Fanfic: NIGHT OWNERS | Tema: Rebelde

Christopher Uckermann

Caminhei rapidamente até o banheiro masculino mais próximo. Liguei a torneira e enfiei minha cabeça encharcada de guaraná debaixo da água corrente. Que garota maluca! Quem ela pensa que é

Enquanto a água caía sobre minha cabeça, pensei em seu olhar fixo nos meus olhos e depois em meus lábios... Oh, não. Eu não poderia ter uma atração por ela. Dulce Maria é uma louca, isso sim.

Retirei minha cabeça, agora encharcada de água, soltei um suspiro aliviado ao me sentir, quase totalmente, livre do guaraná.

Escutei a porta se abrir, mas não me preocupei em ver quem era.

Senti algumas mãos me empurrarem com força contra a parede. Um rapaz, com o rosto vermelho de raiva me olhava severamente. Contorci-me e empurrei-o de volta.

- Você está ficando louco? - retruquei.

Ele socou meu rosto, fazendo-me cair desnorteado no chão. Senti o sangue escorrer, lentamente, pelo meu nariz. Isso já é sacanagem...

- Se você, - ele apontou o dedo indicador para mim. Seus dentes estavam semi-serrados. - chegar perto dela mais uma vez... Eu te mato!

Levantei-me e o encarei.

- Está falando de Dulce Maria? - ele não precisou responder para eu ter certeza de que estava. Sorri comigo mesmo. - Eu não sabia que ela tinha um namorado. - ele abaixou a cabeça, mas depois ergueu o olhar me encarando, friamente. Então eu entendi.

- Ah, ela não tem namorado. - cruzei os braços. - Então não tem motivo para ficar irritadinho.

- Fique longe dela. - disse entre dentes. - Se ainda quiser ter seus dentes no lugar. - depois ele sorriu. – Posso ainda não ser o namorado dela, mas serei.

- Que esperançoso.

- Cale a boca seu merda!

Ele voou para cima de mim com os punhos fechados. Soquei sua cara fazendo-o dar alguns passos para trás, mas depois levei um pelo chute na boca do estomago, que fez meus pulmões esvaziarem. Fazendo-me ficar, novamente, desnorteado.

Putz, esse cara é um agente? Nunca apanhei tão feio assim.

Cai no chão e fiquei por ali mesmo.

- Afinal, - disse ele, com um sorrisinho idiota no rosto. - meu nome é Diego. E eu não ligo se você me dedar para a mamãezinha. - antes de se retirar ele deu um leve chute na minha perna direita.

Poxa, nem peguei a garota e já estou apanhando pelo “futuro namorado” dela?

Resolvi me levantar e lavar meu rosto. Olhei-me no espelho. Iria deixar um olho roxo. Ótimo!

Bem no dia em que vai ocorrer o baile de máscaras.

Bufei e soltei alguns palavrões.

- Ninguém merece. - resmunguei e sai do banheiro.

- Oi gato. - disse Fuzz, uma das líderes de torcida gostosas. - O que aconteceu com você? - perguntou, num tom de voz que me deixou enjoado.

- Nada. - respondi friamente, mas me arrependi de falar naquele tom de voz com alguém que não tinha culpa de nada que acontecera na minha vidinha de merda.

- Eu sé  estou de mau humor... E, tenho aula.

- Ah, claro. Também quem não ficaria de mau humor depois de ser mais uma das vitimas de Dulce Maria. - ela revirou os olhos.

Mais uma vitima?... Parece que as coisas espalham rápido por aqui, não?

Parei em frente a porta da minha sala, Fuzz me deu um beijo na bochecha e saiu saltitante. Uau que gata... Olhei pelo canto do olho suas pernas e subi para sua...

A porta se abriu.

- Vai entrar ou não? - perguntou Hilda a professora que tinha bigode.

- Calma só mais uma olhadinha. - respondi inclinando a cabeça para ter mais um tempinho de apreciar o paraíso traseiro de fuzz, ao invés, de dar de cara com o Satã encarnado.

- Entra logo. - resmungou Hilda, puxando-me para dentro da sala. - Bem, classe, - começou. - esse é Christopher Uckermann, o mais novo aluno do colégio! - ela berrou ao dizer “colégio”.

- Então o trate bem.

- Está ouvindo Dul? - disse uma garota loira sentada ao lado de Dulce Maria que me encarava.

Todos me olharam com cara de: “O que aconteceu com a cara dele?”.

- Christopher, sente-se atrás de Dulce. - disse Hilda.

Direcionei-me para a carteira atrás de Dulce, enquanto algumas garotas cochichavam dizendo que Dulce Maria era sortuda.

Eu nem me importei em me aproximar novamente, da garota que eu deveria evitar para não apanhar. Na verdade, eu queria conhecer melhor Dulce, e não seria qualquer merdinha igual Diego que tiraria isso da minha cabeça.

Hilda começou sua aula, observei a cabeça de Dulce virar levemente para a janela, ela apoiou o queixo na mão e continuou observando o mundo lá fora... Sua respiração estava calma como se ela tivesse todo o tempo e paciência do mundo.

- O que aconteceu com você? - perguntou, dando uma leve inclinada em minha direção.

Sua voz estava tão baixa que quase não a compreendi.

- Nada. - respondi, virando-me para ver através da janela, como ela.

- Sei. - ela bufou. - Foi o Diego, não foi? - levantei uma sobrancelha.

- Como...

- Ele é de fazer isso quando alguém tenta dar em cima de mim... - interrompeu-me.

 Então eu não fui o único que apanhou de Diego?!

- Mas, não se preocupe, - continuou, virando para me encarar. - isso não vai acontecer novamente.

Depois da aula, fui automaticamente em direção ao estacionamento.

- Oh meu Deus! Christopher? - exclamou Roberta, surpresa em ver meu rosto machucado. - O que aconteceu com sua cara? - ela deu um leve toque em uma mancha roxa. - O rapaz que bateu em você era gato? Por que se for, não acredito que perdi uma briga de garotos gatos! - gritou indignada.

- Amo ver homens gostosos brigarem. - ela lambeu os dentes e sorriu maliciosamente.

- Você é...?

- Sim, sou louca. - disse dando alguns pulinhos. - E a festa que vai ter na sua mansãozinha, hein? - Beta sorriu de orelha à orelha.

- É um baile. - suspirei. - E com certeza vai ser o maior tédio. - entrei em meu carro e fechei a porta, esperei Beta se ajeitar no banco do carona. Então liguei o carro e direcionei-o para a saída daquele inferno.

- Acho que só vai ter pessoas velhas e familiares, tirando o fato de que menores não poderão beber. - ela fez uma careta.

- Nem um vinhozinho?

- Nem uma gota.

- Ah, mas seus primos vão... - disse, dando de ombros. - Isso já é o suficiente.

- Se eu fosse muito tarado... - soltei um sorriso para ela. - Eu teria perdido minha virgindade com você, não é? - perguntei rindo.

- Hum, acho que sim... - respondeu séria. Mas depois riu.

- Você é virgem, Christopher?

- Não. - ela fez uma cara de cachorro sem dono; com certeza ela queria ser a primeira garota a transar comigo. - O que foi? Eu sou homem! E hoje em dia é raro encontrar homens virgens! Ainda mais no México. - comecei a rir da cara dela.

- Depois eu que sou tarada?! - ela abriu a janela e colocou a cabeça para fora. - Ei! - chamou um rapaz que passava na rua. - Eu sei que você não é virgem! Tarado! - o rapaz ficou surpreso e sem fala. Pela cara dele aquilo que Roberta disse era verdade.

Chegamos na mansão, estacionei meu carro e me direcionei ao meu quarto, eu estava exausto.

- Smoking ou terno? - perguntou Beta, abrindo meu guarda-roupa.

- Roberta Pardo! - exclamei. - Faltam horas para que o baile de máscaras comece Ok?

- Mas, nada melhor do que deixar tudo pronto.

- Ah... Mulheres. - resmunguei.

- Ah... Que bunda. - disse ela rindo de si mesma. Virei-me e sentei na cama.

- Você ainda não tem essa intimidade de apreciar minha bunda. - sorri meio vitorioso.

- Ainda. - respondeu. Retirando um smoking preto do guarda-roupa. - Perfeito. - Beta colocou a roupa sobre a cama. - Você vai conquistar todas as garotas do baile com esse Smoking.

- Uhum... Mas, não preciso de um smoking para conquistar garotas. - ela fez uma careta e foi procurar sapatos. - Ah, vou tomar um banho. - falei, me direcionando ao banheiro.

- Ok. Depois que eu escolher seu sapato. Vou para casa e me preparar para o baile da família Uckermann! - cantarolou, animada.

Tranquei-me no banheiro e tomei um banho.

Baile de máscaras da família Uckermann... Eu sabia que não seria um baile qualquer. Pois meus pais eram os policiais mais bem pagos do México, e eles estavam na cola de um grupo de criminosos... Então, esse baile era na verdade uma armadilha. Que ninguém sabe se vai realmente funcionar.

Pensei um pouco mais no que ocorreria no baile e de como esse plano dos meus pais se desenrolaria. Mas, pensei também, em Dulce, será que a família dela também foi convidada? Não sei por que, mas eu queria vê-la essa noite.