Fanfic: Sete Pecados ( Seven Sins ) | Tema: Rebelde

— Graças a Deus! Acordaste. “ela pegou na amiga, com uma ternura exclusiva. Estava preocupada pelo mesmo motivo que eu. A queda anterior” — Como se sente?

— Sinto-me... Melhor “respondeu ainda com a fala prejudicada”.

— Que bom! Agora descanse e logo ficarás boa “ambas sorriram leves, me fazendo imita-las, mas com um bem discreto”.

— Pode ir descansar Maite. Eu me encarrego de ficar com ela.

— Mais é claro. Vou deixa-los.  Daqui a pouco dou uma passada por aqui, para ver como encaminha tudo “concordamos e ela então foi em direção à saída, quando eu perguntei”.

— E Christian. Onde está? “ela sorriu me acalmando”

— Não se preocupe, está tudo bem. “sem dizem nada, balancei a cabeça mostrando estar feliz pela reposta, e ela então se foi”.

Dulce já dormia novamente, enquanto eu permanecia ao seu lado, na poltrona de sempre. Aquele lugar já me era familiar tanto que até me permiti ler uma literatura mais rápida, dando um intervalado a cada vinte minutos, para trocar todas as compressas e verificar a temperatura dela com o dorso da mão. Na ultima analise, suspirei aliviado ao notar que já havia baixado um pouco mais.

Voltei a sentar-me, mas desta vez não consegui continuar a leitura, pois voltei a pensar no seu sumiço ainda misterioso. Eu queria entender por que ela me citou aqueles dois e porque sua insistência pareceu incansável. Nos minutos seguintes, eu me preparei para fazer a ultima troca daquele horário quando ela se acordou. Olhando-me humedecer ser rosto, Dulce me pareceu mais disposta.

— Olá... “disse abrindo os olhos um pouco mais. Bem lentamente, como se temessem a luz”.

—Você adora me enlouquecer não é senhora Casillas “exclamei pondo o pano de lado”

— Gosto que sintas minha falta... Assim comprovo seu amor.

— Não devia ter dúvidas quanto a isso.

Seu semblante por um segundo se converteu, fazendo uma pequena lágrima surgir por detrás dos seus olhos, baixos e sem tom. Usei minha mão para afagar seu rosto e com o polegar, limpei aquela gota salgada.

— Pensei que não iria mais te ver... Senti tanto medo

— Não diga isso. Eu estou aqui meu anjo. Esta segura e bem.

— Eles são monstros... Não imaginas o que passei.  “naquele momento sim eu queria saber de tudo e não esquivei de perguntar”

— O que fizeram? Quem te deixou dessa forma Dulce? “ela respirou fundo e me contou tudo. De Amanda tê-la sequestrado, do envolvimento de Emanuel. Enquanto ouvia, meu sangue começou a ferver. Eu queria matá-los, e ia fazer isso naquele momento” — Eles vão me pagar, eu juro! Vou atrás deles nem que seja até o inferno, mas vou acha-los e fazer temerem por suas vidas! “levantei-me de uma vez, pronto para iniciar a busca, mas Dulce me conteve, segurando minha mão”.

— Não vá. Fique aqui comigo.

Olhei para ela por alguns segundos refletindo aquele pedido. Mesmo querendo me vingar, a minha prioridade era ela. Eu iria ficar ao seu lado e depois participaria das buscas. Deitei-me devagar ao seu lado da cama, colando nossos corpos. Ouvi sua respiração soltar-se e ela então se tranquilizou.

— Vou ficar aqui. Não vou sair do seu lado.

— Obrigada.

— Não me agradeça como se eu tivesse lhe feito um favor. “ela me olhou mas não conseguiu parecer contente”

— Eu preciso conversar uma coisa com você.

— Sobre o que?

— Sua mãe. “em reflexo, me afastei um pouco e a olhei fixo. Endurecendo o rosto. Aquilo não era algo do qual eu o estava disposto a falar, muito menos naquele instante. Talvez nunca”.

P.O.V Dulce

Pela sua expressão vazia, eu percebi que não seria muito fácil conseguir algo sobre aquele assunto. De tudo que Amanda me dissera, foi o que mais me marcou. Ele nunca falava sobre e agora eu entendia o real motivo, não era uma coisa agradável de recordar. Mas eu necessitava ouvir dos lábios dele e através da sua voz. Eu era sua esposa e queria ser além, queria ser sua confidente. Talvez a única a quem Christopher pudesse se abrir e tirar aquele fardo do seu peito provavelmente apertado por tantos anos encobrindo aquela dor.

— Esse assunto de novo? Eu já disse que não a nada para falar sobre isto.

— Não comentei, mas Amanda me contou o que aconteceu Christopher... “quanto terminei de dizer aquilo, a sua expressão era de total secura. Por um momento senti o leviano se fixando em seu rosto”.

— E o que ela pensa que sabe? “respondeu ironicamente”

— Bem mais que eu, com certeza.

— Não sei por que insiste nisso, é tão sem importância ou significância Dulce Maria.

— Ser molestado se tornou não importante, Christopher? “ele me olhou com rancor nos olhos. Seu corpo se elevou completamente, mas eu segurei sua mão novamente, o impedindo” — Por que não conversa comigo?  “ele me olhava frio, por cima do nariz, soltando um riso sarcástico”.

— Esqueça o que ela disse.

— Como me pede isso? Não vou esquecer nunca! “meus olhos se encheram de dor. Eu não contive as lágrimas que escorreram, denunciando meu sofrimento por tudo o que ele devia ter passado” — Eu não acredito que ela teve coragem de algo assim com o próprio filho! Isso é um absurdo. Você não pode ficar com isso guardado somente dentro de ti para sempre... “eu peguei na sua mão e apertei contra o meu rosto molhado pela água salgada que escorria, mas ele não modificou o olhar”— É minha vez de fazer algo por você. Eu te amo e quero que compartilhe isso comigo.

Christopher ficou feito uma estátua bem a minha frente, ignorando todos os gestos e falas que eu havia expressado. Não me disse ou respondeu nada, apenas observava meu desespero. Senti-me totalmente desiludida e arrasada quando ele puxou sua mão e começou a andar em passos largos, indo em direção à saída, fechando a porta por trás de si com um estrondoso puxar. Deixando-me sozinha. A sensação de ter agido como uma idiota por agora sim tê-lo afastado novamenteme invadiu, mas eu precisava tentar. Não estava mais suportando ser a sem informações ou a exclusa das coisas. Agora que eu pagasse as consequências por ser precipitada ou por fingir não conhecer o marido que tinha. Quando aqueles lábios diziam não, era algo que não se devia discordar ou contradizer.

         Do outro lado da porta, assim que Christopher a fechou, ainda com o corpo recostado, ele não suportou dar mais nenhum passo. Se jogando imediatamente ali e enterrando seu rosto nas mãos já húmidos pelo choro. Ele estava atormentado e ela o havia feito relembrar toda aquela história, como num flashback.  Era horrível a sensação que sentira naquele exato momento e este era um dos motivos que o haviam feito se fechar sobre aquele assunto. Porque Dulce insistira daquela maneira? Será que não percebia a dor que podia lhe causar? Ele tinha vergonha, repulsa, enjoou, raiva, ódio; uma mistura dos piores sentimentos existentes num ser humano. Mas aquilo havia sido inevitável, já era tarde demais. O leviano recordou cada detalhe, por mais sórdido que fosse.