Fanfic: NIGHT OWNERS | Tema: Rebelde

DULCE

Depois de um tempo longe do Colégio, era incrível como ainda tinha o mesmo cheiro. Peguei meus materiais de dentro do armário, preparando-me, psicologicamente, para a aula de Héctor. O professor mais velho e rabugento da escola. Se fosse por mim ele deveria ter se aposentado ano retrasado.

- O que acha de identidades falsas? - perguntou D, aparecendo do nada. - Desculpe. - disse, a me ver pular de susto. - Hein?

- Bacana. - assenti. Ele levantou as sobrancelhas.

- Vai ser uma honra vê-la no baile de máscaras da família Uckermann, Srta. Pardo. - arregalei os olhos.

- Srta. O que?

- Pardo. - repetiu.

- Quer dizer que eu vou passar pela Srta. Pardo? Aquela jovem que é melhor “amiga” do Christopher Uckermann? - ele assentiu. - Ah, que ótimo. - resmunguei.

Depois me aproximei para que apenas ele ouvisse.

- Eu não me pareço, nem um pouco, com Roberta Pardo. - talvez eu parecesse, um pouco.

- Ah, claro que se parece. E muito. - disse. - Roberta é atrasadíssima, se tratando de festas chiques, digamos que ela é super-mega-híper-vaidosa. Então, você - disse, quase enfiando o dedo indicador na minha cara. - vai se passar por ela, só por alguns minutos, - ele parou e esperou alguns alunos passarem por nós.

 Depois continuou: - vai tentar seduzir Christopher, que não vai fazer a mínima ideia de quem você é, e, de que você entrou com uma identidade falsa da melhor amiga dele.

- Tá. - assenti, entendendo. Mas depois fiquei confusa. - Seduzi-lo para que?

D revirou os olhos.

- O cofre fica no quarto dele. - sussurrou. - Então, atraía o garoto até o quarto, tente distraí-lo, enquanto, passo algumas dicas de como encontrar e decifrar o cofre.

- Ah... E os guardas que ficam guardando a mansão? Vou precisar de reforços para tirar tanto dinheiro.

- Vamos debater sobre isso mais tarde. - ele olhou para o relógio de parede, que ficava no corredor. Um método feito pelo diretor para que os alunos não atrasassem para as aulas.

- Só lhe contei sua parte, para ficar claro o que deve fazer hoje a noite. Repense, para não cometer nenhum erro. - assenti, novamente. Entendendo, um pouco mais, sobre meu papel nessa história.

- Bom, estamos atrasados. - avisei.

- Até mais Roberta. - ele riu, enquanto eu fazia uma careta.

Direcionei-me até minha sala. Seduzir Christopher Uckermann? Parecia interessante. Em todos esses anos nunca me pediram para seduzir alguém, para que facilitasse o roubo.

Bati algumas vezes na porta. Escutei a voz irritante de Héctor, aceitando a minha entrada.

- Ah, Dulce Maria. Que bom que irá se juntar a nós. - disse, referindo-se para toda a classe. - Sente-se ao lado de Diego, tudo bem?

Assenti e caminhei até meu assento. Ao lado do homem hiena mais gato do universo. Ele sorriu, quando olhei-o de um jeito que dizia: “Nem aqui me livro de você praga?”.

Endireitei-me para frente, tentando prestar um pingo de atenção em Héctor. Mas, estava difícil com Diego me encarando. Seu olhar penetrava em mim, mesmo se eu não estivesse olhando-o.

- Perdeu alguma coisa na minha cara? - ele abriu a boca, mas não saiu nada.

 - Acho que devo começar a colocar palavras em sua boca. - ele sorriu e se aproximou do meu ouvido.

- Não coloque palavras em minha boca, coloque sua língua. - franzi o cenho, e tentei não rir.

- Gostou não? – me perguntou.

- Calado. - virei-me para frente, olhando para Héctor. - Quero prestar atenção, sou péssima em história. - Senti seus dedos caminharem em meu braço. Que bom que estávamos no fundo, ninguém perceberia aquela “aproximação”.

- Posso te ensinar se quiser.

- Diego, você está pedindo pra levar um chute em certas partes, não? - ele fez uma careta. - Nunca vai perder a virgindade comigo, mocinho. - sua careta mudou para cachorro sem dono.

Senti uma leve vontade de apertar suas bochechas.

- Cara feia pra mim é fome. - resmunguei.

Ele sorriu e me deixou em paz.

As primeiras aulas passaram lentamente, não consegui manter os olhos abertos. Mas, quando o sinal bateu para o intervalo, fui a primeira a sair da sala. Eu não aguentava mais, peguei meus materiais e sai igual a um furacão.

Todos me observaram espantados, mas já estavam acostumado com meu jeito.

O refeitório não estava lotado, ainda. Então, me servi e fui até minha mesa.

- Uau, fiquei sabendo do seu papel nessa história. - disse Anne sentando-se. - Seduzir o gostosão ali, hein? - ela virou a cabeça em direção a uma mesa. Direcionei meu olhar para a mesa que ela referia.

Ah... Christopher Uckermann.

Ele, realmente, chamava a atenção, como me disseram. Encarei-o seriamente, avaliando-o como mais uma de minhas vitimas.

Analisei seu cabelo loiro escuro, as maçãs do rosto, o formato delicado de seus lábios, que abriram num sorriso sedutor, quando nossos olhares se encontraram.

Ele com certeza deveria ter pensado que eu desviaria o olhar, pois pareceu surpreso a me ver encarar seus olhos castanhos, de volta.

- Você quer parar? Não é pra seduzi-lo, agora. - sussurrou Anne.

Christopher se inclinou para perto de um amigo e sussurrou alguma coisa. Comecei a ler seus lábios e pude entender: “Quem é ela?”.

Soltei um leve sorriso que, felizmente, Christopher não notou.

O amigo dele que chamava Jack - jogava no time de futebol, e é gatinho. Jack se inclinou também, seus olhos azuis não saíram da jovem líder de torcida ao seu lado. Seus lábios se moveram, sussurrando a resposta: “Dulce Maria. A durona gostosa do colégio. Se eu fosse você, desviava o olhar, pois ela não late, só morde”.

Christopher aumentou seu sorriso, como se de qualquer maneira quisesse me conhecer. Continuei com o olhar sério e de poucos amigos, levantei-me do meu assento e caminhei até sua mesa, com uma latinha de guaraná em mãos.

- Ah, isso não vai prestar. - resmungou Anahí.

Sentei-me de frente para Christopher e seus “amigos”.

- Ora, ora. Carne nova. - soltei um sorriso sínico e bebi um gole do meu guaraná. - Não vai me apresentar ao seu novo “amigo” Jack? - continuei encarando Christopher, como se fosse come-lo vivo.

- Há... Bem...

- Sou Christopher Uckermann. - disse, interrompendo Jack. - Não preciso que ninguém fale por mim, obrigado. - falou Christopher referindo a Jack, levantei uma sobrancelha.

- E...- ele se virou para mim e se inclinou sobre a mesa. – Dulce Maria, certo? - assenti. - O que acha de conhecer melhor o gostosão aqui? - Jack e os outros que estavam presenciando aquela cena, arregalaram os olhos como se tentassem dizer: “Esse cara quer morrer?”.

Inclinei-me sobre a mesa pensei que ele tremeria com minha aproximação, mas ele apenas me olhou nos olhos e continuou sorrindo, nossos rostos estavam a centímetros.

- Nunca. - sussurrei, quase relando em seus lábios. - E, aliás, todo novato teve seu batismo. - Christopher ficou confuso.

- Batismo? - perguntou.

- Sim. - peguei minha latinha de guaraná e despejei sobre sua cabeça. - Que Deus lhe abençoe. - alguns alunos começaram a rir, igual a mim.

O guaraná desceu por sua cabeça e caiu na mesa.

- Você é louca? - retrucou, dando alguns passos para trás e chacoalhou a cabeça.

- Sim, sou. Sou louquinha pra te ver pagar mico, garoto. - sai dali como sempre fazia depois de deixar minha marca.

Deixando para trás Christopher todo encharcado de guaraná.

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Oi gatitas, estou de volta, obrigada pollitavondy pelos sentimentos. É uma dor que querendo ou não, vai ficar comigo para sempre.

Bom como prometido, ta postado, e vou postar mais quatro capitulos porque voces merecem!!!

Beijos!!!!