Fanfics Brasil - Cap 6 Perdida (Vondy)

Fanfic: Perdida (Vondy) | Tema: Vondy


Capítulo: Cap 6

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Aos poucos, vagarosamente, a luz enfraqueceu e tentei ajustar o foco dos olhos, mas ainda não era capaz de enxergar nada. Alguns minutos se passaram antes que eu pudesse recuperar minha visão. Quando finalmente meus olhos voltaram ao seu estado normal, vi a pedra em que meu pé se enroscou, a grama debaixo de meu corpo, a luz do sol — natural e confortável outra vez. 


O que foi aquilo? 


O celular devia ter pifado ou coisa assim. E por que toda aquela luz? Parecia ter saído dele, mas não poderia ser isso, poderia? Não tinha ouvido nada sobre luzes ofuscantes nos novos aparelhos. Talvez tivesse entrado em curto. 


Ainda no chão, olhei para o celular, que estava apagado outra vez. 


Foi então que percebi que algo estava diferente. Muito, muito diferente! Olhei em volta com assombro. Meus olhos procuravam por qualquer coisa familiar. Qualquer coisa que deveria estar ali. Que deveria estar ali e que não estava! 
Onde estavam os prédios? Onde estava a rua? Onde estava a praça em que tropecei meio minuto atrás? — perguntei-me desesperada. Eu me encontrava no chão de um vasto gramado — como um campo de futebol — apenas uma árvore de médio porte a alguns metros. Notei uma estreita estrada de terra batida onde deveria estar a rua. 


Eu devia ter batido a cabeça com muita força! Só poderia ser isso! 


Olhei freneticamente em todas as direções e nada estava ali. Nada! As pessoas, a cidade, tudo havia sumido. 


Quanto eu bebi noite passada? Talvez ainda esteja bêbada! Isso. Com certeza, bêbada! 
Eu não conseguia me mover, me levantar e provar que estava tão embriagada que não podia sequer ficar de pé, que estava tão doida que tinha feito tudo desaparecer. Fechei os olhos e os apertei bem forte, rezando para que, quando os abrisse novamente, tudo voltasse ao normal.


Então ouvi um barulho. Abri os olhos rapidamente. Avistei um homem em cima de um cavalo marrom claro vindo em minha direção. Estreitei os olhos para entender o que estava vendo. 


Realmente era um homem e um cavalo, um homem lindo por sinal! 


Continuei a observar enquanto ele se aproximava e notei que o cavalo diminuía sua corrida. Diminuiu um pouco mais até parar bem perto de onde eu estava. 
Olhei para o homem, completamente confusa. Suas roupas eram muito esquisitas e antigas. Muito, muito antigas! Vestia um casaco escuro e comprido, um colete sob ele, gravata — ou talvez fosse um lenço branco amarrado no pescoço — e botas pretas na altura dos joelhos. Ele estaria indo para alguma festa à fantasia? Ou um casamento temático, talvez? 
Fiquei observando o rapaz enquanto ele descia de seu cavalo com uma expressão preocupada no rosto. 


—Você está bem, senhorita? — ele perguntou, se agachando ao meu lado. 


Continuei a encará-lo de boca aberta. Seus olhos procuraram alguma coisa ao redor. Assim como eu, também não encontrou nada ali, apenas a árvore, a pedra e eu, ainda caída no chão. Ele voltou a observar meu rosto, depois seus olhos avaliaram o resto de mim e sua cara assumiu um tom avermelhado quando examinou minhas pernas. Rapidamente, voltou a me encarar, sua face confusa. 


— Você está bem, senhorita? — ele repetiu. 


Minha cabeça girava, me deixando tonta. 


—O-o que? — respondi pateticamente. 


— Tem um ferimento na cabeça. Está sangrando muito. — ele moveu sua mão em direção à minha testa, mas não me tocou. 


Estava tão confusa que não notei, a princípio, a umidade quente e pulsante em minha têmpora. 


— Ah! — eu disse tocando minha testa debilmente. Doeu um pouco. 
Então, eu não estava sonhando! Ou tendo um pesadelo. 


— O que aconteceu? Parece assustada e... suas roupas... Hã... 


— Cadê a cidade? — inquiri, com a voz quase sem som. 


— Foi de lá que a senhorita veio? — sua testa franziu. 


— Como foi que eu vim parar aqui? Como tudo sumiu tão depressa? Cadê as pessoas? — disse eu, agarrando com as duas mãos a gola de seu casaco. 


Olhei em volta, procurando uma forma lógica para explicar o que estava acontecendo, mas não havia nada ali, além da paisagem rural. Estava assustada demais para entender qualquer coisa. O rapaz se espantou um pouco com minha reação. Mas o que mais eu poderia fazer, além de ter um ataque? 


— Melhor levá-la até minha casa e chamar o médico. Depois arrumarei uma carruagem para levá-la até sua casa. — seus olhos me fitavam de uma forma muito estranha. Era muito intenso. Fiquei zonza. Soltei seu casaco imediatamente.


Um médico seria bom. Talvez ele me desse alguma coisa que me fizesse acordar ou sair daquele pileque mais depressa. 


— Posso ajudá-la a se levantar, senhorita? — e estendeu suas mãos, para que eu as usasse como apoio. 


Apenas assenti, confusa. Tinha certeza que não conseguiria ficar de pé sozinha, de toda forma. Meus joelhos pareciam feitos de gelatina. Estiquei meus braços para pegar suas mãos, quando o que ele disse entrou no redemoinho de pensamentos. 


— Carruagem? 


— Talvez seja mais prudente permitir que o Dr. Almeida lhe examine primeiro. Um ferimento na cabeça pode ser muito perigoso. 


— Não é nada. — afirmei. — Nem sei como aconteceu. Você também viu aquela luz? — perguntei, ansiosa para poder encontrar o sentido daquilo tudo. 


Ele pareceu confuso. 


— Luz? Refere-se à luz do sol? 


— Não! —sacudi a cabeça. — A luz branca insuportável que fez tudo desaparecer! 


Ele sacudiu a cabeça lentamente. Eu fui a única que vi, então? 


— Vejo que está um pouco atordoada! Vamos até minha casa. Descanse um pouco e, depois que falar com o médico, prometo que farei o possível para ajudá-la, está bem? — sua voz baixa e rouca, os olhos intensos, não me deixaram outra escolha. 
Eu nem mesmo tinha outra escolha. 


— Tá. — murmurei. 


Ele alcançou minhas mãos e me ajudou a levantar. 


— Não é prudente que uma jovem como a senhorita fique sozinha neste lugar, ainda mais com seus trajes nestas condições. — ele passou a mão em minha cintura para me dar apoio e começou a me conduzir até seu cavalo. 


Senti algo muito estranho quando ele me tocou. Tipo um déjavú ou como se já nos conhecêssemos de algum lugar. Fiquei ligeiramente sem equilíbrio. 


— Por que está vestido desse jeito? — perguntei, tocando seu casaco. — Estava indo para alguma festa?


— Estou voltando de uma viagem longa. — a desordem em seu rosto era parecida com a que devia estar no meu. 


Viajando de cavalo vestido daquele jeito? Ele era louco? 


— Não acha que seria melhor uma roupa mais confortável? E porque você foi com o cavalo? 


A confusão em seu rosto se aprofundou. 


— Creio que estou vestido adequadamente, senhorita. E prefiro ir a cavalo. É bem mais rápido que a carruagem. — um pequeno sorriso surgiu em seus lábios, meu estômago se agitou. —Contudo, sei que é pouco prudente de minha parte. Muitas coisas mudaram nessa última década. Acredito que não seja mais seguro, com tantos vândalos e golpistas por aí se aproveitando de viajantes solitários. — e me lançou um olhar significativo. 


— Ah! Não. Eu não fui atacada por ninguém. Eu não sei o que aconteceu. — parei quando cheguei perto do cavalo, seu braço ainda em minha cintura. — Num minuto, eu estava na praça e, segundos depois, estava aqui neste... campo e tudo sumiu. 


— Tenho certeza que se lembrará assim que sua cabeça melhorar. Mas penso que foi atacada por ladrões sem escrúpulos. Seria essa a única explicação para terem deixado uma dama nestas condições! — ele desviou os olhos. 


— Que condições? — perguntei confusa pelo tom reprovador de sua voz. 


— Suas roupas, senhorita. — ele murmurou. — Mal posso crer na audácia de tais vândalos! 


— O que é que tem minhas roupas? — olhei para elas, para ver se ainda existiam ou se, de repente, não tinham desaparecido como todo o resto. Havia um pouco de grama presa no short e nos joelhos mas, fora isso, estava tudo normal. Pelo menos com as roupas. 


— As coisas mudaram muito depressa, como eu disse. Não acho prudente que mais alguém a veja praticamente sem... — ele pigarreou e baixou tanto a voz que quase não pude ouvir. —... roupas. 


— Como assim sem roupas? — de que raios aquele maluco estava falando. 


— Não se preocupe com isso! Anahi lhe arrumará algo para vestir. — ele me empurrou gentilmente para mais perto do cavalo. 
Eu recuei, me soltando de seu abraço. 


— Sabe de uma coisa? Eu tô legal! — eu não sabia que tipo de maluco ele era, mas que não estava em seu juízo perfeito, isso era um fato. — Vou tentar descobrir como cheguei aqui e depois vou voltar para casa. Mas valeu pela ajuda, moço. 


Girei para o outro lado, querendo ficar o mais longe possível daquele lunático, quando parei, petrificada. Uma carruagem surgiu na estrada. Uma carruagem de verdade, de madeira, com dois cavalos na frente e um carinha sentado quase no teto vestindo roupas engraçadas. 


— Está tendo um desfile ou coisa parecida por aqui? — questionei, observando a carruagem se aproximar mais. 


— Desfile? 


Virei-me para observá-lo. Seu rosto ansioso acompanhava o trajeto da carruagem. 


— É, desfile. Onde aquele troço antigo está indo? 


— A carruagem? Não é antiga! É da família Albuquerque, eles acabaram de adquiri-la. A antiga estava causando muitos transtornos a eles. 


Apenas fiquei olhando para ele, esperando encontrar sentido no que me dizia. 


— Nova? — caçoei. — Aquele troço? Deve ter uns duzentos anos! 


Sua testa se enrugou, as sobrancelhas arqueadas. 


— Garanto-lhe que é nova. Foi construída há apenas alguns meses. 


— Ah! Entendi. Ele é tipo um colecionador. — a carruagem se aproximava. 


— Colecionador? Tipo? Senhorita creio que esteja um pouco desconexa neste momento. Ficarei mais aliviado após o Dr. Almeida lhe examinar. Então... 


A carruagem parou na estrada e, através da pequena janela lateral, uma cabeça usando cartola — cartola! — apareceu. 


— Está tudo bem, Senhor Uckermann? Algum problema? — perguntou o homem de rosto gordinho e bigode enorme, me examinando atentamente. Os olhos se arregalaram e, quando olhou para minhas pernas, ruborizou. 


O rapaz ao meu lado se colocou na minha frente, me impedindo de ver a imagem pitoresca. 


— Esta jovem foi assaltada, Senhor Albuquerque. Vou levá-la para minha casa. A pobre tem um ferimento na cabeça. — ele disse, um pouco ríspido.


 




Tava sem fazer nada, e vim postar mais um, por mais que ninguém esteja vendo. Acho que estou "postando para as paredes" né? rs


Comentem <3


 



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Autor(a): anasz

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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— Ah! Esses tempos modernos estão acabando com o sossego das pessoas de bem. — o bigodudo sacudiu a cabeça, exasperado. Por que ele também vestia roupas estranhas? — Precisa de ajuda?  — Se puder avisar o Dr. Almeida que precisarei de seus serviços imediatamente, lhe serei muito grato.  — Então irei ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 14



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  • dul_y_Ucker22 Postado em 29/10/2015 - 01:49:54

    Eu ja li esse livro. Tem uma parte q me fez chorar sério eu chorei litros

  • dul_y_Ucker22 Postado em 15/07/2015 - 15:40:44

    faz maratonaq pfvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv vvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvvv. To te implorando

  • morenamarques Postado em 10/07/2015 - 18:13:11

    http://m.fanfics.com.br/fanfic/47474/confiando-em-um-lobo-vondy-vondy Ana, flor se não for incomodo poderia divulgar? Agradeço desdd ja

  • dul_y_Ucker22 Postado em 08/07/2015 - 16:24:42

    AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH. VC VOLTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! FINALMENTE. ( sim as vezes sou histérica ) CNTCNTCNTCNTCNT

  • traumadaa_ Postado em 24/05/2015 - 17:09:07

    Oi! Sou leitora nova e cara, to apaixonada por essa fic, essa história tá muito perfeita. Vamos por partes, achei super incrível a Dul voltar no seculo XIX hahahahahahhahahahahaha, to rachando de rir por causa do Christopher, tá sendo incrível ler essa história, segundo, RI demais com aquela historia do alface kkkkkkkkkkkkkkk kkkkkkkk e como RI, se não tem noção, to rindo ate agora, enfim, essa web me pegou e acho que agora você criou uma nova viciada, porque não vou largar do seu pé ate essa história ter um final feliz e vondy claro. Enfim, posta logo vaaaaaaai, isso ia me fazer tao feliz, e sabe oq me deixaria com o melhor humor do mundo? 119 capítulos novinhos só ora mim poder ler, sei que a web não tem muitos leitores, mais eu te prometo, palavra de escoteiro que não vai faltar comentário meu aqui, acredito que cê já percebeu que eu falo bastantes. Enfim, só queria desabafar e dizer que agora dependo dessa fic pra viver! Beijos e continua lindaaaaa do meu <3!!!

  • dul_y_Ucker22 Postado em 21/05/2015 - 14:35:28

    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. meu Deus como assim umar alface como papel higienico. eu to louca ou aquela mulher fala mais q a boca issso ta me dano nos nervos

  • dul_y_Ucker22 Postado em 12/05/2015 - 18:31:43

    vc n respondeu....

  • dul_y_Ucker22 Postado em 12/05/2015 - 17:33:46

    A Anahi é o q do Ucker?

  • dul_y_Ucker22 Postado em 12/05/2015 - 17:26:55

    DIOS MIO...Q ISSO MEU PAI?... To muito barava com vc... só posta 1 capitulo depois de 1 milênio... POSTA MAIS CAPÍTULOS MINHA FILHA OU EU N FALO MAS CUMCÊ

  • dul_y_Ucker22 Postado em 04/05/2015 - 13:29:12

    como eu ja disse sou bipolar


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