Fanfics Brasil - Concelho, casa e amigos Reviewing my own concepts

Fanfic: Reviewing my own concepts | Tema: Original


Capítulo: Concelho, casa e amigos

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Pov. Ryan


Já sob o “palanque”, que havia sido montado pelos meus ajudantes antes mesmo de que eu pensasse em pedir, tirei do bolso um papel todo amassado onde havia feito meu discurso, antes mesmo de voltar às aulas já tinha quase certeza que iria ser eleito mais uma vez. Eu nunca me achei superior nesse sentido, nem em nenhum outro, mas por algum motivo eu sempre tive um espírito de liderança. Arrumei-me, limpei a garganta e aproxime-me do microfone para começar.


– Antes de tudo boa tarde.  Vejo que muitos de vocês já fizeram parte do nosso grupo. – disse analisando um por um na sala – Mesmo assim é meu dever informar a todos vocês os nossos deveres. Nós, como membros do conselho, temos o dever de ser o exemplo e ter no mínimo notas medianas. – parei por um momento para ver se todos ainda me olhavam – Também temos que ser os porta-vozes das nossas turmas. Teremos muito trabalho esse ano, então nem tentem fugir – todos riram por um momento, pigarreei e voltei com minha fala – Vamos ter que organizar todas as festas e eventos de nossa escola, – algumas meninas começaram a cochichar como se tivessem vários planos – mas também temos tarefas mais difíceis, como resolver alguns problemas da escola e dos nossos alunos. Porém, nossa primeira tarefa é receber os alunos novos que chegarão amanhã e para isso vamos formar grupos de quatro, que deixarei a escolha de vocês. No meu grupo estão:  Jade, Lane e Gabriel.  – conforme eu ia dizendo o nome deles eles foram se levantando e indo para o meu lado. – Agora vocês se dividam, pois precisamos de grupos prontos hoje, pois os mais novos vão chegar daqui a pouco, e amanhã teremos um longo dia de aulas e de apresentação do campus para os mais velhos. E lembrando também que teremos as inscrições para as atividades extracurriculares que terão início a partir de hoje. Cada um de nós ficara responsável por uma atividade. Eu, como sempre, já estou no time de futebol americano. Agora galera, vamos todos ao trabalho. Preciso de três voluntários que fique hoje, o comitê dos mais novos está com uma defasagem em seu pessoal, alguém se propõe?


– Eu! – Diego falou.


– Também fico! – Luane completou.


– Eu também – Joana disse relutante.


– Certo agradeço a todos, vejo vocês aqui amanhã bem cedo  – disse seguido de um sorriso.


Não era a primeira vez que fazia isso, mas estava um pouco tenso, a pressão em cima do presidente sempre foi muito grande, mas não era nada q eu não podia dar conta.


Desci do palanque calmamente, abracei Yasmim e fui em direção de Jade, Lane e Gabriel.


– Mandou bem mano – Disse Gabriel me dando um aperto de mão.


– Muito bom mesmo vossa majestade – disse Jade e Lane fazendo uma reverencia juntos.


– Palhaços – respondi com um sorriso no rosto – Bom gente, amanhã em frente ao colégio meia hora antes da entrada, pode ser? – Eles balançaram a cabeça positivamente – Gabriel vamos lá a gente tem que ir para reunião do time. Tchau meninas! – disse saindo da sala.


O campo não era longe, mas uma distância relativamente longa. Estávamos atrasados, eu até esperava aquela reunião, mas não achei que fosse demorar tanto para começar, achei que já estariam prontos quando eu chegasse, mas é sempre assim, eu depositando confiança e tempo extra nas pessoas a quem não devo confiar isso.


O sol estava forte no alto do céu indicando que já eram mais de meio dia. O pessoal já tinha sido avisado da reunião e a gente já estava um tanto atrasados, como sempre.


Chegando ao campo, lá estava um grupo de 17 alunos sentados na arquibancada do estádio.


– E ai galera – falei com um sorriso no rosto.


– E ai capitão – todos falaram enquanto Gabriel se juntava a eles.


– Beleza galera? Chamei vocês aqui para falar que esse ano nós vamos disputar o estadual – ouve uma tremenda algazarra de felicidade – Calma pessoal, temos que treinar duro e vamos ter os testes para ver quem vai ser titular e para ver se algum novato vai entrar entre nós ou não. Teremos vagas para quatro novatos, para completar dois times, sendo um reserva, que disputará o municipal. Sendo ambos treinados por mim, porém apenas um que irá comigo para o estadual. O treino vai ser essa semana e semana quem vem toda. Durante os treinos eu, Gabriel e Caio decidiremos quem será titular e quem ficará na reserva. Então treinem bastante. Não tem vaga garantida para ninguém. Nos vemos na peneira em duas semanas. Conto com todos, falou? – todos concordaram de modos diferentes e depois ficaram quietos para me ouvir novamente. – Então valeu pessoal é só isso. – todos se levantaram e foram embora, somente Gabriel ficou.


– E ai capitão, vai ir para casa?


– Claro vamos ter um grande dia amanhã. Vou passar no conselho antes, preciso pegar minha mochila e um café. Vai me esperar?


– Desculpa, mas já tenho planos – ele disse me dando um soco no ombro.


– Entendi. – respondi rindo – Boa sorte então.


– Valeu mano, te vejo amanhã.


Gabriel seguiu andando para longe de mim em direção a saída do campo, enquanto eu seguia em direção ao prédio principal. O prédio estava deserto, não havia mais nenhum aluno no local. Os novatos chegariam às 17h e eu queria estar bem longe nessa hora. Subi as escadas e fui até minha sala, peguei minhas coisas sem me despedir direito dos membros que ainda estavam por lá. Peguei um café antes de sair da sala principal do conselho e segui em direção ao meu armário pra pegar alguns livros.


– O que faz aqui? – perguntei sorrindo ao ver que Samanta estava de pé ao lado do meu armário.


– Estava passando por aqui e resolvi dar um “Oi”.


– Olá! – eu disse sorrindo – Veio aqui só pelo “Oi” mesmo?  – disse sarcástico.


– Provavelmente – respondeu rindo.


– Provavelmente? Então quer dizer que temos mais motivos? - disse enquanto me aproximava.


– Talvez – ela diz me puxando pra perto e selando nossos lábios.


Levei-a para dentro de uma sala do lado e depois de muitos beijos saímos separadamente da sala para que ninguém notasse que algo de mais estava acontecendo. Samanta saiu primeiro e eu sai alguns minutos depois.  Sai arrumando minhas roupas e cabelo pelo corredor e vi que alguns alunos me encaravam, mas eu apenas relevei.


Subi até a sala do conselho novamente, havia me esquecido de pegar alguns papéis e panfletos que eu deveria resolver para a chegada dos alunos novos.


Sai da escola e fui até a lanchonete do outro lado da rua.


– Boa tarde, o que o senhor deseja? – uma garota, alta de longos cabelos ruivos e olhos esverdeados, veio me atender.


– Olá – respondi o mais simpático que pude – Quero um capuchino, uma fatia de torta de limão e outra de morango. Pra viagem, por favor.


– Certo – a menina disse enquanto anotava tudo em seu caderninho.


A garçonete começou a preparar meu pedido. Ouvi o sininho, que ficava no alto da porta da lanchonete tilintar e olhei pelo reflexo de um espelho quem havia entrado. Não reconheci e então voltei minha atenção para a garçonete. Ela arrumou os pacotes e veio em minha direção.


– Aqui está.


– Obrigado – respondi já prestes a me levantar.


– Você é o Ryan certo? – ela disse apontando o dedo pra mim e sorrindo.


– Sim sou... E você é ?


– Ah, desculpe a grosseria. Sou Melissa, mas pode chamar de Mel. – ela disse esticando a mão para um aperto.


– Prazer Mel – eu disse beijando sua mão.


–Que cavalheiro! Bem que minha irmã disse.


–Sua irmã? – perguntei curioso.


–Sim, sou irmã da Jade. Ela nunca falou de mim?


–Não – respondi meio atordoado.


–Irei estudar na sua escola a partir desse ano. Hoje será meu último dia de trabalho aqui.


–Bom, espero que goste e seja bem vinda!


–Obrigada – ela disse com um tom meigo.


–Desculpe, mas preciso ir agora. Tchau, até qualquer hora.


–Até– ela disse acenando.


Peguei a sacola e o copo de capuchino. Sai da loja e virei a direita, o caminho mais rápido até minha casa, que ficava a três quarteirões da escola.


Assim que cheguei Molly veio correndo, eu larguei tudo no chão perto da porta e peguei-a no colo rodando-a no ar. Ela estava começando a andar, mas nunca andava, gostava era de correr pela casa e seu hobby preferido era correr pra mim quando eu chegava em casa.


Dei um beijo no rosto de Molly e sorri, ela sorriu e apontou para a escada onde estava Olavo, meu irmão mais velho. Surpreendentemente ele estava em casa, à presença dele de certo modo me era incômoda. O fato de ele ser “o queridinho da mamãe” e do restante da família me irritava. Tudo piorou depois que ele começou a tal faculdade de medicina, a admiração de todos por ele triplicou. E eu? Sou o mero capacho que cuido de tudo aqui em casa e ainda sim tem que estudar feito louco e cuidar de todo o resto na escola. Isso não me incomodava, apenas queria um pouco de reconhecimento. O que certamente eu não tinha quando Olavo estava por perto.


Vi Caio descer as escadas em seguida e fazer uma cara de nojo. Olavo apenas deu um sorriso me cumprimentando e seguiu em direção ao sofá.


Molly ainda no meu colo, me abraçou novamente, porém com força, escondendo o rosto em meu pescoço e quando se levantou abriu a boca de sono.


– Quer nescau ? - perguntei sorrindo e ela mexeu a cabeça falando que sim.


Segui até a cozinha e sentei Molly no balcão.


– O que quer além de nescau princesa ?


– Biscoito – ela disse enrolando a língua.


– Esse aqui ? - falei pegando biscoito de maisena.


Ela mexeu a cabeça afirmando. Entreguei o pacote em sua mão e comecei a pegar ar coisas para preparar o nescau. Molly cantava enquanto comia biscoito e eu mexia calmamente nas coisas a procura do bendito nescau. Depois de um tempo, ao terminar de preparar, coloquei-o em sua mamadeira e a peguei no colo novamente.


 


– Vamos lá pra cima dormir?


Ela nem me respondeu, então segui em direção as escadas que nos levavam até os quartos da casa, que ficavam nos dois andares acima de nós. O de Molly ficava no primeiro, assim como o de Olavo, enquanto eu e Caio éramos praticamente isolados na parte de cima. Apesar de termos tudo que precisávamos, no caso um frigobar, um armário pra doces, um banheiro e o melhor de tudo, nada compartilhado, cada um com o seu. Assim que chegamos no andar de cima vi meu pai discutindo com minha mãe, então tratei de levar Molly para o quarto o mais rápido possível.


– Canta? – ela disse quando a deitei na cama e lhe dei a mamadeira para que ela tomasse sozinha como uma moça grande, apesar de só ter três anos.


– Qual música?


– Com o vioião – ela disse e eu sorri.


Subi até meu quarto e peguei o violão. Desci novamente e me sentei ao lado da cama de Molly e então, me pus a cantar uma melodia de ninar. Não demorou muito até que a mamadeira estivesse vazia e Molly já estivesse em um sono profundo.


Sai sem fazer barulho e segui até meu quarto onde Dolores, a ajudante da minha mãe, já havia deixado minhas coisas. Não gosto de chamar Dolores de empregada, pois ela era muito mais do que uma simples empregada pra mim, era quase minha mãe.


Peguei alguns papeis do Conselho e aproveitei para tentar resolvê-los, mas era quase impossível sem minha equipe, tratei então de focar a criação de novos panfletos para o festival da escola, que esse ano teria o tema “Novos Horizontes” o que faria com que todos da escola tivessem que se mobilizar para conquistarmos novos alunos, cada sala com seu próprio empreendimento.


Peguei meu pedaço de bolo e comecei a comê-lo junto com uma lata de energético que estava escondida no frigobar.


Eram 16 horas quando lembrei que precisava ir para o trabalho, não estava atrasado, mas já estava em cima da hora. Tomei um banho e mudei uma roupa simples.


Peguei o carro que estava na garagem, odiava dirigir sem que a ocasião fosse realmente importante, mas essa de fato era. Dirigi com calma até o trabalho e comecei a ajudar Loye na cozinha enquanto Pry servia as mesas.


O trabalho nunca era cansativo, pois sempre me divertia, e ainda me ajudava a guardar uma renda extra no fim do mês, já que tudo que minha mãe ganhava ela gastava com Olavo, enquanto eu e meu pai ajudávamos nas contas de casa e na criação de Molly.


Sai tarde e resolvi deixar o carro por lá. Talvez tomasse bronca depois, mas deixei na garagem da casa de Loye que não tinha carro algum e não usava a garagem para nada. Segui andando para casa, sem pressa e sem vontade de chegar lá. Minha mãe estaria tentando agradar Olavo, pois ele iria embora antes do final da semana e meu pai, coitado, estaria fazendo contas de quanto faltava para completar as parcelas dos cartões de crédito dos quais minha mãe abusava o máximo que podia.


Cheguei e fui direto para meu quarto. Troy estava na minha cama e quando me viu começou a abanar o rabo.


– O que faz aqui? – perguntei sorrindo e ele veio pra cima de mim quase me fazendo cair.


Deixei Troy no quarto e fui para o banho. Abri o chuveiro e como sempre esperei a água cair antes de entrar. Demorei pouco, mas o bastante para ouvir Molly me chamando pela porta para me lembrar que eu não havia lhe dado seu beijo de boa noite. Sai com a toalha enrolada na cintura e a peguei no colo.


– Veio me dar boa noite?


– Vim – ela respondeu me dando um beijo no rosto.


– Quer que eu te leve ou você vai sozinha como uma menina grande?


– Vou como menina grande – ela disse embolando as palavras.


– Então vai lá, boa noite – eu disse colocando-a no chão e dando um beijo em sua testa.


Molly se foi e eu fiquei olhando até que ela descesse completamente a escada. Deitei em minha cama e Troy se ajeitou ao meu lado. Peguei meu celular na mochila e comecei a vasculhar minhas redes sociais. Era quase meia noite quando recebi uma mensagem de Yasmim, me lembrando que tinha que chegar mais cedo na escola. Olhei a hora novamente e achei que era melhor tentar dormir o mais rápido possível.



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Autor(a): RooBastos

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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