Fanfic: Dois Homens {DyC [terminada]
Não, era um olhar de alívio. De admiração, de antecipação.
— Pensava que não viria — lhe disse com voz rouca.
— Estive a ponto de não vir.
— E o que a fez mudar de opinião?
Dulce afastou uma mecha de cabelo da rosto e tentou parecer natural.
— Estava sedenta.
— Me alegro que estivesse sedenta — respondeu ele com um sorriso enquanto a conduzia para uma mesa situada em um canto.
Conduziu-a para uma mesa meio escondida que dava para um jardim interior ambientado pelo suave borbulhar de uma fonte.
Velas, flores... Uma mesa afastada. «Dulce Maria Saviñon, dá meia volta imediatamente e volte para seu quarto».
— Vá embora de uma vez, irmã — sussurrou Dulce.
Christopher percebeu imediatamente sua repentina ansiedade.
— Chá parece bem? pedi uma mesa afastada para que possamos conversar.
— Sim, claro.
Depois de puxar uma cadeira para Dulce, Christopher se sentou em frente a ela.
— Por favor, relaxe. Não tenho uma impressão equivocada. Sei que veio aqui a trabalho, que não veio aqui para isso. E que não pretendia ficar no bar de um hotel com um homem ao quem não conhece.
— Um bar iluminado pela voluptuosa luz das velas, ambientado com música de baile... — murmurou — Não, não é algo próprio de mim. Normalmente sou muito aborrecida. Não tenho nenhum episódio que lembrar no bar de um hotel. Sou uma garota aborrecida, não tenho nada especial que contar.
Christopher esticou a mão para tomar a de Dulce.
Mas Dulce levantou a sua para tocar o cabelo nervosa.
— Duvido. Vi você na piscina, lembra? Acredito que há facetas escondidas de sua personalidade que eu adoraria poder explorar — repôs ele com um sedutor sussurro. E, como se não tivesse notado os batimentos selvagens do coração de Dulce, continuou — Agora, nos esqueçamos do que somos normalmente.
Dulce o olhou fixamente, tentando analisar o que estava tentando lhe dizer. Evidentemente, Trent sabia o que era esconder sua verdadeira identidade. Era óbvio que se acostumou a levar vida dupla e se desprendia de sua verdadeira personalidade com a mesma facilidade com a qual tirava o brinco de ouro que estava na orelha.
Por que não ia tentar fazer com ela o mesmo?
Ele percebeu a indecisão em seus olhos.
— Esqueça de todas as razões pelas quais não deveríamos estar juntos. Você não pretendia fazer isso, eu não estou acostumado a fazer isso. Não nos conhecemos... Esqueça de tudo isso. Esta noite somos duas pessoas dispostas a compartilhar uma noite interessante, a nos conhecer. Isso é tudo.
— De verdade?
— Sim — baixou a voz e seu olhar se fez mais intenso — A menos que ambos decidamos que queremos algo mais.
Diabos. Ela já queria algo mais.
Christopher baixou o olhar para a mesa, para a mão com a qual Dulce segurava a sua bolsa como se estivesse a ponto de partir.
— Então ficará?
Dulce tomou ar, encerrou a imagem da irmã Mary Frances no mais profundo de seu subconsciente, fechou brevemente os olhos e assentiu.
— Sim, fico.
— Alegro-me — Christopher esticou a mão, tirou-lhe delicadamente a bolsa, deixou-a num lado da mesa e chamou à garçonete.
— Gosta de um ponche de rum? Parece suficientemente tropical.
— Sim, mas só um. Se beber mais, posso terminar dançando sobre a mesa.
— Algo que eu adoraria ver, especialmente tendo em conta o comprimento de sua saia — Dulce se ruborizou e o riu suavemente — Não se preocupe. Está perfeita. Sexy como o pecado, mas ao mesmo tempo elegante. Mostrando que é uma mulher desejável sem que pareça que está se exibindo.
— Sei, suponho que é um perito em roupa feminina — murmurou, sentindo-se um pouco envergonhada e, ao mesmo tempo, alegrando-se de ter vestido a minissaia preta.
— E agora, não acredita que deveríamos nos apresentar?
— Perdão?
— Não nos conhecemos, acredito que esse é o momento para as apresentações.
Evidentemente, era outra forma de distanciar-se de sua própria realidade, do fato de que trabalhassem juntos. Ele era o chefe, o diretor e co-proprietário da Galeria Comercial Uckermann`s e ela uma vitrinista. Mas se comportariam como se fossem dois perfeitos desconhecidos. Não haveria vínculos externos. Nem impedimentos. Nem expectativas. Possivelmente nem sequer repercussões.
— Acredito que eu gosto da ideia.
— Meu nome é Christopher — disse ele enquanto chegava a garçonete com um par de enormes copos.
A garçonete se inclinou para ele enquanto colocava as bebidas sobre a mesa e o olhava com patente admiração. Dulce estremeceu. Estava paquerando um homem devastadoramente atrativo, um homem no qual se fixaria qualquer mulher. A ansiedade que até então a dominava desapareceu para ser substituída por um novo sentimento. Excitação, curiosidade...
— Christopher. Prazer em conhecê-lo. Eu me chamo Claudia...
Christopher esperou que a garçonete se fosse para levantar sua taça em um brinde. Dulce levantou seu copo e esperou com expectativa.
— Pelas tormentas — disse Christopher.
— E pelos desconhecidos dispostos a se conhecerem.
O primeiro gole de ponche foi suficiente para convencer a Dulce de que não podia beber mais de uma taça.
— Hum — ofegou, quando cedeu o fogo que abrasava sua garganta.
— Você gosta?
— Muito. Mas é um pouco forte — bebeu de novo, e a sensação foi tão forte como a primeira vez. Mas começava a acostumar-se — Christopher, fale-me de você.
Christopher deu de ombros.
— Não há muito que contar. Trabalho muito. Gosto de todo tipo de comida. Não vejo minha família tanto quanto deveria. Vivo em um apartamento em frente da praia cujo aluguel quase não posso me permitir pagar e nunca tinha visto tantos caracóis no cabelo de uma mulher — esticou a mão e acariciou seus cachos, fazendo com que o coração de Dulce deixasse de pulsar — Ouro, castanho, fogo... tem que ser natural.
Dulce levantou seu copo, bebeu um gole, engasgou e tossiu.
— Está bem?
— Sim, estou bem — respondeu com voz engasgada — A que se dedica?
— Sou proprietário de uma empresa de jardinagem.
Bom, estava deixando-se levar excessivamente por sua imaginação, decidiu Dulce. Mas enfim, sua fantasia era sua fantasia, e, afinal, ela mesma tinha sido testemunha da atração do Trent Uckermann pelo ar livre. De modo que possivelmente aquele fosse um desejo que mantinha tão escondido como seu irresistível sorriso ou a força de seus braços.
— E você, Claudia?
— Hum — tentou pensar em seu mais profundo desejo, no que faria se realmente pudesse dedicar-se ao que queria — Estou estudando desenho gráfico e faço de vez em quando algum trabalho nas horas livres — suspirou satisfeita imaginando a si mesma estudando em período integral e trabalhando unicamente quando se sentia especialmente criativa. Soava maravilhoso.
— Tem família?
Dulce pensou na possibilidade de prolongar sua fantasia, mas ao final decidiu confessar a verdade.
— Sim, uma irmã muito bonita e muito inteligente que está a ponto de formar-se esse ano no instituto, Morgan. E uma mãe maravilhosamente criativa, embora um pouquinho irresponsável, que parece que tem minha idade. E você?
— Alguns membros de minha família ainda vivem pela região. Mas meus pais vivem em Colorado desde que se aposentaram.
Dulce deu outro gole em sua bebida, sem engasgar-se dessa vez.
— Tem namorada? — não queria destruir a ilusão, mas de qualquer forma tinha que sabê-lo.
Christopher pareceu dar-se conta de que, depois de sua aparente indiferença, ocultava-se um verdadeiro interesse. Tomou a mão.
— Não saio a sério com ninguém há três anos: O trabalho me mantém muito ocupado. E ainda não encontrei à mulher ideal.
— E como tem que ser essa mulher? — foi incapaz de não perguntá-lo.
— Tem que ter o cabelo escuro e uns olhos surpreendentemente azuis. Queria que gostasse da praia, que não tivesse medo de provar coisas novas, como o paraquedismo ou o windsurf.
Dulce deu de ombros.
— Eu não suporto as alturas. Assim que subo num lugar alto sinto náuseas.
— Procurarei recordá-lo — respondeu Christopher, rindo suavemente.
— Então o que buscas é uma morena aventureira?
— Não exatamente. Se for aventureira estará bem. Mas também tem que ter um sorriso maravilhoso.
Dulce umedeceu nervosa os lábios. Viu-o tomar ar e percebeu uma ardente chama em seu olhar.
— E algo mais? — perguntou-lhe Dulce, confusa e ao mesmo tempo fascinada pela paixão que tinha refletido sua expressão.
— Sim, o senso de humor é imprescindível.
Muito bem, por fim estavam chegando a alguma parte. Dulce adorava rir. Sua mãe dizia que tinha a capacidade de rir da vida, de encontrar motivos de diversão em algo, e que essa era a melhor qualidade que podia ter uma pessoa. Dulce a contradisse em mais de uma ocasião.
— Obrigado, mamãe. Ter um maravilhoso cabelo ou um tipo estupendo tampouco seria mau. Diabos, ou um cérebro brilhante! Elogiar o senso de humor de alguém é como dizer a uma garota gordinha que tem um rosto precioso.
É obvio, a irmã Mary Frances tinha decidido que seu senso de humor lhe custaria pelo menos cem anos de purgatório.
— Você gosta das comédias antigas, os filmes de Laurel e Hardy? — perguntou-lhe.
— Eu prefiro ao Abbott e Costello — replicou Christopher.
— Bom, eu também. E os filmes do Mel Brooks?
— Oh, claro que sim.
— Por fim coincidimos em algo — disse Dulce, com um olhar esperançoso — Com isso posso me livrar do paraquedismo?
— Alguma vez fez voo livre?
— Para isso, se me lembro, também terá que alcançar certa altura.
— Ok, então tentarei mantê-la no chão.
«Me deixe onde quiser, sempre que fique comigo». Dulce deu um gole na sua bebida e afastou imediatamente aquele pensamento de sua mente.
— Isso soa-me muito bom — reconheceu, enquanto bebia os últimos goles de ponche. Era estranho como tinha começado a desfrutar daquele forte sabor.
— Não me importaria vê-la dançar em cima da mesa, ou em qualquer outra parte... Gostaria de outra taça?
— Preferiria um copo de água — respondeu. Um a zero para a irmã Mary Frances.
— Eu tomarei outro.
Durante a hora seguinte, Dulce ficou verdadeiramente encantada pelo homem que tinha frente a ela. Trent, não, Christopher, era um homem divertido, sexy, inteligente e irreverente. Ria com as brincadeiras e ria dela por não ter sido capaz de controlar o ponche. Além disso, parecia sinceramente interessado em ouvi-la falar com orgulho de sua brilhante irmã. Até conseguiu que compartilhasse com ele suas preocupações. Dulce se encontrou facilmente falando com ele de seus desejos e de suas preocupações por ter uma mãe tão pouco convencional a quem adorava, mas com a qual não se podia contar para nada.
Sua única carícia foi retirar uma mecha de cabelo do rosto, com aquele gesto conseguiu que o coração de Dulce se acelerasse durante vários segundos. Ele não falou muito de si mesmo, parecia estar completamente concentrado nela, como se sua própria vida fosse a mais aborrecida e ela fosse a pessoa mais fascinante da terra.
Autor(a): theangelanni
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Aquela era uma sensação completamente nova para Dulce, que estava mais acostumada que fosse sua mãe o centro da atenção. Após um momento, decidiu que estava em condições de tomar um segundo ponche. — Suponho que a esta altura já está farto de ouvir falar de minha família, de minhas fobias e d ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1653
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stellabarcelos Postado em 13/03/2016 - 10:43:14
Own que lindos ! Amei
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:16:17
ah, aki eh a Natyvondy!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:14:00
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:57
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:56
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:55
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:54
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:53
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:50
amei!!!!!
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vondyta Postado em 05/12/2009 - 23:13:47
amei!!!!!