Fanfic: Every Day... AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA, Anahí, Every Day, Adaptação
— Bom ponto. Nós transamos?
Balanço a cabeça negativamente.
— Usamos o cobertor da pegação, mas não transamos. Nos beijamos. E foi suficiente.
— E o que eu disse antes de sair do carro?
— É assim que o dia termina numa boa.
— Correto. Rápido, qual é o nome da namorada do Steve?
— Stephanie.
— E a que horas a festa acabou?
— Às 23h15.
— E quando você estava no corpo daquela garota que eu levei para todas as minhas aulas, o que estava escrito no bilhete que você me passou?
— Era alguma coisa do tipo: “As aulas aqui são tão chatas quanto na minha escola.”
— E como eram os bótons na sua mochila aquele dia?
— De gatinhos de animê.
— Bem, ou você é um mentiroso excelente ou troca de corpo todos os dias. Não tenho ideia de qual seja a verdade.
— É a segunda opção.
Por cima do ombro de Anahí, vejo uma mulher olhando para nós, admirada. Será que ela ouviu o que estamos dizendo?
— Vamos lá para fora — cochicho. — Acho que estamos com uma plateia indesejada.
Anahí parece desconfiada.
— Se você fosse uma líder de torcida baixinha e magrinha de novo, eu até poderia ir. Mas... não tenho certeza se você tem noção disso, hoje você é um cara grande e assustador. Estou ouvindo a voz da minha mãe em alto e bom som na minha cabeça: “Nada de cantos escuros.”
Aponto para a janela, mostrando um banco ao lado da via.
— Ele é totalmente público, só que não tem ninguém para nos ouvir.
— Ótimo.
Quando saímos, a mulher que estava bisbilhotando parece desapontada. Percebo quantas pessoas estão sentadas ao nosso redor com laptops e cadernos abertos, e torço para que nenhuma esteja tomando nota.
Quando chegamos ao banco, Anahí me deixa sentar primeiro, para que ela mesma possa determinar a distância que vamos manter um do outro, que se mostra significativa.
— Então você está dizendo que tem sido assim desde o dia em que nasceu?
— Sim. Não consigo me lembrar de já ter sido diferente.
— E como foi? Você não ficou confuso?
— Acho que me acostumei. Tenho certeza de que, no início, acreditei que fosse apenas o modo como a vida de todo mundo funcionava. Quero dizer, quando você é um bebê, não se importa realmente com quem está cuidando de você, desde que alguém esteja. E quando eu era pequeno, pensava que era um tipo de jogo, e minha mente aprendeu a acessar, sabe, a examinar naturalmente as memórias do corpo em que estava. Então eu sempre sabia qual era meu nome e onde estava. Só com 4 ou 5 anos é que comecei a perceber que era diferente, e com 9 ou 10 descobri que realmente queria que aquilo parasse.
— Você quis que parasse?
— Claro. Imagina o que é sentir saudade de casa, mas sem ter uma casa. Era assim comigo. Eu queria ter amigos, uma mãe, um pai, um cachorro. Mas não podia me apegar a nenhum deles mais do que por um dia. Era terrível. Eu me lembro de gritar e chorar em algumas noites, implorando para que meus pais não me fizessem ir dormir. Eles nunca entendiam do que eu tinha medo. Pensavam que era de um monstro debaixo da cama, ou um truque para ouvir mais histórias na hora de dormir. Eu não podia explicar de verdade, não de um jeito que fizesse sentido para eles. Falava que não queria dizer adeus, e eles me garantiam que não era um adeus. Que era só um boa-noite. Eu respondia que era a mesma coisa, mas eles achavam que eu só estava sendo bobo. No fim, acabei aceitando. Percebi que esta era minha vida, e que não havia nada que eu pudesse fazer. Eu não podia nadar contra a maré, por isso decidi nadar com ela.
— Quantas vezes você já contou essa história?
— Nenhuma, juro. Você é a primeira.
Isso deveria fazer ela se sentir especial — eu queria que ela se sentisse especial —, mas em vez disso, Anahí pareceu preocupada.
— Você tem que ter pais, não é? Quero dizer, todos nós temos.
Dei de ombros.
— Não tenho ideia. Acho que sim. Mas não tenho ninguém a quem perguntar. Nunca conheci ninguém como eu. Não que eu tivesse como saber.
Posso ver pela sua expressão que ela acha que estou contando uma história triste, muito triste. Não sei como explicar que não tem sido tão triste assim.
— Eu vi coisas — digo. Então paro. Não sei o que vem a seguir.
— Continue — pede ela.
— É só que, sei que parece um modo horrível de se viver, mas eu já vi muitas coisas. É muito difícil ter uma noção verdadeira do que é a vida quando se está num único corpo. Você fica tão preso a quem você é. Mas quando quem você é muda todos os dias, você fica mais próximo da universalidade. Mesmo dos detalhes mais triviais. Você percebe que as cerejas têm gosto diferente para pessoas diferentes. Que o azul parece diferente. Você vê todos os estranhos rituais que os garotos têm para demonstrar afeição sem admitir. Você aprende que, se um dos pais lê para você no fim do dia, é sinal de que é um bom pai, porque já viu muitos outros pais que não têm tempo para isso. Você aprende o verdadeiro valor de um dia, porque todos os dias são diferentes. Se você perguntar à maioria das pessoas qual a diferença entre a segunda e a terça-feira, provavelmente vão responder dizendo o que comeram no jantar à noite. Eu, não. Ao enxergar o mundo de tantos ângulos, percebo melhor a dimensão dele.
— Mas você nunca consegue ver as coisas ao longo do tempo, não é? — pergunta Anahí. — Não que eu queira desmerecer o que você acabou de dizer, porque acho que entendo. Mas você nunca teve um amigo que conheceu dia após dia durante dez anos. Nunca viu seu bichinho de estimação envelhecer. Nunca percebeu como o amor dos pais fica estranho com o passar do tempo. E nunca esteve num relacionamento por mais de um dia, isso sem mencionar por mais de um ano.
Eu deveria saber que íamos voltar a essa questão.
— Mas eu vi coisas — argumento. — Observei. Sei como funciona.
— De fora? Não acho que você possa conhecer de fora.
— Acho que você subestima o quanto algumas coisas podem ser previsíveis num relacionamento.
— Eu o amo — diz. — Sei que você não entende, mas amo.
— Não deveria. Eu o vi por dentro. Eu sei.
— Por um dia. Você o viu por um dia.
— E por um dia você viu quem ele poderia ser. Você se apaixonou mais por ele quando ele era eu.
Tento pegar a mão dela novamente, mas desta vez ela diz:
— Não. Não faça isso.
Fico paralisada.
Autor(a): Alien AyA
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— Tenho um namorado — diz. — Sei que você não gosta dele, e tenho certeza de que há momentos em que não gosto também. Mas essa é a realidade. Agora, admito, você me convenceu de que realmente é a mesma pessoa com quem me encontrei em cinco corpos diferentes. Tudo isso significa que provave ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 63
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franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 22:09:51
Haaaaaaaaaaaaaaaaaáaaáaaa meu deus que história triste...morri aki ;( pelo menos tomara q a any tenha ficado com o poncho....
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franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 21:46:10
*.*
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Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 20:02:54
SCRRRRRRRRRR ALIEN EU VOU TE MATAAAAAAR ME FEZ CHORAR RIOOOOS AINNNNNN QUERIA Q ELA FICASSE CM O A :`( Mas foi bom q ele arrumou o Pon pra ela :)
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Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:56:19
Ai scrrrrrr q eles fiquem juntoooooos :`( Postaaaaaaaaaa <3
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Alien AyA Postado em 23/05/2015 - 19:52:53
Mila você já vai saber...
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Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:50:34
Ainnnnnnn fico cm dó do "Pon" corpo :$ Será q ele vai ficar cm o corpo msm? :$ Postaaaaaaaa <3
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Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:44:10
PARAA TUDOOOOOO VI O NOME DO PON JÁ TO PIRANDO SCRR PERA VOU LER *-*
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Mila Puente Herrera Postado em 22/05/2015 - 23:21:50
COMO ASSIM???????????????? ALIEN VOLTA AKI QUERO O FIM NÃAAAAAAAAAAO KKKKKKKKKKKKKK Postaaaaaaaaaaaaaa <3
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Mila Puente Herrera Postado em 21/05/2015 - 22:06:50
Ainnnnnnn nn tadinho do Pon :/ Postaaaaaaaa <3
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franmarmentini♥♥ Postado em 21/05/2015 - 16:54:50
tadinho do A ;(