Fanfics Brasil - Dia 6.006 | Hugo Every Day... AyA [FINALIZADA]

Fanfic: Every Day... AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA, Anahí, Every Day, Adaptação


Capítulo: Dia 6.006 | Hugo

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Dia 6.006


O telefone toca.
Estendo a mão para pegá-lo, pensando que é Anahí.
Mesmo que não possa ser.
Olho para o nome na tela: Austin.
Meu namorado.


— Alô? — atendo.
— Hugo! É sua ligação-despertador das nove da manhã. Estarei aí em uma hora. Fique bem, gatinho.
— Como quiser — resmungo.


Tenho muita coisa para fazer em uma hora.
Primeiro, preciso me levantar, tomar banho e me vestir, como sempre. Na cozinha, posso ouvir meus pais conversando em voz alta numa língua que não conheço. Parece espanhol, mas não é, então suponho que seja português. As línguas estrangeiras me deixam confusa; tenho uma compreensão básica de algumas delas, mas não consigo acessar a memória da pessoa depressa o suficiente para fingir ser fluente em alguma. Acesso e descubro que os pais de Hugo são brasileiros. Mas isso não vai me ajudar a entendê-los melhor. Por isso fico bem longe da cozinha.


Austin vai buscar Hugo para irem a uma parada do orgulho gay, em Annapolis. Dois de seus amigos, William e Nicolas, vão com eles. Está marcado tanto no calendário de Hugo quanto na mente dele.


Por sorte, Hugo tem um laptop no quarto. Como é fim de semana e não dá para usar o computador da escola, vou correr o risco e dar uma olhada. Abro meu e-mail rapidamente e vejo que Anahí enviou alguma coisa há apenas dez minutos.


A,
Espero que tenha dado tudo certo ontem. Acabei de ligar para a casa dela, mas não tem ninguém. Você acha que
foram procurar ajuda? Estou tentando considerar isto um bom sinal.
Enquanto isso, tem um link que você precisa ver. Está fora de controle.
Onde você está hoje?
An.


Clico no link abaixo da assinatura dela e sou levado até o site de um tabloide de Baltimore.


A manchete anuncia:


O DEMÔNIO ESTÁ ENTRE NÓS!


É a história de Nathan, mas não somente a história dele. Dessa vez, cinco ou seis pessoas da região afirmam terem sido possuídas pelo demônio. Para meu alívio, não conheço nenhuma além de Nathan. São todas mais velhas do que eu. A maioria diz ter sido possuída por mais do que um único dia.


Eu esperaria que a repórter fosse mais cética, mas ela compra as histórias sem questionar. Até mesmo associa a outras histórias de possessão demoníaca: criminosos no corredor da morte que disseram estar sob influência de forças satânicas, políticos e religiosos flagrados em situações comprometedoras que afirmaram que algo muito atípico os havia dominado. Tudo parece muito conveniente.


Rapidamente, pesquiso o nome de Nathan num mecanismo de busca e encontro mais notícias. A história, ao que parece, está se espalhando. Em todos os artigos, uma pessoa é citada. Ele sempre diz a mesma coisa:


“Não tenho dúvida de que existam casos de possessão demoníaca”, afirma o reverendo Anderson Poole, que tem aconselhado Daldry. “São exemplos clássicos. O diabo é bastante previsível.” 
“Essas possessões não deveriam causar surpresa”, diz Poole. “Nossa sociedade tem deixado a porta escancarada. Por que o diabo não entraria?”


As pessoas estão acreditando nisso. São muitos artigos e comentários; todos de pessoas que veem a obra do diabo em tudo. Embora não devesse fazer isso, envio um breve e-mail a Nathan.


Não sou o diabo.


Aperto “enviar”, mas não me sinto nem um pouco melhor.


Então mando um e-mail para Anahí contando como foram as coisas com o pai de Kelsea. Também digo que vou ficar em Annapolis o dia todo, e a deixo ciente de minha aparência e da camiseta que estou vestindo. Ouço uma buzina do lado de fora e vejo um carro que deve ser de Austin. Passo correndo pela cozinha e dou um adeus rápido para os pais de Hugo. Entro no carro; o garoto no banco do passageiro (William) vai para a parte de trás com o outro garoto (Nicolas) para que eu possa me sentar perto do meu namorado. Austin, por sua vez, dá uma olhada na minha roupa e faz um “tsc, tsc”.


— Você está vestindo isso para ir à parada?


Mas ele está brincando. Eu acho.
Tem muita conversa ao meu redor durante todo o trajeto, mas não participo de fato. Meu pensamento está longe.
Eu não devia ter enviado aquele e-mail a Nathan.
Uma única linha, mas revela demais.


No momento em que chegamos a Annapolis, Austin está em casa.


— Não é divertido? — Ele não para de perguntar.


William, Nicolas e eu fazemos que sim com a cabeça. Na verdade, os eventos do orgulho gay de Annapolis não são tão bem-elaborados assim. Sob muitos aspectos, é como se a Marinha tivesse se tornado gay por um dia, e um bando de pessoas tivesse vindo para comemorar. O tempo está ensolarado e fresco, e isso parece animar ainda mais a todos. Austin
gosta de segurar minha mão, balançando-a como se estivéssemos percorrendo a estrada de tijolos amarelos. Normalmente, eu ficaria encantado. Ele tem toda razão em estar orgulhoso e aproveitar esse dia. Não é culpa dele eu estar tão distraído. Estou procurando por Anahí na multidão. Não consigo evitar. De vez em quando, Austin se aproxima.


— Viu alguém conhecido? — pergunta.
— Não — digo com sinceridade.


Ela não está aqui. Não conseguiu chegar. E me sinto uma idiota por ficar esperando. Ela simplesmente não pode parar a vida sempre que eu estiver disponível. O dia dela não é menos importante do que o meu. Vamos até uma esquina onde algumas pessoas estão protestando contra a comemoração. Não entendo o porquê. É como protestar contra o fato de algumas pessoas serem ruivas. Na minha experiência, desejo é desejo, amor é amor. Nunca me apaixonei por um gênero.
Apaixonei-me por indivíduos. Sei que é difícil as pessoas fazerem isso, mas não entendo por que é tão complicado, quando é tão óbvio.


Lembro-me da hesitação de Anahí em me beijar por mais tempo quando eu era Kelsea. Torço para que esta não seja nem de perto a razão. Tinha tantos outros motivos naquele momento.


Um dos cartazes dos manifestantes chama minha atenção. Está escrito: “HOMOSSEXUALISMO É OBRA DO DIABO.” E, mais uma vez, penso em como as pessoas usam o diabo para dar nome às coisas que temem. A causa e o efeito estão invertidos. O diabo não obriga ninguém a fazer coisas. As pessoas é que fazem as coisas e culpam o diabo por isso.
Como era de esperar, Austin para e me beija na frente dos manifestantes. Tento corresponder. Filosoficamente, estou com ele. Mas não estou no beijo. Não posso fingir a intensidade. Ele percebe. Não diz nada, mas percebe.


Quero dar uma olhada nos e-mails pelo telefone de Hugo, mas Austin não tira os olhos de mim. Quando William e Nicolas sugerem comer alguma coisa, Austin diz que ele e eu vamos ficar um pouco a sós. Achei que iríamos almoçar também, mas em vez disso ele me leva até uma loja de roupas hype e passa a hora seguinte experimentando coisas enquanto dou minha opinião, de-quemestá-fora-do-provador. A certa altura ele me puxa para a cabine para roubar uns beijos, aos
quais correspondo. Mas, ao mesmo tempo, fico pensando que, se ficarmos ali dentro, Anahí não vai ter como me encontrar. Enquanto Austin discute se a calça skinny é skinny suficiente, fico me perguntando o que Kelsea está fazendo nesse momento. Será que está tirando o peso das próprias costas, lidando com os fatos, ou será que está desafiando, negando que, para começo de conversa, ela quisesse ajuda? Fico imaginando Tom e James jogando videogame, sem ter a menor noção de que a semana deles foi interrompida. Penso em Roger Wilson mais tarde, arrumando as roupas para
ir à igreja na manhã seguinte.


— O que você acha? — pergunta Austin.
— Ficou ótima — respondo.
— Você nem olhou.
Não tenho como responder a isso. Ele está certo. Não olhei. Foco nele agora. Preciso prestar mais atenção.
— Eu gosto — digo a ele.
— Bem, eu não — retruca. E retorna correndo para o provador.


Não fui um bom hóspede na vida de Hugo. Acesso suas lembranças e descubro que ele e Austin começaram a namorar nessa mesma comemoração, há um ano. Eles eram amigos havia algum tempo, mas nunca conversaram sobre o que sentiam. Ambos tinham medo de estragar a amizade, e, ao invés de melhorar as coisas, a prudência deles tornava tudo esquisito. Então, finalmente, quando um casal de caras de vinte e poucos anos passou de mãos dadas, Austin
comentou:


— Ei, podia ser a gente daqui a uns dez anos.
E Hugo falou:
— Ou dez meses.
Austin continuou:
— Ou dez dias.
E Hugo disse:
— Ou dez minutos.
E Austin concluiu:
— Ou dez segundos.
Então eles contaram até dez e se deram as mãos pelo restante do dia. O início de tudo. Hugo teria se lembrado disso.


Mas eu não.


Austin percebe que alguma coisa mudou. Ele volta do provador sem roupa alguma nos braços, olha para mim e toma uma decisão.


— Vamos sair daqui — diz. — Não quero ter essa conversa particular nesta loja particular.


Ele me conduz até a água, longe da comemoração, longe da multidão. Encontra um banco relativamente isolado, e eu o acompanho. Quando sentamos, tudo vem à tona.



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Autor(a): Alien AyA

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— Você não esteve comigo nem uma vez durante todo o dia — observa ele. — Não ouve nem uma palavra que digo. Fica olhando por aí, procurando por alguém. E beijar você é como beijar um bloco de madeira. Logo hoje, dentre todos os dias. Pensei que você tivesse dito que ia nos dar uma chance. P ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



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  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 22:09:51

    Haaaaaaaaaaaaaaaaaáaaáaaa meu deus que história triste...morri aki ;( pelo menos tomara q a any tenha ficado com o poncho....

  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 21:46:10

    *.*

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 20:02:54

    SCRRRRRRRRRR ALIEN EU VOU TE MATAAAAAAR ME FEZ CHORAR RIOOOOS AINNNNNN QUERIA Q ELA FICASSE CM O A :`( Mas foi bom q ele arrumou o Pon pra ela :)

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:56:19

    Ai scrrrrrr q eles fiquem juntoooooos :`( Postaaaaaaaaaa <3

  • Alien AyA Postado em 23/05/2015 - 19:52:53

    Mila você já vai saber...

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:50:34

    Ainnnnnnn fico cm dó do &quot;Pon&quot; corpo :$ Será q ele vai ficar cm o corpo msm? :$ Postaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:44:10

    PARAA TUDOOOOOO VI O NOME DO PON JÁ TO PIRANDO SCRR PERA VOU LER *-*

  • Mila Puente Herrera Postado em 22/05/2015 - 23:21:50

    COMO ASSIM???????????????? ALIEN VOLTA AKI QUERO O FIM NÃAAAAAAAAAAO KKKKKKKKKKKKKK Postaaaaaaaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 21/05/2015 - 22:06:50

    Ainnnnnnn nn tadinho do Pon :/ Postaaaaaaaa <3

  • franmarmentini♥♥ Postado em 21/05/2015 - 16:54:50

    tadinho do A ;(


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