Fanfics Brasil - Meus três namorados [Terminada]

Fanfic: Meus três namorados [Terminada]


Capítulo: 12? Capítulo

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Uma brisa fresca atravessou o lago, e senti um calafrio. Sacudi a toalha e a joguei por cima dos ombros.


Alfonso sentou-se ao meu lado, ainda com suas roupas encharcadas.


- Anahí, eu sei que às vezes sou um baita dum chato, mas é que você é tão fácil de provocar... - ele disse com suavidade.


- Sou? - perguntei surpresa.


Alfonso esfregou a toalha energicamente nos cabelos.


- É. Você é tão defensiva, tão cheia de escudos protetores, que...


- De que raios você está falando, afinal? - exclamei, interrompendo-o. - Não sou defensiva coisa nenhuma.


Mas ao dizer aquilo tive de rir.


- É, Alfonso, acho que desta vez você me pegou - reconheci.


- Não, tudo bem... Eu gosto desse seu jeito – disse, me fitando direto nos olhos.


Um olhar tão intenso que fez minha boca secar.


- É isso que faz você ser você, Anahí.


Senti um calafrio de novo. Mas dessa vez não tive certeza de que fora por causa do vento.



- Artes e ofícios num acampamento! - resmungou uma campista mal-humorada chamada Tiffany, liderando


um grupo de meninas de treze anos de idade na cabana de artes no final da tarde de terça-feira.


Eu mal tivera tempo de correr até a minha cabana para me trocar e me preparar para a aula. Felizmente


passara de manhã na cabana de artes e deixara tudo mais ou menos arrumado para as atividades daquele dia.


Tiffany parou de passear pela sala e se inclinou contra a parede com uma expressão de desprezo no rosto.


Amber, uma menina bonita e charmosa de cabelos loiríssimos, se juntou a ela.


- Anahí, a gente tem mesmo de fazer aula de artes? - perguntou, fazendo beiço e cruzando os braços.


- O que vamos fazer, pintar anjinhos de gesso pelados? - reclamou uma garotinha miúda chamada Janine,


cuja pele lisa e pálida fazia um forte contraste com seus óculos pretos tipo gato.


As outras meninas soltaram um risinho.


Eu ri por dentro da atitude delas. Para um grupo de meninas de treze anos, até que eram uma turminha bastante sofisticada e exigente.


- Bom, vocês não precisam participar da aula se não quiserem - falei. - Mas, pra quem quiser ficar... eu tinha pensado em fazermos umas bijuterias.


Apontei para a longa mesa retangular que havia montado no meio da sala, sobre a qual dispusera uma grande variedade de tiras de couro, fios de lã e algodão, contas multicoloridas, pedras perfuradas, agulhas, potes de cola, tesouras e carretéis de linha.


O rosto de Tiffany se iluminou.


- Bijuteria! - exclamou empolgada, sentando-se em uma das banquetas ao redor da mesa. - Que legal!


Todas as outras garotas se sentaram também e me deram total atenção. Elas acabaram se mostrando um grupo extremamente bem-comportado, seguindo minhas instruções com grande concentração. Quarenta e cinco


minutos mais tarde já tínhamos superado a etapa básica na confecção de algumas pulseiras e colares. Dividi as


meninas em três grupos e fiquei circulando entre elas enquanto trabalhavam em suas peças.


- Anahí, tá certo desse jeito? - perguntou Janine, erguendo uma pulseira trançada com as extremidades


desfiadas em franja. Sacudi a cabeça.


- Acho que não, Janine. Você tem de dar um nó nos fios antes de começar.


Puxei uma banqueta e me sentei ao lado dela.


- Deixe mostrar a você. Vamos ter de começar tudo de novo. Justo naquele momento a porta se abriu e uma


bela cabeça morena se enfiou por ela. Era Alfonso. Vestia um par de jeans limpinhos e folgados e uma camiseta


marrom.


- Oi, Alfonso! - exclamou Yi-Ping, uma das garotas.


Ela pulou de sua banqueta e correu até ele, com seus óculos de aros redondos e prateados escorregando


pelo nariz.


- Olha só o que eu fiz! - disse, mostrando-lhe uma gargantilha. Era uma grande pedra de jade com duas


pequenas pedras verdes de cada lado, todas penduradas em um cordão de couro preto.


- Olha só! Ficou lindo, Yi-Ping! - disse Alfonso, admirado, passando o dedo pelo cordão.


Yi-Ping sorriu de prazer e amarrou a gargantilha em volta de seu pescoço, ajeitando-a enquanto caminhava


toda vaidosa de volta para a mesa.


- O que você está fazendo aqui? - perguntei. - Quer fazer uns brinquinhos pra usar na festa de Quatro de Julho?


Alfonso sorriu.


- Obrigado, mas não faz muito o meu gênero. Na verdade vim porque tenho uma coisa pra entregar pra você - replicou, retirando um livro de sua mochila.


Era o meu diário. Fiquei de queixo caído.


- Você esqueceu na praia - explicou Alfonso.


- Obrigada - falei quase sem voz, tomando o livro da mão dele e enfiando-o na minha bolsa.


Eu não conseguia acreditar que tinha sido tão burra a ponto de deixar meu diário jogado por aí. E na praia!


Qualquer um poderia ter encontrado e lido, e aquele caderno continha todos os meus pensamentos mais íntimos.


Estremeci só de pensar naquela possibilidade.


- De nada - replicou Alfonso, despedindo-se com um aceno enquanto andava de volta até a porta.


- O Alfonso é seu namorado, é? - perguntou Tiffany quando ele já tinha partido.


Meu rosto corou um pouco, e rapidamente sacudi a cabeça, negando.


- Não, somos só amigos.


- Então por que você não faz uma pulseira pra ele, como prova de amizade? - sugeriu Amber.


Pensei no "tratado de paz" que Alfonso e eu tínhamos feito havia poucos instantes no lago, depois de


jogarmos um ao outro de roupa e tudo na água. E no jeito como ele mergulhara atrás de mim na pedreira, para "me


salvar". E no fato de ele ter se deslocado até a cabana de artes especialmente para me entregar o diário.


Éramos parceiros, afinal de contas. Seria um belo gesto da minha parte dar a ele uma pulseira feita por


mim. E assim Alfonso veria que eu não tinha tantas defesas e bloqueios quanto ele pensava.


Sorrindo para Amber, peguei alguns pedaços de fios coloridos e comecei a trançar uma bela pulseira.


- Alfonso! Dá pra você dar uma chegadinha até aqui? - gritei na quarta-feira à tarde quando entrava pela porta


da cabana central.


Alfonso e eu tínhamos passado as últimas horas reunindo material para a grande gincana. Eu mal podia


enxergar por cima da enorme pilha de sacos de batatas vazios amontoada em meus braços.


Alfonso abriu a porta do quarto de material em que estava e apareceu. Eu cambaleei cegamente até ele e


larguei a pilha de sacos no chão.


- Uff! - bufei, limpando as mãos na minha camiseta e dando uma olhada para dentro do quarto lotado de


material para a gincana.


- Acho que já deu, né?


Alfonso jogou em cima de uma escada de madeira deitada no chão um enorme rolo de corda que estava


pendurado em seu ombro esquerdo.


- Já está ótimo! - concordou. - Vamos cair fora daqui. Ele trancou o quarto e caminhamos até a porta da cabana.


Eu pisquei com a luz do sol quando saímos para o exterior.


- Muito bem, chefe, qual a próxima tarefa? - perguntou Alfonso, deitando-se com as mãos atrás da cabeça no


declive gramado em frente à cabana.


Eu me sentei ao lado dele.


- Por que não damos uma repassada em tudo, pra ter certeza de que não nos esquecemos de nada?


- Boa idéia - concordou, arrancando um pedaço de grama e colocando-o na boca. - Manda bala.


Peguei um caderno na minha mochila e li em voz alta.


- Ok, estas são as provas da gincana: a corrida com o ovo na colher, a corrida de duzentos metros, o cabode-


guerra, a corrida com as pernas enfiadas nos sacos de batatas, uma competição de natação de quinhentos


metros no lago, e uma corrida com obstáculos. E temos seis dúzias de ovos...


- Talvez você pudesse abrir a gincana com a sua dança do ovo, pra dar um impulso inicial à garotada - interrompeu Alfonso, com um sorriso malicioso.


- Muito engraçadinho - repliquei, dando-lhe um soco de leve no estômago.


- Ai! - exclamou ele, fingindo dor e segurando o estômago com as mãos. - Foi só uma sugestão.


- Sei, sei - disse, incapaz de reprimir meu sorriso. - Bom, como eu estava dizendo, já temos os ovos, os rolos de corda, os sacos de batatas, cronômetros, vendas...


- E pneus, escadas, trampolins, cavaletes, e tudo o que você quiser imaginar para uma boa corrida de obstáculos - completou Alfonso.


Ele rolou e se deitou de lado, apoiando a cabeça na palma da mão.


- Agora temos de nos preocupar com o tingimento das camisetas.


Os rapazes da cantina tinham encomendado um monte de camisetas brancas para nós, e a previsão era de


que chegassem naquele mesmo dia.


- Puxa, eu tinha me esquecido completamente das camisetas! - exclamei, franzindo a testa.


- Por que vocês não as tingem na aula de artes de sexta-feira? - sugeriu ele.


- Alfonso, você é um gênio! Grande idéia!


Eu ainda não tinha planejado o que faria na minha aula, e tingir as camisetas sem dúvida deixaria as


crianças entusiasmadas com a gincana.


Pensar na aula me lembrou do presente que eu tinha feito para Alfonso no dia anterior. Abri o zíper do bolso


externo da minha mochila e tirei a pulseira. Eu tinha combinado fios de lã azul, verde e preta em três grossas


tranças.


- Olha, fiz uma coisinha pra você. Uma homenagem à nossa amizade e ao tratado de paz que fizemos no lago.


Me senti subitamente ridícula e sem jeito, e dei um chute num montinho de terra à minha frente.


Mas Alfonso pareceu comovido.


- Ei, mas isso é demais! - disse ele, ajustando a pulseira em volta de seu pulso esquerdo e erguendo o punho para que eu visse o resultado. -


 Veja só, serviu direitinho!


Então ele me fitou.


- Mas cadê a sua? Você não teria de ter uma também? Levantei minha mão esquerda, mostrando-lhe a pulseira gêmea que tinha feito para mim mesma. Alfonso sorriu contente.


- Obrigado, moça. Será que isso significa que você está realmente começando a gostar de mim?


- Não force a barra, Alfonso!


Ele riu e pegou meu caderno. Virou para a próxima página, que continha a relação dos dois times da


gincana.


Alfonso e eu decidimos ser capitães dos times opostos. Tínhamos dividido arbitrariamente os campistas em


dois grupos, com quantidades iguais de meninos e meninas de cada lado.


- Hum - disse Alfonso, examinando a lista. - Fiquei com Jeremy e James do meu lado. Melhor você se cuidar,


Anahí Puente. O time vermelho está me parecendo terrivelmente forte.


- Pode tirar o cavalinho da chuva, Alfonso Herrera - rebati. - Você tem o Jeremy e o James, mas eu tenho


Tiffany e Amber no meu time. E as meninas amadurecem mais rápido do que os meninos.


Dei a ele um sorriso provocador.


- Encare os fatos. Vamos fazer picadinho de vocês - concluí.



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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 136



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  • jl Postado em 26/10/2011 - 15:59:09

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  • jl Postado em 26/10/2011 - 15:59:08

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