Fanfics Brasil - Livro.01 - CAP.12 ˙·٠•●ღ●๋•Série Mavericks•ღ♥ღ•(Vondy)

Fanfic: ˙·٠•●ღ●๋•Série Mavericks•ღ♥ღ•(Vondy)


Capítulo: Livro.01 - CAP.12

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Doze


 


Por um momento, a respiração lhe faltou. Depois, o olhar dele ficou suave e um leve sorriso surgiu em seus lábios.


- Nesse caso, poderemos fazer tudo de novo de vez em quando.


Dulce sorriu.


-Sim.


Não se lembrava da última vez que se sentira tão feliz e seguro. Apenas olhar para Dulce lhe provocava esses sentimentos. E tocá-la fazia com que se sentisse completo.


- Preciso ir - ela disse relutantemente. - Marylin vai necessitar de comida e água fresca, e tenho outras tarefas a fazer.


Uckermann pensou sobre como a casa ficaria quando ela se fosse, e não parecia nada agradável. Passara a vida toda sozinho e já estava acostumado. Nunca se sentira incomodado, mas, de repente, passou a se sentir. Cerrou as sobrancelhas e a observou, tentando entender a necessidade de estar perto dela o tempo todo. Em outros tempos, lutaria contra esse sentimento, mas alguma coisa mudara as suas prioridades. Talvez o fato de ter levado um tiro.


- Tudo bem - ele disse depois de um minuto. - Deixe-me dar comida a Mack e, em seguida, vamos.


O coração dela disparou.


- Nós vamos... Você vem comigo?


Fez que sim com a cabeça.


Ficou boquiaberta ao perceber que ele não queria afastar-se dela da mesma forma que ela não queria afastar-se dele.


- Você pensou que era unilateral? - perguntou, aproximando-se dela. - Não lhe ocorreu que deveria ser mútuo para ser tão explosivo?


A expressão dela era um espelho de seu deslumbramento interior. Ele a trouxe para perto, sentindo dor nos pontos, baixou a cabeça e a beijou com desejo, sentindo-lhe a resposta imediata com deleite.


- Se eu for com você, as pessoas vão falar - sussurrou. - Não está preocupada?


- Não - ela disse sorrindo. - Beije-me... Beijou-a intensamente, e Dulce respondeu com a mesma vontade. Depois de um minuto, ele se afastou e perguntou-lhe, após dar um suspiro:


- Você tem uma cama de casal?


- Sim - enrubesceu e depois riu da sua própria vergonha. Ainda teria de se acostumar com aquela parte do relacionamento deles, mas não se preocupou, pois conhecia a própria capacidade de adaptação.


Uckermann tocou-lhe a boca com ternura.


- Estava de brincadeira - ele afirmou. - Não posso dormir na sua casa, mesmo que eu, queira. Mas ficarei lá até a hora de você dormir.


- Pode dormir no sofá - ela sugeriu.


- Sei disso, mas vou pedir a um dos rapazes para me buscar e me levar para casa. Não quero que você saia por aí dirigindo tarde da noite - disse ao lhe tocar suavemente a bochecha. - Vai ser difícil. Não quero mais ficar longe de você, nem mesmo à noite. Em especial, à noite - enfatizou, rindo.


- Sim, eu sei. Sinto o mesmo - respondeu, passando-lhe a ponta dos dedos sobre a sobrancelha grossa, as bochechas e a boca. - Isso era tão... inesperado... O que vamos fazer agora?


- Vamos nos casar assim que pudermos - ele disse simplesmente e sorriu ao ver-lhe a expressão do rosto.


- Não desmaie, Dul.


- Mas você não quer se casar - ela protestou. - Disse que nunca se casaria.


- Querida, você acha que poderemos viver juntos em Cozumel sem nunca ninguém nos olhar torto? - perguntou gentilmente e sorriu. - Além disso, assim que meu ombro sarar, vou possuí-la. É inevitável. Nós nos desejamos muito para conseguirmos nos conter por muito mais tempo. Vamos fazer isso certinho, de acordo com as regras.


Dulce acariciou-lhe os pêlos grossos sobre o peito largo. Não estava preparada para aquela proposta nem em sonho. Mal podia acreditar.


- Casamento - sussurrou com um desejo ardente, depois levantou o olhar para o seu rosto magro. - Tê-lo só para mim - deixou escapar.


- Isso também faz parte: pertencer a outra pessoa.


- Ele trouxe a mão dela à boca e deu-lhe pequenas mordidas, fazendo-a rir e o brilho nos olhos dela aumentou.


- Você nunca esteve com um homem, não é? Exceto por aquela experiência ruim, você está intocada.


- Não mais - ela murmurou, meio acanhada. - Fui completamente atacada hoje.


- Se você pensa que isso é ser atacada, tem muito a aprender.


Fitou-o nos olhos e foi tomada de tristeza.


- Isso é um sonho maravilhoso, mas não é realista. Algum dia você vai se importar de não poder ter seus próprios filhos.


Ele tocou-lhe os lábios, com o semblante tão sério quanto o dela.


- Dul, se você pudesse ter um filho com outro homem e não comigo, você se casaria com ele?


Ficou confusa.


- Bem, não - respondeu.


- Por quê?


- Porque eu am... porque eu gosto de você - corrigiu.


Uckermann puxou-a para perto.


- Você não vai sair pela tangente - afirmou. - Diga-me, quero ouvir todas as palavras.


Ela mordeu o lábio inferior, hesitante.


- Até o fim, Dul - ele insistiu. - Diga.


- Você não me diria - ela retrucou.


- Não preciso - respondeu. - Se só quisesse sexo, poderia ter-lhe seduzido há muito tempo. E, se não é só por motivos sexuais, qual outra razão teria para querer me casar com você?


Apesar de não ter dito as palavras, percebeu surpresa que ele estava lhe dizendo que a amava. Não conseguia ficar longe dela e queria casar com ela mesmo sem poder lhe dar um filho...


- Claro que o amo - sussurrou. - Eu o amo desde o momento que o vi, mas nunca esperei...


A última parte da frase se perdeu ao encostar na boca dele. Ele trouxe-a para perto e a beijou com ternura e paixão, provando-lhe a boca até ter de levantar a cabeça para respirar. Sim, estava óbvio no rosto dela, nos olhos. Amava-o, com certeza. Uckermann não conteve o sorriso.


- Você é bem tradicional, para a minha surpresa - constatou, olhando-o amorosamente.


- Às vezes, até de forma exagerada. Quero tudo nos mínimos detalhes. Nunca tive nada convencional na minha vida, mas vou começar agora. Vamos ficar noivos, depois nos casar na igreja, com você de branco e véu para eu levantar e beijá-la.


Dulce suspirou.


- Parece maravilhoso.


- É algo quase vitoriano - riu. - Tem até abstinência até o dia do evento. Mas um pouco de tradição pode ser lindo. Li uma vez que tudo o que diferencia pessoas de animais traz um sentimento de nobreza e honra. Hoje em dia, as pessoas só desejam satisfação imediata. Não acreditam em abnegação, sacrifício ou paciência. Mas eu acredito. Essas virtudes antigas têm seu valor.


- Com certeza têm. Sou tão antiquada quanto você - ela disse gentilmente. - Acredito em "felizes para sempre", Christopher.


Ele abraçou-a bem forte.


- Eu também. Temos diferenças, mas, se nos comprometermos e trabalharmos para superá-las, poderemos ter uma vida longa e feliz juntos.


Uckermann beijou-lhe a testa com ternura. Fez uma careta de dor, pois, ao abraçá-la, a cicatriz repuxou e fez o braço pulsar. Mas, com tudo aquilo, a dor foi amenizada.


- Meu trabalho... - ela começou. Ele passou a mão sobre seus cabelos.


- Nós dois trabalhamos e não vamos ter que nos preocupar com quem ficará em casa com as crianças. O rosto dela se contorceu.


- Não - falou ele gentilmente, franzindo a testa com preocupação. - Nós seremos felizes juntos. Prometo que sim. Vai ficar tudo bem.


Dulce teve de lutar para segurar as lágrimas. Abraçou-o com força e fechou os olhos. Ela nunca deixaria de amaldiçoar sua condição. Mas talvez Christopher estivesse certo. Haveria compensações. Primeiro, e mais importante, havia esse homem que amava e era correspondida.


Levou várias semanas para o braço de Uckermann se curar por completo, mas o anúncio do casamento foi feito quase imediatamente. Ninguém ficou surpreso, nem mesmo Bess.


- Percebi como você olhou para ele naquele dia. Por isso a notícia não me surpreendeu - Bess disse com um sorriso. - Estou feliz pelos dois, honestamente. Espero ter a mesma sorte um dia.


- Obrigada - agradeceu Dulce, de forma calorosa. Os colegas de trabalho deram, num chá de panela, todos os utensílios necessários para começar – apesar de já terem casa montada, foi bom receber os votos de felicidades com os presentes.


Logo receberam o convite de casamento de Fuzz e Ronald, que aconteceria no fim de junho, um mês antes do deles. Resolveram ir juntos.


Enquanto isso, outro problema surgiu inesperadamente. Devon Carter finalmente fez algo que o pôs na alçada do xerife, em vez das autoridades juvenis: assaltou uma concessionária de veículos.


A arma usada por ele não tinha munição e não houve tentativa de fuga. Eles o pegaram não muito longe do local do crime, andando por uma estrada vazia, com a sacola de dinheiro. Ao ser preso, ainda sorriu para o policial que o prendeu. Desta vez, não fora Uckermann.


Foi trazido à delegacia para ser interrogado e apresentava novas marcas no rosto.


Desta vez, Uckermann não aceitaria mudar de assunto. Colocou Devon sentado na sala de interrogatório e se inclinou na direção dele.


- Estive muito envolvido com a minha vida para ver o que estava acontecendo ao meu redor - disse a Devon. - Tinha a intenção de dar uma olhada no seu caso novamente, depois que as autoridades juvenis o liberassem, mas levei um tiro que me atrasou. Mas agora vou chegar ao fundo desta questão, antes que você acabe numa prisão federal. - Olhou o menino nos olhos. - O seu pai está lhe batendo - percebeu os olhos de Devon se arregalarem. - E, provavelmente, também na sua avó. Você vai me dizer agora exatamente o que ele anda fazendo com você.


Devon o olhou embasbacado. Moveu-se nervosamente sobre a cadeira.


- Escute, não é isso...


- A lealdade é uma burrice depois de certo ponto - Uckermann foi curto e grosso. - Fui leal à minha mãe, mas, quando ela quebrou meu braço, decidi que a sobrevivência era mais importante do que os segredos da minha família.


A expressão de Devon mudou.


- A sua mãe quebrou o seu braço? Uckermann fez que sim com a cabeça.


- Ela era alcoólatra e não conseguia admitir que tinha um problema para tentar parar. Foi piorando cada vez mais, até o momento em que me dei conta de que, se ela realmente gostasse de mim, teria feito algo para se ajudar. Como não fez, eu tive de fazer. Mandei prendê-la. Foi doloroso e houve bastante fofoca. Depois disso, não tive para onde ir. Então, fui jogado para lá e para cá pelo país afora, em qualquer fazenda que precisasse de uma ajuda extra, em troca de casa e comida. Ela morreu do coração numa cadeia, enquanto eu ainda era adolescente. Tive uma vida dura, mas, mesmo assim, melhor do que ter de me esquivar quando ela me atirava facas e garrafas ou qualquer outra coisa sobre a qual pusesse a mão.


Devon pareceu ficar mais altivo. Soltou um longo suspiro e passou as mãos sobre os braços da cadeira.


- Então você sabe como é?


- Viver com um alcoólatra, se é o que quer dizer, sim, sei como é. Então você não vai mais me enganar. É melhor dizer a verdade. A proteção do seu pai não vale a ficha criminal que você vai ter para o resto da vida. Não vai conseguir solucionar o problema ao ser posto na cadeia, rapaz. Na verdade, lá você vai encontrar gente pior do que o seu pai.


Devon se inclinou para frente e pôs as mãos entre os joelhos.


- Ele disse que é porque perdeu o emprego e ninguém quer contratá-lo na idade que tem. Mas não acredito mais nisso. Ele bate na minha avó. Como não consigo agüentar isso, tento fazê-lo parar. Então, bate em mim por interferir. Da última vez, ainda consegui lhe dar alguns socos, mas ele é maior do que eu. Todas as vezes que fica sóbrio, diz que vai parar e que as coisas vão melhorar. - Balançou a cabeça com um cinismo que era exagerado para sua idade. - Mas nunca melhoram. E tenho medo de que um dia ele machuque a minha avó. Mas, se eu fosse embora, talvez ela fugisse também. Ela só fica lá para poder dar algum tipo de lar para mim, cozinhando e fazendo a limpeza. Não adianta conversarmos com ele. Meu pai não nos ouve. Já tentamos.


- Ele vai me ouvir - Uckermann disse, levantando-se.


- O que vai fazer? - Devon perguntou com tristeza.


- Vou prendê-lo por violência doméstica com a sua denúncia - disse ao menino. - Talvez ele vá para a cadeia, mas lá o ajudarão a sair do vício. Nesse meio tempo, você ficará numa família adotiva. Sua avó já está com a idade avançada para cuidar de você. Ela pode ficar com a irmã em Montana.


- A srta. Saviñon já lhe contou, suponho - concluiu, sorrindo.


- Sim, Dulce e eu vamos nos casar.


- Ouvi falar. Ela é uma mulher bacana.


- Também acho.


- Você não vai machucar o meu pai?


- Claro que não.


O menino ficou de pé.


- Mas tem essa acusação de roubo.


- Vou falar com Bill Murray. Assim que souber do motivo do roubo, não fará a acusação. O dinheiro foi todo devolvido e ele sabia que a arma não estava carregada. Ele é um homem bondoso, não será vingativo.


- Vou escrever um bilhete para dizer o quanto estou arrependido. Não desejava fazer aquilo e, ao mesmo tempo, não queria entregar meu pai - falou, implorando para ser compreendido.


Uckermann lhe deu um tapinha nas costas.


- A vida é cheia de coisas que não podemos fazer e coisas que temos que fazer, moço. Você aprenderá que a parte mais difícil é conviver com isso. Venha, vamos ver o juiz.


A queixa foi feita sob juramento e assinada, e Uckermann foi realizar a prisão. Sentiu pena de David Carter, mas mais ainda do filho dele e da avó, que estavam praticamente como reféns.


Encontrou David sentado na varanda, obviamente sem esperar visitas, pois tinha uma garrafa de uísque na mão.


- Que inferno você quer aqui? - perguntou raivoso. - Se é aquele menino maldito outra vez, pode prendê-lo e jogar a chave fora. Já estou farto dele!


- Ele também já está farto de você, David. - Uckermann respondeu ao se aproximar. - Isso é uma voz de prisão por violência doméstica. O Devon prestou queixa.


- Uma... o quê?!


Ele se levantou, cambaleando, mas foi pego por Uckermann, que o colocou contra a parede para pôr-lhe as algemas.


- Você não pode fazer isso comigo - David gritou, acrescentando alguns palavrões para demonstrar a sua ira.


A porta se abriu lentamente e a sra. Carter deu uma espiada no que estava acontecendo. Os olhos dela estavam vermelhos e tinha marcas roxas nas bochechas e na boca.


- Você vai... prendê-lo? - perguntou a Uckermann. Ele teve de se controlar ao ver os machucados naquele rosto magro e enrugado.


- Sim, senhora - disse baixinho. - Ele vai ficar longe de casa por uns tempos. No mínimo, será mandado para um tratamento do alcoolismo.


Ela se encostou na porta.


- Oh, graças a Deus! - disse com a voz embargada e lágrimas escorrendo. - Graças a Deus, sempre fui muito fraca para conseguir lutar contra ele e David puxou ao pai...


- Cale a boca...! - David bradou. Uckermann o empurrou.


- Vamos - falou firmemente. - Sra. Carter, Dulce virá conversar com a senhora assim que eu lhe disser o que houve. Tenho uma idéia sobre onde podemos colocar o Devon, mas depois falamos sobre isso. A senhora está bem? Precisa o que eu a leve ao médico?


- Não, senhor, obrigada - respondeu. - Se apenas levá-lo, já será tudo o que preciso.


David gritou loucamente, fazendo-lhe ameaças, o que deixou Uckermann ainda mais bravo. Mas ele era um policial treinado e não se permitiu mostrar sua fúria. Manteve o tratamento educado com David, levando-o ao carro de patrulha sem nenhuma agitação. Disse adeus à sra. Carter e levou David à cadeia.


Mais tarde, Dulce, Christopher e Devon foram falar com a sra. Carter.


- Sei que foi meio em cima da hora, mas liguei para Maite Perroni antes de vir aqui. Ela está precisando de ajuda no rancho dela e, quando lhe contei sobre as circunstâncias, disse que ficaria feliz em receber Devon, se ele quisesse ir para lá.


- Claro que sim! - Devon exclamou. - Vó, você pode imaginar? Um rancho de verdade! Vou me tornar um caubói!


- Se é isso que deseja, meu neto - a sra. Carter disse gentilmente. - Só Deus sabe, já é tempo de você ter algum prazer na vida. Sei o quanto gosta de animais. O rancho será o lugar ideal para você. É muito gentil da Maite deixá-lo ir para lá.


- Ela é uma boa mulher. Tomará conta de Devon e lá ele será útil - Uckermann disse à senhora. - Eu e ele batemos um longo papo sobre isso. O juiz deixou que ele respondesse por uma acusação menor, caso cumprisse uma sentença probatória sob custódia de Maite. Ele terá uma chance de mudar a sua vida e voltar ao caminho certo. Ela vai cuidar para que tenha um professor em casa e dessa forma não tenha que ir para a escola enfrentar as gracinhas dos outros alunos. A Sra. Carter fez que sim com a cabeça.


- Isso será o melhor, Devon - disse ao neto. - Tentei lhe ajudar o máximo que pude, mas não podia lutar contra o seu pai quando estava bêbado.


- Tudo bem, vovó - respondeu Devon. - Você fez tudo o que podia. Queria que pudesse ficar.


- Eu também, mas essa é a casa de seu pai e não poderei nunca mais ficar aqui. Mesmo que ele se cure do vício, uma vez me disse que se mudaria, e talvez faça isso. Mas não iria com ele. A maneira como ele ficou... Não tenho certeza que queira ou consiga mudar.


- O governo lhe dará uma chance de tentar - Uckermann lhes disse. - Mas o esforço tem que ser dele. Se quiser vê-lo, posso providenciar uma visita.


Devon se arrepiou.


- Não, obrigado - agradeceu, rindo. - Quando posso me encontrar com a moça que me dará abrigo?


- Agora mesmo - Uckermann disse com um sorriso. - Levaremos Dulce conosco, caso a gente precise de ajuda.


Devon cerrou as sobrancelhas.


- Parece sério esse negócio.


- Maite é uma figura - ele respondeu. - Mas é justa e tem um bom coração. Você ficará bem. Apenas não a provoque.


- O que ele quis dizer - Dulce emendou, com um olhar severo para Uckermann - é que Maite é uma mulher forte que cuida do rancho inteiro sozinha.


Uckermann já ia abrir a boca.


- E você pode ficar calado - Dulce o interrompeu.


- E é melhor não bancar o valentão na frente de Maite ou ela lhe corta no meio. Ela não é um anjo de candura como eu.


- E nem tão modesta - Uckermann sorriu.


Dulce fez uma careta para ele, mas o amor transbordava de seus olhos castanhos, e dos olhos dele também.


Eles tinham dificuldade de separar vida pessoal e trabalho, mas, com esforço, conseguiam. Viviam colados um no outro, exceto à noite. A cidade inteira os olhava com benevolência porque o amor dos dois lhes tocava o coração.


Até mesmo a Sra. Carter ria da maneira como brincavam um com o outro, pois a fazia voltar no tempo, cinqüenta anos atrás, ao momento da sua juventude junto ao marido.


- Bem, é melhor irmos. Vamos levá-la à estação de ônibus quando estiver com as malas prontas - Uckermann lhe disse. - E, se houver alguma coisa que possamos fazer pela senhora, por favor, peça.


- Tudo de que preciso é ir embora daqui - ela respondeu, tocando cuidadosamente a bochecha inchada.


- Obrigada por tentar me ajudar - disse a Devon. - Você era a única razão que eu tinha para ficar aqui. Estava com medo do que ele faria com você caso eu fosse embora.


- Tentei achar maneiras de sair daqui - Devon confessou - para a senhora poder ir embora, mas sempre me mandavam de volta.


- Bem, ninguém é perfeito. Nem mesmo o sistema criminal - Uckermann disse de brincadeira.


Deixaram a Sra. Carter com uma bolsa de gelo no rosto e foram ao rancho No Buli. Maite Perroni veio se encontrar com eles.


Era alta, magra, queimada do sol por causa do trabalho ao ar livre e prendia o cabelo louro em um rabo-de-cavalo. Vestia jeans, botas e uma camisa de manga comprida desbotada e, mesmo com esses trajes, conseguia parecer elegante.


- Você é Devon. Eu sou Maite - apresentou-se ao menino imediatamente, com um sorriso e um aperto de mão firme. - Já trabalhou com gado?


- Não, senhora - Devon balançou a cabeça. -Bem, vai aprender rápido. Preciso muito de uma ajuda por aqui. Espero que goste do trabalho.


- Acho que vou gostar.


- Isso é bom porque há bastante por aqui - Maite respondeu com um sorriso. - Ele ficará bem - ela reafirmou a Dulce.


- Já sabia disso - Dulce respondeu. - Obrigada, Maite. Espero que alguém um dia faça por você um gesto gentil como esse.


- Sem problemas. Venha, Devon. Pegue suas coisas e vamos acomodá-lo. Adeus, Uckermann e Dulce. Fiquem à vontade para vir vê-lo quando quiserem. Apenas liguem antes para se certificarem de que estamos em casa.


- Certo - Dulce disse.


Viu os dois andarem em direção à casa nova e bem arrumada. O rancho, originalmente chamado de Circle W por muitos anos, pertenceu à família do marido de Maite. Pablo não fora o tipo de marido que uma mulher como Maite merecia. Ele era alcoólatra, como o pai de, Devon, além de um jogador e explorador de mulheres Ninguém se surpreendeu quando a vida dele terminou mal: batendo a caminhonete numa parede de concreto na estrada, ao dirigir bêbado uma noite. Maite fizera o trabalho no rancho por anos, enquanto o marido preguiçoso gastava todo o dinheiro em jogos e no rodeio. Foi feita justiça quando ela acabou ficando com o rancho.


- Villardy sempre foi carinhoso com ela, sabe? – Uckermann confidenciou a Dulce ao voltarem juntos à casa dela. - Foi difícil para o xerife contar-lhe a respeito da morte de Pablo.


- Mesmo? Nossa, e ela não se parece nada com a ex-mulher dele.


- Os homens nem sempre se apaixonam pelo mesmo tipo de mulher - ele provocou. - Ele ligou para ela quando lhe perguntei por um lugar para onde mandarmos Devon sem ser um orfanato.


- Fico feliz que Maite estava disponível - disse baixinho. - Devon não é um mau menino, mas poderia ter acabado preso tentando escapar do pai.


- Esse mundo pode ser difícil para as crianças...


Ela endireitou a longa saia jeans que vestia com blusa xadrez e botas.


- É verdade.


Ele estendeu o braço e segurou-lhe mão.


- Estive pensando...


- Esteve? Doeu? - ela brincou. Dulce deu gargalhadas.


- Não, foi legal.


- Desculpe-me, prometo me comportar. Sobre o que esteve pensando?


Segurou-lhe a mão mais suavemente e entrelaçou os dedos nos dela.


- Que a pequena Gabrielle precisa de um lar, e nós, de um bebê.



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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Treze   Dulce pensara bastante sobre o quanto a pequena Gabrielle precisava de alguém que lhe amasse e cuidasse. Porém, Uckermann havia sido firme sobre a improbabilidade do juiz oferecer a guarda do bebê a uma mulher solteira. A situação mudara, contudo. Ela e Uckermann estavam noivos e logo se casariam. Havia todas as razões ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 323



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  • Jusly_ Postado em 27/06/2015 - 18:35:47

    Amei

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