Fanfic: Meus três namorados [Terminada]

Os
olhos de Sam se nublaram de mágoa.

-
Bom, acho que não há mais nenhum motivo pra eu continuar por aqui - disse ela,
brava, girando

imediatamente
nos calcanhares e indo embora a passos rápidos.

Dulce
se levantou de um salto e a seguiu, piscando para mim ao partir.

- A
gente se vê mais tarde - bradou ela, já a alguns metros de distância. - Não
fiquem ao relento até muito

tarde.
É perigoso - provocou.

Alfonso
e eu não falamos muito enquanto fazíamos a limpeza.

Ele
recolheu todo o lixo espalhado pela grama e eu limpei a mesa, colocando os
restos de comida em potes

de
plástico. Vinte minutos mais tarde tudo estava em perfeita ordem.

Fiquei
de pé no meio da "pista" de dança, revistando a área com os olhos.
Cinco estufados sacos de lixo

alinhavam-se
perto da mesa, e havia uma grande pilha de potes de plástico em cima dela. Jojo
colocara o som num

canto
da varanda da cabana central, e os CDs estavam todos arrumadinhos em seus
respectivos estojos. Todas as

cadeiras
haviam sido dobradas e repousavam apoiadas nas árvores.

Afastei
os cabelos da testa e suspirei, subitamente me dando conta do quanto estava
cansada.

-
Mas que idéia de jerico a sua, hein, Alfonso, se oferecer pra cuidar da limpeza
e ainda por cima me botar na

roda
- falei fingindo indignação, com as mãos na cintura.

Alfonso
sorriu, jogando um galho no fogo que ainda crepitava na churrasqueira e
caminhando na minha

direção.

- Na
verdade eu só queria ficar a sós com você - confessou ele de pé bem na minha
frente e olhando fundo

nos
meus olhos.

Engoli
em seco, nervosa.

-
Quer dançar, Anahí? - perguntou.

Eu
hesitei, mas Alfonso já tinha enlaçado minha cintura com seus braços. Só uma
dancinha, disse a mim

mesma.
Não vai fazer nenhum mal.

Alfonso
me apertou contra seu corpo e rodamos silenciosamente pela grama. Senti como se
estivéssemos

num
paraíso particular. Um doce aroma de madressilva perfumava a noite, e uma
cascata de raios prateados caía

da
lua, iluminando a mata escura.

-
Fiquei com ciúmes vendo você e Jojo dançando a noite inteira um com o outro -
disse Alfonso, deslocando

sua
mão pelas minhas costas e me virando.

-
Senti a mesma coisa vendo você com Sam - admiti timidamente.

Alfonso
abaixou um pouco as pálpebras e corou.

-
Acho que ela está meio a fim de mim.

-
Pode dizer inteira - corrigi, com um sorriso malicioso nos lábios.

Alfonso
soltou minha mão, passou seus dois braços ao redor da minha cintura e me puxou
com força para

mais
perto de seu corpo. Abracei os ombros dele, pousando levemente minhas mãos
sobre os fortes músculos de

suas
costas, fechei os olhos e reclinei minha cabeça em seu peito. Os braços de
Alfonso me apertaram ainda mais, e

desejei
que aquele momento durasse para sempre. Na verdade eu nunca dançara daquele
jeito com ninguém antes.

Christian
não gostava de danças lentas. E dançar com Alfonso era delicioso, íntimo, e
incrivelmente romântico.

-
Anahí, você já tem companhia Pro baile do Quatro de Julho?

Inclinei
a cabeça para trás e sorri.

-
Ainda não - respondi.

-
Gostaria de ir comigo? - ele perguntou.

Seu
tom era quase formal, mas eu corei de prazer.

-
Como amigos, se você preferir - acrescentou.

Cheguei
a hesitar, mas não pude resistir ao contato de seu corpo, ao seu cheiro doce e
masculino, à magia

da
noite.

- Eu
adoraria - respondi por fim.

Alfonso
sorriu. E então, de repente, seu sorriso se esfumou. Agora ele me fitava com
olhos ardendo em brasa,

e
seus lábios, sem que eu soubesse como, já estavam a poucos centímetros dos
meus.

Eu o
fitei também, minha respiração presa na garganta. O tempo pareceu ficar em
suspenso. Lentamente,

gentilmente,
ele pousou seus lábios nos meus, ainda me abraçando apertado.

No
começo foi um beijo doce, quente e terno. Então ele me beijou de novo, e de
novo, crescendo em

intensidade
a cada vez que seus lábios procuravam, famintos, os meus.

Fechei
os olhos, devolvendo cada beijo dele com a mesma intensidade. Um raio elétrico
atravessou todo o

meu
corpo, fazendo-o formigar e tremer de desejo. As mãos de Alfonso passearam
pelas minhas costas e foram

parar
nos cabelos da minha nuca. Um delicioso arrepio percorreu a minha espinha de
alto a baixo, e me agarrei à

camiseta
de Alfonso. O mundo inteiro pareceu desaparecer. As únicas coisas que existiam
para mim naquele

momento
eram os braços de Alfonso envolvendo meu corpo e seus lábios quentes nos meus.

Ele
se afastou um pouco, e nos fitamos olhos nos olhos. Me senti subitamente
nervosa. Mas Alfonso riu e

quebrou
a tensão.

-
Melhor eu levar você de volta pra sua cabana - ele sussurrou -, ou nunca mais
vou conseguir desgrudar do

seu
corpo.

Me
limitei a concordar com um gesto de cabeça, com medo de que qualquer palavra
que eu falasse pudesse

arruinar
a noite mais perfeita da minha vida. Fiquei quieta enquanto caminhávamos de
mãos dadas por entre as

árvores.
Eu nunca tinha experimentado nenhum beijo como aqueles antes. Não com
Christian... nem com Christopher.

Meu
estômago deu um nó. Aquilo que estava acontecendo entre mim e Alfonso era pra
valer, podia sentir

isso
na minha pele, em todo o meu corpo.

Mas
e Christian?