Fanfics Brasil - Dia 5.997 | Amy Tran Every Day... AyA [FINALIZADA]

Fanfic: Every Day... AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA, Anahí, Every Day, Adaptação


Capítulo: Dia 5.997 | Amy Tran

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Dia 5.997


Chega a ser estranho o modo como tudo dá certo no dia seguinte.
Acordo cedo. Às 6h.
Acordo, e sou uma garota.
Uma garota com um carro. E carteira de motorista.
Numa cidade a apenas uma hora da de Anahí.


Peço desculpas a Amy Tran enquanto dirijo, saindo da casa dela mais ou menos meia hora depois de acordar. O que estou fazendo é, sem dúvida, uma estranha forma de sequestro. Tenho grandes suspeitas de que Amy Tran não se importaria. Quando me vesti, de manhã, as opções eram roupas pretas, roupas pretas, ou... roupas pretas. Não no sentido de gótico — não havia nada do tipo luvas de renda dentre aquelas roupas pretas. Era mais no estilo rock’n’roll. O CD gravado no rádio do carro dela colocava Janis Joplin e Brian Eno lado a lado e, de certa forma, funcionava. Não posso confiar na memória de Amy neste momento. Estamos indo a um lugar onde ela nunca esteve. Por isso, depois de tomar banho, entrei no Google Maps, digitei o endereço da escola de Anahí e fiquei esperando que ela aparecesse na minha frente. Simples assim.


Imprimi, depois limpei o histórico do navegador.
Tornei-me muito bom em limpar históricos.


Sei que não deveria estar fazendo isso. Estou puxando a casca da ferida em vez de esperar que cicatrize. Sei que não há meio de ter um futuro com Anahí. Tudo que estou fazendo é esticar o passado por mais um dia.


Pessoas normais não têm que decidir o que deve ser lembrado. Vocês recebem uma hierarquia, personagens recorrentes, a ajuda da repetição, da expectativa, a base firme de uma longa história. Mas eu preciso decidir a importância de todas as lembranças. Só me lembro de umas poucas pessoas e, para isso, preciso me manter firme, porque a única repetição disponível (o único meio que tenho de vê-las novamente) é se eu recordá-las na minha mente. Escolho o que devo lembrar, e estou escolhendo Anahí. Repetidas vezes, eu a escolho, eu me recordo dela, porque deixá-la ir por um instante permitirá que ela desapareça.


Está tocando a mesma canção que ouvimos no carro do Manuel: And if I only could, I’d make a deal with God...


Sinto que o universo está me dizendo alguma coisa. E não importa se é verdade ou não. O que importa é que eu sinto isso, e acredito. A grandiosidade cresce dentro de mim. O universo assente no ritmo das canções.


Tento me agarrar ao mínimo possível de lembranças banais, rotineiras. Fatos e números, sem dúvida. Livros que li ou informações das quais preciso saber: as regras do futebol, por exemplo. O enredo de Romeu e Julieta. O número de telefone para o qual ligar em caso de emergência. Lembro-me de tudo isso.


Mas e quanto aos milhares de lembranças cotidianas, aos milhares de recordações que todas as pessoas acumulam? O lugar onde você guarda as chaves de casa. O dia do aniversário da sua mãe. O nome do seu primeiro bichinho de estimação. Do bichinho de estimação atual. A combinação do armário da escola. Onde fica a gaveta de talheres. O canal da MTV. O sobrenome do seu melhor amigo.


Essas são as coisas das quais não preciso. E, com o passar do tempo, minha mente tem de se reprogramar, para que toda essa informação desapareça assim que a manhã seguinte chegar. Por esta razão, é impressionante, embora não surpreendente, que eu me lembre exatamente de onde fica o armário de Anahí.


Tenho meu disfarce pronto: se alguém perguntar, estou dando uma olhada na escola porque, talvez, meus pais venham morar na cidade.


Não me lembro se as vagas no estacionamento são reservadas; então, por precaução, estaciono bem longe da escola. Depois caminho até lá. Sou apenas mais uma garota nos corredores; os calouros vão pensar que sou veterana, e os veteranos vão pensar que sou caloura. Estou com a mochila de Amy: ela é preta, com desenhos de animê, e está cheia de
livros que não vão servir aqui. Passo a impressão de que tenho uma direção a seguir. E tenho.


Se o universo quer que isso aconteça, ela estará no armário.


Digo isso a mim mesmo, e lá está ela. Bem na minha frente.


Às vezes a memória prega peças. Às vezes, a beleza é maior a distância. Mas mesmo daqui, a 10 metros, sei que a realidade vai fazer jus a minha lembrança.


Seis metros de distância.


Mesmo no corredor lotado, tem alguma coisa nela que irradia até mim.


Três.


Ela está tentando sobreviver ao dia, e não é uma tarefa fácil.


Um.


Posso ficar parada bem ali, e ela não vai ter ideia de quem sou. Posso ficar parada bem ali e observá-la. Posso ver que a tristeza voltou. E não é uma tristeza bonita; a tristeza bonita é um mito. A tristeza transforma as feições em argila, não em porcelana. Ela está se arrastando.


— Ei — digo, a voz fraca, uma pessoa estranha ali.


De início, ela não entende que estou falando com ela. Depois a ficha cai.


A maior parte das pessoas, já percebi, é instintivamente rude com estranhos. Esperam que toda aproximação seja um ataque, que toda pergunta seja uma interrupção. Mas não Anahí. Ela não tem ideia de quem sou, mas não vai pensar mal de mim. Não vai supor o pior. 


— Não se preocupe. Você não me conhece — digo rapidamente. — É só que... é meu primeiro dia aqui. Estou dando uma olhada na escola. E gostei muito da sua saia e da sua bolsa. Então, pensei, sabe, em dar oi. Porque, para ser sincera, estou completamente sozinha neste momento.


Novamente, algumas pessoas teriam medo disso. Mas não Anahí. Ela estende a mão, se apresenta, e me pergunta por que ninguém está me mostrando o lugar.


— Não sei — respondo.


— Bem, que tal se eu te levar até a secretaria? Tenho certeza de que eles podem pensar em alguma coisa.


Entro em pânico.


— Não! — Deixo escapar. Então tento inventar uma desculpa e prolongar meu tempo com ela.


— É só que... não estou aqui oficialmente. Na verdade, meus pais nem sabem que estou fazendo isso. Só me disseram que vamos nos mudar para cá, e eu... eu queria ver e decidir se devo surtar ou não.


Anahí assente.


— Faz sentido. Então você está matando aula para dar uma olhada na escola?


— Exatamente.


— De que ano você é?


— Do terceiro.


— Eu também. Vamos ver se damos um jeito nisso. Você quer ficar comigo hoje?


— Adoraria.


Sei que ela só está sendo gentil. Mas, irracionalmente, também quero que haja algum tipo de reconhecimento. Quero que ela seja capaz de enxergar além deste corpo, de me ver dentro dele, de saber que é a mesma pessoa com quem ela passou uma tarde na praia.


Eu a acompanho. No caminho, ela me apresenta a alguns amigos, e sinto alívio ao saber que existem outras pessoas na vida dela além de Manuel. O modo como me inclui, como acolhe essa total estranha e como faz com que se sinta parte deste mundo me faz gostar ainda mais dela. Uma coisa é ser amável com seu namorado; outra coisa é agir do mesmo modo com uma garota que nem conhece. Já não acho que ela só esteja sendo gentil.


Ela está sendo boa. O que é mais um sinal de caráter do que a mera gentileza. A bondade tem a ver com quem você é, enquanto a gentileza tem a ver com o modo como quer ser visto.


Manuel faz sua primeira aparição entre o segundo e o terceiro tempo. Passamos por ele no corredor; mal fala comDulce e me ignora completamente. Não para, só faz um gesto com a cabeça. Ela está magoada, dá para ver, mas não me diz nada.



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



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  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 22:09:51

    Haaaaaaaaaaaaaaaaaáaaáaaa meu deus que história triste...morri aki ;( pelo menos tomara q a any tenha ficado com o poncho....

  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 21:46:10

    *.*

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 20:02:54

    SCRRRRRRRRRR ALIEN EU VOU TE MATAAAAAAR ME FEZ CHORAR RIOOOOS AINNNNNN QUERIA Q ELA FICASSE CM O A :`( Mas foi bom q ele arrumou o Pon pra ela :)

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:56:19

    Ai scrrrrrr q eles fiquem juntoooooos :`( Postaaaaaaaaaa <3

  • Alien AyA Postado em 23/05/2015 - 19:52:53

    Mila você já vai saber...

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:50:34

    Ainnnnnnn fico cm dó do &quot;Pon&quot; corpo :$ Será q ele vai ficar cm o corpo msm? :$ Postaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:44:10

    PARAA TUDOOOOOO VI O NOME DO PON JÁ TO PIRANDO SCRR PERA VOU LER *-*

  • Mila Puente Herrera Postado em 22/05/2015 - 23:21:50

    COMO ASSIM???????????????? ALIEN VOLTA AKI QUERO O FIM NÃAAAAAAAAAAO KKKKKKKKKKKKKK Postaaaaaaaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 21/05/2015 - 22:06:50

    Ainnnnnnn nn tadinho do Pon :/ Postaaaaaaaa <3

  • franmarmentini♥♥ Postado em 21/05/2015 - 16:54:50

    tadinho do A ;(


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