Fanfic: Tu Mirada (adaptada) Vondy **Finalizada** | Tema: Superação

   Sábado chegou. O dia da apresentação dela. Todos já estavam lá esperando para que chegasse sua vez, mas nem tinham começado com as primeiras apresentações. Ela estava no camarim, arrumando o cabelo sozinha e sorria por isso. Adorava se olhar no espelho, segundo o namorado era porque era tão linda que nem ela mesma resistia. Ela riu se lembrando disso, mas foi interrompida pela porta.

Blanca: Oi.

Dul: -se virou – O que tá fazendo aqui?

Blanca: Eu pensei que tinha me convidado.

Dul: Mas eu disse que não podia mais te ver!

Blanca: Eu sei! Mas eu queria muito te ver! Preciso muito falar com você, é importante, por favor! Eu prometo que depois que eu falar, você pode me mandar embora.

Dul: Mas minha tia não quer!

Blanca: Não importa! Você precisa saber quem sou eu! E eu quero conversar com você depois da apresentação!

Dul: Eu não posso Maria! Me desculpa, me entende! Olha, eu gosto de você ok? Mesmo, não se preocupa eu não to com raiva!

Blanca: Você que não entende!! Eu não me chamo Maria! Eu me chamo BLANCA. – Dulce empedrou.

Dul: Que?

Blanca: Sou eu, filha. – Dul arfou, apoiando as mãos na penteadeira. – Eu voltei pra te conhecer.

Dul: Mas.. A..Eu..Qu.... – Os olhos começaram a encher de água e ela ficou em choque, olhando para um ponto fixo.

Blanca: Me perdoa descobrir assim, eu quis me aproximar antes de contar. Você foi tão carinhosa, eu não queria que fugisse de mim. – Foi se aproximando. – Eu precisei contar assim porque se não você ia acabar escapando de novo.

Dul: Hã.... – Uma lágrima solitária escorreu de seus olhos.

Blanca: Me perdoa.

Dul: NÃO! – Se afastou, se encolhendo quando a mãe foi tocá-la. – Não quero que me toque. – Se abraçou.

Blanca: Por favor! Não me afasta! Eu quero te conhecer mais! A gente se deu tão bem, nós podemos ser amigas, meu amor.

Dul: Eu não sou seu amor. – Começou a tremer. – Não sou. Vai embora. Vai embora, por favor, vai! SAI! – Começou a gritar – VAI EMBORA DAQUI! ME DEIXA SOZINHA! – Se colocou no canto da parede e foi escorregando para o chão. – Sai.

Blanca: Mas e...

Dul: SAI!

Blanca: Eu vou te esperar, depois nós vamos conversar. – Saiu de lá e Dul não se mexeu.

  Ela simplesmente não conseguiu mais pensar. Nada parecia fazer sentido. Lembrava do dia que viu a mãe pela primeira vez, os passeios, então vinham as vezes que chorou por ela, o pai dizendo que tinha a abandonado por ser cega. Ela não se mexeu, não falou, não chorou. Nem sabe por quanto tempo ficou lá, mas foram chama-la para a apresentação. Os olhos agora queimavam, ardiam por querer chorar e não conseguir, estavam vermelhos, contrastando com o lápis preto em volta deles. Ela foi acompanhando a professora e entrou no palco, se posicionando.

   Ela olhou para a plateia, viu o namorado sorrindo pra ela, as amigas com câmeras fotográficas, a tia com a irmã no colo e Marcos ao lado da tia. Ela conseguir sorrir, mas ai a viu, parada no fundo e a vontade de chorar a atingiu. Se ela soubesse o quanto um dia sonhou com a mãe estar lá, a assistindo. E hoje o que sentia era só tristeza. Nem vontade de dançar tinha naquele momento.

Ucker: Tá acontecendo alguma coisa. – Fechou o sorriso atento à namorada.

Any: Hã?

Ucker: A Dul.... 

Música: In The Arms Of The Angel (Sarah Mclaughllin)

(Link da musica)  http://www.youtube.com/watch?v=jVbkz_3lO3c

   A música começou e ela fez o primeiro movimento com os braços. A cabeça rodou em pensamentos e ela deu um passo para o lado. Foi fazer um giro simples, algo que qualquer criança fazia e caiu, apoiando as mãos no chão, o rosto próximo dele.

Ucker: Dul.– Sussurrou e levantou.

  Ela começou a chorar e não foi capaz de levantar. Abaixou a cabeça e deixou as lágrimas caírem. A plateia ficou paralisada e Christopher correu para o palco, mas um homem o segurou. Dulce olhou para o lado, vendo os olhares confusos para ela um pouco embaçados pelas lágrimas. Essa era a hora que ela preferia ser cega ao enxergar. Levantou e saindo correndo.

Ucker: ME LARGA EU SOU NAMORADO DELA. – Tentou se soltar e a professora dela autorizou. Ele saiu pelos corredores a procurando.

   Ela chorava arrancando a rede que segurava seu coque do cabelo. Corria e nem sabia pra onde, olhava para todos os lados procurando alguma porta que a ajudasse a fugir. Fugir da realidade que ela não queria mais viver. Fora enganada pela própria mãe a vida toda mesmo quando ela fugiu de ser mãe, agora fora enganada quandovoltara também...

  Nem sabia mais onte estava, mas sentiu dois braços em volta de si e ela já sabia quem era. Se virou e o abraçou com força pela cintura, chorando como um bebê, chorando com dor.