Fanfic: NIGHT OWNERS | Tema: Rebelde

Dulce

- Quem é? - gritou Christopher, meio ofegante.

Fiz uma careta. Droga! Se ele tivesse ficado quieto talvez quem batia na porta fosse embora.

- Sua mãe, mocinho! - respondeu. - Abra essa porta! - ordenou a Sra. Uckermann.

Oh, não.

Christopher se moveu em direção à maçaneta. Mas, antes que seus dedos destravassem a trava da porta, puxei-o em direção a janela.

- O que você está fazendo? - reclamou Christopher; com certeza sua mãe havia ouvido, pois as batidas, viraram pontapés fortes contra a porta.

Peguei a algema dentro da minha bolsa de mão e algemei Christopher, com as mãos para trás. Ele se contorceu. Joguei-o contra a parede tentando deixa-lo um pouco desnorteado, mas ele apenas soltou alguns palavrões e continuou a se contorcer para se livrar de minhas mãos.

- Então você é uma das criminosas mais procuradas? - perguntou. Não o respondi.

Retirei o batom que se transformou em faca, Christopher arregalou os olhos, impressionado.

- Nossa. – ele exclamou.

A porta se abriu - quero dizer, foi derrubada por tantos chutes.

- Parada! - ordenou a mãe de Christopher, apontando uma arma em minha direção, junto à ela veio mais dois guardas armados. Os olhos da Sra. Uckermann tentavam não demonstrar o pânico de ver uma faca apontada para o pescoço de seu único filho.

- Plano B, Plano B. - sussurrei perto do microfone que D instalara em meu vestido.

Caminhei com a faca apontada para o pescoço de Christopher - até a janela.

Pude ver alguns carros dos meus amigos e a Van preta.

- Largue ele agora, sua criminosa! - gritou a Sra. Uckermann, dando um passo à frente. - Eu falei para largar!

Olhei novamente para janela aberta atrás de mim. Lá embaixo estava tudo pronto para a queda.

- Tudo bem. - respondi com um sorriso. Peguei rapidamente o perfume com sonífero e espirrei o líquido no rosto de Christopher, fazendo-o recuar e cair janela à fora.

- Nããããão! - exclamou a mãe, com o pânico em seu rosto. - Sua filha da...

Ela atirou, acertando de raspão meu braço direito. Pulei pela janela ao perceber que Christopher já havia sido retirado do pano que era segurado por cinco criminosos.

Quando cai sobre o pano, me esforcei para poder sair e correr em direção a Van preta.

- Vai, vai, vai! - berrou Diego, ao perceber que todos já estavam dentro da Van.

D pisou fundo no acelerador.

- Dul está ferida! Dul está ferida! - anunciou Anahí, parecendo uma sirene de ambulância. Ela pegou um pano para poder minimizar o sangramento.

- Ainda precisamos despistá-los. - disse D, virando o volante com toda força e agilidade.

Escutei as sirenes das viaturas policiais.

- Eu estou bem! - falei. - Pegue a estrada de terra, na próxima esquina.

Olhei para Christopher deitado no banco. Seu smoking estava cheio de poeira e... ele era lindo desacordado.

- Tá hipnotizada? - perguntou Anne, soltando um sorriso malicioso.

- Não! - retruquei. Desviando o olhar de Christopher. - Eu só.. - pulamos ao passar ferozmente por uma lombada.

D direcionou a Van para uma floresta.

- Vocês - disse Diego apontando para mim e Anne. vão descer e esperar-nos, enquanto despistamos aqueles policiais.

Escutamos as sirenes se aproximarem.

Anahí e eu assentimos e então descemos. Christian ajudou a colocar Christopher para fora da Van e atrás de uma árvore.

Observei - atrás de um arbusto - a Van se afastar, seguindo a estrada de terra. Logo depois quatro viaturas.

- Ah, que ótimo! - falou Anahí, sentando-se no chão coberto de folhas secas. - Ficamos sem a diversão.

Olhei para a estrada, agora, deserta. Ficava, aproximadamente, uns dez metros separando a floresta com a estrada. Anahí ligou uma lanterna, pois ser iluminada só pelo luar não dava para enxergar muito bem.

Observei Christopher que estava encostado na arvore - ainda desmaiado - seu cabelo estava bagunçado e sujo. Sentei-me no tapete de folhas secas, esperando. Ah! Como odeio esperar.

- Então, - começou Anne. - esse era o Plano B? Sequestrar o único filho da família Uckermann? - ela revirou os olhos. - Ótimo plano.

Fiquei surpresa em saber que ninguém havia lhe contado sobre o Plano B. Mas, eu também não esperava que fosse realmente acontecer.

Ficamos em silêncio. Fazendo meus pensamentos voltarem ao  beijo.

Pensei quando beijei Christopher e em como ele não recuou ou resistiu aos meus lábios. Toquei levemente meus lábios, tentando sentir o calor dos dele.

- Argh! - grunhi.

- O que foi? - perguntou, me observando confusa.

Não a respondi. Não queria que ela soubesse que eu estava resistindo como sempre a me entregar a alguém.

Mas, nós somos amigas!

- É que eu estou sentindo algo muito estranho pelo... - uma viatura se estacionou perto da estrada.

- Essa não. - falou Anahí. Arrastando Christopher para um pouco mais longe, para mais no fundo da floresta. - Vamos. Temos que nos esconder.

Acompanhei ela, iluminando o caminho com a lanterna.

Encontramos uma arvore grande que seria útil. Ficamos por ali e esperamos o som da viatura se afastar. Mas, em vez disso, escutamos passos vindo naquela direção. Desliguei a lanterna, talvez foi isso que os atraiu.

- Eu cuido disso. - sussurrou Anahí. Pegando uma arma.

- Espere. - sussurrei de volta, mas ela não me escutou.

Abracei Christopher e prendi a respiração, para que não fossemos notados.

Pulei ao ouvir alguns tiros.

- Anne? - chamei-a, mas minha voz estava muito fraca que era impossível ser ouvida.

Meu braço latejava e eu já estava precisando de uma boa noite de sono. Porém, nesse momento eu estava preocupada com minha amiga.

Soltei Christopher e tentei me levantar. Senti alguém me puxar para cima e apontar uma arma para minha cabeça. As lanternas da viatura ardiam meus olhos.

- Estou com sua amiguinha! - falou o policial, provavelmente para Anne. Pude ver dali um policial caído no chão e o sangue espalhado pelo tapete de folhas secas. - Apareça se não... - ele apertou a arma contra minha cabeça, fazendo-me soltar um gemido.

Outro tiro soou. O policial caiu atrás de mim; ele havia sido baleado na cabeça.

- Anne? - chamei-a.

- Eles chegaram! - exclamou, arrastando novamente Christopher, pelo mesmo caminho que havíamos vindo.

Fiquei impressionada com a boa mira que Anne tinha. Chegando até a Van - que estava estacionada no mesmo lugar que havia nos deixado - fiquei feliz em ver Diego. Ele ajudou a colocar Christopher dentro da Van e veio me abraçar. Não hesitei ao retribuir o abraço.

Ele olhou meu ferimento.

- Vamos, temos que cuidar disso. - falou e me ajudou a entrar na Van.

Depois de alguns minutos. Chegamos ao nosso barracão/morada. Soltei um suspiro de alivio.

Todos estavam bem. Além, de mim e Allison que havia levado um tiro na perna esquerda.

- Vamos deixar Christopher em um dos quartos de hospedes - disse D, parando ao meu lado. - e você vai fazer uma visitinha à nossa médica do crime. - D sorriu para Maite, que retribuiu.

Maite tinha pele branca, seus cabelos eram pretos como ébano, seus lábios delicados e ela tinha um belo par de olhos castanhos e enigmáticos. Ela estava quase se formando em medicina, quando foi presa por cúmplice de um assassinato misterioso. Depois disso, Diego a encontrou abandonada nas ruas da Cidade do México, e então resolveu arranjar um lugar pra ela, em uma  família. Sim, todos nós somos uma família. Sempre ajudamo-nos uns aos outros.

- Ok. - falei; depois subi os degraus em direção à enfermaria, que era uma pequena sala onde Maite guardava seus equipamentos e remédios para qualquer doença ou acidente.

Mas, antes que eu batesse na porta. Diego apareceu.

- Eu queria me desculpar, de hoje cedo. - disse seus olhos baixos, como se não arrepende-se do que fizera mais cedo. - Eu não queria...

- Ah, você queria. E muito. - retruquei. - Diego, nunca dará certo algo entre nós. - ele me encarou. - Nunca amei você e acho que isso não vai acontecer e... - olhei em seus olhos, demonstravam tristeza.

Oh! Burra, Burra! Levei a mão a boca, me arrependendo de ter dito aquilo.

- Eu... - comecei, tentando melhorar a burrada que falei. - Tenho muito medo de te machucar. Você sabe que sou boa nisso.

- É. - disse, se afastando como se tivesse levado um soco. - Estou vendo.

- Diego... - chamei-o, ele se virou.

- Sabe você tinha razão... - ele passou a mão pela cabeça. - Você deveria focar no que faz de melhor... Ser uma criminosa. Pois é a única coisa que sabe fazer mesmo. - quando ele se afastou, senti vontade de me jogar daquela escada.

Suspirei e fui em direção a enfermaria, ainda não acreditando no que eu fiz.

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Xiii... Dulce fazendo cagada.. e bem mais por ai!