Fanfic: ˙·٠•●ღ●๋•Série Mavericks•ღ♥ღ•(Vondy)

Catorze

A petição foi lida pelo juiz e depois arquivada na Câmara Municipal. Uma audiência foi marcada e divulgada no mural. Não havia mais nada a fazer senão esperar.

Dulce fora trabalhar como de costume, mas, depois de se casar, tornara-se uma nova pessoa. O entusiasmo com o marido permeava todos os aspectos de seu trabalho. Pela primeira vez na vida, sentia-se completa.

Os dois foram juntos visitar Maite Perroni e Devon Carter. O jovem estava mais adaptado agora e estava trabalhando duro. O professor particular que vinha trabalhando com ele desde as férias do verão passado estava orgulhoso do progresso que o menino fizera. Devon também estava aprendendo a se tornar um caubói e se empolgando com a matéria de preservação dos animais silvestres. Queria ser guarda-florestal, e Maite o encorajava. Até falava sobre cursar uma universidade.

No caminho de volta à cidade, Dulce comentou com Uckermann:

- Não poderia ficar mais feliz. Devon está tão diferente, não está? Não é mais aquele menino carrancudo e com má vontade o tempo todo. Quase não o reconheci.

- Pessoas infelizes não deixam boas impressões. Se você souBesse quantas pessoas vão para a prisão por falta de amor, atenção e até mesmo disciplina... Algumas pessoas não deveriam ter filhos.

- Acho que eu e você seríamos bons pais - ela disse. Percebeu um tom triste na voz dela.

- Pare com isso. Você é a única pessoa neste mundo que eu sei que não é pessimista.

- Estou tentando não me desencorajar. Mas quero tanto adotar Gabrielle! - disse ela. - Tenho medo de querer alguma coisa tanto assim.

- Você me quis tanto assim - relembrou-lhe. - E veja o que aconteceu.

Olhou-o com amor e sorriu.

- Bem, é verdade. Você não era algo esperado.

- Nem você. Já estava resignado a viver sozinho.

- Acho que fomos abençoados.

- Sim. E as bênçãos ainda estão vindo. Espere e veja.

Ela se recostou na cadeira com um suspiro, complacente, mas ainda não convencida.

Foram à audiência no outono. Marina Caceres era a juíza. Dulce a conhecia e gostava dela, mas não podia controlar o nervosismo. Testemunha depois de testemunha, todos davam pareceres positivos a respeito de Dulce e Uckermann. As autoridades juvenis mencionavam o bom currículo de ambos ao ajudar menores infratores, mais recentemente Devon Carter. E, durante toda a sessão, Dulce segurou a mão de Uckermann por baixo da mesa e mordeu o lábio inferior com apreensão.

A juíza a observava secretamente. Após todas as testemunhas serem ouvidas e as autoridades juvenis darem suas boas recomendações, falou diretamente a Dulce.

- Você está muito nervosa, sra. Uckermann - Marina disse, com uma brincadeira gentil apesar da formalidade judicial. - Eu pareço um ogro para você?

Dulce engasgou.

- Ah, não, meritíssima! - ela falou alto, ficando vermelha.

-A julgar pela tensão em seu rosto, deve pensar isso de mim. A sua alegria com essa criança, somada ao seu currículo, tornaria difícil para qualquer juiz lhe dizer não. E eu não sou nem de perto um ogro - falou, sorrindo para Dulce. - A petição para a adoção da criança abandonada chamada Gabrielle está aprovada sem reservas. Caso encerrado. - Ela bateu o martelo e se levantou.

Dulce caiu em lágrimas, e Uckermann levou bastante tempo para acalmá-la e confortá-la.

- Ela disse sim! - ele ficou repetindo, rindo de alegria. - Agora pare de chorar ou pode fazê-la mudar de idéia!

- Não, não vou - a juíza assegurou, parada de pé pacientemente ao lado da mesa deles.

Dulce enxugou os olhos, levantou-se a abraçou a juíza.

- Certo, certo - ela a confortou. - Vi muitos casos de adoção passarem por esta Corte, mas poucas crianças conseguiram pais tão bons quanto vocês. No final, não importa que a criança seja adotada. Vocês que vão cuidar dela, portanto, serão os pais. Esse é o maior teste de amor, penso eu. É a criação que conta.

Dulce concordou de coração.

- Você pode imaginar como me senti, o quanto estava temerosa - ela confessou.

Marina deu-lhe tapinhas nas costas.

- Sim, posso. Tive uma avalanche de pessoas vindo à minha sala para pedir em nome de vocês. Vocês se surpreenderiam se souBessem quem eram. O seu próprio chefe - disse a Uckermann, balançando a cabeça. - Quem teria imaginado?

- Villardy? - Uckermann perguntou surpreso.

- Ele mesmo. E até mesmo o velho Gastão Smith - acrescentou com uma risada. -Achei que meus olhos saltariam do rosto quando o vi. - Marina olhou para o relógio. - Tenho outro caso em seguida. É melhor você ir ver o seu bebê, Dulce. Acho que vocês agora terão muitas coisas para fazer.

- Ah, claro! - ela exclamou. - Teremos de comprar fraldas, cremes e brinquedos...

- Já temos o berço - Uckermann disse sorrateiramente, rindo da surpresa de Dulce. - Bem, eu estava confiante, mesmo que você não estivesse. Encomendei na loja de móveis.

- Eu te amo! - Ela o abraçou.

Ele a manteve ao seu lado e apertou a mão da juíza. Da Corte, saíram para fazer compras pela cidade, aproveitando a onda de felicidade de Dulce, e providenciaram tudo o que precisavam para começar uma vida com uma criança.

Mas a parte mais maravilhosa foi buscar a pequena Gabrielle na casa de Mabel Darren, a mulher que estivera cuidando dela.

Até mesmo Marylin fora um perfeito cavalheiro, cheirando a criança, mas mantendo uma distância respeitosa. Dulce e Uckermann se sentaram no sofá com a pequena preciosidade nos braços e nem ligaram a televisão a noite toda. Em vez disso, passaram o tempo observando o bebê. Gabby fez beicinho e olhou para eles com os olhões azuis e não chorou nenhuma vez.

Mais tarde, quando Dulce e Uckermann se deitaram juntos, com o berço no quarto deles, ficaram vendo Gabrielle dormir com a iluminação suave do abajur.

- Nunca me dei conta de como seria ser pai - Uckermann disse baixinho. - Ela é nossa... É nossa...

Dulce se aproximou dele.

- Christopher, e se a mãe dela aparecer? Uckermann a abraçou.

- Se a mãe dela a quisesse e pudesse cuidar dela, não a teríamos adotado - falou. - Você tem que parar de pensar nisso. Há coisas na vida que nunca descobriremos e, ao mesmo tempo, há certos mistérios que estão prestes a se resolver. Por exemplo, ainda estamos trabalhando no caso do assassinato misterioso no casamento. Talvez solucionemos o caso, talvez não. O mesmo é verdade na situação de Gabrielle. Mas já somos legalmente os pais adotivos. A criança nos pertence, e nós a ela. E isso é tudo.

Dulce soltou um longo suspiro. Um minuto depois, balançou a cabeça e disse:

- Certo. Então é assim que será. Voltou-lhe o rosto e beijou-a.

- Feliz? - perguntou sussurrando.

- Tanto que poderia morrer de felicidade - ela respondeu. Uckermann abraçou-a. Ao fechar os olhos, Dulce pensou no futuro, quando Gabrielle tivesse suas festas de aniversário e fosse à escola. Nunca pensara que viveria essas coisas, mas a vida foi-lhe generosa. Lembrou-se do que Uckermann lhe dissera: que os maus momentos do passado foram o preço pago pelos bons momentos que se seguiriam. E talvez fossem mesmo. Deus sabia que os bons tempos dela tinham apenas começado!

LIVRO 01 TERMINADO!

A SEGUIR LIVRO 02- CAPRICHOS DO AMOR.

DEDICADO A JESSIKAVON!