Fanfic: O CONQUISTADOR GREGO.VONDY

_Problemas?_Anahi quis saber.

_O motor do furgão não quis pegar_a irmã resumiu, atendendo ao telefonema seguinte.

O dia avançou sem que as coisas melhorassem. Um cliente difícil tomou tempo e paciência das irmãs, outro reclamou furiosamente das taxas de entrega. Quando Dulce deu por si, já era meio-dia.

_Vou comprar um sanduíche, depois você sai para almoçar_ avisou.

_Posso comer tão depressa quanto você_Anahi retrucou, com a intenção de poupar Dulce da correria.

_Mas não é preciso. Quero que coma bem e depois compre uma revista para ler enquanto faz a digestão, tomando café.

_Chá. Lembre-se de que eu estou grávida..._Anahi atalhou com uma careta._E, se continuar me tratando como uma bonequinha de cristal, dou-lhe um beliscão.

Dul riu e seus olhos ganharam um brilho maldoso.

_Petros ainda a chama de Sra. Uckermann?_O criado de meia-idade era como parte da casa de Alfonso, por muitos anos, mesmo antes de Anahi conhecer seu impecável marido.

Anahi riu também, defendendo o criado como, acima de tudo, um homem respeitoso.

Dulce adorava a irmã e considerava que o casamento com Alfonso Uckermann, um ano antes, tinha sido um de seus momentos mais felizes.

_Poncho reservou restaurante para nós, esta noite._Anahi deu o nome e o local, para assombro de Dulce._Gostaríamos que você fosse junto. Por favor..._acrescentou._Dois Uckermann são demais para uma pobre mulher.

Um arrepio percorreu a espinha de Dulce, que sentiu os nervos à flor da pele. Lançou a sua pergunta com o toma mais natural possível.

_Um dos primos de Poncho está na cidade?_Contente por ter conseguido demonstrar calma, Dul pediu mentalmente: por favor, que não seja Christopher.

_Sim_ foi à resposta de Ani._Christopher chegou ontem dos Estados Unidos.

Não!

O grito silencioso morreu na garganta de Dul, enquanto seu cérebro reconstituía a imagem viril daquele homem.

Alto, bonito, ombros largos, feições bem-feitas, misteriosos olhos verdes e uma boca que pedia pra ser beijada.

Ela não sabia por que os lábios do visitante a traíam tanto. Ainda agora, um ano depois, era vívida a lembrança do casamento de Anahi, quando ela servira de dama de honra e Christopher, de padrinho do noivo. Tinham sido apenas algumas horas de proximidade, de toques furtivos na mão, de um abraço mais vigoroso no instante das fotos, de atrito com seu corpo na hora da dança...

Dançar com ele, aliás, havia sido um doce sacrifício. Ondas de calor e excitação dominaram o corpo de Dulce. A atração sexual entre os dois tornara-se evidente.

Teria sido esse motivo de sua escapada para a varanda, quando Anahi e Poncho se prepararam para partir? Christopher surgira de repente, quase encurralando Dulce contra o gradil quando ela se voltou para fugir.

Grave erro, pois o gesto apenas a deixou mais próxima dele. No instante seguinte, os lábios do grego pousaram em sua face, delicadamente, e com menos calma escorregaram até a boca, sem que Dulce fizesse algum movimento para evitar o beijo.

A resposta de seus instintos fora devastadora.

Chocada, Dulce concluiu que ninguém antes a beijara assim. Era como se Christopher, no papel de um general vencedor, explorasse as profundezas de sua alma, solidificando a conquista. Ela se sentiu no alto de um precipício, pronta para cair no vazio. Pressentia, no entanto, que ele a salvaria, erguendo-a nos braços antes que atingisse o solo.

Quem fora o primeiro a quebrar o encanto? Até aquele dia, um ano depois, Dulce não tinha certeza. Lembrava-se de algo inexplicável nos olhos do grego, de um silêncio que significava expectativa. Então, brotara em seu íntimo uma raiva de donzela ofendida e ela acabara por esbofeteá-lo com força e voltara para o salão.

Claro que, em pouco tempo, a raiva se voltou contra ela mesma, por seu comportamento tolo. Talvez Christopher Uckermann, mais maduro emocionalmente, a compreendesse e perdoasse. Agora, ele estava de volta à cidade, e Anahi e Poncho esperavam que Dulce lhe servisse de companhia num jantar formal.