Fanfic: Entre Duas Versões | Tema: A Feia Mais Bela

[Jaime]

Meu Deus o que eu estava fazendo? Não era a primeira vez que isso acontecia entre nós, mas me recordo com clareza, que da última vez isso acabou com uma portada em minha cara, com ela me deixando sozinho e dias sem nos falar... Ah isso não, de novo não... Paro o beijo instantaneamente, não por não estar bom, pois na realidade, devo confessar que estava maravilhoso, mas com esses pensamentos rondando a minha mente não podia continuar.

- Ai, me desculpe Angie por favor, não deveria ter feito isso... – falo logo me desprendendo de seus braços que a minutos atrás me apertavam com fervor.

- Ah calma Jaime. – diz ela se recompondo – Não precisa pedir desculpas por me beijar, ou se arrependeu?

- Não, o que é isso... Obvio que não. – digo mordendo o meu lábio inferior sorrindo – É que ache que você fosse me bater, não fiz por mal... – ela ri com meu comentário.

- Não Jaime, tudo bem. Depois conversamos certo? Agora temos uma última cena pra gravar e estou super cansada. – a acompanho com o olhar sair pela porta.

- Ai meu Deus! – exclamei – lá vou eu...

Desta vez com exceção as anteriores, eu consegui terminar a cena. Reconheço que depois do beijo que acabara de dar, a vontade de beijá-la estava ainda maior, porém, tive que me desligar desses pensamentos e por fim gravar. O tempo estava meio frio, já era tarde, e nesse período do ano as noites no México ficavam bem frias mesmo, então já era de se imaginar... Levantei-me de onde estava sentado e fui trocar o figurino do personagem pela minha roupa, que já estava vestida em minha pele, só faltava por o meu casaco, sendo assim, o coloquei e fui procurar a Angie para termos aquela “conversa” que ela havia me falo. Estava meio apreensivo com a situação, mas seria melhor conversarmos de uma vez. Até meu celular tocar em um lembrete de que tinha um encontro. Sim sempre que tinha algo marcado, e que não era de tanta importância assim, precisava de algo que me fizesse lembrar.

- Jaime? – alguém me chama, e era ela, a sua voz era inconfundível.

- Angie, minha pequena. – falo já indo em sua direção.

- E então, podemos conversar? – ela me questiona.

- É que Angie, eu havia me esquecido, mas tenho um compromisso agora e você sabe que não gosto de ser indelicado com as pessoas, como já marquei não queria ficar sem comparecer, e por falar nisso já estou atrasado. Será que podemos adiar a nossa conversa para amanhã? Você me entende né pequena?

- Tudo bem Jaime é melhor que até temos tempo para pensar melhor no que aconteceu, que de certa forma não foi a primeira vez, concorda? – ela estava ali, parada na minha frente esperando uma resposta, e eu estava meio travado, mas a respondi.

- Sim. É melhor mesmo. – Não sabia o que ia acontecer dali pra frente, mas independente disso, nesse momento eu só queria satisfazer a minha ultima vontade, que era beijá-la e assim o fiz. – Vem comigo. – entrelacei a minha mão a sua e a puxei, a levando até um canto mais escuro.

- O que você quer?

- Mais um beijo posso? – ela assentiu. Então coloquei meus braços envoltos a sua cintura e fui com o meu corpo de encontro ao seu, o fazendo prensar sobre a parede, e quando estávamos bem colados ao outro podendo até sentir os nossos batimentos que pulsavam freneticamente, a beijei. Eu tinha ânsia pela sua boca, sua língua, o seu gosto, era tudo muito viciante. A beijo com vontade, minha língua movimentava-se por cada centímetro de sua boca e intercalava o beijo com algumas chupadinhas em seu lábio inferior. A minha mão que estava posta sobre a sua cintura, agora percorria todo o caminho de suas costas, fui com ela em direção a sua nuca onde a acariciei ali e a senti arrepiar-se, no mesmo momento levei a minha mão até a barra de sua blusa e a adentrei tocando a sua pele, acariciando e apertando ao mesmo tempo. Parei o beijo e fui de encontro ao seu pescoço dando alguns selinhos enquanto sentia o seu cheiro que era tão doce, puro e extremamente embriagante, já sentia a sua respiração pesada e tinha certeza que se continuasse com aquilo a situação ia ultrapassar os limites, não falo nem tanto por ela, mas por mim, que a essa altura já a cutucava com um volume que se formava entre minhas pernas. Estávamos em um local publico, com pouco movimento, mas não era bom ficar se arriscando assim até que alguém nos visse. Parei tudo que estava fazendo e colei a minha testa na dela nos entreolhando enquanto a nossa respiração pesada nos acalmava. Olha o estado que essa mulher havia me deixado.

- Angie desculpa eu... –ela me corta.

-Se continuar pedindo desculpas vou pensar seriamente que não estava a fim de me beijar.

- Você ainda tem duvidas se estava a fim ou não? – falo olhando para o meu... Ahh, vocês sabem o que...

- Ai Jaime só você mesmo – ela ri, aquela risada gostosa, que gostava tanto de ouvir.

- Acho melhor ir, já me atrasei muito. – digo tirando o meu casaco, pois agora o meu corpo só dava espaço para o calor.

- Sim vamos. – fomos em direção onde meu carro estava estacionado, nos despedimos em um abraço, pois estávamos em público. Se não fosse dessa forma, a beijara novamente e dessa vez ao menos sem pedir. Ela atravessa a rua e pega o seu carro, indo embora.

Olho para o relógio e meu Deus! Já são oito horas, se não tivesse a má sorte de me infiltrar em um engarrafamento, conseguiria chegar asnove, horário que havia marcado com a Heidi. Agora que me caiu a fixa, sobre o que tinha se passado com a Angie, me levei pelo desejo, não era pra mim ter feito isso, mas estava ficando como um louco ao ado daquela mulher, o que estava acontecendo comigo heim? Poxa era a Angie seu idiota, você não pode fazer isso com ela. Mais do que nunca, agora precisava me encontrar com a Heidi, precisava esquecer isso que me aconteceu, a maior loucura de minha parte. Eu não estava namorando com a Heidi, havíamos terminado a um certo tempo, mas esses dias havíamos nos reaproximado mais, nem a própria Angélica sabia disso. Iria me arrumar, ir nesse encontro como já havia planejado e seja o que Deus quiser.

[Angélica]

Chego em casa por volta das oito e meia, felizmente não tive nenhum engarrafamento no caminho ou alguma complicação. Passo pelo hall de entrada, subo as escadas enquanto segurava o corrimão, estava terrivelmente cansada. Paro no meio dos degraus quando ouço um som vindo do meu estomago, não havia comido nada ainda, então refaço o caminho descendo e vou para a cozinha, pego algo pra comer e subo novamente. A casa estava silenciosa, talvez minha mãe tenha saído. Entro em meu quarto, a porta já estava entreaberta, como o que havia posto na bandeja depois a deixando de lado. E deito na cama direcionando meu olhar ao teto onde passavam-se mil e uma imagens daquela dita noite, em minha mente.  O que eu e o Jaime estávamos fazendo heim? Aquele sentimento inconstante dentro de querer e não querer... Na verdade queria e muito, e acho que talvez não seja de hoje, mas ao mesmo tempo tinha medo, muito medo do que poderia acontecer... Na realidade não conseguia tirar ele de meus pensamentos, e era isso, simples assim. Durmo revivendo cada pedacinho do nosso último beijo, a forma com que ele me tocava, o quanto eu o queria e tenho a nítida convicção que ele também me queria e muito.

Logo pela manhã acordo com a mesma roupa do dia anterior bocejo ainda sentindo muito sono e me dou conta que nem tomara banho a noite.

- Nossa que vergonha Angélica. – sussurro para mim, tentando levantar, vou com a minha mão em busca do meu celular que estava no chão. Sim, me revirara muito a noite, ele deve ter caído. O pego e estava desligado, não podia em circunstância alguma ficar com ele desligado, fui até o criado mudo ao lado da minha cama, abri a gaveta de cima e tirei o meu carregador já o colocando na tomada e conectando ao meu aparelho. Logo o ligo e ouço o próprio vibrar em uma mensagem. Abro a mensagem e leio em voz alta “Agora eu tive a certeza de que quero você pra mim, independente do que tenha a me dizer, saiba disso.” Era dele, do Jaime, só de ler aquelas palavras um deslumbrante sorriso já se formava em meu rosto. Ele tinha me enviado às duas da manhã, nossa foi tarde. Mas tudo bem! Decido não respondê-lo por sms e sim pessoalmente, se é que me entendem.

[Jaime]

Acordo com o costume de estar sempre sozinho nessa cama enorme de casal e me espreguiço batendo o meu braço em uma pessoa ao meu lado.

- Ai Jaime que maneira boa de me dizer bom dia. – ela ri, eu gostava do sorriso dela.

- Desculpa Heidi, não foi a minha intenção é que fazia um tempinho que não dormíamos juntos né? Quem mandou me deixar? me acostumei. – falo tentando descontrair.

- Tudo bem! Bom dia meu lindo e então o que vai querer de café da manhã? Não sou muito boa nisso você sabe, mas posso preparar algo pra gente.

- Contanto que seja comida pra mim estará ótimo.

- Certo, vou lá e já volto. Não saia daí. – vejo ela saindo e fechando a porta.

Se você está me perguntando se eu dormi com a Heidi, eu te digo que sim, dormi com ela. Na verdade não devia ter feito isso, eu sei, não depois do que fiz com a Angie ontem, mas foi justamente por isso que eu precisava disso, devia esquecer tudo, mas foi em vão, eu não consegui. Além de que, também não queria dar um furo com a Heidi, ela é sempre tão boa comigo, me convidou com as melhores das intenções até como amigos eu diria, claro que com segundas intenções, mas ela não faria nada se eu não quisesse e realmente eu quis. Foi um erro, tanto com a Heidi, quanto com a Angie, mas foi o erro mais certo que poderia ter feito. Dormindo com ela essa noite, não veio mais aquele sentimento arrebatador que sentia por ela no inicio da nossa relação, talvez isso de idas e vindas não tenha feito tanto bem para o nosso “amor” se é que posso chamar assim. Agora eu tinha certeza que essa etapa da minha vida já havia passado, e era com a angie que queria um novo recomeço.

Conversei com a Heidi, expliquei que a nossa relação não estava mais a mesma, não quis falar sobre a Angélica, até porque não era necessário e também não queria deixá-la triste de forma alguma. A Heidi se prontificou a ir comigo me dando uma carona até a televisa, já que o meu carro estava na revisão, aceitei sua companhia, afinal era sempre agradável. Saímos cedo, desta forma, logo chegamos ao destino.

- Bom Heidi, obrigada! – digo tirando o cinto.

- O que é isso não foi nada.- ele diz direcionando o seu olhar até o meu.

Abro a porta do carro descendo em seguida e ela faz o mesmo.

- Então Jaime, thau, foi muito boa a nossa noite. – nos abraçamos e ela continua – Em beijo de despedida? – não tive ao menos tempo de negar e ela já colava os seus lábios no meu, eu correspondi, mas parei prontamente.

- Certo, é... Mais uma vez obrigada! Thau. – me despeço dela e sigo caminho.