Fanfic: Dois Homens {DyC [terminada]
Não.
Ele não tinha mudado. Continuava sendo o mesmo. O mesmo homem... Mas ao mesmo
tempo, um completo desconhecido que era, precisamente, a espécie de homem com
quem tinha jurado não envolver-se jamais. Um amante do risco. Um homem que se
afastou da segurança e a estabilidade para abraçar a incerteza. A espécie de
homem que jamais seria feliz com o tipo de vida estável que Dulce tinha
desejado desde da infância.
— No
que está pensando? — perguntou ele.
—
Estava me perguntando se tudo isto não será um terrível pesadelo e vou
despertar de um momento para outro.
— Agora
sim conseguiu ferir meus sentimentos.
— Sinto
muito, não pretendia dizer que você era terrível.
O
sorriso do Christopher indicou que estava brincando.
—
Caramba, isso sim que é um consolo. E que parte parece terrível para você? A de
sexta-feira à noite na praia? A de sábado em seu quarto? O telefonema?
A
chamada por telefone. Fazia só uma noite que estiveram trocando toda sussurros
por telefone, fantasiando juntos durante uma chamada que tinha durado quase
duas horas. Quando recordou a si mesma dizendo-lhe que às vezes se perguntava
como seria fazer amor atada com lenços de seda, sentiu que se ruborizava.
Mas
recordou então a paixão que tinha refletido na voz de Christopher quando ele
havia dito o muito que tinha pensado nela no sábado à noite e quantas vezes se
imaginou terminando o que tinham começado. E estremeceu.
Em meio
da escuridão da cabine, Christopher estendeu a mão. Dulce tomou sem dizer nada.
Necessitava da ternura que silenciosamente ele
oferecia, a segurança que aquela terna carícia lhe proporcionava.
— Sinto
muito. Não devia ter mencionado — disse Christopher por fim, com a voz rouca,
como se ele também tivesse se perdido na sensualidade das lembranças — Não a
trouxe aqui para seduzí-la, nem para que ignorasse o que aconteceu.
Seduzi-la?
Diabos, se continuasse acariciando a palma de sua mão com o dedo indicador, ia
tirar sua roupa antes que tivessem chegado ao primeiro semáforo. E se sentiria
muito melhor se Christopher abaixasse o vidro e jogasse o chiclete de hortelã
que o fazia mover a mandíbula num ritmo tão sexy que a estava deixando louca de
desejo.
—
Obrigado. Olhe, acredito que seja melhor levar-me para minha casa. Eu gostaria
de ficar um pouco sozinha.
Christopher
parecia a ponto de protestar, mas não o fez. Continuaram em silêncio durante
alguns minutos, sem soltar a mão. Dulce aproveitou a escuridão da cabine para
estudar seu perfil. Seu forte queixo, a mandíbula perfeitamente cinzelada, sua
boca.
Obrigou-se
a afastar o olhar e fixá-lo no asfalto. Mas seus olhos voltavam sempre para
ele. Como podia tê-lo confundido com seu irmão? No mais essencial, eram
completamente diferentes. Quando estavam a ponto de chegar a seu bairro,
Christopher rompeu o silêncio.
— Como
vamos solucionar tudo isso? Podemos nos ver amanhã?
— Não
sei.
Christopher
suspirou frustrado.
— Então
fale-me, se explique. O que mais a incomodou? Sente-se envergonhada? Está
preocupada com o que possa dizer Trent?
— Eu
não gosto de sentir que não controlo a situação.
—
Sempre controla tudo, Dulce? — Dulce riu suavemente.
— Não,
normalmente não. Mas eu gosto de fingir que o faço. E eu gosto que as pessoas
que me rodeiam acreditem que sempre sei
o que estou fazendo.
— Assim
o que a incomoda é ter sido pega em uma pequena confusão de identidades.
— Uma
pequena confusão de identidades? Isso é como dizer que o Everest é uma colina.
—
Dulce, não é a primeira pessoa que confunde Trent comigo. Embora eu seja muito
mais bonito e imensamente mais agradável.
Dulce
conseguiu esboçar um sorriso.
— Sim,
você é. E também muito modesto.
— Então
a questão da confusão na realidade não é um problema, porque eu sou o Uckermann
que queria que fosse.
Dulce
vacilava e Christopher diminuiu a pressão de sua mão.
Sim,
Dulce queria estar com ele em termos físicos. Mas queria estar sempre? Poderia
permitir-se amá-lo tal e como pensava que poderia fazê-lo quando acreditava que
Christopher era na realidade um tranquilo homem de negócios que podia desejar
ter uma esposa, filhos e uma casa no subúrbio?
—
Dulce?
— Agora
mesmo não sei o que quero — admitiu suavemente.
— Seria
capaz de me explicar isso? — Dulce não estava muito segura de como fazê-lo, mas
tinha que tentá-lo.
—
Christopher, não há nenhuma dúvida de que meu corpo o deseja. E isso foi assim
desde o começo.
Christopher
vacilou um instante, mas depois se atreveu a dizer:
— Mas
seu cérebro não, não é? Ou é porque seu cérebro está interessado em um irmão e
seu corpo em outro?
Daquela
vez, o aborrecimento que transparecia em sua voz era inconfundível.
Dulce
queria negar imediatamente aquela acusação. Odiava como tinham soado suas
palavras. Odiava enfurecê-lo ou, pior ainda, feri-lo. Mas sua dedução não era
de todo errada.
Fisicamente,
não havia nenhuma dúvida do homem a quem desejava. E, mentalmente, bom, estava
convencida de que não desejava ao Trent, mas não podia negar que a atraía o que
Trent representava: estabilidade e
segurança.
Chegaram
ao caminho de sua casa antes que Dulce pudesse responder aquela acusação. A
jovem percebeu pela tensão de seu queixo e o brilho de seus olhos que Christopher
tinha interpretado seu silêncio e não tinha gostado nada da sua resposta.
Ela
abriu a boca para dizer algo, mas ele já tinha aberto a porta e saltado da
caminhonete para ajudá-la a descer. Sempre tão atento, até quando era óbvio que estava furioso com ela.
Dulce
deslizou contra ele enquanto descia, provocando com aquela deliciosa fricção um
calor instantâneo. Seus seios roçaram seu peito. Suas coxas as suas pernas.
Christopher
retrocedeu, segurou-a pelo braço e a acompanhou até a porta.
—
Christopher... — começou a dizer Dulce, compreendendo que não podia deixar que
voltasse para sua casa acreditando que estava interessada em seu irmão.
Mas
antes que tivesse podido dizer uma só palavra, a porta de sua casa se abriu.
—
Voltou — disse sua mãe com um enorme sorriso —
Bem a tempo — Jeanine segurou a porta totalmente aberta para convidá-los
a entrar.
Christopher
ficou no alpendre.
— Não
vai entrar? Nem sequer quer ver as flores tão preciosas que enviou?
—
Flores? — perguntou Dulce. Christopher ficou olhando-a fixamente.
—
Mamãe, acredito que deva deixar que
Dulce entre e leia o cartão — disse Morgan.
Dulce
benzeu em silêncio a perspicácia de sua irmã, a quem tinha bastado vê-los para
dar-se conta da tensão que havia entre eles.
— Não
seja tola — replicou Jeanine, alheia a tudo o que não fosse o aroma de romance
que se respirava no ambiente.
Jeanine
segurou Christopher pela mão e o puxou. Dulce os seguiu e observou a sua mãe
enquanto ela apontava um enorme ramo de
rosas vermelhas que havia em cima da mesa de café.
Dulce
sabia que não eram do Christopher. Viu na contenção e na quase diversão que
refletia seu rosto. Uma diversão fingida, provavelmente. A tensão de seu
sorriso indicava que ainda estava zangado com ela porque não tinha sido capaz
de lhe responder na caminhonete. E as flores não iam ajudar a diminuir seu
aborrecimento.
— Que
detalhe tão encantador, Christopher — continuou Jeanine, desfazendo-se em
efusividade.
— Não
são minhas.
Jeanine
teve a graça de ruborizar-se. Christopher pôs-se a rir enquanto se aproximava
do vaso, tomava o cartão que acompanhava o ramo e jogou para Dulce. Ela apanhou
no ar, mas não precisava ler para saber que era do Trent.
Christopher
tomou uma só rosa do ramo.
— Meu
irmão sempre gostou de brilhar. Nunca soube apreciar o valor das coisas simples
— Voltou-se para Jeanine, estendeu-lhe
uma rosa e lhe dirigiu um olhar íntimo — Uma só rosa na mão de uma mulher é
muito mais pessoal.
Jeanine
virtualmente se derreteu. Dulce olhava Christopher com receio.
Ele
tirou do ramalhete florzinhas brancas
que acompanhavam o ramo, cruzou a sala, colocou no cabelo de Morgan com um
delicado sorriso e sussurrou:
— A
compreensão é sempre mais sincera que as adulações.
A
imperturbável Morgan se ruborizou.
Dulce
esperou com o coração na garganta enquanto Christopher voltava para a mesa e
tirava o resto das flores do vaso. Sem saber muito bem o que ia fazer, ficou
completamente quieta enquanto ele caminhava para ela. Conteve a respiração. O
pulso lhe acelerou. E arregalou os olhos quando viu que se aproximava da porta
e atirava as flores no jardim.
Jeanine
deu um salto e Morgan soltou uma gargalhada.
Christopher
se voltou para Dulce e tomou-a pelos ombros.
— As
flores jamais poderão dizer nada tão poderoso como isto:
E,
ignorando completamente a presença de sua mãe e de sua irmã, a fez ficar nas
pontas dos pés e apanhou sua boca com um beijo que a saturou completamente de
desejo e acelerou ao máximo seus hormônios.
E
depois se voltou e partiu.
No
momento que a porta se fechou atrás dele, Dulce sentiu que já não se
sustentavam suas pernas. Apoiou-se contra a porta e foi deslizando-se
lentamente até o chão.
—
Preferia ter recebido o mesmo que você — murmurou Jeanine, deu de ombros,
piscou o olho para sua filha e abandonou a sala.
Morgan
clareou a garganta, e sacudiu a cabeça, como se estivesse despertando de um
sonho. No final, voltou-se para seguir sua mãe e disse com um trêmulo suspiro:
— Eu
também.
Dulce
não foi capaz de dizer uma só palavra.
Autor(a): theangelanni
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Assim que se afastou da casa de Dulce, Christopher parou na primeira loja que encontrou para comprar um refrigerante. Não só porque estava com calor, mas também para acompanhar o chiclete que engoliu pouco antes de beijar Dulce. Lembrando as advertências de sua mãe durante a infância, perguntava-se se valeu pena ter beijado Dulc ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1653
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stellabarcelos Postado em 13/03/2016 - 10:43:14
Own que lindos ! Amei
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:16:17
ah, aki eh a Natyvondy!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:14:00
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:57
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:56
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:55
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:54
amei!!!!!
-
vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:53
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:50
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:47
amei!!!!!