Fanfic: Adolescente em crise | Tema: Débora e Rafael

       Débora

...

-Débora Lyra, eu juro que nunca mais você sai de casa, quando uma pessoa diz pra você chegar cedo, é cedo da noite, não cedo do outro dia.- Bom, isso é minha mãe gritando pra toda vizinhança escutar, tudo isso porque eu tô chegando agora em casa, agora 7h da manhã no caso, mas qual é? A noite no barzinho tava ótima, cheia de gatinhos, não podia desperdiçar né?!

-Olha mamis linda do meu coração, que tal a gente falar sobre isso depois hein? Eu to morrendo de sono e pretendo passar esse sábado inteirinho dormindo.

-Não, não, não mocinha, volta aqui, vai tomar um banho e se arrumar que você vai comprar o pão.

-Ai não mãe, porque você não vai?

-Porque eu to com preguiça.

-Tá, eu também ué.

-Se você tem disposição pra passar a noite fora também tem pra ir na esquina comprar pão.

-Droga.

Subi e tomei um banho, vesti um short jeans, uma blusa florida e uma jaqueta por cima, tava frio, desci e fui comprar o pão. Ao entrar no mercado paralisei, minha vontade era de sair correndo, ou matar o Rafael, mas simplesmente paralisei ao ver ele lá, era só o que me faltava, esse garoto me persegue, porque todo lugar que eu vou ele vai? É incrivel.

-Já eu não acho tão legal, sai da frente que eu vou comprar pão.- Falo empurrando ele pro lado e indo pro balcão.

-Sua cara tá péssima.

-É, cheguei agora em casa.

-E onde você estava?

-Não que isso seja da sua conta mas eu estava com umas amigas num barzinho.

-E chegou essa hora?

-Sim.

Comprei o pão e sai do mercado mas ele veio atrás, meu deus, porque esse garoto tem que ser tão irritante.

-Para de me seguir.

-Nâo to te seguindo, o mundo não gira a seu redor Débora.- Imbecil, ignorante, babaca.

-Hum.

-Débora, para ai de andar por favor.

-Eu não, pra que?

-Quero conversar droga.

-Vai conversar com a Mariane.

-Aaaaah, então isso é ciumes?- Falou rindo.

-Vai se lascar idiota.

-Espera ai.- Puxou meu braço me virando pra ele.

-Me solta droga.

-Eu quero te beijar.

-Que???? Não acredito que você disse isso, você é um imbecil Rafael, você não sabe o que quer, e sinceramente, eu não vou servir de diversão pra você na hora que quiser vir me procurar e depois quando abusar ir atrás de outra, desculpa se eu não sou uma puta, agora some da minha vida.- Eu já estava gritando e todo mundo estava olhando, mas foda-se, e pra completar comecou a chover.

-Débora não é assim, ok? É que tem coisas que você não sabe.

-E o que é?

-Eu não posso falar.

-Então me solta e não me procura nunca mais.

-Não.

-Eu te odeio.

-Não odeia não.- E me beijou, e eu quase, eu disse quase, retribui, mas eu não vou me entregar na hora que ele quiser, ele tem que aprender que eu não sou boneca, empurrei ele e corri pra casa, entrei e joguei o pão no balcão e subi correndo pro meu quarto e minha mãe ficou com aquela cara sem entender nada. Ela subiu também e começou a bater na porta, eu abri e contei tudo pra ela, sempre contava tudo a minha mãe, e contei do Rafael, desde o dia que eu conheci ele até hoje, e minha mãe em vez de abrir a boca pra concordar comigo, começou a defender o Rafael.

-Olha filha, acho que ele gosta de você, do jeito dele, mas gosta.

-Mãe, eu que sou sua filha, você tem que concordar comigo. Sua traíra.

-Eu hein Débora, to dando minha opinião.

-A pior secreção que o corpo humano põe pra fora é a opinião.

-Nossa filha, sua ignorante, hoje não é um dia pra ficar perto de você, você tá de tpm, tenho certeza, tchauzinho que eu tenho meus boys pra ver.

-Sò pensa em homem.

-Claro.-  Gritou pois já estava na escada.

Ótimo, pleno sabado, e eu sozinha em casa, fui procurar a Gabi ontem antes de ir pro barzinho mas ela não quis falar comigo, bom, eu não vou insistir, fui grossa, admito, mas ela não aceitou minhas desculpas, posso fazer oq?!

...

Quatro horas da tarde e minha mãe ainda não chegou, essa pelo jeito só volta amanhã, enquanto eu tô aqui ouvindo música no máximo.

-A SUA LOUCURA PARECE UM POUCO COM A MINHAAAAA.- Canto gritando, e escuto o vizinho gritar reclamando.

-PORRA DÉBORA, ABAIXA O SOM AI MAL EDUCADA.

-VAI SE FUDER SEU ALBERTO.

E continuo cantando. O Seu Alberto sempre me chamou de louca, ele não gosta nem um pouquinho de mim, pelo contrário,ele me odeia, mas o cara é um babaca, e eu juro, ele é mais louco que eu, um completo chato, mas é normal, a loucura do vizinho é sempre pior que a nossa.

...

Agora são 4h da manhã, e eu ainda não preguei o olho, sim, eu estou pensando no Rafa, sim, eu sou idiota.

-Ai ai Rafael, a insônia me persegue ao invés de você.- Reclamo baixinho. 

Ultimamente, o que eu mais faço é falar sozinha, o Rafael me fez pirar de vez. Ok, o Rafael era o caos em pessoa, mas isso não me impediu de me apaixonar, sim, estou apaixonada, infelizmente.

-Me apaixonei pelo teu caos.- Falo baixinho outra vez, mesmo sabendo que ele não está alí pra ouvir, ainda bem.

Eu sou toda errada, minha vida tá toda errada desde que ele apareceu, o que ele tem que mexe tanto comigo? E poque ele se acha tão perigoso? Pra mim ele só é um babaca. Pensar tanto nele me da vontade de quebrar tudo, de gritar, de chorar, de tantas coisas ao mesmo tempo.

-Calma. Tá tudo errado mesmo.- Reclamo baixinho mais uma vez.

O Rafael não devia ter me dado atenão quando me conheceu, talvez tenha sido isso que me fez criar interesse, sou invisivel pra muita gente, mas pra ele não foi assim, ele deu em cima de mim, e isso me fez gostar dele, no colégio eu sempre fui popular, as pessoas tinham medo de mim, mas não era isso que eu queria, eu queria carinho, queria que me desejassem, mas nesse quesito eu era invisivel, menos pra ele, ele me desejava.

Resolvi parar de pensar e dormir, afinal, pensar de mais sempre me faz desistir. Ou enlouquecer, e era isso que estava acontecendo, eu estava ficando louca.

-xxxxxx-

Ooi amoores, capítulo grande pra vocês <3. Próximo capítulo vai ser narrado pelo Rafa, beijinhos <3