Fanfics Brasil - Dia 6.007 | Confiar Every Day... AyA [FINALIZADA]

Fanfic: Every Day... AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA, Anahí, Every Day, Adaptação


Capítulo: Dia 6.007 | Confiar

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— Fico questionando o Manuel sobre isso, sabe. Sobre o dia em que você foi ele. E é incrível como as falsas lembranças são claras. Ele não discorda quando digo que fomos à praia, mas não se lembra disso de verdade.


— James, o gêmeo, ficou assim também. Não percebeu nada de errado, mas quando perguntei a ele sobre ter te encontrado para tomar um café, ele não se lembrava de nada. Lembrava de ter ido à Starbucks; a mente dele tinha ciência do tempo. Mas não foi isso que realmente aconteceu.


— Talvez eles se lembrem do que você quer que lembrem.


— Já pensei nisso. Queria saber com certeza.


Continuamos andando. Traçamos um círculo numa árvore com os dedos.


— E quanto ao amor? — pergunta ela. — Você já se apaixonou?


— Não sei se você chamaria isso de amor — respondo. — Já gostei, com certeza. E houve dias em que realmente lamentei por ir embora. Tentei encontrar uma ou duas pessoas, mas não funcionou. O mais perto que cheguei foi desse cara, Brennan.


— Conte-me sobre ele.


— Faz um ano. Eu estava trabalhando num cinema, e ele estava na cidade, visitando os primos. Quando foi pegar a pipoca, flertamos um pouco, e acabou se formando essa... centelha. Era um cinema pequeno, com uma única sala, e quando o filme estava passando, o trabalho ficava bem devagar. Acho que ele perdeu a segunda parte do filme, porque voltou e começou a conversar mais comigo. Acabei tendo que contar o filme para ele poder fingir que estivera lá na maior parte do tempo. No fim, pediu meu e-mail, e eu inventei um.


— Como fez comigo.


— Exatamente como fiz com você. Na mesma noite ele mandou uma mensagem, e no dia seguinte foi embora de volta para o Maine, o que foi ideal, porque então o restante do nosso relacionamento poderia ser via internet. Eu estava usando um crachá, por isso tive que lhe dizer meu primeiro nome, mas inventei o sobrenome e criei um login usando algumas fotos do perfil do garoto de verdade. Acho que o nome era Ian.


— Ah... Então você era um garoto?


— Sim — respondo. — Faz diferença?


— Não — diz ela. — Acho que não.


Mas dá para ver que faz, sim. Um pouco. Mais uma vez, a imagem mental dela precisa de ajustes.


— Então trocávamos e-mails quase todos os dias. Até entrávamos no bate-papo. E, embora eu não pudesse dizer o que estava acontecendo de verdade (eu escrevia e-mails de lugares muito estranhos) eu ainda sentia que havia alguma coisa no mundo que era sempre minha, e essa era uma sensação nova. O único problema era que ele queria mais. Mais fotos. Depois quis conversar pelo Skype. Então, depois de um mês dessas conversas intensas, ele começou a falar em viajar para lá novamente. O tio e a tia já tinham convidado, e o verão estava chegando.


— Oh-oh.


— É. Oh-oh. Eu não conseguia imaginar um jeito de sair dessa situação. E quanto mais eu tentava mudar de assunto, mais ele percebia. Todas as conversas passaram a ser sobre nós. De vez em quando eu saía pela tangente, mas ele sempre voltava ao mesmo ponto. Então tive que terminar. Porque não haveria um amanhã para nós.


— Por que você não falou a verdade?


— Porque não acreditava que ele pudesse entender. Porque não confiava o suficiente nele, acho.


— Então você terminou.


— Disse que tinha conhecido outra pessoa. Peguei emprestado fotos do corpo em que eu estava no dia. Mudei o status de relacionamento do perfil falso. Brennan nunca mais quis falar comigo.


— Coitado.


— Pois é. Depois disso, me prometi que não iria mais me meter em confusões virtuais, por mais fáceis que parecessem ser. Qual o sentido de uma coisa virtual se não termina sendo real? Eu nunca ia poder oferecer algo real a alguém. Só poderia oferecer ilusão.


— Como fingir ser o namorado de uma pessoa? — diz Anahí.


— Sim. Mas você tem que entender: foi uma exceção à regra. E eu não queria que se baseasse em mentiras. Por isso você foi a primeira pessoa a quem já contei.


— O engraçado é que você fala como se fosse algo raro ter feito isso só uma vez. Mas aposto que tem um monte de gente que passa a vida inteira sem dizer a verdade. E essas pessoas acordam no mesmo corpo e na mesma vida todas as manhãs.


— Por quê? O que você não está me contando?


Anahí olha nos meus olhos.


— Se não estou te contando algo, é por alguma razão. Só porque você confia em mim, não quer dizer que eu tenha que confiar em você automaticamente. Não funciona assim.


— É justo.


— Eu sei que é. Mas já chega disso. Fale sobre... não sei... o terceiro ano do ensino fundamental.


A conversa continua. Ela descobre o motivo pelo qual agora acesso informações sobre alergias antes de comer alguma coisa (depois de quase ter morrido por causa de um morango quando tinha 9 anos), e eu descubro a origem de seu medo de coelhos (uma criatura particularmente malvada chamada Swizzle, que gostava de fugir da gaiola e dormir no rosto das pessoas). Ela ouve sobre a melhor mãe que já tive (cuja história tem a ver com um parque aquático), e eu ouço sobre os altos e baixos de viver a vida inteira com a mesma mãe, a pessoa que mais te irrita no mundo e, ao mesmo tempo, a que você mais ama acima de qualquer outra coisa. Ela descobre que nem sempre estive em Maryland, mas que só me desloco por grandes distâncias quando o corpo no qual estou se desloca por grandes distâncias. E eu descubro que ela nunca viajou de avião. Ela ainda mantém uma distância física entre nós. Não dá para apoiar a cabeça no ombro nem andar de mãos dadas agora. Mas se nossos corpos estão distantes, nossas palavras não estão. Não me importo.


Voltamos para o carro e beliscamos o que sobrou do piquenique. Depois ficamos passeando e conversamos mais um pouco. Fico surpreso com o número de vidas das quais consigo me lembrar para contar a Anahí, e ela fica impressionada com o fato de sua única vida ter tantas histórias quanto as minhas muitas vidas. Como a existência normal dela é muito estranha e muito intrigante para mim, também começa a parecer um pouco mais interessante para ela.


Eu poderia continuar assim até a meia-noite. Mas, às 17h15, Anahí olha para o celular e diz:


— Melhor irmos andando. Manuel está esperando por nós.


Por alguma razão, eu tinha conseguido me esquecer disso.


Deveria ser uma conclusão previsível. Eu sou uma garota absurdamente atraente. Manuel é o típico garoto excitado. Estou torcendo para a teoria de Anahí estar certa e Ashley somente se lembrar do que eu quero que se lembre, ou do que sua mente quer que ela se lembre. Não que eu vá levar isso longe demais; tudo que preciso é da confirmação do interesse de Manuel, não o contato real. Anahí escolheu um restaurante de frutos do mar fora da estrada. Como era de esperar, confirmo que Ashley não tem nenhuma alergia a frutos do mar. Na verdade, ela anda enganando a si mesma, inventando que é “alérgica” a um monte de coisas, como um meio de manter a dieta. Mas frutos do mar nunca chegaram a essa lista em particular. Quando ela entra no salão, as cabeças realmente se viram. Muitas delas estão presas a homens uns trinta anos mais velhos do que ela. Tenho certeza de que Ashley já está acostumada a isso, mas eu fico assustado. Embora Anahí tenha ficado preocupada achando que Manuel poderia estar esperando por nós, ele acaba chegando dez minutos depois. A expressão em seu rosto quando me vê não tem preço; quando Anahí disse que uma amiga estava na cidade, ele não imaginou que seria Ashley. Ele diz “olá” para Anahí, mas fica boquiaberto quando olha para mim.


Sentamos. No início, estou tão preocupado com a reação dele que não percebo a de Anahí. Ela está se fechando, subitamente calada, subitamente tímida. Não sei dizer se é a presença de Manuel que faz isso acontecer ou se é a combinação da presença dele à minha.


Estivemos tão envolvidos em nosso próprio dia que não nos preparamos de fato para isso. Então, quando Manuel começa a fazer as perguntas óbvias — como Anahí e eu nos conhecemos, por que ele nunca tinha ouvido falar de mim —, tenho que preencher as lacunas. Para Anahí, inventar uma mentira requer reflexão, enquanto para mim faz parte das
necessidades básicas. Digo que minha mãe e a mãe de Anahí foram melhores amigas no ensino médio. Agora estou morando em Los Angeles (por que não?), fazendo testes para programas de tevê (porque eu posso). Minha mãe e eu estamos visitando a Costa Leste por uma semana, e ela queria rever a amiga. Anahí e eu nos vimos algumas vezes ao longo dos anos, mas esta é a primeira vez em muito tempo.


Manuel parece estar prestando atenção em cada uma de minhas palavras, mas não está me ouvindo de modo algum. Roço minha perna na dele “acidentalmente” por baixo da mesa. Ele finge não perceber. Anahí também.


Sou descarada, mas tomo cuidado. Toco a mão de Anahí algumas vezes quando quero enfatizar algo, para que não pareça incomum quando faço o mesmo com Manuel. Digo o nome de um astro de Hollywood que beijei uma vez numa festa, mas deixo claro que não foi grande coisa. Quero que Manuel flerte comigo, mas ele parece incapaz, especialmente quando tem comida diante de si. Então a ordem da atenção é: comida, Ashley, Anahí. Mergulho o bolinho de caranguejo no molho tártaro e imagino Ashley gritando comigo por fazer isso.


Quando a comida acaba, ele volta a se concentrar em mim. Anahí se anima um pouco e tenta imitar meus movimentos, primeiro segurando a mão dele. Ele não se afasta, mas também não parece totalmente à vontade; age como se ela o estivesse envergonhando. Imagino que seja um bom sinal.


Finalmente, Anahí diz que precisa ir ao banheiro. É minha chance de fazer com que ele aja de maneira imperdoável, de fazer com que ela veja quem ele é de verdade. Começo com o movimento de perna. Desta vez, com Anahí longe, ele não se afasta.


— Olá — digo.
— Olá — responde. E sorri.
— O que você vai fazer depois daqui? — pergunto.
— Depois do jantar?
— Isso. Depois do jantar.
— Não sei.
— Talvez a gente pudesse fazer alguma coisa — sugiro.
— Tá. Claro.
— Talvez só nós dois.


Clique. Ele finalmente entendeu.
Chego mais perto. Toco na mão dele. Digo:


— Acho que ia ser divertido.


Preciso que ele se incline para mim. Preciso que se entregue ao que quer. Preciso que avance o sinal. Só preciso de um “sim” para que isso aconteça. Ele olha ao redor para ver se Anahí está por perto, para saber se os outros caras no
salão estão vendo isso acontecer.


— Opa — diz.
— Está tudo bem — digo a ele. — Eu realmente gostei de você.


Ele se recosta na cadeira. Balança a cabeça.


— Hum... não.


Fui muito atirada. Ele precisa que a ideia parta dele.


— Por que não? — pergunto.


Ele olha para mim como se eu fosse uma completa idiota.


— Por que não? — repete ele. — E quanto a Anahí? Caramba.


Estou tentando pensar numa resposta para isso, mas não existe nenhuma. E nem importa mais, porque, nesse momento, Anahí volta para a mesa.


— Não quero mais isso — diz ela. — Pare.


Manuel, tolo como é, pensa que ela está falando com ele.


— Não estou fazendo nada! — protesta, com a perna firme do próprio lado da mesa. — Sua amiga aqui é que está meio fora de controle.


— Não quero mais isso — repete ela.


— Está tudo bem — digo. — Sinto muito.


— E deveria sentir mesmo! — grita Manuel. — Meu Deus, não sei como são as coisas na Califórnia, mas aqui não se faz isso. — Ele fica de pé. Olho rapidamente para a virilha dele e vejo que, apesar de ele negar, o flerte teve ao menos um efeito. Mas realmente não posso mostrar isso a Anahí.


— Estou indo — diz. Então, como se quisesse provar alguma coisa, beija Anahí bem na minha frente. — Obrigado, baby — diz. — Vejo você amanhã.


Ele não se dá ao trabalho de se despedir de mim. Anahí e eu voltamos a nos sentar.


— Desculpe — digo de novo.
— Não. Foi culpa minha. Eu devia saber.


Fico esperando pela parte do Eu te disse..., então ela chega.


— Eu te disse, você não entende. Não tem como nos entender — diz ela.


A conta chega. Tento pagar, mas ela recusa.


— Não é seu dinheiro — argumenta. E isso dói tanto quanto todo o restante. 


Sei que ela quer que a noite termine. Sei que quer me levar para casa para poder ligar para o Manuel, pedir desculpas e ficar de bem com ele de novo.




Até Mais


 



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Autor(a): Alien AyA

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Dia 6.008 Vou para o computador assim que acordo na manhã seguinte, mas não tem nenhum e-mail de Anahí. Envio outra mensagem de desculpas. Envio mais agradecimentos pelo dia. Algumas vezes, quando você aperta “enviar”, consegue imaginar a mensagem indo diretamente para o coração da outra pessoa. Mas outras ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



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  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 22:09:51

    Haaaaaaaaaaaaaaaaaáaaáaaa meu deus que história triste...morri aki ;( pelo menos tomara q a any tenha ficado com o poncho....

  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 21:46:10

    *.*

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 20:02:54

    SCRRRRRRRRRR ALIEN EU VOU TE MATAAAAAAR ME FEZ CHORAR RIOOOOS AINNNNNN QUERIA Q ELA FICASSE CM O A :`( Mas foi bom q ele arrumou o Pon pra ela :)

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:56:19

    Ai scrrrrrr q eles fiquem juntoooooos :`( Postaaaaaaaaaa <3

  • Alien AyA Postado em 23/05/2015 - 19:52:53

    Mila você já vai saber...

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:50:34

    Ainnnnnnn fico cm dó do &quot;Pon&quot; corpo :$ Será q ele vai ficar cm o corpo msm? :$ Postaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:44:10

    PARAA TUDOOOOOO VI O NOME DO PON JÁ TO PIRANDO SCRR PERA VOU LER *-*

  • Mila Puente Herrera Postado em 22/05/2015 - 23:21:50

    COMO ASSIM???????????????? ALIEN VOLTA AKI QUERO O FIM NÃAAAAAAAAAAO KKKKKKKKKKKKKK Postaaaaaaaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 21/05/2015 - 22:06:50

    Ainnnnnnn nn tadinho do Pon :/ Postaaaaaaaa <3

  • franmarmentini♥♥ Postado em 21/05/2015 - 16:54:50

    tadinho do A ;(


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