Dulce o abraçou de novo e Christopher não resistiu. Vinha se refreando há sete anos. Sete anos guardando aquele amor. Quando sentia Dulce em seus braços, tudo desaparecia ao seu redor. Ele literalmente se esquecia de tudo. Esquecia que precisavam se resguardar, precisavam conversar com a família. E agora se esqueceu, que principalmente nesses dias, ele estava mais em evidência do que sempre. Qualquer coisa que se referia a Christopher uckermann virava notícia.
Quando Dulce ergueu o rosto e sorriu para ele, Christopher não se controlou. Beijou-a com paixão demonstrando seu amor para quem quisesse ver.
2 dias depois...
Parado à porta do banheiro, os braços cruzados em frente ao peito, Christopher observava a mulher adormecida em sua cama. Passou a noite praticamente em claro, pensando numa forma de resolver aquela situação. Queria Dulce morando com ele, mas não sabia como fazer isso sem parecer estranho diante dos olhos da família. Ele sempre gostou daquele isolamento, daquele clima austero e solitário. Talvez porque estivesse congelado por dentro. Porem isso mudou. Dulce aquecia seu coração, seu corpo, sua mente. Estava completamente diferente daquele Christopher que subiu ao pódio no domingo. Ainda hoje, quando faziam alguma referência à ele, fatalmente especulavam o motivo de sua mudança. Claro, a maioria atribuiu o fato à uma mulher, só não faziam ideia de quem seria. Sua vida pessoal sempre foi completamente fechada para a imprensa, e somente conheciam os pais e os irmãos por causa da época em que ele ainda era alguém sociável. Felizmente Dulce era assunto desconhecido para os meios de comunicação. Desde quando foi reconhecida por Victor ela preferiu continuar no anonimato.
Christopher se aproximou da cama, sentou-se e beijou o ombro desnudo de Dulce. Ela resmungou, se remexeu e girou o corpo, ficando deitada de costas na cama.
_ Bom dia.
_ Bom dia, Christopher.
Reparou nas roupas dele e nos cabelos úmidos, fazendo bico.
_ Por que não me chamou?
_ Dormimos tarde. Preferi deixa-la dormir um pouco mais.
_ Vamos continuar nossa maratona hoje?
_ Animada?
_ Muito.
Desde o dia em que mostrou o lugar que comprou para que montasse sua clínica, Christopher e Dulce vinham procurando profissionais para colocarem a clínica da forma que ela imaginava. Procuraram por um arquiteto que acabou por indicar também uma decoradora. Hoje Christopher planejava procurar móveis para a recepção da clínica.
_ Então levante-se e tome um banho. Chris já deve ter preparado o café.
Mas antes de se levantar, Dulce ergueu os braços e puxou Christopher sobre seu corpo.
_ Sei que devo estar com bafo matinal, mas você disse que não se importa.
_ Não mesmo.
Christopher a beijou, buscando sua língua e Dulce ergueu uma das pernas para enlaçar sua cintura. O lençol foi afastado com esse gesto, fazendo Christopher gemer ao contato da pele quente de Dulce com sua mão. Mordeu levemente os lábios dela e se afastou sorrindo.
_ Nem tente me desviar do bom caminho. Vá tomar seu banho.
_ Chato.
Ela se levantou e caminhou gloriosamente nua até o banheiro. Christopher a seguiu com o olhar e balançou a cabeça, liberando sua respiração com mais força. Saiu do quarto e foi em direção a sala de jantar onde Chris estava.
_ Bom dia Chris
_ Bom dia. Dormiram bem?
_ Sempre.
Chris colocou a bandeja com o bolo sobre a mesa e apoiou o braço no encosto da cadeira. Estava preocupado com uma coisa boba que passou pela sua cabeça, e sendo um bom amigo, achava-se no direito de perguntar.
_ Christopher... você e Dulce tem saído muito nesses dias.
_ Sim. Sabe que sim. Por que?
_ Vocês não estão dando bandeira não é? Tudo bem, eu acho mais do que lindo esse amor de vocês e de forma alguma acho que deveriam esconder isso. Mas acho que deveriam comunicar isso a sua família primeiro.
_ Claro. Você está certíssimo. Mas por que está falando isso? Qual o problema em sair com ela?
_ Só estou perguntando se não estão deixando transparecer demais que estão apaixonados. Porque, pelo menos pra mim, isso transborda em cada gesto de vocês.
Christopher ficou pensativo por um tempo, lembrando-se de dois dias atrás quando beijou Dulce em frente a futura clínica. Foi um deslize, admitia, mas ele logo olhou em volta e não havia ninguém “suspeito”, do tipo encarando-os demais. No dia anterior saíram juntos, mas ele se segurou. Nem mesmo deram-se as mãos.
_ Estamos tomando cuidado Chris. Somente um dia eu a beijei, mas eu vi que não havia ninguém por perto.
_ Tome cuidado, Christopher. Você é campeão novamente. Está em evidência. Além do mais estão todos especulando para saber o motivo do seu sorriso após sete anos.
_ Tomarei cuidado. Obrigado pela preocupação.
_ Não há de que, mas onde está a princesa?
_ No banho. Vamos sair daqui a pouco.
Chris se retirou e Christopher voltou a ficar pensativo. Não gostava nada dessa ideia de ficar mentindo para a família. Na quarta-feira jantaram com eles e Christopher acabou contando a novidade. Os pais não poderiam ter ficado mais felizes com a notícia. Além de Dulce finalmente ter aceitado ajuda, eles estavam se entendendo cada vez mais. Por isso não estranharam tanto o fato de ela estar passando alguns dias com ele. Mas Rose deu um sorriso cínico e somente então Dulce confessou a Christopher que Rose já sabia.
Felizmente a irmã sempre teve a mente aberta, livre de qualquer preconceito e não os julgou. Mas ele tinha certeza que não seria fácil com os demais. Seu maior medo era a mãe. Alexandra já foi incrível demais por aceitar dulce sem nenhum rancor. Achava que agora seria exigir demais dela.
Christopher voltou ao presente quando sentiu o cheiro dela. Ergueu a cabeça e sorriu ao vê-la se aproximando, simples e linda numa calça jeans, camisa preta e jaqueta também preta. Sentou-se ao lado dele, beijando-o levemente.
_ Percebi que está pensativo. O que foi?
_ Estava conversando com o Chris Está preocupado conosco. Com medo que a gente não consiga disfarçar nosso amor.
_ Confesso que faço um esforço fora do normal.
_ Eu também.
_ Ele está certo. Não podemos deixar que nossa família saiba depois de todo mundo.
_ Eu quero esperar o exame primeiro.
_ Eu já disse que isso é besteira, mas tudo bem. Iremos esperar até segunda-feira. Iremos lá bem cedo para pegar o resultado.
_ Tudo bem, mas agora vamos pensar em coisas mais alegres?
_ Basta pensar em você, então.
Dulce colocou a cabeça no ombro de Christopher. Estava vivendo os melhores dias de sua vida, sem sombra de dúvida. E sabia que ele estava da mesma forma. Por isso daria o máximo de si para que isso não acabasse.
Após o café os dois saíram, procurando por lojas de moveis. Dulce queria algo simples, mas Christopher achava que moveis modernos combinavam com ela. Foram a uma loja especializada em moveis para escritórios e consultórios.
Foram atendidos por um moreno alto chamado Brandon. Christopher logo de cara o olhou de forma pouco amigável. Não passou despercebido a forma como ele olhou para o corpo de Dulce. Enciumado, passou o braço em volta da cintura dela, puxando-a para mais perto.
_ Christopher... aqui não.
_ Não há imprensa aqui, Dulce.
_ Mas há pessoas que sabem muito bem quem você é. Não viu como o cara está nos atendendo bem?
_ Pra mim ele está fazendo isso por sua causa.
Dulce rolou os olhos e se afastou um pouco. Ficaram quase duas horas naquela loja e ao saírem Christopher já estava pra lá de irritado.
_ Faltou pouco para eu descer a mão naquele cara hein!
_ Pare com esse ciúme, por favor.
_ Da mesma forma que você parou com o seu?
Dulce suspirou e se aproximou dele. Estavam agora no estacionamento, ao lado do volvo. Dulce tocou o rosto de Christopher, acariciando-o.
_ Eu sei que ciúmes é normal, mas vamos tentar segurar as pontas? Por favor.
_ Tudo bem. Desculpe. Foi... irracional da minha parte. Vamos... irei leva-la a um lugar.
Quando ele falava assim, Dulce sabia que não adiantava perguntar. O jeito era esperar até chegarem ao destino. Percebeu que Christopher estava saindo um pouco da área residencial. Pegou uma estrada de terra até chegarem a uma velha ponte. Abaixo dela um pequeno rio de aguas claras e calmas.
_ Que lugar é esse Christopher?
_ Antigamente havia um convento aqui perto. Foi destruído pelo fogo. Mas aqui tem um clima calmo, tranquilo. Queria ficar um pouco ao ar livre com você.
Christopher encostou-se no pequeno muro de cimento que cercava a ponte e puxou Dulce para os seus braços.
_ Tem certeza que não vem ninguém aqui?
_ Só com algum veículo. Mas ai iremos ouvir não é?
Dulce sorriu e atirou os braços em volta do pescoço de Christopher, beijando-o. Ficaram quase uma hora por ali, namorando ou simplesmente observando a paisagem.
Somente depois voltaram para casa, onde almoçaram, descansaram um pouco e voltaram novamente para as compras.
Eram cinco da tarde quando Dulce se jogou no banco do carro.
_ Chega. Estou morta.
_ Acho que exageramos hoje não é?
_ Você trocou as pilhas, Christopher Eu não.
_ Sabe há quanto tempo eu não fazia isso? Perdi a conta. Tinha me esquecido como pode ser bom.
Dulce girou a cabeça e o encarou, sorrindo. Ele estava tão entusiasmado que mesmo cansada ela não teve coragem de poda-lo. Aliás, ela só poderia ficar feliz. Que homem tinha coragem de ir às compras com uma mulher, pagar tudo e ainda conseguir ficar com aquele sorriso perfeito no rosto?
_ Obrigada por isso.
_ Prometo que ao chegarmos em casa irei fazer uma massagem relaxante em seu corpo inteiro.
_ Hum...
Dulce se espreguiçou no banco, já imaginando as mãos dele em seu corpo.
Christopher prometeu e cumpriu, proporcionando alguns minutos da mais deliciosa e relaxante massagem que Dulce já teve. Sentiu seu corpo revigorado, além de excitado. Porém, nessa noite os dois preferiram assistir a uma comedia romântica antes de dormirem.
Quando se deitaram, Dulce colocou a cabeça sobre o ombro dele. Bocejou, fazendo Christopher rir.
_ Fraca.
_ Falta de costume. Daqui a um tempo você não alcançará meu pique.
_ Veremos.
Ficaram em silencio, ambos de olhos fechados até dulce resolver falar.
_ Christopher?
_ Hum?
_ Acha que Alexandra irá me odiar? Quando souberem da verdade?
_ Eu não diria odiar. Mas eu realmente temo a reação dela.
_ Eu também. Eu quase consigo ver a expressão de desgosto no rosto dela. Ela me acolheu como filha e agora...
Ela estremeceu e Christopher a apertou ainda mais em seus braços.
_ Não vamos antecipar as coisas, sim? Sei que pode ser difícil, mas o importante é ficarmos juntos. Se um se afastar, o outro perde a força entende?
_ Sim. Ficaremos juntos, sempre.
Christopher beijou seus cabelos e voltou a fechar os olhos.
_ Agora durma, anjo. Boa noite.
_ Boa noite, amor.
**********
Christopher e Dulce estavam saindo do banho na manhã seguinte quando ouviram a campainha. Quem quer que fosse estava realmente com pressa.
_ Quem será?
Christopher vestiu camisa e a calça e apenas passou a mão no cabelo. Dulce jogou um vestido qualquer sobre o corpo e saiu do quarto atrás de Christopher. Ainda nas escadas eles ouviram a voz alta de Victor falando com Chris.
_ EU QUERO VER CHRISTOPHER AGORA!
Hey meninAs obrigado pelos comentários e comentemporque vem fortes emoções...mil beijos