Fanfics Brasil - capitulo3: A força do destino Meus três namorados [Terminada]

Fanfic: Meus três namorados [Terminada]


Capítulo: capitulo3: A força do destino

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- A nossa cabana fica logo ali adiante - disse Dulce, apontando com o dedo.


Havíamos andado pelo caminho de terra batida por mais de quinze minutos. Dulce protegeu os olhos


do sol enquanto nos aproximávamos de um cabana de madeira incrustada no alto da montanha. Uma floresta


de bétulas brancas se estendia bem atrás dele, criando um efeito mágico.


Dulce agarrou firme a alça da minha mala e a puxou com mais força, tentando levá-la pelo declive


acima.


- Opa! - ela exclamou quando a mala oscilou sobre um monte de grama e começou a cair para o lado.


Me ajoelheie endireitei a mala, acertando as rodas.


- Toda mulher tem de carregar a sua cruz - brinquei.


Cada uma de nós levantou um lado da mala e a erguemos. Afundando bem os calcanhares no chão,


comecei a escalar ladeira. Dulce vinha bem atrás de mim. Quando chegamos ao topo, estávamos ambas


ofegantes. A cabana ficava sob um grande carvalho de galhos retorcidos.


Na porta havia um cartaz triangular pendurado por um cordão, com três nomes escritos com uma letra


gótica preta: Anahí, Dulce, Alfonso. (nome original: Kerry que seria um nome feminino.)


- Não lembro de nenhuma Alfonso (kerry) do verão passado - observei.


- Deve ser uma garota nova - comentou Dulce.


Abri a porta da frente e joguei minha mochila em uma das três camas.


- Ah, que alívio! - suspirei, alongando o pescoço.


Dulce concordou com um gesto de cabeça, consternada, enquanto colocava minha mala no quarto.


- Ah é, dondoca? E quem carregou a sua mala até aqui, hein?


- Puxou a minha mala - corrigi, sorrindo.


Coloquei as mãos na cintura e dei uma olhada no meu novo lar.


- Uau, este lugar é incrível! - exclamei.


A cabana de madeira era bem iluminada e arejada, com três camas, três cômodas e uma grande


penteadeira com um espelho encostado na parede. Havia uma antiga escrivaninha de madeira na parede do


fundo, e uma velha cadeira de balanço no canto. Em cada uma das paredes maiores havia duas grandes


janelas quadradas com cortinas amarelas listradas.


Olhei para uma porta perto da janela e a abri. Era um banheiro, com uma pia e uma banheira de ferro


com um chuveiro dentro.


- Dulce, veja só isso! O nosso próprio banheiro! E com chuveiro!


Dulce enfiou a cabeça pela porta do banheiro e concordou.


- Pois é, ser monitor sênior tem suas vantagens - disse ela. Dulce tinha razão. No ano anterior nós


ficáramos em um chalezinho fuleiro com um grupo de garotas de dez anos de idade, e os toaletes se


situavam a uns cinco minutos de caminhada. Agora tínhamos nossa própria casa, completa, com banheiro e


chuveiro.


Abri minha mochila e despejei as coisas em cima do beliche.


Dulce ficou de pé em sua cama e pendurou na parede um grande cartaz onde estava escrito "SALVE


AS BALEIAS". Ela é daquelas que querem salvar o mundo, ou pelo menos o meio ambiente.


- Opa, a campanha já vai começar - brinquei sorrindo. - Talvez eu deva decorar este lado do quarto


com cartazes em defesa dos comedores de alimentos de origem animal.


Dulce estalou os dedos.


- Ah! Isso me faz lembrar algo! A dança do ovo! Você prometeu que ia me mostrar!


Ergui as sobrancelhas, tentando entender a associação.


- Alimentos de origem animal e dança do ovo? O que...


Dulce me interrompeu fazendo um sinal de impaciência com a mão.


- Alimentos de origem animal: carne, leite e ovos. Me fez lembrar da dança do ovo. Sacou agora?


Eu contara a Dulce sobre umas aulas de dança moderna que tivera no semestre anterior. Logo na


primeira aula tínhamos aprendido a dança do ovo - "o símbolo da vida por excelência", dissera madame


Stravinsky, nossa velha professora russa. Dulce quase morrera de rir quando eu lhe contara aquilo.


- Ah, entendi... - eu respondera na aula, adotando uma pose dramática para imitar madame


Stravinsky.


Ela tinha uma voz grave e um jeito esquisito de projetar a mandíbula para fora enquanto falava.


- Meninas, vocês precisam descobrir o seu cen-tro - comecei a brincar com Dulce, imitando a voz


profunda e a mandíbula para fora de madame Stravinsky. - Encontrar aquele ponto no fundo, bem lá no


fundo de vocês e trabalhar a partir dele. Lembrem-se, garotas: tudo sempre de dentro para fora.


Dulce me observava com um sorriso divertido. Apontou para o centro da cabana.


- Vamos! Mostre! Mostre! - exclamou ansiosa.


- Tá bom, tá bom - repliquei. - Me dê um minuto. Tenho de encontrar o meu cen-tro.


Me acocorei no chão e abracei meus Joelhos. Fechei os olhos e fiz uma pausa. Depois comecei a me


levantar lentamente, abrindo os braços. Mas Dulce explodiu numa gargalhada e eu perdi a concentração.


- Pára com isso, Dulce. Assim você vai me fazer rir e perder o meu cen-tro.


- Tá bom, desculpe. Comece de novo.


Voltei à posição original, tentando não rir. Abri os braços bem devagar num grande arco e me


levantei de novo do chão, meus olhos abertos simulando uma expressão de espanto. Mexi os braços com


cada vez mais intensidade, como um ovo despertando para um novo dia.


Dulce teve um colapso na cama, rindo histericamente.


Aquilo já era a dança completa, mas decidi esticar um pouco mais a coreografia para diverti-Ia. Pulei


no ar como um pintinho saindo do ovo. Depois dancei pelo quarto de maneira selvagem, saltando de um lado


para o outro. Agitava os braços como se fossem asas e rodopiava dando chutes no ar.


- O que foi? - ouvi Dulce perguntar a alguém, interrompendo abruptamente sua risada.


Engasguei e me voltei em câmara lenta, ainda com os braços no ar e uma perna esticada para o alto.


Havia um cara no quarto: o garoto do ônibus. Estava encostado no batente da porta, rindo.


Petrificada, sem saber como reagir, abaixei os braços ao lado do corpo. Senti uma onda de


vermelhidão subindo pelo meu pescoço e queimando minhas bochechas. Não conseguia acreditar que aquele


cara tivesse me surpreendido em mais uma situação embaraçosa. Aquele dia estava me trazendo uma


humilhação após a outra.


- Bela dança - ele disse. - O que é? O lago dos cisnes? Dulce riu.


- Algo parecido - ela disse.


Fulminei minha amiga com um olhar duro. Imediatamente andei até a porta e encarei o rapaz.


- Que diabo você está fazendo aqui? - perguntei, hostil. Esta é a nossa cabana.


- Puxa... me desculpe - ele respondeu, ainda me olhando como quem usa de todas as suas forças para


reprimir o riso. Achei que era a minha. Deve haver algum engano.


- Ah, claro - retorquiu Dulce, rindo novamente. - É o que todos dizem.


Ela virou a cabeça e olhou direto para ele.


- Não, é sério, não estou mentindo - ele insistiu. - Me disseram que a minha cabana era esta.


O rapaz deu um passo atrás e olhou para o alto da porta, do lado de fora.


- É, realmente... - falou, voltando para dentro. - O meu nome está bem ali, no cartaz pendurado na


porta: Alfonso.


- Ei, você tem nome de menina! - exclamei.


Eu sabia muito bem que aquilo não era uma coisa agradável de se dizer a alguém, mas eu não tinha a


mínima vontade de ser simpática com ele.


Aparentemente meu comentário surtiu algum efeito, porque suas bochechas coraram rapidamente.


Obviamente o assunto lhe desagradava.


- Não faz mal - disse Dulce, compadecida. - Eu tenho nome de cachorro. (Nome original: Luck)


- Acho Dulce um belo nome - respondeu Alfonso com um sorriso genuinamente amigável e solidário.


Eu não acreditei nos meus ouvidos. Aquele cara me ridicularizara a viagem inteira e agora vinha dar uma


de cavalheiro com minha amiga.


Dulce sorriu de volta.


- Seja bem-vindo - ela cumprimentou. - Aposto que vamos nos dar muito bem.


Dulce enfatizou a palavra aposto e me olhou com um ar malicioso.


- Nem pensar! - exclamei, dando as costas para os dois e voltando à minha arrumação. - Aqui ele não fica!


E pouco me interessa o nome dele.


- Ei, Anahí Banana! - gritou uma voz masculina na noite daquele mesmo dia, quando Dulce e eu chegávamos ao acampamento principal. Era uma tradição dos monitores se reunirem para um jantar ao ar livre antes do primeiro dia de acampamento.



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Autor(a): theangelanni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 136



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  • jl Postado em 26/10/2011 - 15:59:09

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  • jl Postado em 26/10/2011 - 15:59:08

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  • jl Postado em 26/10/2011 - 15:59:03

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