Fanfics Brasil - Livro 01- CAP.6 ˙·٠•●ღ●๋•Série Mavericks•ღ♥ღ•(Vondy)

Fanfic: ˙·٠•●ღ●๋•Série Mavericks•ღ♥ღ•(Vondy)


Capítulo: Livro 01- CAP.6

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Seis


 


Dulce ficou sentada no carro sem se mover, resmungando baixinho. Esperava que o seu vizinho tivesse notado sua dificuldade e alertado alguém na cidade pelo rádio, mas não conseguiu saber se a vira escorregar morro abaixo.


Concluiu, após alguns minutos, que ficaria encalhada se não fizesse alguma coisa. O riacho subia sem parar. Ela morria de medo de enchentes. Se não conseguisse chegar no topo do morro, só Deus sabe o que lhe aconteceria quando a água subisse mais. A chuva não dava sinais de que iria passar.


Abriu a porta e saiu, ficando ensopada nos primeiros minutos. Resmungou e disse alguns xingamentos. Carro imbecil! Deveria ter ouvido Uckermann.


Conseguiu abrir o capô do carro, mas não adiantou nada porque não havia muita luz. Ela nem mesmo possuía uma lanterna.


O ronco alto de um motor chamou sua atenção. Ela se virou, cega pelas lanternas, esperançosa de que seria seu vizinho. Ao menos lhe daria uma carona até em casa.


Viu uma blazer vermelha e preta com um monte de antenas e luzes se aproximar dela e parar. Lembrou-se de ver aquele veículo na casa de Uckermann ao lado do carro de patrulha. Ele desceu, usando uma capa de chuva amarela.


- Lindo carro - ela comentou.


- Gosto dele - respondeu. - A ventoinha quebrou, hã?


Dulce respondeu irritada:


- Sabichão!


- Não posso fazer nada até trocar a ventoinha, mas não há nada aberto a esta hora - ele fechou a capota e abriu a porta da blazer para ela. - Entre.


Ela se sentou no veículo, tremendo. Com a tração nas quatro rodas, ele conseguiu subir o morro sem muito esforço.


- O que você estava fazendo fora de casa a essa hora? - ele perguntou.


- Tentando ficar presa na chuva - respondeu, antes de espirrar.


- Entre e tome um banho.


- Estava planejando fazer isso. Você já... jantou? - indagou.


- Ainda não.


- Tenho sopa na geladeira. Posso fazer uma broa de milho para completar.


- Se fizer café, ficaria feliz de acompanhá-la. Tinha acabado de deixar o posto quando recebi um telefonema sobre uma motorista encalhada.


Ela sorriu. Sabia sobre que motorista Uckermann estava falando.


- Combinado.


No momento em que entraram na casa, Marylin, que veio cumprimentar a dona, ficou todo arrepiado e começou a cuspir no visitante.


- Gosto de você também, amigão - Uckermann resmungou, encarando-o.


- Meri, comporte-se! - Dulce gritou.


- Se me disser onde está a sopa, posso começar a esquentá-la enquanto você toma banho - ofereceu.


Ela foi à cozinha, pingando, e tirou da geladeira o pote de sopa, enquanto ele pendurava a capa de chuva.


- Faço a broa quando voltar. Pode ir aquecendo o forno - acrescentou.


- Certo. Onde está o café?                      


Mostrou-lhe os filtros, o pó e como ligar a cafeteira.


Depois, correu pelo corredor até o banheiro.


Dez minutos depois, cheirosa e apresentável, de camiseta e jeans e com o cabelo molhado solto nas costas, juntou-se a ele na cozinha.


- Você vai pegar uma gripe - ele murmurou, ao vê-la da mesa onde estava sentado, bebendo o café fumegante. - Sente-se e sirvo-lhe uma xícara.


- Vou fazer a broa primeiro - disse. - Não vai levar mais do que um minuto.


Não demorou nada mesmo. Colocou-a no forno pré-aquecido e sentou-se para tomar café na frente de Uckermann, que usava camisa xadrez marrom, com jeans e botas - como sempre limpo e bem arrumado, mesmo molhado, ela pensou, perguntando-se se tinha a ver com o treinamento militar que recebera.


- Sua casa é sempre quente assim? - perguntou, abrindo os primeiros botões da camisa.


- Não tenho ar-condicionado - explicou-se. - Mas posso ligar o ventilador.


- Está com frio?


Ela balançou a cabeça.


- Tenho sangue frio, infelizmente. Mas se estiver com muito calor...


- Tudo bem, deve ser o café - ele disse, ao se encostar. O movimento fez sua camisa se abrir e deixou visível um pouco do pêlo escuro do peito.


Dulce evitou olhar em sua direção e virou o rosto para o forno. Uckermann era tão devastadoramente atraente que a deixava arrepiada.


Ele percebeu os olhares que estava recebendo e o coração disparou. Embora achasse que a mulher à sua frente fosse menos sofisticada do que a maioria das que conhecia, ainda assim, mexia com ele de uma forma diferente.


- Você disse que recebeu uma chamada sobre uma motorista enguiçada? - perguntou curiosa.


- Sim. O seu vizinho ligou para a delegacia e, quando ouvi de onde era a motorista, me prontifiquei a responder o chamado - sorriu-lhe. - Sabia quem era e o que estava acontecendo antes de chegar aqui.


Ela inspirou fundo.


- Bem, podia ter sido alguma outra coisa além da cinta - disse.


- Você é teimosa.


- Eu ia consertá-la - defendeu-se. - Mas estava muito ocupada.                                                    


- Agora vê se aprende a lição.                           


- Detesto quando fala nesse tom - reclamou. – Não tenho paralisia cerebral só porque sou mulher.          


Arqueou as sobrancelhas e replicou:


- Disse que tinha?


- Você tem uma atitude...


- Você também - disse em resposta. - Defensiva e afetada. Teria dito a um homem o mesmo que lhe disse, que a ventoinha precisava de reparos. A diferença é que um homem teria me ouvido.


O alarme do forno disparou no momento em que ela pôs a xícara sobre a mesa e abriu a boca para retrucar.


Uckermann se levantou ao mesmo tempo e retirou a sopa do fogo, enquanto ela verificava a broa, estava dourada à perfeição. Ficou calada enquanto punha a mesa e ao comer.


- Você cozinha bem, Dul - comentou ao terminar o segundo prato. - Quem lhe ensinou?


- Minha avó - respondeu. - Minha mãe não cozinhava bem, apesar de tentar. Ninguém nunca engordava aqui em casa. Você também é safo na cozinha.


- Tive que ser - disse simplesmente. - Minha mãe nunca estava sóbria o suficiente para cozinhar. Se não tivesse aprendido, teríamos morrido de fome. Não que ela comesse muito, pois bebia durante as refeições.


- Você parece tão magoado... - falou.


- E sou - retrucou, ao cruzar as pernas e começar a retirar uma mancha de lama das botas pretas lustradas. - Ela me roubou a infância - disse, olhando-a. - Não é o que a maioria das crianças que sofreram abuso costuma lhe dizer que perderam a infância?


Fez que sim com a cabeça.


- Isso é o pior, porque a dor e a mágoa se prolongam por muito tempo, mesmo com terapia. Não é possível reconstruir o passado, Uckermann. As cicatrizes ficam, mesmo se o paciente mudar a maneira de pensar sobre o que ocorreu.


Ele manteve os olhos baixos na louça da sopa, então vazia.


- Nunca fiz o que os outros meninos faziam: praticar esportes, viajar ou ir a festas... Não fiz nada, exceto cuidar da minha mãe bêbada, noite após noite. Às vezes, desejava que ela morresse.


- Isso é normal - tranqüilizou-o. Ele respirou profundamente.


- Minha mãe morreu na prisão. Dei parte dela quando me atacou certa noite. Foi presa por violência infantil e morreu encarcerada quando eu ainda era adolescente. Era posto para trabalhar pelas famílias que me deram abrigo. Tinha um quarto num abrigo ou no celeiro. Nunca morava com a família. Passei a minha vida inteira como um forasteiro, observando tudo de fora, até entrar para o serviço militar. O uniforme me deu um pouco de auto-estima. Depois que cresci, percebi que a minha situação não era rara.


- Infelizmente, não é - disse. - Christopher, e seu pai? Ser chamado pelo primeiro nome o fez sentir um calor no peito. Sorriu para ela.


- O que tem ele?


- Ele morreu?


- Não sei. Nunca soube quem era. Não tenho certeza se minha mãe sabia.


Essa frase tinha implicações arrasadoras, que a fizeram estremecer.


- Sentindo pena de mim outra vez? - ele murmurou. - Não preciso de pena, Dul. Já me acostumei com tudo isso. Outras pessoas passaram por coisa pior.


Ela passou o dedo sobre a borda da xícara de café.


- Sinto muito que tenha sido assim com você.


- Bem diferente da sua infância, imagino.


- Ah, sim. Fui amada e querida. Não tive nenhuma experiência ruim durante a infância.


- Dizem que carregamos a infância conosco pela vida como uma bagagem. Terei que me cuidar para não ser muito ríspido com os meus filhos. Para você, será totalmente o oposto.


Dulce sentiu-se mal, embora não demonstrasse.


- Conseguiu descobrir alguma coisa sobre a pequena Gabby? - mudou de assunto.


- Não, só pistas que não levaram a lugar nenhum - teve de admitir. - Achei um novo indício, mas ainda está inconclusivo. E você? Alguma notícia sobre parteiras?


- Falei com duas, mas disseram que não sabiam de nada. Mas não tenho certeza de que me contariam se souBessem - respondeu, encarando-o. -Algumas vezes elas se metem em encrencas durante os partos, especialmente se alguma coisa sai errada. E se a mãe tiver morrido no parto, Christopher?


- É uma possibilidade - disse, contraindo os lábios. - Vou verificar alguns detalhes sobre o nascimento de crianças.


- Talvez não leve a nada, mas alguém precisa saber alguma coisa sobre a criança. Afinal, ela não nasceu de uma chocadeira.


Ele riu. Dulce gostava do som de sua risada e lhe deu um sorriso ao se levantar para pôr a louça na pia.


- Não tem lava-louça?


- Claro que tenho, eu mesma - falou, sorrindo. - Vou deixá-la de molho e lavo mais tarde.


- Lave agora, enquanto estou aqui para lhe ajudar. Concordou, apenas para que Uckermann permanecesse mais tempo. Gostava muito da companhia dele. Pegou a esponja e o sabão, enquanto lá fora a chuva continuava a cair e, de vez em quando, ouvia-se um trovão.


- Você sempre foi mandão desse jeito? - perguntou, ao passar-lhe um prato ensaboado para enxaguar.


- Acho que sim - confessou. - É a força do hábito. Eu tinha a mais alta patente no meu grupo.


- O que você fazia no serviço de inteligência da Marinha?


Ele pôs o prato no escorredor e se aproximou dela, sussurrando:


- Isso é confidencial.


- Bem, peço desculpas por perguntar! - brincou. Os olhos escuros dele penetraram nos dela.


- Gosto do seu sorriso. Ele ilumina todo o seu rosto.


- Você quase nunca sorri.


- Sorrio quando estou com você, não reparou? Riu, envergonhada.


- Sim, mas pensava que era por que você me achasse tediosa.


Ensaboou mais algumas peças de louça que lhe passou.


Uckermann as enxaguou e começou a secá-las, pois não havia sobrado mais nenhuma.


- Eu a acho perturbadora.


Dulce pegou um outro pano de prato para ajudá-lo.


- Porque estou sempre colocando você em encrenca?


Terminaram de secar e guardar a louça. Um clarão de um raio entrou pela janela, seguido do barulho de trovão.


- Você tem medo de trovoadas? - perguntou-lhe.


- Um pouco.


Ele se aproximou, tapando-lhe o campo de visão.


- Você tem medo de mim? - continuou.


Os olhos dela percorreram-lhe o rosto, parando na boca e no queixo.


- Depende do que quer de mim - respondeu.


- Você vai bem direto ao ponto - disse. - Tudo bem, cartas na mesa. E se eu lhe quiser sexualmente?


Ela não desviou os olhos.


- Não quero sexo.


O semblante dele se fechou.


- Por causa do que houve com você? - supôs.


- Não apenas. - Ela fitou a abertura da camisa dele, percebendo o coração acelerar ao sentir o cheiro de colônia e sabonete que emanavam do corpo dele. - É uma questão de moral, acho. E não tenho estrutura para encontros casuais. Esta é uma cidade pequena. Não gosto de fofoca. Sempre tentei levar a minha vida de forma que as pessoas não pensassem mal de mim.


- Entendo... - respondeu, lentamente. Ela se mexeu e disse:


- Não, você não entende. Ficou fora tanto tempo que talvez tenha se esquecido como é. - Os olhos dela a denunciavam. - Gosto da minha vida como está. Não quero complicações, desculpe.


Uckermann a segurou pela cintura delicadamente e a trouxe para perto de seu corpo, evitando que ela saísse de perto por instinto.


- Psiu - sussurrou. - Fique quieta.


- O que você está fazendo?


- Tentando lhe demonstrar que já é tarde - respondeu, passando-lhe as mãos sobre as costas até os ombros. -Você me quer e eu a quero. Podemos ir mais devagar, mas não conseguiremos parar. E, no fundo, você não deseja que eu pare. - O olhar dele parou sobre a sua boca, cujos lábios se abriram. - Sei que você foi brutalmente atacada, mas ainda não foi tocada com carinho, Vou lhe mostrar como é.


- Não tenho certeza se quero saber - ela sussurrou. Ele se abaixou em direção a ela.


- Vamos ver.


Tocando-lhe os lábios, ela disse ofegante:


- Não... me machuque.


- Você acha que é isso que quero?


- Não, não quero dizer fisicamente. Eu quero dizer... - procurou as palavras certas. - Christopher, não sei fazer joguinhos, sou muito intensa. Seria melhor apenas sermos amigos.


Levantando-lhe o rosto pelo queixo, Uckermann disse suavemente:


- Pense sobre o que está dizendo. Conheço seu passado, sei que foi violentada, que não namora ninguém. Sei também que tem um pouco de medo de mim. Considerando tudo isso, você acha que brincaria com você?


Ficou perplexa. Pôs as mãos onde a camisa se encontrava aberta. Sentiu-lhe os pêlos sobre o peito musculoso. Difícil se concentrar quando tudo o que queria era tocá-lo e testar sua masculinidade.


- Bem, não - confessou.


- Não brinco com mulheres - disse objetivamente.  - Sou direto, às vezes até demais. Eu a desejo, mas jamais a colocaria numa posição em que não pudesse dizer não. Ou você pensa que nunca passei por esse tipo de situação?


Dulce cerrou as sobrancelhas, sem entender.


- Quando uma das minhas guardiãs ficou bêbada e tentou me seduzir numa noite - revelou, zangado.


Sentiu pena dele. Que situação mais horrorosa para um menino!


- Oh, Christopher! - ela disse com tristeza.


- Tive de empurrá-la da cama e sair de casa. No dia seguinte, contei-lhe o que lhe aconteceria caso tentasse de novo. Eu tinha quase o mesmo tamanho que tenho hoje. Ela não conseguiria me forçar a nada.


Uckermann soltou as mãos dela e se afastou.


Ela vira a mesma situação muitas vezes, em várias famílias. Era incrível perceber que as crianças sofriam esses traumas e nunca contavam a ninguém por medo e vergonha.


Aproximou-se dele, sem tocá-lo. Sabia que crianças que sofreram abusos podiam reagir mal ao afeto, principalmente quando se relembravam do episódio. As cicatrizes eram profundas.


- Você nunca contou isso a ninguém?


- Não.


- Nem mesmo a um assistente social?                


Uckermann deu de ombros.


- Ele não teria acreditado em mim. E eu era muito orgulhoso para implorar para ser levado a sério.


Ela sentiu pena por ele não ter recebido ajuda de alguém com mais compaixão.


- Nunca contei a ninguém - continuou. - Estou surpreso de ter conseguido contar para você.


- Não é verdade - respondeu sorrindo. -Aposto que conseguiria me contar qualquer coisa.


O rosto dele contraiu-se. Era verdade. Nunca evitaria contar-lhe os seus segredos mais obscuros graças ao coração aberto de Dulce, que nunca o ridicularizaria e jamais divulgaria o que disse.


- Acho que tenho esse tipo de perfil, porque estranhos me contam as coisas mais chocantes. Outro dia, um homem veio conversar comigo sobre impotência.


Uckermann deu uma gargalhada, e as memórias ruins temporariamente se dissiparam.


- O que respondeu?


- Que um médico poderia dar-lhe uma orientação melhor - e voltando-se para ele, perguntou: - O sexo foi difícil para você na primeira vez, não foi?


Com o rosto contraído, ele respondeu:


- Sim.


Desviando o olhar e cruzando os braços, Dulce disse:


- Não era nenhuma criança quando tive aquela experiência ruim, mas me fez ter medo de ter relações com alguém. Embora eu saiba que seria diferente com uma pessoa que eu amasse, tudo o que vejo é o jeito dele, que me lembrava um animal.


- Tem medo de mim também? Voltando-se para ele, replicou logo:


- Não seja ridículo!


- Isso é já é alguma coisa.


- Acho você perturbador - confessou. - Quero dizer, fisicamente. Deve ser por isso que fico tímida na sua frente.


Uckermann passou-lhe a mão sobre o rosto:


- Acho que nunca conheci nenhuma pessoa tão honesta quanto você.


- Eu detesto mentiras, e você?


- Ouço-as com bastante freqüência das pessoas que prendo. Ninguém quer assumir a culpa.


- Sei o que quer dizer.


Dulce contornou-lhe a boca com o dedo. Podia ouvir a respiração dele ficando ofegante.


- Por que não desabotoa a minha camisa e passa a mão em mim? - perguntou-lhe com a voz rouca.


Ela corou.


- Não sei se seria boa idéia.


- É a melhor que tive esta noite - assegurou-lhe. - Honestamente. Quero fazer amor com você um pouquinho, só isso, não precisamos ir muito longe.


Com as mãos no peito dele, ficou dividida entre o que queria e o deveria fazer.


- Não é fácil para mim com as mulheres - ele disse. - Isso a deixa mais segura?


-Você ficaria com raiva se lhe confessasse que sim?


Ele se abaixou para que sua boca tocasse a dela.


- Provavelmente. Abra a boca.


Dulce o obedeceu como um zumbi, mas logo sentiu cada nervo de seu corpo pulsar com vida.


Passou-lhe as mãos por dentro da camisa e nos pêlos grossos, e os mamilos dele endureceram ao toque. Uckermann gemeu baixinho e puxou-a para mais perto. Ela suspirou quando o beijo dele se aprofundou, deixando-a com os joelhos bambos de paixão.


- Não é suficiente - disse, levantando-a nos braços. - Quero me deitar com você - sussurrou, levando-a para o sofá. - Tenho que ficar mais perto, Dul, mais perto do que isso.


- É perigoso - ela sussurrou.


- A vida é perigosa.


Ele a pôs no sofá e deitou-se ao lado dela. E continuou:


- Não vou machucá-la. Juro por Deus. Você só precisa me dizer uma palavra e eu paro.


Percorreu-lhe os lábios com a boca.


- E se eu não conseguir dizer nada? - ela murmurou.


- Eu digo por você...


Beijou-lhe até estremecer, mas, mesmo assim, não a tocou intimamente. Levantou a cabeça e olhou-a com ternura e paixão.


Com os cabelos soltos sobre os ombros, os lábios marcados pelos beijos dele, o olhar suave e entorpecido, ela o fez pensar que nunca vira nada tão belo em toda a vida.


- Você vai parar? - ela perguntou.


- Acho que deveria - refletiu, conseguindo parecer decidido, mesmo com a parte de baixo do corpo doendo.


- Mas não fizemos nada além de nos beijarmos... Ao perceber o que dizia, Dulce se conteve. Uckermann gargalhou alto.


- Dul, se eu levantar sua blusa, estaremos em perigo. Porque, francamente, posso ver que não está usando nada por baixo.


Ela seguiu o olhar interessado dele e viu dois bicos dos seios delineados pelo tecido macio. Com o rosto corado, levantou-se.


-Bem!...


Sentou-se no sofá, observando-a com um olhar presunçoso e cheio de deleite. Nunca sentira o instinto protetor que ela provocava nele por nenhuma outra mulher. O que sentia por ela ia muito além do desejo.


- Não fique envergonhada - disse suavemente. - Não falei isso por maldade. Fico feliz que você me quer, Dul - hesitou. - E fico contente que eu também a queira, pois não tinha certeza...


- Sim - impeliu-o gentilmente a terminar a frase. Após levantar-se, andou em direção a ela lentamente, com os olhos cheios de segredos.


Ela afastou-lhe os cabelos sedosos e tocou-lhe a face.


- Conte-me - pediu.


Ele a segurou pela cintura.


- Exagerei quando disse que muitas mulheres passaram pela minha cama.


Dulce lançou-lhe um olhar de dúvida.


Uckermann mexeu os ombros agitadamente. Parecia atormentado. Tentou lhe contar, mas as palavras não vinham.


Ao tocar-lhe os lábios, ela disse: -Tudo bem.


Após baixar-lhe a cabeça, Dulce beijou-o. De olhos, fechados, ele suspirou.                                          


- Querido... - sussurrou.


Percorreu com a boca os lábios macios dele e, ao senti-los se separarem, pressionou mais forte, percebendo o desejo ardente de Uckermann, que respondeu, puxando-a para si e aumentando a pressão com a boca. Dulce gemeu ao se entregar ao beijo dele sem protestos.


Aos poucos, afastou-se dela, com o corpo rígido de desejo, e olhou-a ávido.


- Nunca estive com ninguém como você - ele disse, com a voz rouca. - Porque cresci associando sexo a outro tipo de mulher, que sempre procurei quando precisava.


Ela mordeu o lábio inferior, lembrando-se do que Bess dissera.


- O que foi? - perguntou.


- Não posso lhe dizer porque você vai ficar metido. Ele arqueou a sobrancelha.


- Vamos, diga.


- Uma conhecida comentou que achava que você seria maravilhoso na cama e que parecia estar sempre preparado para isso.


Uckermann gargalhou.


- Ela disse isso? Quem é?


- Nunca vou lhe contar.


- Ela estava certa. - Abaixou-se e encostou a boca na dela. - De todas as formas.


- Sei ao menos de uma forma.


- Pode confiar na minha palavra sobre a outra forma. 0 que acha de jantarmos amanhã?


Encarou-o, surpresa.


- Como? Ele explicou:


- Quero levá-la num encontro. Numa dessas ocasiões em que um homem e uma mulher passam tempo juntos e no fim da noite fazem o que acabamos de fazer.


-Oh!


Arqueou as sobrancelhas, enquanto abotoava a camisa.


- E então?


O rosto dela se iluminou.


- Adoraria. Ele sorriu:


- Eu também. Obrigado pelo jantar.


Uckermann andou até a porta e olhou para trás, vendo-a amassada e alvoroçada. Gostou de perceber que a deixara daquele jeito.


- Vou enviar o mecânico logo cedo e venho buscá-la para o trabalho.


- Não precisa - disse sem ar.


- Mas quero.


A maneira como ele disse isso trouxe outras imagens excitantes à sua mente, fazendo-a rir.


- Melhor eu ir... - murmurou. - Boa noite, Dul. Ele fechou a porta suavemente e gritou de fora:


- Tranque-a.


Dulce correu e virou a chave na fechadura. Ouviu em seguida o som da risada dele e de suas botas descendo as escadas.



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Autor(a): dullinylarebeldevondy

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Sete   O restaurante estava lotado. Todos olharam quando Dulce, em um vestido vinho justo e de cabelos soltos, entrou acompanhada de Uckermann, que usava calça social e casaco esporte. - Eu disse que as pessoas notariam que estávamos juntos - ela murmurou ao se sentarem. - Não me importei da outra vez e não me importo agora - ele responde ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 323



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  • Jusly_ Postado em 27/06/2015 - 18:35:47

    Amei

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