Fanfics Brasil - Dia 5.997 | Helena Every Day... AyA [FINALIZADA]

Fanfic: Every Day... AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA, Anahí, Every Day, Adaptação


Capítulo: Dia 5.997 | Helena

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Quando entramos na aula de matemática, no quarto tempo, o dia se transformou numa refinada forma de tortura. Estou ali, ao lado dela, mas não posso fazer nada. Quando a professora nos reduz a teoremas, tenho que ficar em silêncio. Escrevo um bilhete para ela, uma desculpa para tocar em seu ombro, para transmitir algumas palavras. Mas elas não têm
importância. São palavras de uma hóspede. Quero saber se a modifiquei. Quero saber se aquele dia a fez mudar, mesmo que só por um dia.


Quero que ela me veja, mesmo sabendo que ela não consegue.


Ele se junta a nós no almoço.


Por mais estranho que possa ser ver Anahí outra vez, e poder compará-la tão bem à minha lembrança, é mais estranho ainda estar sentado diante de um idiota cujo corpo habitei há apenas três dias. Olhar o reflexo do espelho não faz jus a esta sensação. Ele é mais bonito do que eu pensava, mas também mais feio. As feições são bonitas, mas não o que ele faz com elas. Tem o olhar superior de alguém que mal consegue disfarçar os próprios sentimentos de inferioridade. Os olhos estão cheios de raiva indiscriminada, a atitude revela a arrogância defensiva.


Devo tê-lo deixado irreconhecível.


Anahí explica quem sou eu e de onde venho. Ele deixa bem claro que não está nem aí. Diz a ela que deixou a carteira em casa, por isso ela precisa pagar pela comida dele. Quando ela retorna para a mesa, ele agradece, e quase fico decepcionado por ele fazer isso. Porque tenho certeza de que um mero “muito obrigado” vai significar muito na mente dela.


Quero saber sobre três dias atrás, sobre o que ele se lembra.


— O mar fica longe daqui? — pergunto a Anahí.


— Engraçado você perguntar isso — diz ela. — Estivemos lá outro dia. Levamos uma hora e pouco para chegar.


Estou olhando para ele, buscando mais uma vez algum sinal de reconhecimento. Mas ele só continua comendo.


— Vocês se divertiram? — pergunto para ele.


Ela responde:


— Foi incrível.


Ainda nenhuma resposta dele.


Tento mais uma vez.


— Você dirigiu?


Ele me olha como se eu realmente estivesse fazendo perguntas idiotas, o que acho que estou.


— Sim, dirigi. — É tudo que ele vai me dar.


— Nós nos divertimos tanto — continua Anahí. E isso a está deixando feliz; a lembrança a está deixando feliz. O que só me faz ficar mais triste. 


Eu não deveria ter ido até ali. Não deveria ter tentado isso. Deveria só ir embora. Mas não posso. Estou com ela. Tento fingir que é isso que importa. Faço o jogo deles.


Não quero amá-la. Não quero me apaixonar.


As pessoas não dão valor à continuidade do amor, assim como não dão valor à continuidade do corpo. Não percebem que a melhor coisa sobre o amor é sua presença constante. Assim que você estabelece isso, sua vida ganha uma base extra. Mas se você não pode ter essa presença constante, só tem uma base para sustentá-lo, sempre.


Ela está sentada ao meu lado. Quero passar o dedo pelo braço dela. Quero beijar seu pescoço. Quero sussurrar a verdade em seu ouvido. Em vez disso, eu a observo conjugar verbos. Presto atenção enquanto o ar é preenchido por uma língua estranha, falada em rajadas casuais. Tento desenhá-la em meu caderno, mas não sou artista, e tudo o que surge são formas tortas, linhas tortas. Não posso me agarrar a qualquer coisa que seja ela.


O último sinal toca. Ela me pergunta onde estacionei, e sei que é isso, que é o fim. Ela anota o e-mail dela num pedaço de papel para mim. Isso é adeus. Até onde sei, os pais de Amy Tran chamaram a polícia. Até onde sei, tem uma perseguição em curso, a uma hora de distância. É cruel da minha parte, mas não me importo. Quero que Anahí me chame para ir ao cinema, me convide para a casa dela, sugira dirigirmos até a praia. Mas então Manuel aparece. Impaciente. Não sei o que eles vão fazer, mas tenho um pressentimento ruim. Ele não seria tão insistente se não houvesse sexo envolvido.


— Você me acompanha até o carro? — pergunto.


Ela olha para Manuel, pedindo permissão.


— Vou pegar meu carro — diz ele.


O tempo que nos resta é o de cruzarmos o estacionamento. Sei que preciso de alguma coisa dela, mas não sei bem o quê.


— Me conta alguma coisa que ninguém mais sabe sobre você — peço.


Ela olha para mim de um modo estranho.


— O quê?


— É algo que sempre peço às pessoas, que me contem uma coisa sobre elas que ninguém mais sabe. Não precisa ser grandioso. Só uma coisa.


Agora que ela entende, percebo que gosta do desafio, e gosto dela ainda mais por gostar disso.


— Está bem — diz. — Quando eu tinha 10 anos, tentei furar minha orelha com uma agulha de costura. Fui até a metade, então desmaiei. Não tinha ninguém em casa, por isso ninguém me viu. Simplesmente acordei com a agulha enfiada até a metade da orelha e gotas de sangue em toda a camiseta. Tirei a agulha, lavei a sujeira e nunca mais tentei. Só com 14
anos fui até o shopping com minha mãe e furei a orelha de verdade. Ela não fazia ideia do que havia acontecido. E você? 


Tenho muitas vidas para escolher, embora não me lembre da maior parte.


Também não me lembro se Amy Tran furou a orelha ou não, então não será uma lembrança sobre furar orelhas.


— Roubei o exemplar de Forever, da Judy Blume, da minha irmã quando eu tinha 8 anos — digo. — Imaginei que, se era da autora de Superfudge, tinha que ser bom. Bem, logo entendi por que ela guardava o livro debaixo da cama. Não tenho certeza se entendi tudo, mas achei injusto que o garoto desse um nome para o, hum, genital dele, e a garota não desse um para o dela. Então resolvi dar um nome para a minha.


Anahí está rindo.


— Qual era o nome?


— Helena. Apresentei todo mundo a ela na hora do jantar aquela noite. E tudo acabou dando certo.


Estamos perto do meu carro. Anahí não sabe que é aquele, mas é o mais distante, então não podemos continuar andando.


— Foi ótimo te conhecer — diz ela. — Tomara que eu te veja por aí no ano que vem.


— Claro — respondo. — Foi ótimo te conhecer também.


Eu a agradeço de cinco maneiras diferentes. Então Manuel dirige até nós e buzina.


Nosso tempo acabou.


Os pais de Amy Tran não chamaram a polícia. Eles nem chegaram em casa ainda. Verifico a secretária eletrônica, mas a escola não telefonou. 


Foi a única coisa boa que aconteceu durante todo o dia.




Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



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  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 22:09:51

    Haaaaaaaaaaaaaaaaaáaaáaaa meu deus que história triste...morri aki ;( pelo menos tomara q a any tenha ficado com o poncho....

  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 21:46:10

    *.*

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 20:02:54

    SCRRRRRRRRRR ALIEN EU VOU TE MATAAAAAAR ME FEZ CHORAR RIOOOOS AINNNNNN QUERIA Q ELA FICASSE CM O A :`( Mas foi bom q ele arrumou o Pon pra ela :)

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:56:19

    Ai scrrrrrr q eles fiquem juntoooooos :`( Postaaaaaaaaaa <3

  • Alien AyA Postado em 23/05/2015 - 19:52:53

    Mila você já vai saber...

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:50:34

    Ainnnnnnn fico cm dó do &quot;Pon&quot; corpo :$ Será q ele vai ficar cm o corpo msm? :$ Postaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:44:10

    PARAA TUDOOOOOO VI O NOME DO PON JÁ TO PIRANDO SCRR PERA VOU LER *-*

  • Mila Puente Herrera Postado em 22/05/2015 - 23:21:50

    COMO ASSIM???????????????? ALIEN VOLTA AKI QUERO O FIM NÃAAAAAAAAAAO KKKKKKKKKKKKKK Postaaaaaaaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 21/05/2015 - 22:06:50

    Ainnnnnnn nn tadinho do Pon :/ Postaaaaaaaa <3

  • franmarmentini♥♥ Postado em 21/05/2015 - 16:54:50

    tadinho do A ;(


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