Fanfic: Entre Duas Versões | Tema: A Feia Mais Bela

[Jaime]

Sabe aquele amor? Às vezes eu sentia medo desse sentimento ser tão grande e um dia evaporar, queria continuar a amando todos os dias como se fosse o primeiro. Juro que tudo que pensava era em não magoa-la. E hoje eu sei que nada disso foi possível, quer dizer só uma coisa na verdade foi possível, aquele amor que tinha medo de um dia acabar, ele não se foi, ele ficou, felizmente ele está aqui, no mais profundo e obscuro do meu ser, o iluminando. Não era uma paixão de momento, era um amor pra vida inteira.

Fevereiro de 2004

  Depois do dia que a beijei nos reencontramos novamente. Contei sobre o fim do meu romance com a Adriane, e a pedi desculpas, não sabia que aquele simples beijo a afetaria tanto, mas confesso que eu gostei e como ela beija bem havia até me esquecido. Todas as vezes que a encontrava sentia uma vontade enorme de beija-la. Estava sentindo sua falta, não tinha a visto já fazia alguns meses, ela estava muito ocupada com suas gravações em “la parodia” e eu também andava meio atarefado esses dias. Então decidi ligar para ela, fazer um desses programas que sempre fazíamos juntos, queria rir com ela, me divertir e ser realmente eu, coisa que só conseguia ser ao seu lado.

- Alô! James? - abri um enorme sorriso, só de escutara essa voz doce do outro lado da linha.

- Angie? Oi pequena, como você está?

- Hmm me chamando de pequena, já estou vendo que está querendo algo né? - meu Deus! Já falei como é bom ouvir a voz dessa mulher?

- E-e-eu? Nada disso... Sempre te chamei assim pequena... Minha pequena! Lembra da primeira vez que te apelidei assim? - Falei com esperanças de que ela se lembrasse.

- Claro! Como poderia me esquecer? Íamos nos beijar, você era alto e eu bom... Nós já sabemos né? (risos) Tive que ficar na ponta dos pés e mesmo assim não conseguia te alcançar... – ela falade uma maneira divertida.

- Isso, e como você não conseguiu, eu te envolvi em meus braços, te impulsionando até mim e nos beijamos... Me lembro claramente que nesse momento te chamei de pequena, minha pequena.

- Bom, mas não foi para reviver essas histórias bobas do passado que você me ligou né?

- Ahh é boba a história? Olhe aqui Angélica Vale acho melhor lembrar-se com mais respeito e amor a mim no seu passado, ok?

- Meu Deus Jaime! Você não tem remédio mesmo hein? Vamos fale logo, não tenho todo o tempo do mundo pra você...

- Mais isso é um absurdo, não ter tempo para o seu próprio irmão? Ok! Agora falando serio é que queria te ver pequena... Faz tempo que não fazemos nada juntos, estou com saudades.

- É também estou, mas é que hoje... Quer dizer, pode ser... Ain você não deixa mesma eu negar um pedido seu hein? Olha tudo bem, mas terei que levar uma pessoa junto. Tudo bem pra você? – ela estava com a fala meio apreensiva.

- Sim tudo bem. Você estando lá é o que importa. - falei meio desanimado queria encontra-la sozinha e não com uma de suas amigas...

- E então, aonde quer ir?

- Vamos ao cinema? Assistimos um daqueles filmes de terror que te faz tremer de medo e me pedir para te proteger. - ri alto, amava tirá-la do serio.

- Ai seu bobo não, vamos ver um romance, tem até um que a estreia é hoje, e já estava pensando mesmo em assistir.

- Fazer o que né? As mulheres sempre mandam, todas autoritárias.

- Claro! E vocês homens como bons cavalheiros, só restam aceitar.

- Está certo pequena! você venceu como sempre, mais tarde nos vemos. No cinema de sempre?

- Sim.

- Então passo ai na sua casa para pegar você e sua companhia?

- Não precisa irei com meu carro mesmo. Nos vemos lá certo?

- Bom, queria te pegar, mas já que quer assim tudo bem! Beijos até mais. - e desliguei em seguida.

  Estacionei meu carro e fiz o percurso até a entrada do local. Estava no Perisur que fica ao sul da Cidado do Méxido , nós dois sempre gostávamos de ir ali. Era um lugar para fazer compras, comer, divertir-se e tinha o Cinépolis Perisur, uma das áreas mais espetaculares e inovadoras de entretenimento da América Latina, com vinte salas de cinema e centros de consumo, incluindo quatro salas vip com atendimento personalizado. Quando íamos ao cinema ficávamos em uma dessas quatro salas, além de desfrutar do filme e da comodidade que tinha o local eu sempre estava com a melhor companhia, a dela. Já se passava meia hora do combinado, estava ficando impaciente enquanto rondava o ambiente, quando a vejo. Linda como sempre foi. Tinha um radiante sorriso em seu rosto e involuntariamente o meu também já estava assim, até que ele se fechou. Havia um cara com ela, estavam de mãos dadas vindo em minha direção.

- Como assim tem um cara com ela? Ainda de mãos dadas? Não espera... Ele a beijou, que atrevido... É Jaime você não pode falar nada, já fez isso uma vez, mas não importa, eu posso ele não e mais... – calei-me antes que eles pudessem me ouvir pensando alto, pois já estavam chegando perto, com seus passos lentos enquanto trocavam olhares.

- Oi james, que saudades. - meus braços se abrem pra recebê-la em um abraço bem aconchegante, e sorri, pois finalmente ela tinha soltado a mão daquele homem.

- Oi angie que bom que você veio... - falei com ela já se desvencilhando dos meus braços.

- Bom, Jaime tenho uma pessoa para te apresentar, esse é o Arath meu namorado. - o que? Como assim ela estava namorando e não havia me falo nada.

- Oi prazer Arath, você é aquele carinha que trabalha com a angie em “la parodia”, não é mesmo? - falei sem ânimo algum.

- Olá! E você é o famoso Jaime? Enfim te conheci a angie fala muito de você. - elo menos ela falou de mim para ele.

- Sou sim. A minha angie aqui não consegue ficar sem pronunciar o meu nome não é mesmo? - falo a puxando para perto de mim.

- Ai Jaime você é um bobo mesmo, vamos entrar logo, se não perdemos o filme. - ela fala se afastando do meu corpo, e seguindo em frente.

  Não podia crer, a Angie, minha Angie, estava com esse cara estranho e ainda por cima havia me chamado de bobo na frente dele. Ah, isso era inaceitável.  Não estava nem conseguindo andar direito com a raiva que sentia. Fomos entrando na sala, o filme tinha acabado de começar. Descemos alguns degraus da escada e escolhemos uma fileira nem tão próxima, nem tão longe do telão, a Angie sempre gostava assim. Sentamos em três daquelas poltronas bem macias que tinha um tom meio amarronzado em sua cor, com a Angie no meio, eu em seu lado esquerdo e o seu “namoradinho” ao seu lado direito.

- Esse filme parece ser ótimo, adoro esses romances, são lindos. - ela fala animada.

- Só não será mais bonito que o nosso, não é amor? - mas que cara atrevido, não sei por quanto tempo irei aguentar essa situação.

  O filme já estava quase no fim, Angie a todo o momento falava comigo e com o seu “namoradinho”, acho que ela não queria deixar de dar atenção a nenhum de nós dois, mas quando ela está comigo gosto de sua atenção só para mim. O seu “namoradinho” foi ao banheiro, enfim aquele cara sufocante havia dado um tempo. Olhei para Angie e vi que ela chorava, me dói ver uma lágrima descendo sobre aquele lindo rosto angelical, que ela o tem. Então fui com meu polegar de encontro as suas bochechas secando cada lágrima que rolava naquele instante. Ela me olhou terna, sorrindo e eu encostei minha cabeça eu um de seus ombros, dei um beijo em seu pescoço e vi que ela se arrepiou, sorri com isso. Me acomodei mais junto a ela e segurei a sua mão entrelaçando nossos dedos, quando falei.

- Angie?

- Hm, fala...

- Você tem vontade de amar e ser amada assim, como o casal desse filme se amam?

- Claro que Tenho Jaime, era que mais queria, mas acho que nenhum homem nunca me amaria assim...

 - Como não angie, para de besteira você é maravilhosa, linda, sincera a mulher mais amorosa que já conheci na vida.

- Você diz isso porque é meu amigo, mas não é verdade.

- Você sabe que sou sincero e não digo isso apenas como seu amigo, mas como homem também. - ela sorri com as minhas palavras, e volta a sua atenção ao filme.

- Angie?

- Fala Jaime. - ela diz já sorrindo com a minha insistência em atrapalhá-la.

- Esse cara ai que você trouxe, não te ama dessa forma? E você a ele?

- Não Jaime, pelo menos acho que não, é uma coisa nova e também não é nada tão serio assim. - logo me ajeito como estava pois o “namoradinho” dela já estava vindo em nossa direção.

  Foi tão bom ficar assim pertinho dela, sentindo o seu cheiro de perto, eu amava o cheiro dela, era doce me trazia paz e uma quentura enorme no coração. O filme termina, e saímos da sala a caminho do estacionamento, já íamos nós despedirmos quando pedi licença ao seu namorado e a levei em um canto menos movimentado.

- Angélica o que significou isso mesmo hein?

- Como assim não estou entendendo James. –é visível o seu semblante meio confuso.

- Ora, eu te chamo para nós termos um momento a sós, legal e divertido, e você me traz um cara contigo e pior ainda é seu namorado? Você não viria com uma amiga? E vem cá, desde quando está namorando que eu não estava sabendo?

- Epa, calma quantas perguntas. Eu disse que vinha acompanhada, mas não te disse que era uma amiga, me desculpe se dei a entender de outra forma. Tem pouco tempo que comecei a namorá-lo, a gente não se viu mais né Jaime e como esses dias não tivemos a oportunidade de se falar eu não te contei. E na verdade eu não tenho que e dar satisfação nenhuma.

- Como não? Claro que tem, esse homem ficou te agarrando, te tocando, te beijando o tempo todo isso não é certo.

- O que?(risos) Jaime você está com ciúmes?

- Eu? É, sabe de uma Angélica, eu estou com ciúmes sim, sou seu Hermano, você não pode sair por ai namorando qualquer um sem antes eu conhecê-lo, ver se ele é uma pessoa boa para você e todas essas coisas.

- Ah claro, ciúmes de irmão. - senti que ela falou um pouco desanimada.

- Sim ciúmes de irmãos o que mais seria? Ah e eu não quero que isso se repita.

- Olha aqui Jaime, eu já sou bem grandinha pra ficar pedindo permissão ao papai com quem eu devo ou não me relacionar, e mais você não tem direito algum de se intrometer dessa forma em minha vida, pois eu não reclamo e nem faço nada parecido com cada namorada que você arranja por mês, ok?

- Isso não tem nada a ver.

- A não? Então me diz por quê?

- Ah Angie, você é mulher tem que ter mais cuidado, e tem um homem de verdade ao seu lado pra te defender.

- Homem de verdade? Com esse pensamento machista? Jaime para. Você está sendo ridículo, por favor, fica quieto, não quero acabar com a noite divertida que tivemos.

- Mas eu...

- Mais nada! – ela realmente estava nervosa, me senti mal de deixá-la assim, só a queria proteger.

- Esta bem Angie, me desculpe, não queria ter dito nada disso, pode ir com seu “namoradinho”.

- Eu desculpo, mas ele tem nome é Arath.

- Certo é “Arath”. – pronuncio o nome dele uma maneira debochada, e ela caba rindo.

  Despeço-me dela com um abraço bem apertado e demorado, me perdendo em seu cheiro que inundava os meus sentidos da melhor maneira possível. Sempre que a abraçava acontecia o mesmo não queria mais soltá-la, e acho que com ela também era assim, pois deixava abraçá-la quanto tempo fosse necessário. A verdade é que eu queria protegê-la, tirá-la dali naquele exato momento e a levar para bem longe daquele homem que queria a todo custo por as mãos nela, ela era a minha pequena eu tinha muito ciúmes, na verdade com minhas outras amigas eu não era assim, mas com ela era diferente sempre foi.