Fanfics Brasil - Dois Homens {DyC [terminada]

Fanfic: Dois Homens {DyC [terminada]


Capítulo: 2? Capítulo

590 visualizações Denunciar


Duas semanas depois, Dulce estava convencida de que Trent Uckermann era um vampiro que só vivia depois da meia-noite. Não havia tornado a ver um só indício daquele homem espetacular depois da noite em que o tinha visto trocando o pneu sob a chuva. Tinha procurado esse traço durante as reuniões, ou quando se cruzaram casualmente na galeria. Mas a única coisa que viu foi o sério e tenso Trent Uckermann que a tinha contratado.


— Está segura de que não quer que a acompanhe a esse luxuoso hotel?


Dulce tirou de sua cabeça a lembrança de Trent Uckermann sem camiseta e encharcado, e prestou atenção a sua amiga e companheira.


— Sinto muito, Anahí, eu adoraria que viesse. Uckermann aceitou me pagar a viagem para que possa assistir a essa conferência, mas não acredito que esteja disposto a lhe pagar isso também, embora seja a melhor encarregada de perfumaria do estado.


Anahí Carruthers, a encarregada  em questão, limpou a superfície de uma das cadeiras da mesa de Dulce e se sentou nele alegremente.


«Escritório» era uma palavra muito generosa, possivelmente. Na realidade, Dulce trabalhava em um lúgubre canto, na zona mais escura das galerias. O escritório estava cheio de caixas, gavetas e roupa que Dulce pensava utilizar nas vitrines. sem mencionar braços, cabeças e diversas partes do corpo dos manequins.


— Não entendo como é capaz de ficar aqui encerrada todas as noites.


— Eu gosto. Além disso, prefiro me ver com a poeira a ter que voltar para casa todas as noites cheirando a trinta perfumes diferentes.


— Eu que o diga. Meu pobre cão não sabe quem chega a casa cada noite. Mas de todas formas, não se sente muito só aqui?


— Não. É um lugar magnífico para trabalhar. Poucas interrupções e nenhuma distração.


Felizmente, Dulce se sentia perfeitamente bem tanto em sua casa como em seu escritório. Gostava de poder dispor de dois lugares aos quais podia considerar dela e esconder-se para desenhar, criar e planejar. Sam Brighton, o diretor comercial dos armazéns, que também era o supervisor de Dulce, pareceu quase envergonhado quando lhe tinha mostrado seu lugar de trabalho dois meses atrás. Mas Dulce se apaixonou imediatamente por aquela sombria e desordenada sala. Parecia cheia de história e lhe proporcionava o silêncio e a intimidade que necessitava para trabalhar.


— Se soubesse que ia às reuniões no Centro Turístico Dolphin Island, eu também teria ficado aqui todas as noites, vestindo essas pessoas de plástico — disse Anahí, com um suspiro sentido.


— Há algo mais importante — Dulce pensou na quantidade de horas que tinha passado percorrendo o armazém, procurando o vestido perfeito, o acessório ideal. sem mencionar o tempo que passava em sua casa planejando, pensando, procurando mentalmente algo original que pudesse chamar a atenção —  O destaque principal é a melhor parte deste trabalho.


— Sei, não pretendia tirar seu mérito. Acredito que está fazendo um trabalho admirável.


— Suponho que todos os anos que passei trabalhando por fim valeram a pena — admitiu Dulce com um sorriso —  sem falar de todas as vezes que vesti a minha Barbie!


— Sempre gostei mais da cabeça da Barbie, com toda aquela  maquiagem e o cabelo que era impossível de frisar e que terminava cortando e entregando-me no fim de semana para eu arrumar.


Dulce soltou uma gargalhada.


— Vá, parece que nós duas obtivemos nossos sonhos.


— Não exatamente. Ainda não sou maquiadora nos Estudios Universais de Hollywood.


— E eu não me dedico a exibir vestidos de marca nas passarelas de Paris.


— Uma modelo de um e sessenta. É algo que não se vê todos os dias.


— E quem disse que os sonhos de uma menina de seis anos tem que ser realistas? De qualquer forma não me queixo. Eu gosto desse trabalho.


— Certamente. E me alegro de que tenha conseguido ir a esse congresso, embora tenha provocado tantos rumores no trabalho.


Dulce deu de ombros, consciente de que mais de um teria franzido o cenho quando tinham anunciado nos escritórios que ela, a nova vitrinista, tinha conseguido que lhe pagassem uma viagem ao sul da Florida.


— Acredito que Sam moveu alguns fios para que me pagassem a viagem porque sabe que isso pode me ajudar na universidade. A princípio, rechaçaram minha petição e a verdade é que tive uma boa surpresa quando me inteirei de que Trent tinha mudado de opinião e havia dito ao Sam que me mandasse a esse congresso.


— Suponho que a foto do jornal tampouco estava mal — disse Anahí, sorrindo —  Eu estava ali, lembra? E vi as multidões que se amontoavam na vitrine para comprovar se era real a foto que tinha saído no Boca Gazette. Incluída a velha Uckermann. Talvez tenha sido ela a fada madrinha que decidiu passá-la no pre-requisito da viagem!


Dulce sorriu, lembrando da agradável surpresa que teve quando viu a fotografia de uma de suas vitrines em uma seção do jornal local. O pé de foto dizia: «A vitrine do Uckermann`s nos mostra uma divertida e descarada visão do verão».


Essa era a vitrine na qual  estava trabalhando quando tinha visto o Trent Uckermann trocando o pneu da caminhonete. Não sabia porquê, mas depois de vê-lo, tinha mudado completamente o desenho original e tinha criado um cenário no qual uma mulher elegantemente vestida olhava às escondidas um manequim de peito nu que dançava sob a chuva. A tormenta foi criada com um ventilador e diversas serpentinas.


Alguns dos clientes imaginavam que se inspirou no famoso filme protagonizado por Gene Kelly. Mas a verdade era que a única inspiração que tinha necessitado tinha sido a do Trent Uckermann.


Trent não tinha feito nenhum comentário sobre a vitrine e Dulce não acreditava que tivesse estabelecido nenhum tipo de conexão. Mas certamente, sim tinha reparado na publicidade e na quantidade de pessoas que tinham ido ver a vitrine. Sua avó tinha solicitado uma reunião privada com a Dulce no dia que tinham publicado a fotografia. E Trent tinha aprovado o orçamento de sua viagem dois dias depois.


Dulce ainda não tinha ouvido de Trent nenhum comentário sobre seu último desenho. E depois de procurar em vão durante duas semanas o homem que se escondia debaixo aqueles trajes sérios e sua aborrecida expressão, tinha encontrado a inspiração para uma nova vitrine. Utilizando os mesmos manequins, tinha recriado o sonho de uma mulher. Ela permanecia frente a um homem aborrecido, mas muito elegantemente vestido enquanto fantasiava com seu sósia, um manequim idêntico ao anterior, meio nu, que permanecia envolto em tecidos em um canto. Aquela tinha sido uma de suas melhores realizações.


— Possivelmente tenha razão — disse Dulce por fim —  A senhora Uckermann foi muito amável comigo quando nos reunimos. E isso porque todo mundo havia me dito que era uma arpía.


— Me alegro que decidisse reunir-se com você, e não comigo. Essa mulher me dá medo.


Dulce deu de ombros. Ainda não sabia por que a matriarca da família Uckermann tinha estado interessada em reunir-se com ela. Ou por que a tinha tratado com tanto interesse e tinha começado a lhe fazer perguntas sobre sua vida particular. Em todo caso, os chefes estavam acostumados a sentir-se no direito de perguntar a seus empregados se estavam solteiros, se fumavam ou se pensavam ter filhos. Ao que parece, a matriarca tinha ficado satisfeita com as respostas de Dulce: sim, não e algum dia.


— Em todo caso, não sei o que faz trabalhando nestas vitrines -continuo Anahí — Está a ponto de formar-se. Estou segura de que assim que graduar pode conseguir um excelente trabalho.


— A menos que queira que minha mãe, minha irmã e eu tenhamos que viver com uma lata de raviolis ao dia, não posso deixar esse trabalho.


— Sua mãe ainda não encontrou trabalho? — perguntou-lhe.


Dulce negou com a cabeça e se voltou. Não se sentia cômoda falando da situação econômica de sua família com ninguém.


— Bom, nesse caso, me alegro de que possa desfrutar desta viagem de negócios. Será mais um aprendizado. Depois de tudo o que está estudando e trabalhando, merece isso.


Era uma bonita ideia, mas Dulce não considerava aquela viagem como umas férias. Pretendia utilizar o congresso para encher-se de todo tipo de informação sobre a indústria têxtil do sul da Florida. Necessitava dos descobrimentos, a experiência e os contatos que aquele encontro lhe oferecia, particularmente porque já estava há quatro anos tentando conseguir seu título.


E também estava vários anos trabalhando para poder pagar a universidade. É obvio, tinham lhe dado uma bolsa, mas com a bolsa não podia pagar o aluguel da casa em que vivia sua família. E com um salário, sim.


O último trabalho de sua mãe no escritório de um advogado lhe tinha parecido um sonho feito realidade anos atrás. Tinha sido então quando Dulce por fim tinha podido começar a estudar o tempo inteiro. Dulce sabia que sua mãe tinha tentado de tudo para sustentar a sua família. Tinha permanecido empregada durante três anos e meio, o máximo período de tempo que Jeanine Saviñon-Jackson-Smith tinha durado em um posto de trabalho. Durante esse tempo, tinha ajudado Dulce a pagar a matrícula da universidade. Além disso, entre as duas tinham conseguido economizar o suficiente para que sua meio-irmã, Morgan, não tivesse que fazer o que Dulce fazia. Morgan poderia começar a estudar em uma universidade particular no ano seguinte, assim que saísse do instituto.


Mas no momento, sua mãe estava novamente desempregada e entregue a seu último hobby: adornos de cerâmica. E, uma vez mais, havia tornado a apaixonar-se. Dessa vez por um homem que tinha conhecido na seção de mantimentos dietéticos do supermercado.


Quando andavam mal de dinheiro, sua mãe insinuava a possibilidade de tirar o dinheiro que tinham economizado para pagar os estudos do Morgan, mas Dulce não queria tocar naquele dinheiro. Não ia permitir que sua brilhante irmã tivesse que renunciar às oportunidades que só uma boa preparação podia lhe proporcionar. E Jeanine, apesar do brilho que iluminava seus olhos quando via essa conta, estava de acordo.


De modo que, de momento, Dulce tinha que continuar mantendo a sua mãe e a sua irmã. Se conseguisse conservar aquele emprego até final do ano, poderia graduar-se no Natal e possivelmente encontrar um bom posto de trabalho no início do ano.


Os contatos que fizesse no congresso poderiam ajudar a transformar seu desejo em realidade. Mas Anahí também tinha razão. Definitivamente, poderia utilizar um par de dias para desfrutar de um pouco da piscina.


— Talvez conheça um homem maravilhoso que a faça esquecer de todos os seus problemas.


— Estou começando a pensar que esse homem não existe. Os que são jovens, bonitos e divertidos, só parecem pensar em uma coisa. E os mais velhos e responsáveis são muito sérios ou impossivelmente arrogantes: e quando são divertidos, normalmente são gays.


— E o que me diz dos homens jovens, responsáveis e com êxito?


— Como Trent Uckermann — se riu Dulce.


— Acredito que tem razão — suspirou Anahí —  Esse homem dá um novo significado à palavra «rígido» — e, como se acabasse de dar-se conta do duplo significado de seu comentário, levou a mão aos lábios e começou a rir de forma incontrolável.


Dulce sentiu que se ruborizava.


— Não é ele o tipo de homem que estou procurando. Eu quero um homem responsável, mas também capaz de rir. E asseguro que nunca vi Trent Uckermann sorrir.


— Bom, tem razão no que se refere ao trabalho — disse Anahí, com expressão pensativa —  Mas eu estou aqui alguns meses mais que você e ouvi rumores sobre o que faz em suas horas livres. Pelo visto, quando sai do trabalho não é exatamente o que parece.


E Dulce sabia melhor que ninguém.


— Há dias que está tão pedante que me custa imaginá-lo sem um desses trajes de seiscentos dólares, nem sequer para fazer um churrasco em seu jardim.


— Em todo caso — repôs Anahí —  acredito que poderia me esquecer de sua arrogância só para estar com um homem tão bonito todas as noites.


Dulce não respondeu. Trent já estava muito tempo instalado em seu cérebro. Não precisava falar dele com outra mulher faminta de homens.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): theangelanni

Este autor(a) escreve mais 24 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

— Possivelmente tenha sorte este fim de semana —  continuou Anahí —  Talvez os rumores sejam verdade e seja um homem muito diferente fora do trabalho. Dulce deixou cair uma perna de plástico sobre seu pé esquerdo, gemeu e se agachou, tentando aliviar a dor.    — A que se refere? — conseguiu pergun ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1653



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • stellabarcelos Postado em 13/03/2016 - 10:43:14

    Own que lindos ! Amei

  • vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:16:17

    ah, aki eh a Natyvondy!

  • vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:14:00

    amei!!!!!

  • vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:57

    amei!!!!!

  • vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:56

    amei!!!!!

  • vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:55

    amei!!!!!

  • vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:54

    amei!!!!!

  • vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:53

    amei!!!!!

  • vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:50

    amei!!!!!

  • vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:47

    amei!!!!!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais