Fanfic: Entre Duas Versões | Tema: A Feia Mais Bela

Acordei com ela envolvida em meus braços. Tão pequena, parecia frágil, indefesa, linda, serena, acolhendo o seu corpo quentinho ao meu, sentia a vontade de tê-la descansando em meus braços, pra sempre. O aroma que tinha a pele branquinha dela, já era como o perfume mais gostoso que as minhas narinas havia sentido. Estava ali torcendo para ela não acordasse nem por tão cedo, mesmo tendo gravações hoje, eu não me importava , só queria aproveitar aquele momento, pois podia não acontecer novamente.

[Angélica]

Já havia acordado, mas ainda estava em transe sentindo o toque gostoso de alguém acariciando as minhas costas. Sinto que minhas mãos também estavam apoiadas em alguém, sentia a sua pele e os pelos de seu peito, então comecei a acariciar aquele corpo que me parecia familiar, até abrir aos olhos lentamente, e cair em mim. Eu estava sobre o corpo de algum homem, abraçada a ele. Inclino a minha cabeça para cima com o intuito de olhar quem era, quando vejo o Jaime sorrindo pra mim, congelei no mesmo instante. Rapidamente com a ajuda das minhas mãos que estavam sobre o seu peitoral desnudo, impulsiono o meu corpo para me afastar de seus braços mais que depressa. Em consequência a forma brutal e repentina que me afastei de seu corpo, o lençol que me cobria, cai deixando os meus seios a mostra. Me dando conta daquela situação, pego rapidamente o lençol voltando a me cobrir, e falo:

- Jaime o que você está fazendo aqui? E... Ai que dor de cabeça. - sentia uma dor de cabeça com um mal estar absurdo.

- Acho que não foram só duas doses como você afirmou, pequena. - ele ri. Ainda com expressão de espanto, abro uma brecha do lençol olhando para o meu corpo e percebo que estava completamente nua.

- Jaime o que aconteceu aqui? Não me diga que eu e você... Nós dois... É...

- Você não se lembra de nada? Tem certeza? Porque a nossa noite foi maravilhosa pra você esquecer assim... - ele termina sua fala rindo e logo após morde seu lábio inferior. Com aquelas palavras deduzo o que havia acontecido.

- Eu não acredito que fiz isso. - desabafo, enquanto repousava a palma dá minha mão sobre a minha testa com os olhos fechados.

- Calma pequena. Vem cá, vem. - ainda deitado a minha frente, ele coloca a sua mão na minha cintura tentando induzir o meu corpo a se aproximar ao dele. O para imediatamente.

- Não Jaime. Me solta! - digo já tentando me levantar mesmo meio tonta com a dor de cabeça bem forte que sentia - Só devo ter bebido demais, não foi isso?  Eu não deixaria isso acontecer assim. E você... Você se aproveitou de mim, não tinha esse direito Jaime Camil. - falo já com a minha voz alterada.

- Ei Calma Angie, não foi assim. Espera vem aqui. Você está com dor de cabeça? Vou pegar um remédio pra você e a gente conversa com calma. Não vou deixar você sozinha, vou cuidar de você. - ele tenta me acalmar, e ser carinhoso comigo, mas não ia cair novamente nos seus joguinhos.

- Não se aproxime, por favor, se afaste. Eu não preciso de cuidados de ninguém, veja lá de você, que não cuida nem de si próprio. Olha Jaime isso foi erro, vai embora, quero que você saia daqui. Vou tomar um banho e quando voltar, eu realmente espero que já tenha ido. - ando rapidamente até ao banheiro, entrando ali e trancando a porta com chave. Jaime tenta me chamar, mas não dou ouvidos e o mando mais uma vez, ir.

Não tinha caído a ficha que eu e Jaime, nós dois... Fizemos amor, quer dizer, amor não, pois isso só é feito quando as duas pessoas se amam. Era mesmo sexo, essa só seria mais uma noite como tantas outras para o Jaime. Ele não tinha essa direito, e logo comigo. A raiva que estava sentindo logo vai embora, dando lugar a tristeza. Deixo com que o lençol que me cobria caia indo de encontro ao chão, e ali, olho o meu corpo nu pelo reflexo do espelho enquanto penso em voz alta ``E o pior de tudo é que não me lembro de exatamente nada. Como foi a sensação do seu toque. Nada. Não era pra ter sido assim, não com ele. Era pra ser diferente.” Após concluir o meu pensamento, me direciono até o chuveiro e começo não um simples banho, mas um que lava a alma e deixa todas as minhas lágrimas que dos meus olhos saiam involuntariamente , escorrer com a água pelo ralo. Terminando, pego o roupão me cobrindo e saio do banheiro pensando estar sozinha, mas vejo o Jaime sentado na cama com o olhar distraído e que logo se direciona atento a mim.

- Jaime o que você está fazendo aqui? Pensei que já tinha se retirado. Está esperando o que mesmo?

- Angie, calma. - ele segura o meu braço fazendo com que eu olhe, com os meus olhos inchados por ter chorado. - Angie você estava chorando? Pequena calma, desculpa eu estava só brigando com voc...- o corto.

- Ainda tem a audácia de falar na minha cara que estava brincando comigo?

- Não, não foi isso que eu quis dizer. - ele já fala nervoso, tentando se redimir.

- Foi isso sim Jaime. Olha me solta, vai embora. Eu não quero você aqui. - não aguentava mais, lágrimas já transbordavam de meus olhos.

- Não, eu não vou embora e você vai me ouvir. Angie não chora pelo amor de Deus. Olha não aconteceu nada, nada entre a gente. Por favor, se acalme. - ele me puxa para os seus braços me consolando, e acabo deixando após ouvir as suas últimas palavras.

- Sério? Ah Jaime, como não se eu e você acordamos assim e... Você não está inventando isso só porque está me vendo chorar não, né?

- Claro que não. Não aconteceu nada entre a gente, vem senta aqui... - ele me induz ate a cama me fazendo sentar ao seu lado, me explicando cada detalhe, desde a parte que o encontrei aos beijos com a Aline até a parte que cuidou de mim e que apenas dormimos juntos. Com o que ele me conta acabo relembrando aos poucos de cada cena, vendo que realmente falava a verdade. - Então foi isso. Angie, eu nunca faria nenhum mal a você, muito menos algo que não quisesse. Só queria te proteger daquele cara pequena, cuidar de você, só isso. Eu não iria me aproveitar de você naquela situação, jamais. Não sou assim você sabe disso. Juro que não toquei em você, apesar de que vontade não me faltou.

- Jaime... – ele não deixa eu terminar de falar.

- Angie ainda não terminei, quero te falar algo a mais. Eu realmente não tive mais nada com a Heidi, a nossa história já passou. E a Aline, não temos nada te juro, foi como eu te contei. Por favor, me desculpa.

- Não precisa se desculpar Jaime, se alguém tem que pedir desculpas aqui sou eu. Você tão cuidadoso comigo e eu te acusando. Só tenho a agradecer, obrigada Jaime! Realmente Obrigada! – falo já o envolvendo em um terno abraço.

- Angie, você acredita em mim? Acredita que não tenho nada com nenhuma das duas? – ele se afasta um pouco para que pudesse olhar em meus olhos.

- Sim Jaime, eu acredito.

- Angie é você quem eu quero. – ele fica me observando esperando que eu embolsasse qualquer reação, e só poderia respondê-lo de uma única forma:

- Eu também Jaime, é você quem eu quero. – o seu rosto alarga-se em um maravilhoso sorriso, enquanto volta a se aproximar do meu corpo, apoiando uma de suas mãos em minha cintura e a outra na minha nunca, juntando os nossos lábios em um beijo intenso. Já estava deitada na cama com o corpo do Jaime sobre o meu, ele continuava me beijando na mesma intensidade e eu o correspondia, nossas línguas roçavam uma na outra com um misto de desejo e carinho, era tão bom sentir o seu gosto, ele estava me deixando louca. Foi descendo com seus beijos em meu pescoço me fazendo arrepiar, enquanto a sua mão ia de encontro a minha coxa acariciando toda a sua extensão e dando leve apertões.

- Jaime, temos que parar... – tendo o chamar, mas minha voz sai um pouco falha, pois já estava ofegante.

- Hm – ele murmura, continuando com as suas caricias atrevidas.

- Jaime é serio, temos gravação ainda, não podemos nos atrasar.

-Está bem pequena. – ele me ouve se afastando – Só mais um beijinho. – dou um rápido selinho nele e logo me ajeito na cama sentando corretamente. Fico o fitando com o olhar, como era lindo, e como eu tinha amado dormir em seus braços essa noite.

- O que foi? Porque me olha assim? – diz desconfiado.

- Nada. Vamos nos arrumar. – o olho por mais alguns segundos antes de me trocar, e durante esse tempo conclui o que estava obvio: Como eu amo esse homem.