Fanfic: Sete Pecados ( Seven Sins ) | Tema: Rebelde

~X~

    Alfonso estava mal pelo sumiço de Dulce. Onde você esta? Questionou-se. Anahí havia ficado deitada, cansada pela noite conturbada ao contrário dele que não conseguiu sequer fechar os olhos, o sono não o alcançou. Cavalgando com os pensamentos distantes o rapaz estava indo ao local que em quase todos os dias frequentava as escondidas. O mesmo que ultimamente parecia abandonado e o motivo era a grande correria dos compromissos diários. Aquele lugar me trazia paz, tranquilidade e me fazia relembrar dos bons momentos com Dulce. Os sentimentos pela mulher de cabelos ruivos sempre estariam guardados num bom lugar.

    Quando se aproximou do chalé, Alfonso percebeu que a porta havia sido forçada e aquilo o deixou intrigado. Pela incerteza dos fatos ele decidiu entrar devagar, analisando o ambiente. Está vazio. Mesmo com o silencio, Alfonso não deixou de se impressionar com todos os objetos que estavam estranhamente fora do lugar e jogados pelo cômodo. Havia também duas cadeiras uma frente à outra lhe dado a sensação de que realmente alguém havia ido lá. Mas como? Aqui é um lugar discreto e desconhecido! refletiu analisando. Após dar mais alguns passos ele viu algumas gotas de sangue na saída dos fundos. Aquilo o fez se aproximar para certificar se aquilo era verídico. Ao se abaixar ele começou a ouvir gritos que o fizeram levantar a cabeça silenciando-se para ter certeza de que não seria sua mente.

Socorro! Alguém! . A voz era fraca e rouca. Ele levantou novamente tentando seguir o som. Aquilo o levou até um buraco semelhante a um poço localizado na parte detrás da pequena casa. Ao afastar a tampa o rapaz se aterrorizou com o que viu. Era Dulce! Por Deus!

    Ele correu assustado em busca de alguma espécie de fio e nisso encontrou um pedaço de corda, jogado próximo a pia da cozinha do chalé. Correndo de volta, ele a arrancou de lá prendendo a mesma na cintura. Seu semblante de pavor se intensificou ao notar que ela estava ensanguentada e roxa. Seus lábios rachados pelo frio, mal podiam pronunciar palavras concretas.

— Fique calma. Eu estou aqui! Vai ficar tudo bem... “Puxando o casaco que cobria o seu corpo ele o jogou sobre ela que já estava adormecida pelo esgotamento físico”

   Alfonso a segurou nos braços a levando as pressas de volta ao chalé. Percebendo que ainda havia restos de brasa na lareira ele confirmou mais uma vez sua suspeita. Alguém realmente esteve aqui. Dulce já estava sobre a cama, ainda desacordada e enquanto isso, o rapaz foi até a cozinha preparar algo quente para ela beber junto de uma compressa morna a fim de esquenta-la. As roupas dela estavam úmidas, mas ele não conseguiu ter o atrevimento de toca-la. Se eu não o fizer ela vai piorar. Afirmou a si mesmocom a consciência em guerra. Percebendo que esta seria a única solução, Alfonso foi ate uma pequena cômoda que abrigava algumas peças suas, separando uma blusa mangas longas e uma calça de moletom. Ele se reaproximou dela tentando fazer tudo bem devagar.

   Desamarrou o laço do seu vestido e o abriu lentamente. Alfonso fazia tudo com o lençol ainda recobrindo o corpo dela, em proposito de não ousar interferir na sua privacidade.  Quando suas mãos entraram pelas costas nuas de Dulce, na tentativa de baixar seu vestido, ela abriu os olhos lhe mostrando dor. A ruiva o encarou por alguns segundos, assentindo para que ele continuasse o que estava a fazer. Mesmo com sua permissão, as mãos dele tremiam. Recordar daquela pele que antes lhe era estranha, fez o coração dele se acelerar sem explicação. Na mente do rapaz se existia a imagem da noite que passaram juntos, naquela mesma cama.  E ver que agora aquele mesmo corpo estava marcado por ferimentos que ele decidiu não tocar, era demais.

    Pegando as roupas limpas ele a vestiu, finalizando seu próprio momento de tormenta.

— Pronto. “ele a ajudou a beber o chá. Inclinado sua nuca”.

 — Como me encontrou? “perguntou ela, ainda com a voz falha. Nervoso em responder ele recuou por alguns instantes”.

— Eu... “o rapaz se levantou a deixando confortável. Andando de um lado a outro ainda pensou confuso se deveria revelar”.

— O que foi?

— Eu sempre venho aqui. Nunca deixei de frequentar, mesmo depois do nosso término. “Dulce lhe lançou um olhou sem jeito, tímida pela revelação. Ele tentou ignorar aquilo, pegando as compressas pressionando-as sobre um golpe que havia na cabeça dela, dando continuidade aos cuidados”.

— Desculpe-me, mas... Por favor, quero ir para casa ficar com Christopher “o pedido foi feito com uma lagrima escorrendo por seu rosto. Aquilo fez Alfonso se sentir um inútil. Ele sabia que ela amava o marido, por isso queria ele perto. Por um segundo ele pensou igual. Também ia chamar por Anahí”.

— Claro. Você consegue se segurar?  “ela fez que sim e então ele a pôs em seus braços, a carregando até o cavalo”.

    Concentrando toda sua força para coloca-la em cima do animal e em seguida montar, fizeram os bíceps dele se contraírem pulsantes. O esforço era tremendo para tentar ser cuidadoso, já que Dulce estava debilitada por demais.  Ela estava posicionada na frente dele, com uma das mãos segurando os ombros dele. Alfonso se utilizou de uma das mãos para segurar as rédeas enquanto a outra foi para a cintura dela, em apoio. A expressão de dor no semblante da ruiva aumentou quando o animal começou a se movimentar, mesmo ele tentando ser cuidadoso durante todo o trajeto.

~X~

P.O.V Christopher 

    Assim que cheguei ao riacho, olhei por todas as partes e nem sinal dela. Aqui não está, só perdi tempo! Meu corpo tremia de frio e por mais que o sol existisse a chuva de neve estava lá. Eu já não sabia o que fazer com aquela situação, e única saída seria retornar e aguardar notícias, as mesmas que nunca chegavam. Aquela espera me parecia eterna, mesmo sendo por apenas um dia. Ainda montado ao cavalo retornei para a mansão.

    No meio do caminho me deparei com a árvore onde ficamos juntos num perfeito fim de tarde. Aquilo me apertava o peito e a garganta. Não encontrava motivos para seu sumiço inesperado e aquilo era torturante. Ainda de coração destroçado, continuei o trajeto.

Assim que cheguei, me deparei com Sebastião na entrada.

— E então, tem algo de novo? Já se tem notícias?

— Sinto muito patrão. Até agora nada.

     Quando pensei estar tudo perdido, meu semblante se endureceu assim que ouvi o trotar de um cavalo, me virando para ver quem chegava. Era Alfonso e ele carregava Dulce nos braços. Corri na direção deles totalmente angustiado e descrente. Posicionei-me em ajuda-lo a leva-la para dentro, percebendo que ela estava desacordada.

— Onde ela estava? “perguntei seguindo Alfonso que entrava as pressas”

— Depois falamos “disse ele, ignorando minha presença”

    Chegamos ao quarto e ele a deitou na cama. Foi quando pude analisar como Dulce se encontrava. Ela estava de olhos fechados e sua situação me paralisou. Seu corpo estava ferido, havia um golpe na cabeça e seu rosto estava roxo e extremamente pálido, seus lábios rachados e ressecados me sugeriam uma queda extrema de temperatura. Minha angústia me consumiu ao ver todos aqueles sintomas.

— Mercedes! “gritei por ela que logo entrou em seguida se desesperando ao ver minha esposa” — Va avisar ao médico que venha imediatamente “ela concordou com as mãos na boca tapando o próprio desespero, e se foi” — Porque ela está de olhos fechados?

— Desmaiou no meio do caminho, está muito fraca.

— Como a encontrou? “fiz a pergunta me sentindo um impotente. Ele que havia salvado sua vida e não eu”

— Ela estava no chalé.

— Que chalé? “aquela informação era nova”

— Deixemos isso para depois, agora a prioridade é que eu a encontrei. “aproximei-me dele com os olhos ardendo, pegando seu braço com força assim que tive uma suspeita”

— Muito estranho você ter adivinhado onde ela estava. Se eu souber que estive envolvido nisso... Vou descobrir e não vai viver para saber o final da história. “ele puxou o braço em reprovação. Retribuindo-me o olhar”.

— Acha que eu faria isso com a mulher que foi tão importante na minha vida? “Aquele comentário não devia ser feito a mim. Não mesmo. Meu olhar era puro ódio”.

— O que ela faz com roupas de homem. Não me diga que também a encontrou assim.

— Não. Ela não estava assim, eu a troquei. “após aquilo, senti meu corpo se esquentar como fogo. agora ele fora longe demais. O peguei pela gola da sua blusa com força  e nós nos preparamos para iniciar uma briga”

— O que fez! Como ousou toca-la! Ela é minha esposa seu desgraçado! “fui dar um soco nele, mais o mesmo desviou se defendendo enquanto nos agarramos aos gritos”.

    Anahí, Maite e Christian adentraram presenciando horrorizados o que estava acontecendo. Christian se meteu entre nós, me puxando de cima de Alfonso enquanto nos espancávamos. Levantei-me limpando o canto esquerdo da boca que estava sangrando. Já o dele era o nariz que escorria sem cessar.

— Você me da pena. Essa sua obsessão o torna louco. Ela não é uma propriedade sua!

— Nunca mais a toque! Ouviu. Nunca mais! “enfatizei com rancor”

— Vocês são dois irresponsáveis! Não estão vendo o que acontece aqui? Não é momento para desavenças! “Anahí chorava em ver o sangue que escorria do marido. Ela segurava o rosto assustada, enquanto Maite tentava tranquiliza-la”.

— A culpa é deste psicopata que não controla suas crises.

—Você vai conhecer o psicopata! Seu imbecil!

— Já chega! “O grito da loira foi até onde sua voz não podia mais. Todos pausaram as ofensas e lhe olhamos. Ela estava em prantos e desesperada”— Quando isso entre vocês vai acabar? Por Deus! Eu não aguento mais!

    Foi o único que disse a loira antes de sair correndo. Segurando o vestido. Alfonso me olhou por alguns segundos, até segurar seu nariz para segui-la.

— O que estava acontecendo aqui Christopher? Esse comportamento dos dois já encheu a paciência. “enquanto ele me questionava, me direcionei para o lado de Dulce, tocando seu rosto adormecido”.

— Não tenho nada que discutir com você. Não se meta. “Christian ficou indignando pela forma que foi tratado, fitando-me duro”.

— Ah, mas eu vou me meter sim.

— Christian deixe isso de lado “Maite estava triste e nervosa durante o pedido”

— Você não vê que isso afeta todos nós? Moramos na mesma casa. Isso tem que se resolver. “decidido, eu me levantei para falar frente a frente com ele”.

—Você não sabe o que aconteceu, então não opine nada... Não me leve a mal.

— Sabe o que eu acho. Que talvez nem você saiba totalmente o que acontece. Aconselho-te como irmão que o considero, que se continuares desta forma, vais perder Dulce para sempre. “ele me olhou triste e saiu. Permaneci como estava ainda de pé”.

— Vou buscar compressas de água morna para ela, enquanto o médico chega. “minha irmã pareceu cabisbaixa em presenciar aquela pequena discursão”

— Não quero que se chateie comigo “falei segurando seu braço”

— Não se preocupe meu irmão. Eu te amo “ela segurou meu rosto com as duas mãos, antes de falar” — Eu entendo você. Cada um tem uma forma de amar. E realmente espero que possa reavaliar a sua “concluiu ate enfim sair”