Fanfic: Sete Pecados ( Seven Sins ) | Tema: Rebelde

      Mercedes puxou o espartilho com bastante força o encaixando. Peguei um vestido da cor bege, com detalhes em renda para usar. Arrumei a maquiagem e consegui camuflar as marcas. Pronta, desci as escadarias. Chegando a mesa, estavam sentados os pais de Christopher, E uma moça de cabelos pretos bem lisos. Ela era divina. Ao seu lado tinha um rapaz alto e magro, de pele não tão branca, cabelos castanhos e rosto com traços bem finos.

— Bons dias “cumprimentei todos tentando ser o mais gentil possível. E ao contrário da minha casa, todos responderam agradáveis”.

—Sente-se aqui “ordenou Christopher, já puxando a cadeira que estava ao seu lado”.

         O café estava servido e os empregados me deram todos os mimos que eu pudesse querer. Mercedes me servia, com o olhar revezando entre mim e Christopher. Ela estava descrente da naturalidade em que ele estava agindo. Eu a olhava acalmando-a, e ela assentiu. Era incrível como sempre decifrávamos nossos olhares. Eu comia devagar, certas coisas, graças ao incômodo que estava sentindo na boca. Por sorte, tudo era delicioso. Decidi então me pôr a conhecer os integrantes da família Casillas.

— E você quem é? Não me lembro de tê-la visto “perguntei apontando para a moça de cabelos negros”

— Desculpe. Meu nome é Maite, mais pode me chamar de May. Sou irmã do seu esposo “Ela tinha um sorriso agradável, uma voz tão serena. Não se parecia em nada com o leviano” —E este aqui “falou apontando para o rapaz ao seu lado” É Lucas, amigo de meu irmão.

       Eu já ouvira falar sobre ele. Era da família Amorim, ricos também. Um dos amigos de farra de Christopher. Sempre os dois estavam juntos quando eu ouvia as histórias a seu respeito. Sorri forçadamente, tentando ser gentil.

—Prazer senhora. Realmente meu amigo teve bom gosto. Sua mulher é admirável.

—Deixe seus elogios para depois Lucas, vamos. Temos muito o que fazer.

      Ambos deixaram o local se levantando às pressas, o rapaz parecia temer o comentário que ele lhe laçara. Christopher não gostava de mim, isso eu sabia. Mais se mostrava muito possessivo. Principalmente por me tachar como propriedade. Por uns segundos me perdi em pensamentos, olhando os dois se afastarem. Ate Maite me despertar.

—Dulce. O que acha de darmos uma volta pela mansão. Precisa conhecer tudo “Ela pegou minha mão e fomos andando para fora” — Não ligue para os meus pais. Eles nunca falam. “ressaltou quando estávamos longe”

—Percebi “respondi dando um leve sorriso sincero. May era boa e doce. Estar ao seu lado me trouxe uma paz inexplicável”.

       Conheci toda a extensão dos jardins, que era contemplado por um lindo espaço botânico, repleto de varias espécies de plantas e flores. Conversávamos sobre muitas coisas que me faziam sorrir. Ela tinha um censo de humor ótimo. Aquilo me fez esquecer por horas, os momentos de tortura que passei com Christopher. O dia estava quente e abafado, já havíamos percorrido muitos lugares, e o cansaço já estava tomando de conta de nós duas. Depois do longo passei, encontramos uma sombra tentadora debaixo de uma bela árvore. E nos sentamos lá para descansar.

— Nossa. Meus pés estão em chamas “reclamei”

— Gostou do passeio? “perguntou aos risos, olhando minha cara de destruição”.

— Sim, tudo aqui é bem bonito. Mais vou querer pés novos “Massageava os pés com as mãos. Enquanto falava. May ria muito, até que seu sorriso foi morrendo”.

— Dulce o que foi isso? “Apontou o hematoma da minha boca. Com o suor a maquiagem devia ter saído. Meu olhar se esvaziou”.

— Nada demais. Esqueça.

— Não me diga que quem fez isto a você “ela pausou, repensando angustiada com a suspeita” — Foi meu irmão? “detive-me por uns minutos ate responder”.

—Sim, foi ele “Aquilo me cortava por dentro, só em recordar”.

—O que? Ele vai me ouvir agora! “antes que ela se levantasse para sair, segurei seu braço, fazendo-a se sentar novamente”.

—Não faça nada. É melhor deixar isso de lado “percebendo a resistência em seu olhar, tentei reforçar o pedido” — May esqueça. Por mim.

— Mais você não pode permitir. Seja lá qual for o motivo! Não existem justificativas “continuei insistindo no seu silêncio. Ela me lançou um olhar penoso, segurando minha mão” — Posso lhe fazer um pedido? “Concordei com a cabeça” — Se isso acontecer de novo, me diga. Por favor. Ou então, vou agora atrás dele.

—Tudo bem. Eu digo “Ela me abraçou me reconfortando. Maite acabara de se tornar a irmã que eu nunca havia tido”.

~X~