cartão de Maite. Depois me forcei a me acalmar. Estava no


acampamento havia apenas alguns dias, e Christian provavelmente ainda não recebera minha carta. Com certeza daria


notícias logo.


Enfiei o cartão-postal em meu diário e puxei a carta de Christopher.


Era um desses envelopes vermelhos e azuis, do tipo "via aérea". Virei o envelope e olhei para o endereço


do remetente. Fora mandado da Namíbia. Então, no fim das contas, Christopher fora mesmo para a África!


Cruzando as pernas, rasguei o envelope e li a carta.


"Ma chère Anahí. A África é tão exótica quanto eu esperava. Mas há algo de estranhamente familiar nela,


como se fosse o nosso terreno comum, a origem de todos nós... Viajei muito neste verão, mas não encontrei


nenhuma pessoa tão bonita quanto você. Penso em você o tempo todo... especialmente em seus lindos olhos


azuis... Je t`aime comme toujours. Christopher."


Deixei a carta cair sobre minhas pernas, me sentindo lisonjeada. Je t`aime comme toujours, ele escrevera.


Eu te amo como sempre. Christopher continuava romântico. Apoiei o queixo nas mãos, olhando para a água agitada do


lago. Uma vez mais a cena do ano anterior me veio à mente. Senti os dedos de Christopher passando suavemente pelos


meus lábios, vi seus olhos intensos e escuros olhando nos meus, senti seus lábios procurando pelos meus...


De repente uma forte lufada de vento soprou na praia, e a carta voou. Me levantei rápido para tentar pegar o


envelope no ar, mas perdi o equilíbrio e caí na areia. Me levantei de novo e corri atrás da carta, mas um novo


golpe de vento ainda mais forte levou a carta voando em direção à outra ponta da praia.


Uma rajada de areia me atingiu no rosto, e eu pisquei. Quando minha visão clareou, a carta já sumira.


Fiquei em desespero por um momento, vasculhando a praia com o olhar. Logo vi o envelope, voando pela areia


rumo à beira do lago. Tirei os chinelos e saí correndo atrás dele, torcendo para que não caísse na água.


O vento mudou de direção e soprou meu cabelo para a frente dos meus olhos. Continuei correndo às cegas


pela areia, até que de repente colidi com um peito duro e musculoso.


- Ai! - gritei de susto, recuando e retirando meu cabelo da frente do rosto.


Alfonso. Claro.


- Engraçado trombar com você por aqui! - falei com sarcasmo.


Alfonso sorriu, segurando minha carta.


- Procurando por isto? - perguntou, sacudindo o papel no ar.


- Obrigada - repliquei secamente, estendendo a mão para pegar a carta.


Alfonso abriu um sorriso tranqüilo.


- Às ordens - ele disse, puxando a carta de volta antes que eu pudesse alcançá-la.


Alfonso virou o papel e olhou atentamente para a página.


- "Je t`aime comme toujours. Christopher." - leu em voz alta.


Em seguida apertou a carta contra o peito, com um ar gozador.


- Não é lindo? - perguntou.


Fiquei boquiaberta com a ousadia.


- Devolva isso já pra mim! - ordenei.


Mas Alfonso continuava a segurar a carta no ar, fora do meu alcance.


Cruzei os braços e bati com o pé direito no chão, com raiva.


- Uma carta do Christopher? Do Christopher Je t`aime? - inquiriu, me encarando com uma expressão provocadora. -


Pensei que Christopher fosse apenas um sonho.


- Digamos que Christopher é um sonho e você é um pesadelo retruquei, arrancando a carta da mão dele e voltando


para a praia a grandes passadas.


- Tudo bem, meninos, mais uma ida e volta e acabou por hoje! - gritou Alfonso.


Era mais tarde naquele mesmo dia, e Alfonso estava na água com um grupo de meninos de treze anos de


idade. Eu estava sentada no píer, em cuja beirada os meninos se seguravam ofegantes. Eram todos bons


nadadores, mas nós os havíamos cansado bastante. Tínhamos repassado todos os estilos - peito, costas, crawl,


borboleta - e havíamos nadado pelo menos três quilômetros. O lago agitado tornava a natação mais difícil do que


o normal.


Me ajoelhei no píer diante de um garoto pálido com lábios carnudos e vermelhos.


- Jeremy, preste mais atenção na respiração. Você está levantando a cabeça para a frente em vez de apenas


virar de lado.


Demonstrei o jeito certo de respirar, imitando uma braçada de crawl e virando a cabeça para o lado entre as


braçadas.


Jeremy concordou com um aceno de cabeça.


- Tá bom - ele disse.


Alfonso franziu as sobrancelhas, pensativo.


- Anthony, preste atenção nas suas pernas. Não precisa pôr tanta energia nelas. Está batendo os pés muito


pra fora d`água. Tem de ser mais perto da superfície, e debaixo dela.


Alfonso se virou na água e mostrou como bater os pés. Anthony nadou a seu lado imitando-o, policiando-se


para fazer o que o professor dissera.


Alfonso fez um gesto afirmativo com a cabeça.


- Isso aí! - falou, com um sorriso encorajador.


Me debrucei na beirada do deque.


- Muito bem, meninos, estão prontos? - perguntei em voz alta para todos. - Agora, uma corrida! Até a bóia,


ida e volta!


Alfonso saiu da água e se sentou no píer ao meu lado. - A postos! Preparar... Já!


Os garotos partiram, deslizando pela superfície do lago com braçadas suaves e regulares.


- Eles são mesmo bons - observei.


- É, são sim. A gente trabalhou duro com eles hoje - concordou Alfonso, observando-os atentamente.


Os meninos chegaram à bóia e fizeram a volta. Jeremy e James estavam na dianteira.


- Aposto no James - disse Alfonso.


James era um menino miúdo com evidente talento esportivo. Sacudi a cabeça.


- Não mesmo. Com certeza o Jeremy vai ganhar. Estava só com um pouco de dificuldade na respiração,


mas já conseguiu corrigir.


Com muita segurança, Jeremy veio nadando de volta com braçadas longas e fortes, e alguns segundos


depois James estava uma cabeça atrás. Os dois foram aumentando a velocidade à medi que se aproximavam do


deque, mas Jeremy chegou antes. Sorrindo, levantou a cabeça da água.


- Bom palpite - admitiu Alfonso com um sorrisinho.


- Jeremy, sua respiração ficou ótima agora! - elogiei, entusiasmada. - Viu quanta energia você economizou?


- Você tinha razão, Anahí - concordou Jeremy, feliz, enquanto subia no deque e pegava sua sacola.


- Missão cumprida, meninos! Belo exercício - dizia Alfonso, dando tapinhas nas costas de cada um que saía


da água.


- Estou morta - falei depois que todos os garotos tinham ido embora.


Os músculos das minhas costas e pescoço doíam, e os tendões detrás dos meus Joelhos estavam tensos. Até


aquele momento não me dera conta de que não só os campistas tinham trabalhado duro. Eu e Alfonso também.


- Talvez você devesse dormir um pouco mais - sugeriu Alfonso enquanto acabava de se enxugar e vestia uns


jeans desbotados e uma camiseta roxa.


Lá vem, pensei. Eu sabia aonde ele queria chegar com aquele comentário. Terminei de me secar e vesti


meu short.


Como já esperava, Alfonso se virou para mim e sorriu.


- Tem tido lindos sonhos ultimamente?


Percebi meu rosto ficando vermelho de vergonha e raiva, e procurei em vão por uma boa resposta. Eu


costumava ser rápida. Revides instantâneos a espirituosos eram a minha especialidade. Mas, claro, naquele


momento nada me veio à mente.


- Quer dizer que o Christopher je t`aime vai trabalhar na cozinha de novo neste verão? - continuou ele.


Como diabos Alfonso sabia que Christopher tinha trabalhado no acampamento no verão anterior? O cara não me


dava uma trégua! Senti uma súbita necessidade de lhe dar uma lição. Com toda a minha força, o empurrei do píer.


Ele soltou um berro enquanto caía no lago com um sonoro tchibum.


Alfonso subiu à tona borrifando e cuspindo água para todos os lados. Afastou seu cabelo escuro dos olhos e


se agarrou na beirada do embarcadouro. A ensopada camiseta roxa se colara ao seu corpo, realçando a potente


musculatura dos ombros.


- Estamos quites agora? - perguntou.


- Acho que sim - respondi com um sorriso bobo, satisfeita comigo mesma.


Mas então ele me puxou com força pelo tornozelo e eu perdi equilíbrio.


- ALFOONSOOO! - gritei, enquanto caía na água por cima dele. Tossindo e sem ar, voltei rapidamente à


superfície e me agarrei na beirada do píer com uma das mãos. Ofeguei e recuperei o fôlego. Alfonso veio nadando


na minha direção, e quando o vi me soltei do píer, jogando água nele com toda a minha energia. Ele tentou me


espirrar água também, mas eu mergulhei e emergi por trás dele, tentando lhe dar um caldo.


- Ei! - ele gritou, voltando-se antes que eu conseguisse afundá-lo, me enlaçando pela cintura e começando a


me fazer cócegas.


- Assim não vale! - gritei entre risadinhas, me contorcendo para me livrar de seus braços.


Por fim consegui me agarrar na beirada do píer e me içar para fora d`água. Alfonso subiu logo atrás de mim.


Lá, de pé no deque, ensopados dos pés à cabeça, ambos ríamos e tentávamos recobrar o fôlego. Nossas


roupas estavam coladas aos nossos corpos, e parecíamos dois ratos afogados.


- Paz? - sugeriu Alfonso, estendendo a mão molhada para mim. Olhei desconfiada para aquela mão, me


perguntando se não seria só mais uma artimanha para me jogar de novo para dentro d`água. Mas seus belos olhos


castanhos pareciam completamente sinceros.


- Paz - concordei, sacudindo a mão de Alfonso.


Lutei para tirar meu short molhado grudado ao corpo, e quando consegui me sentei na beirada do píer.



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Autor(a): theangelanni

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Uma brisa fresca atravessou o lago, e senti um calafrio. Sacudi a toalha e a joguei por cima dos ombros. Alfonso sentou-se ao meu lado, ainda com suas roupas encharcadas. - Anahí, eu sei que às vezes sou um baita dum chato, mas é que você é tão fácil de provocar... - ele disse com suavidade. - Sou? - perguntei surpresa. Alf ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 136



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  • jl Postado em 26/10/2011 - 15:59:09

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