Fanfics Brasil - Capítulo 04 - Eu te amo... E tudo aquilo que dissemos?

Fanfic: E tudo aquilo que dissemos? | Tema: Romance, Traição, Amizade


Capítulo: Capítulo 04 - Eu te amo...

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Aeroporto Internacional de Brasília / Minutos antes do acidente / 2016


Gabriela entrou na aeronave ansiosa. Procurou por seu assento e, quando o encontrou, guardou a bagagem de mão no compartimento acima. Ela sentia-se aliviada por ter conseguido se desculpar com seus amigos antes de embarcar. Não esperava que a compreendessem, assim como ela mesmo não compreendia a situação.


"Eu te amo", ele havia dito, quando ainda eram namorados. Ela havia acreditado nele, ela realmente havia acreditado nele. E agora, lá estavam todos, agindo como bons amigos liberais, abertos a novas tendências. Era a vida dela que estava envolvida, droga! Ninguém a entendia? Ela sentia-se suja ao imaginar as coisas que ele deveria falar para Rafael agora, quando estivessem a sós. Sentia-se sozinha.


"Eu também te amo...", ela havia respondido, e esperava que ele entendesse. Ela pediu que ele esperasse, que o tempo certo chegaria, e ele havia concordado. Ele disse que iria esperar! E agora, lá estavam eles, como numa grande encenação, como se estivessem apenas brincando de realidade. Aquilo não podia ser verdade, certo? Eles iriam parar com aquilo mais cedo ou mais tarde, ela tinha certeza. E, então, ele voltaria para ela, e tudo ficaria como deveria ser.


Ela ainda o amava, e era isso que machucava. Ver seu primeiro amor de mãos dadas com um de seus melhores amigos não era algo simples de aceitar. Era complicado. E, com a cabeça encostada na janela da aeronave, as lágrimas caindo em seu colo e os pensamentos alheios ao mundo ao seu redor foi que Gabriela viu sua vida passar diante de seus olhos, como nos filmes. Todos os momentos felizes, todos os erros, seu primeiro beijo, sua primeira decepção... Ela ainda o amava quando viu o fogo. O calor da morte acariciou seu rosto. Logo ela, que pensava que a morte seria fria...





Centro Educacional Novo Amanhã - 2º Bimestre letivo


Os primeiros meses passaram como num piscar de olhos. Amanda e Juliana planejavam algo especial para Gabriela, que faria aniversário no mês seguinte. A ideia era arrecadar dinheiro e comprar para a amiga um colar com um pingente de cristal. A ideia ficou ainda melhor quando Amanda deu a ideia de pedir ajuda aos colegas. Daniel, Guilherme, Carol, Natália e até o novato Rafael dispuseram-se a ajudar. Dividiram o valor entre si e começaram a arrecadção na mesma semana. Faltando três dias para o aniversário de Gabriela, a meta foi atingida. Tudo ia de acordo com o planejado. No dia do aniversário, após a turma cantar "parabéns" e o presente ser entregue, alguém bateu à porta. Para a surpresa da maioria, a pessoa do outro lado da porta era ninguém menos que Lucas.


Lucas havia saído do colégio no início do ano anterior, para, segundo ele, "conhecer pessoas novas", mas Daniel e Guilherme, seus amigos de infância, sabiam a verdade. Lucas sempre fora apaixonado por Gabriela, e essa retribuía o sentimento, mas nenhuma das partes tomava quaisquer iniciativas de se começar um relacionamento. Talvez pela imaturidade, talvez pelo medo de rejeição. O problema veio quando, certo dia, Lucas havia feito uma tentiva frustrada e um tanto quanto estranha de se declarar para Gabriela, que, desde então, havia ficado com receio de magoar o amigo. Sair do colégio foi a maneira que ele encontrou de organizar as ideias e se preparar para um futuro mais certo, e, agora, lá estava ele, entrando na sala, recebendo cumprimentos e elogios pela aparência.


Rafael sentiu-se deslocado novamente, já que a atenção de todos voltou-se para o antigo amigo. Ele não era o único que se sentia só. Desde que ele e Carol começaram a descobrir coisas em comum, além do gosto por desenhos japoneses, ambos deram continuidade a uma amizade que ganhava força a cada dia. E, com, isso, Natália afastava-se cada vez mais de Carol. Ela não culpava o novato, culpava a si mesma e à amiga por não dar valor a amizade já existente. A solução que encontrou foi aproximar-se de Vitor, um garoto do grupo dos "bagunceiros da turma". Natália constantemente tentava influenciar positivamente o amigo, e aconselhava-o da melhor maneira possível.


As semanas seguintes ocorreram como o esperado pelo grupo: Gabriela e Lucas finalmente iniciaram um namoro, e, com isso, Rafael voltou a ter a atenção que queria.


Dia após dia, Rafael sentia-se mais atraído pela sua nova amiga, e, reunindo toda sua coragem, resolveu declarar-se.




Rafael entrou na sala, sorridente e ansioso, tinha decidido que aquele seria definitivamente o dia em que diria o que sentia por Carol.


Rafael: Bom dia! - disse, animado. Carol e Natália conversavam com interesse sobre algo que estava nas mãos de Carol.


Carol: Vei, olha que foda! - ela disse, virando-se para o garotoe erguendo a mão, mostrando o que estava em sua palma.


Era um anel de prata, com as iniciais "G" e "C" gravadas nele.


Natália: É meio gay, mas é fofo - disse.


Rafael: Quem te deu? - perguntou, sentando, o sorriso sumindo aos poucos.


Carol: Meu namorado. Ele me deu ontem, quando a gente foi pro cinema.


Rafael ficou atônito. Não escutava mais o que ela dizia. Sua mente havia parado de absorver o significado das coisas depois de "namorado". A garota perfeita tinha namorado? Ele olhou para o anel, desejando que tivesse sido ele o responsável pelo presente.


Rafael: Eu... não sabia que você tinha namorado...


Carol: Não? Pensei que eu tivesse dito. É o Gabriel.


Rafael: Ah, sim... Deve ter dito mesmo. Eu não lembrava - e riu de si mesmo, tentando esquecer tudo o que havia planejado dizer naquele dia.


O garoto decidiu que não se deixaria abalar com aquilo. Seguiria em frente, como bom amigo que sabia ser. Não estragaria uma amizade por conta de uma desilusão. Ele não era assim...





Apartamento de Lucas / Uma semana antes do acidente / 2016


Lucas estava deitado no sofá, seus pensamentos estavam na discussão que tivera com seu pai por causa de Rafael, no dia anterior. O pai de Lucas, policial, conservador e de valores fixos, ainda não aceitava que seu filho tivesse um relacionamento "anormal". Ele o havia proibido de entrar na casa da família quando descobriu sobre a orientação do filho, Lucas havia conseguido alugar um pequeno apartamento com a ajuda de sua mãe, na área periférica de Brasília, numa das cidades-satélites afastadas do Plano Piloto, onde os preços eram mais em conta. Havia conseguido um emprego razoável em uma loja de roupas, e agora dividia o tempo entre a faculdade de gestão ambiental, o trabalho e Rafael. E era ele quem Lucas esperava nesse momento. Era sábado, e relaxar um pouco seria uma boa pedida para esquecer dos problemas. Com dezenove anos, sua vida estava razoavelmente bem. Não da forma que esperava, mas melhor do que a de muitos que conhecia. Rafael, o mais novo do grupo, tinha dezoito, e ainda sofria represálias dos familiares, sendo protegido apenas por sua prima. Ainda não havia conseguido ingressar em uma faculdade, e estava a procura de emprego, as coisas definitivamente já foram melhores para ele.


Batidas se ouvem na porta. Lucas levanta, de sobressalto, e vai até ela.


Lucas: Você demorou... - disse, mostrando o relógio no pulso.


Rafael: Foi mal - sorriu, rendido - Queria fazer algo diferente, então comprei isso - e ergueu uma garrafa de Ice.


Lucas olhou a garrafa, e em seguida para Rafael, balançou a cabeça e riu.


Lucas: A criança comprando Ice... Realmente... - e convidou o outro para dentro.




A garrafa pendia vazia no chão. Lucas e Rafael estavam sentados, um de frente para o outro.


Lucas: Sabe... Nunca pensei que isso fosse acontecer.


Rafael: Isso?


Lucas: Eu, você... Isso.


Rafael: Nem eu... Na verdade ainda não acredito muito.


Lucas: É...


Um breve silêncio.


Rafael: Sabe... Já faz alguns meses e... Bom, eu acho que a gente podia tentar algo novo... - ele sugeriu, corado.


Lucas sorriu, maliciosamente.


Lucas: Tipo o quê?


Rafael virou o rosto, embaraçado.


Rafael: Ah, sei lá... Algo que todo mundo faz... Você sabe o que é, não me faz falar com todas as letras.


Lucas riu e se aproximou.


Lucas: É, eu sei... Mas temos que ver quem é quem aqui, se é que me entende.


Rafael olhou para ele, tentando sorrir da mesma maneira, mas ainda embaraçado.


Rafael: Você quem sabe...


Era início da noite, e ambos teriam tempo de sobra para decidirem pormenores. Ali, sozinhos, podiam ser quem queriam ter sido em tempos passados. Podiam falar o que quisessem, sem serem recriminados. Podiam fazer aquilo que não fizeram quando ainda não conheciam quem de fato eram...


 


 


 



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Autor(a): araton

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 15



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  • mrti Postado em 19/04/2015 - 18:46:36

    to aki ansioso e nada de vc postar...

  • mrti Postado em 18/04/2015 - 14:47:09

    kd o capitulo, ansioso aki

  • araton Postado em 16/04/2015 - 21:58:54

    Vlw vei, seu incentivo me deixa mto feliz :D

  • mrti Postado em 16/04/2015 - 21:55:07

    Carambaaaaa. Ansioso pelos próximos cap. MUito fodaaaa

  • araton Postado em 15/04/2015 - 19:01:48

    Altas tretas ainda estão por vir huahuha

  • mrti Postado em 15/04/2015 - 18:55:17

    cara, to curioso pra saber quem fez o video!!

  • araton Postado em 15/04/2015 - 00:21:02

    Hahahaha Obrigado mesmo :D Fico feliz que esteja gostando ^^

  • mrti Postado em 15/04/2015 - 00:19:47

    Fodastico!!! a história evolui e o escritor evolui com ela. Fascinado!!

  • mrti Postado em 14/04/2015 - 22:18:38

    Ansioso pelos próximos capitulos!

  • araton Postado em 13/04/2015 - 23:32:44

    hasuhsau vlw vei o/


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