Fanfic: A mediadora - Reescrita {Blood Cases} | Tema: Vampiros

Às vezes o silencio pode ser o mais reconfortante amigo.

Tic, Tac, Tic..

Okay. A não ser que um relógio fique no meio, e por raios porque tinha um irritante relógio de pêndulo em uma delegacia?!

A porta se abriu e a igualmente irritante e bela figura de 1,76, cabelos pretos, olhos castanhos mel e pele em um tom bronzeado entrou. Sua postura era rígida, ainda parado segurando a porta ele franziu a testa e fingiu limpar a garganta depois caminhou em passos curtos até sentar na cadeira a minha frente.

- Eu sou o detetive Lussaf – Ele falou finalmente se apresentando, um resquício de culpa soou em sua voz, talvez pelo fato dele ter me enfiado na viatura antes mesmo que tivesse me deixado abrir a boca.

- Pode me dizer o que aconteceu antes de ser detida? – Ele perguntou pondo o envelope amarelado que tinha o trago consigo em cima da mesa. Soltei o ar.

Claro que eu poderia dizer a verdade, estava salvando o dia! Como sempre. Comprimi os lábios pensando em algo inteligente a dizer, porque falar que estava impedindo uma pobre moça de virar lanchinho não parecia soar muito bem. E muito menos o fato do agressor escapar porque um intrometido detetive tinha me prendido, de novo a fúria voltou, e se ele não tivesse os visto antes corria um grande risco de os ver agora.

Limpe os pensamentos Vick, controle-se! Calma, pense no doce som de empalar carne fria.

- Que tal você me dizer primeiro porque me deteu? – Eu falei o fitando, com o meu melhor tom gélido na voz. Ele não pareceu se incomodar tanto e me deu uma varredura com o olhar. Talvez pelo sangue seco no meu cabelo enquanto não havia nenhum ferimento na minha cabeça ou as tiras de tecido que antes eram minha maravilhosa camiseta, minha aparência poderia parecer um pouco incriminadora.

- Eu vi uma garota segurando uma adaga ao lado de um corpo, estamos em Rubisbel essas coisas não acontecem sempre. – Ele falou em um tom serio se recostando na cadeira.

Hey, primeiro eu não sou uma garota! E a uma clara diferença entre adaga e uma estaca!

Foram as primeiras coisa que se passaram em minha mente até ele falar do corpo.

- A mulher, ela esta bem? – Perguntei num verdadeiro tom de preocupação. Eu não tinha tempo de ter chegado seus sinais vitais depois que fui surpreendida pela lei.

- Está, mesmo que o paramédico não tenha entendido porque a pulsação dela estava tão fraca, sem ferimentos evidentes – Ele ficou com a expressão pensativa e depois séria assim que seus olhos foram até a pasta.

- Mas a questão é quem é você? Puxamos suas digitais no banco de dados e elas não bateram com nenhuma informação no sistema o que foi bastante estranho. Me parece que você é o tipo de pessoa que já esta familiarizada com delegacias e principalmente interrogatórios, estou enganado? – Ele perguntou arqueando uma sobrancelha, como eu queria fazer isso.

Bem ele tinha razão não era a primeira vez e nem seria a ultima que eu tinha vindo parar na delegacia por conta do meu trabalho. Mas diferente dos outros meu interrogadores o detetive Lussaf tinha algo diferente algo como um mesclado de desconfiança, perspicácia com uma pitada de medo.

Um prato de limpar os dedos.

- Ninguém importante tanto que não estou no seu banco de dados, não sou uma criminosa, detetive. – Eu falei soando o mais verídico possível a não ser que matar o que já estar morto conta-se como um crime.

- Penso o contrario Vicktoria – Ele falou colocando as mãos entrelaçadas em cima da mesa.

Ele abriu a pasta e começou a organizar os arquivos pelo o que me parecem na ordem dos atestados de óbito.

- Já estou de olho em você desde que chegou na cidade, mas só hoje tive a confirmação do que pesei. Agora eu vou perguntar de novo o que estava fazendo com a mulher antes de serem apanhadas? –Ele falou vacilando de seu tom sério para irritado.

- Ajudando ela, a vi desmaiada na grama e como uma boa cidadã que sou fui ver se precisava de socorro. – Eu falei normalmente.

- Cidadã exemplar – Ele deu um sorriso desprovido de humor - E quanto à adaga?

Estaca

- Sou uma mulher frágil em uma cidade nova e pelo que vejo violenta, precaução sempre é bom. – Dei de ombros, ele não pareceu convencido.

- Você mente bem. – Ele deslizou uma fotografia em minha direção e depois outra – Você foi identificada em duas outras cenas e agora pega em flagrante em outra, gostaria de escutar sua explicação.

- Hora errada no lugar errado? Isso não me faz uma criminosa, que tal uma azarada? Tenho um curso de primeiros socorros apenas tentei ajudar, é algum crime ajudar o próximo? – Sinceramente ás vezes eu merecia um Oscar por minha facilidade em mentir uma técnica muito bem aperfeiçoada em anos.

- Não, mas levanta suspeitas.

- Suspeitas não resolvem casos – Reformulei – Raramente. A questão é, você mesmo disse que a mulher não tinha ferimentos, pegue o testemunho dela, eu não a machuquei. Fora meu azar você não tem nada pelo que usar contra mim. Então meio da madrugada, noite cheia que tal irmos dormir?

- Quanto ao sangue e suas roupas? – Ele recostou o corpo novamente na cadeira e cruzou os braços torneados sobre o peito. Ele tinha um ponto, se eu disse-se que o sangue era meu ou da garota ele não acreditaria já que nenhuma de nos tínhamos ferimentos evidentes, lá se foi minha historia.

- Tudo bem, não foi assim que aconteceu. – Falei desdenhosamente.

- Conte-me.  – Ele incitou.

 - Vou ser concisa, eu sofro de insônia, fui dar uma volta no meio da madrugada e resolvi levar minha ‘adaga’ por segurança, arma branca vale ressaltar. No meio da minha caminhada vi um cara agarrar a garota, tentei interferir e nos começamos a brigar, a garota desmaiou, algum dos vizinhos deve ter escutado e telefonado, daí o cara escutou as sirenes e resolveu se mandar, satisfeito? – Suspirei cansada, ele não era fácil de se passar para trás, então contei uma meia verdade e a garota poderia confirmar é claro tirando os fatos pontudos. O detetive apenas levantou ambas as sobrancelhas e se inclinou para frente.

- Porque não telefonou quando viu a agressão?

- Deixei meu celular na pousada.

- Não teve medo de se machucar? – Um sorriso brincou nos meus lábios. Ele apenas manteve seu olhar de curiosidade sobre mim.

- Fiz defesa pessoal. – Outra meia verdade.

- O sangue é seu?

- Não. – O que não era bem uma mentira.

- Vai prestar uma queixa?

- Acredito que a garota sim.

- Consegue identificar o suspeito?

- Vagamente.

- Porque mentiu no começo?

- Sou nova na cidade, não queria que as pessoas me julgassem por meus hábitos, sabemos como cidades pequenas são. Sou uma pessoa bastante reservada e gostaria de me manter assim, longe de especulações.

- Como eu disse você mente bem. Então é isso, hora errada no lugar errado, um pouco de azar aqui e lá, espero que não a surpreenda a dizer que não acredito em sequer uma só palavra senhorita.  Como eu disse já vinha vigiando você, qual sua idade? 19?

- Uh isso não é nada educado, 21. Não vejo o porquê disso.

- Não vê? – Ele deu uma risada seca.

- Garota nova na cidade, perto de duas cenas de crime e uma agressão. Você senhorita esta na minha lista então...

- Então o que detetive? Me diga. Não sou uma garota e quanto a esses seus casos – Apontei para as fotografias – Sabe muito bem que estão acontecendo a bem mais tempo de minha chegada então eu manteria meu olho se fosse você nos verdadeiros suspeitos.

- Esta insinuando de como devo fazer meu trabalho? – Ele se levantou abruptamente colocando as mãos na mesa.

- Parece que alguém precisa mostrar. – Comentei secamente, isso já estava me dando nos nervos. Ele que interferiu no meu trabalho, deixou o maldito escapar e me manter presa só piorava a situação.

- Escute... – Ele começou e eu explodi, me levantei da cadeira também.

- Escute você, já estou de saco cheio dessa nossa conversa se não tem nada de realmente útil para usar contra mim sugiro que me solte imediatamente, não se preocupe vou ficar muito bem nessa cidade de... – Comecei a gritar até perceber a expressão do detetive.

- Seus olhos estão...  – Ele começou.

Droga

Desviei meu olhar rapidamente e controlei minha respiração, me sentei na cadeira e quando tive certeza que estava seguro voltei a olhar para o detetive.

- Alguma coisa errada? – Tentei manter meu tom calmo. Ele piscou e esfregou os olhos com as costas das mãos, o que quer que ele pensou ter visto em meus olhos deve ter assumido com seu cansaço para minha gloria. Eu estava sendo desleixada, primeiro sendo reconhecida em alguma cena – que a propósito merece uma investigação póstuma- e por não manter minha fúria interna sobre controle.

- Tudo bem, pode ir, até pegarmos o depoimento da vitima e apurar o caso não deve sair da cidade. – Ele falou inspirando lentamente, me levantei da cadeira.

- Foi um desprazer detetive Lussaf – Falei caminhado até a porta.

- Não pense que isso acabou – Ele falou assim que passei pela soleira, virei meu olhar em sua direção e sorri secamente.

- Para seu bem espero que sim – Falei e antes que ele pudesse comentar mais alguma coisa sai, me deleitando com sua expressão confusa.