Fanfic: Tu Mirada (adaptada) Vondy **Finalizada** | Tema: Superação

Dr. Marcos: Dul você está sentindo algo?

Dul: Algo tocar meu rosto.

Dr. Marcos: Dor?

Dul: Não.

Dr. Marcos: Vai ficar com essa faixa por duas semanas ok?

Dul: Ok. E deu certo?

Dr. Marcos: Só posso te dizer quando tirarmos. E você quem vai me contar.

Dul: -suspirou- Ok.

Dr. Marcos: Mas não fique presa nesse pensamento, vamos aguardar.

Dul: Tá.

Dr. Marcos: Quer que eu chame alguém?

Dul: O Ucker.

Dr. Marcos: Então vou chama-lo e daqui a pouco volto para conversarmos.

Dul: Obrigada.

Marcela: E então? – Se levantou junto com os amigos dela em um rompante assim que o médico chegou na sala de espera.

Dr. Marcos: Fiz o que tinha que ser feito, agora precisamos esperar duas semanas até podermos desatar os olhos dela e ver se tudo ocorreu como queremos.

Ucker: Ela está bem? Onde está? Eu posso vê-la? Ela sentiu dor? – Desembestou a perguntar e o médico arregalou os olhos, arrancando risadas dos amigos.

Dr. Marcos: Desculpa, eu me perdi quando você falou ela.... – Brincou e gargalharam.

Ucker: -suspirou – Posso vê-la?

Dr. Marcos: Ela pediu que te chamasse.

Marcela: Eu quem crio e ganho isso em troca. Mas é muita cara de*****– Cruzou os braços.

Ucker: Pode ir comigo se quiser. – Sorriu.

Marcela: Estou brincando, querido. Eu espero.

Ucker: Ok. Então posso? – Se virou para o médico.

Dr. Marcos: Quarta porta a esquerda. – Ele assentiu e correu para lá.

Ucker: Minha plicesa. – Pegou sua mão e deu um beijinho em seu rosto. – Como você está?

Dul: Bem. Mas eu estou começando a sentir meu rosto formigar.

Ucker: Quer alguma coisa?

Dul: Não. Quero que fique comigo porque eu estou com medo. – Admitiu baixo. – Muito.

Ucker: Não fica, minha princesa. Já passou. – Beijou sua testa. – Tudo vai sair bem, você vai ver.

Dul: E se não adiantou?

Ucker: Vai adiantar! Cadê a menina corajosa que lutou até o fim para conseguir fazer essa cirurgia? Que acredita que pode enxergar mais que tudo e mais que todos? Hã?

Dul: -sorriu de canto – Está aqui.

Ucker: Então se você acreditar você vai voltar a enxergar. Se você acreditar então eu vou acreditar também.

Dul: Obrigada meu amor.

Ucker: E me conta, como você se sente?

  Um pouco estranha. Meus olhos ficam fechados o tempo todo, eu sei. E sinto que tem algo me tampando.

Ucker: E tem. Quase não te vejo, só da ponta do nariz para baixo.

Dul: E está muito ruim?

Ucker: Nunca. Até assim você me encanta. Além do mais... – Beijou delicadamente a pontinha de seu nariz. – Eu ainda posso beijá-lo como gosto.

Dul: Ai ya! – Já sentindo o rosto melhor ela foi “encolher” o nariz, mas aquilo doeu. – Ai.

Ucker: Que foi? – Preocupado já aproximou o rosto do dela, mudando de expressão.

Dul: Doeu.

Ucker: Não mexe então. – Beijou sua testa. – Aqui dói?

Dul: No. Mas eu to começando a sentir dor. – Apertou a mão dele.

Ucker: Eu vou chamar o médico.

Dul: Não, fica comigo. Ele falou que voltava.

Ucker: Mas vai doer e você ficar assim?

Dul: Não quero ficar só.

Ucker: Tudo bem. Estou aqui, mas qualquer coisa me fala.

Dul: Ok. – Em segundos o médico entrou.

Dr. Marcos: Como se sente?

Dul: Está começando a doer.

Dr. Marcos: Eu sei. Vou te dar um remédio, mas tem que ser na veia, vai para cara só daqui dois dias ok? Precisamos te monitorar um pouquinho.

Dul: Tá bom né.

  Ele aplicou o soro junto com um remédio, que era aplicado em todos os casos como o dela. A levaram para um dos quartos do hospital, mas o remédio a deixou sonolenta.

Dul: Amor... – Chamou quase dormindo.

Ucker: Hum? – Estava ao seu lado a acariciando até que dormisse.

Dul: Não vai.

Ucker: Não. Vou ficar com você, eu prometo.

Dul: Me abraça? – Ele sorriu e com cuidado deitou na cama que ela estava e a abraçou. Depois disso foi questão de segundos para que ela dormisse.

    Nos dois dias que ela passou no hospital ele era dela, faltara no colégio e dormia lá nem que fosse na cadeira do lado de fora do quarto porque não deixavam duas pessoas ficarem nele, mas dormia. Marcela que ficava com ela durante a noite. Ela sentiu muitas dores no rosto, na região dos olhos e até mesmo em volta deles e as duas semanas seguintes foram assim. Ela não gostava de sair de casa, qualquer vento a incomodava, qualquer toque em seu rosto a deixava totalmente desconfortável.

Dul: Ai. – Reclamou colocando a mão na cabeça.

Ucker: Mi amor, não precisa levantar. – A deitou de novo.

Dul: Mas veio me visitar e não quero ficar deitada.

Ucker: Não importa que eu estou aqui, você precisa ficar bem e se dói quando levanta, fica deitada.

Dul: Por que estou assim? Só mexeram nos meus olhos!

Ucker: O doutor falou que isso ia acontecer, seu rosto todos ficou sensível, mas daqui uns dias vai melhorar e via poder tirar isso.

Dul: E espero poder enxergar.

Ucker: Vai sim. – beijou sua testa e ela gemeu dolorida. – Desculpa. Desculpa. – Pediu fazendo careta. – Não acredito que fiz isso.

Dul: Não tem problema. – Suspirou. – Não aguento mais, quando ele disse que se recuperar ia ser difícil não pensei que ia ser assim.

Ucker: Logo melhora. – Beijou sua mão.

Dul: Me conta das coisas com seu pai.

Ucker: Joguei tudo pro alto, ele cortou minha mesada, tirou meu carro e me expulsou de casa, mas minha mãe ameaçou dizendo que ia se separar então ela me ajuda. Ele quem saiu de lá no fim das contas.

Dul: Está bem príncipe? – Passou o dedo pela mão dele.

Ucker: Muito bem. Eu posso tocar quando eu quero, não preciso ir treinar, só no colégio que eu gosto, posso fazer o que eu quero sem me esconder.

Dul: Eba!! – Sorriu, mas logo fechou o sorriso suspirando.

Ucker: E você, o que fez hoje?

Dul: Vi um filme e dormi. É só o que tenho feito.

Ucker: Own, mas logo vamos passear muito.

  Ele passou o resto do dia com ela e só foi embora quando ela dormiu. Os dias passaram e finalmente chegou o dia de saber.... Estava ou não enxergando? Claro que os amigos a acompanharam no médico.

Dr. Marcos: Pronta?

Dul: Não! Pode deixar todos entrarem? Eu quero que eles estejam aqui.

Dr. Marcos: Olha só porque você é uma paciente muito boa e não me ligou nas madrugadas para saber se a dor ia passar. – Brincou e ela sorriu. Já não doía, só sentia um pequeno incomodo.

May: Amiga! Já me vê? – Entrou apressada.

Chris: Amor ela ainda está com a faixa.

May: Opa. – Sorriu sem graça. – Desculpa, eu estou um pouco alterada. – Eles riram.

Dul: Tudo bem. Eu só estou nervosa.

Poncho: Candy, fica tranquila.

Marcela: Já conversamos não é? Independente do que for o resultado...

Dul: Já. – Respirou fundo. – Fiquem ai, não quero que peguem na minha mão ou nada do tipo. – Na verdade ela não queria ninguém ao seu lado, se o resultado fosse bom ela ia querer adivinhar quem era cada um, se fosse ruim estaria magoada demais para pensar em qualquer coisa.