Fanfic: Entre Duas Versões | Tema: A Feia Mais Bela

Felizmente, a gravação de hoje havia encerrado. Não estava com cara para encarar o Jaime, pelo menos não agora. Mas como a vida sempre arranja um jeito de te colocar em situações constrangedoras, eu sou cortada de meus pensamentos tentando fugir do Jaime, quando imagina quem... O mesmo me encontra. Não tinha escolha, se ao menos estivesse de costas para ele, poderia fingir que não ouvi. Mas esbarrei nele e estávamos frente a frente com meu corpo bem rente ao seu.

- Angie, precisamos conversar... Vem aqui comigo. – ele já fala pegando em minha mão nos conduzindo até um lugar mais reservado, já que a todo momento, pessoas passavam naquele corredor indo e vindo – Bom... Eu queria te pedir desculpas por hoje, quer dizer, é que eu não queria te força a nada. Não sei como falar, eu estava meio descontrolado e... – o corto de imediato.

- Ei, Jaime. Claro que não. Você não tem que se desculpar por nada, ok eu entendo. E... O que eu fiz... Eu fiz de total e espontânea vontade. – tento aliviá-lo, vendo seu nervosismo. Nesse momento eu não sabia mais de nada, o que eu queria ou o que ele queria. Que eu o amava, sim, isso estava convicto em minha mente e em meu coração, mas aquela história estava indo longe demais... Talvez não para ele, e eu fosse somente mais uma “peguete” em sua lista, mas para mim estava perigoso.

- Você quis mesmo? – um sorriso safado com muita malicia se forma em seus lindos lábios carnudos, que só com essa aproximação, me crescia uma enorme vontade de beijá-lo.

- Sim. Mas não é hora e nem lugar para nós falarmos sobre isso aqui, não acha? Depois conversamos, eu realmente preciso ir. – digo já me afastando do seu corpo.

- Concordo plenamente. Que tal irmos ter essa conversa em meu apartamento, hein?

- Jaime!

- O que foi?

- Pode ir parando eu não vou para o seu apartamento a essa hora, para termos uma “conversa” em particular. – o olho com cara de reprovação e ele logo me entende.

- Poxa pequena, eu nem estava imaginando isso. Que mente perversa a sua. – ele forma um biquinho nos lábios fazendo uma expressão de coitadinho. Mas não me deixei cair nessa.

- Olha Jaime, é sério. Não. – pronuncio minha fala em um tom mais ríspido.

- Angie, olha pra mim. Realmente eu não estou te chamando com segundas intenções, é só que, creio que lá seria um lugar melhor para conversamos, e de hoje a nossa conversa não passa, mesmo que não seja em meu apartamento, será em outro lugar. – o jeito sério em que suas palavras saem de seus lábios, me faz de fato acreditar que ele queria conversar.

- Está bem, Jaime. Quem pode com você, não é mesmo? Vamos. – já aceitando seu convite saímos a destino do seu aperto.

Chegando ao local, Jaime passa a mão por seu bolso onde estava a chave e abre a porta para que eu entre primeiro, e ele em seguida. Adentrando espaço, meus olhos percorrem todo o ambiente, olhando cada detalhe do cantinho que era somente seu. Era um apartamento não muito grande, mas espaçoso, a decoração era simples, porém sofisticada. As paredes eram todas pintadas de branco, enquanto o chão os moveis eram em tons mais claros dando a impressão do cômodo da casa ser maior.

- Bem vinda ao meu humilde lar. – Jaime fala fazendo as suas gracinhas de sempre.

- Bonito seu novo apartamento. E, é super perto. – ele tira o meu casaco que estava em minhas mãos o colocando sobreo sofá, e me fazendo sentar ali com ele.

- Sim, quando voltei de NY preferi ficar aqui. Assim era mais rápido em minha locomoção daqui para as gravações e vice-versa. – enquanto fala vai se aproximando do meu corpo, ia me dizer algo, mas para e solta um: Quer beber alguma coisa?

- Sim, uma água eu aceito.

-Certo, uma água. Já volto. – ele se retira indo em direção à cozinha que, por quem estava ali na sala já era possível de ser vista, pois havia uma parede que separava a sala da cozinha e que continha uma brecha, sendo possível você circular de um local para outro. Levanto-me e vou a sua direção.

A cozinha era estilo americano, tinha um balcão centralizado, que em seu formato fazia a letra “U”, sua base era branca na mesma cor das paredes, com um tampo revestido em madeira, na mesma cor do piso. Em um de seus lados tinha um fogão específico para balcões. Além de cozinha ali ele também servia como mesa para refeições rápidas.

- Gostei da cozinha. Mas para que uma mesmo se você não cozinha nada? – solto um sorriso para o Jaime que ele logo retribui.

- Ah, eu tenho uma diarista que vem umas duas vezes por semana aqui, e além de limpar o apartamento ela também cozinha uma comida deliciosa.

- Hm. A comida dela é deliciosa, Jaime?

- Por Deus Angie, ela é uma senhora. – ele ri, um sorriso gostoso de ouvir, assim como tudo nele. Não falo nada, apenas apanho de sua mão o copo com água que ele me oferecia.

- Aqui está. – tomo a água em poucos goles, devolvendo o copo vazio para ele, que o coloca em cima da pia, e voltamos para a sala.

- Então vamos começar? – ele vai com suas mãos de encontro as minhas segurando-as.

( Opcional. Link para música: https://www.youtube.com/watch?v=NiDBWSD6LWg  )

- Jaime... Eu... – desprendo as minhas mãos das suas e me levanto, enquanto falo gesticulando: Bom... Acho que realmente devíamos parar com isso, terminar esses joguinhos, toda essa brincadeira aqui, antes que seja tarde demais. – ele ia me interromper, mas não o deixo – Jaime, eu sei que eu como você também, fomos uns inconsequentes em continuar cm isso até chegar a esse ponto. Mas precisamos parar. Não irá nos levar a lugar algum, e ainda tem a questão de poder atrapalhar ou até mesmo acabar com a linda amizade que temos, e realmente eu não quero isso. Mi james, eu fiquei tão triste aqueles dias que ficamos sem nos falar direito por causa daquela confusão de Heidi Aline e tudo mais. Eu tenho certeza que eu só sou mais uma diversão para você, uma necessidade que você tem de mim, que logo irá passar, assim como passa com todas que você fica. Eu não estou te julgando, também não é isso, mas eu, eu não quero isso, para depois que você se cansar de mim, eu possa ficar sofrendo como uma iludida apaixonada. Jaime eu já sofri tanto por causa de relacionamentos e você sabe de quase todos como foi, né? Não é fácil, eu sei que com todo casal não é somente flores, mas comigo foi demais. Não quero estragar tudo que temos hoje com feridas de uma história mal escrita. Tenho muito medo. Medo de te perder pra sempre. Você é o meu melhor amigo, a pessoa que mais me entende, e para o bem de todos tem que continuar assim. Eu não sei o que você ia ou vai me falar, mas eu já queria me antecipar para deixar as coisas bem aclaradas para você.

- É só isso que você tem a dizer?

- Olha, você pode estar confuso e eu também. – não estava confusa, tinha a plena certeza de meus sentimentos por ele, mas seria melhor assim. Mas essa “pegação” que estava acontecendo entre nós, teria que ter um fim antes que fosse tarde. – Talvez, quem sabe seja fruto da novela, essa coisa de “Fernando y lety” pode estar te confundindo com a mim também. Vamos ser somente amigos, certo? E, é só isso que tenho pra falar.

- Agora é a minha vez de falar. – ele suspira fundo e continua: Angélica, isso não é uma brincadeira. Pelo menos não para mim, dessa vez é sério, não é como das outras vezes que só “ficamos”. E sobre a nossa amizade? Você não precisa ter medo, aconteça o que acontecer, ela nunca vai terminar. Angie eu te quero de verdade, por favor, acredita em mim. Eu sei o quanto você sofreu, eu não quero te fazer passar por tudo isso novamente, te juro. E para de botar os meus outros relacionamentos como empecilho para a nossa história, por que sim, já temos uma história juntos e o que estamos vivendo é diferente. Você não precisa aclarar nada para mim, quando eu vejo a verdade eu seu olhar, em seus beijos, em suas caricias. Você quer o mesmo que eu, nós nos queremos, não nos prive de tudo isso. Vamos viver esse novo, ou posso até dizer velho sentimento, sem nos importar com nada, sem cobranças de nada, vamos trilhar o nosso caminho, apenas eu e você.

- Você não desiste não é? – posso estar sendo uma idiota, mas me pronuncio já encantada com as suas palavras.

- Nunca. Nunca daquilo que eu realmente quero ter para mim. – ele coloca as suas mãos em minha cintura puxando o meu corpo para o seu o tomando em um terno abraço, enquanto cochicha ao meu ouvido: Vem comigo vem. Deixa eu te mostrar o quanto eu te quero e te convencer de que merecemos uma chance, com você eu me sinto vivo.