Fanfics Brasil - Dia 6.018 | George Every Day... AyA [FINALIZADA]

Fanfic: Every Day... AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA, Anahí, Every Day, Adaptação


Capítulo: Dia 6.018 | George

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Dia 6.018


No dia seguinte, sou um garoto chamado George e estou a apenas 45 minutos de distância de Anahí. Ela me envia um e-mail dizendo que poderá sair da escola na hora do almoço. No entanto, vou ter um dia difícil, porque hoje tenho aula em casa.


A mãe e o pai de George são pais do-tipo-que-ficam-em-casa, e George e os dois irmãos passam todos os dias com eles. O cômodo que na maioria das casas seria denominado sala de jogos é chamado de “sala das aulas” pela família de George. Os pais até arranjaram três carteiras para eles, aparentemente sobras de alguma escola rural da virada do século passado. Não dá para dormir tarde aqui. Todos nós acordamos às 7h, e existe um protocolo sobre quem toma banho quando. Consigo usar o computador escondido por alguns minutos para ler a mensagem de Anahí e enviar a minha, dizendo que teremos que ver o que vai acontecer durante o dia. Então, às 8h, nos sentamos pontualmente às carteiras, e enquanto nosso pai trabalha no outro extremo da casa, a mãe nos dá aula. Ao acessar, descubro que George nunca esteve numa sala de aula além desta, por causa de uma briga que os pais tiveram com a professora da pré-escola do irmão mais velho sobre os métodos de ensino dela. Não consigo imaginar quais métodos do jardim de infância seriam chocantes o bastante para afastar uma família inteira da escola para sempre, mas não tenho como acessar informações sobre esse acontecimento, pois George não tem ideia do que houve.


Ele só lida com as consequências.


Eu já tive aulas em casa antes com pais que eram interessados e interessantes, que queriam ter certeza de que os filhos teriam espaço para explorar e crescer. Não é o caso aqui. A mãe de George é feita de um material severo, inflexível, e também é a oradora mais lenta que já ouvi.


— Garotos... vamos falar... sobre... os acontecimentos... que levaram... à... Guerra... Civil.


Todos os irmãos aceitam isso, resignados. Eles sempre olham para a frente o tempo inteiro, numa imitação perfeita do ato de prestar atenção.


— O presidente... do... Sul... era... um homem... chamado... Jefferson... Davis.


Eu me recuso a ficar refém dessa maneira — não quando, em breve, Anahí estará esperando por mim. Por isso, depois de uma hora, decido seguir a estratégia de Nathan.


Começo a fazer perguntas.
Qual era o nome da esposa de Jefferson Davis?
Quais eram os estados da União?
Quantas pessoas realmente morreram em Gettysburg?
Lincoln escreveu o discurso de Gettysburg sozinho?
E mais umas três dúzias delas.
Meus irmãos olham para mim como se eu tivesse cheirado cocaína, e minha mãe fica
confusa a cada pergunta, porque tem que procurar cada uma das respostas.


— Jefferson Davis... casou-se... duas vezes. A primeira esposa... Sarah... era filha do... presidente... Zachary Taylor. Mas Sarah... morreu... de malária... três meses depois... do... casamento. Ele voltou a se casar...


Isso continua por mais uma hora. Então pergunto a ela se posso ir à biblioteca para pegar alguns livros sobre o assunto. Ela diz que sim e se oferece para me levar até lá.


O dia letivo está na metade, por isso sou o único na biblioteca. No entanto, a bibliotecária me conhece e sabe de onde estou vindo. Ela é simpática comigo, mas ríspida com minha mãe, o que me leva a crer que a professora do jardim de infância não é a única pessoa na cidade que minha mãe considera incompetente em seu trabalho.


Encontro um computador e envio um e-mail para Anahí dizendo onde estou. Então pego uma cópia de Feed da prateleira e tento me lembrar onde parei, alguns corpos atrás. Sento à mesa de leitura perto da janela, e minha atenção é atraída toda hora para o trânsito, mesmo sabendo que ainda vai levar umas duas horas até Anahí aparecer. Durante uma hora, ponho de lado minha vida emprestada e assumo a do livro que estou lendo. Anahí me encontra assim, no espaço de leitura altruísta que minha mente me empresta. No início, nem percebo que ela está ali.


— Hã-hã — diz ela. — Imaginei que você fosse o único garoto no prédio, portanto tinha que ser você.


É fácil demais. Não consigo resistir.


— Como é que é? — digo, abrupto.


— É você, não é?


Faço George parecer tão confuso quanto possível.


— Eu te conheço?


Agora ela começa a ficar em dúvida.


— Ah, desculpe. É só que, hum, eu ia me encontrar com um garoto.


— Como ele é?


— Eu não, hum, conheço. É, tipo, uma coisa da internet.


Resmungo.


— Você não devia estar na escola?


— Você não devia estar na escola?


— Não posso. Tem uma garota realmente incrível com quem eu ia me encontrar.


Ela me lança um olhar severo.


— Imbecil.


— Desculpe. É só que...


— Seu idiota... imbecil.


Ela está com raiva de verdade. Eu fiz uma besteira de verdade. Levanto da mesa de leitura.


— Anahí, me desculpe.


— Você não pode fazer isso. Não é justo. — Ela está de fato se afastando de mim.


— Nunca mais vou fazer. Prometo.


— Não acredito que você acabou de fazer isso. Olhe nos meus olhos e diga mais uma vez. Diga que promete.


Olho nos olhos dela.


— Eu prometo.


É o suficiente, mas não de verdade.


— Acredito em você — diz ela. — Mas ainda é um imbecil até que prove o contrário.


Esperamos até a bibliotecária estar distraída, então saímos de fininho pela porta. Fico preocupado sobre se há alguma lei sobre denunciar garotos que têm aula em casa e que saem sem consentimento. Sei que a mãe de George volta daqui a duas horas, sendo assim, não temos muito tempo.


Vamos até um restaurante chinês na cidade. Se eles acham que devíamos estar na escola, não tocam no assunto. Anahí me conta sobre a manhã monótona dela: Steve e Stephanie brigaram de novo, mas fizeram as pazes no segundo tempo; e conto para ela como foi estar no corpo de Vanessa.


— Conheço tantas garotas assim — diz Anahí quando termino. — As perigosas são aquelas que são realmente boas nisso.


— Suspeito que ela seja muito boa.


— Bem, fico feliz por não ter tido que conhecê-la.


Mas aí você não pôde me ver, penso, e guardo para mim.


Encostamos os joelhos debaixo da mesa. Minhas mãos encontram as dela, e nos damos as mãos. Conversamos como se nada disso estivesse acontecendo, como se não sentíssemos a vida pulsar através de todos os pontos onde estamos nos tocando.


— Desculpe por ter chamado você de imbecil — diz ela. — É só que... já é difícil do jeito que é. E eu tinha tanta certeza de estar certa.


— Eu fui um imbecil. Fico achando que tudo isso parece normal.


— Manuel faz isso às vezes. Finge que não contei para ele uma coisa que acabei de contar. Ou inventa uma história e ri quando caio nela. Odeio isso...


— Desculpe...


— Não, está tudo bem. Quero dizer, ele não é o primeiro. Acho que tem alguma coisa em mim que as pessoas adoram enganar. E provavelmente eu faria isso, enganar as pessoas, se a ideia já tivesse me ocorrido.


Tiro todos os hashis do suporte, colocando-os em cima da mesa.


— O que você está fazendo? — pergunta ela.


Uso os hashis para desenhar o maior coração que consigo. Então pego pacotinhos de adoçantes e começo a preenchê-lo. Pego alguns emprestados de outras duas mesas quando os da nossa acabam. Quando termino, aponto para o coração na mesa.


— Isso — digo — é apenas a nonagésima milionésima parte de como me sinto em relação a você.


Ela ri.


— Vou tentar não levar para o lado pessoal — diz.


— Levar o que para o lado pessoal? — pergunto. — Você deveria levar para o lado muito pessoal.


— O fato de você ter usado adoçante artificial?


Pego um pacotinho e jogo nela.


— Nem tudo é um símbolo! — grito.



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Autor(a): Alien AyA

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Ela ergue um dos hashis e empunha como se fosse uma espada. Pego outro, e duelamos. Estamos nisso quando a comida chega. Me distraio, e ela me dá um belo golpe no peito. — Morri! — proclamo. — Quem pediu frango mu shu? — pergunta o garçom. O garçom continua a nos servir enquanto rimos e falamos sem parar durante o almo&cce ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



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  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 22:09:51

    Haaaaaaaaaaaaaaaaaáaaáaaa meu deus que história triste...morri aki ;( pelo menos tomara q a any tenha ficado com o poncho....

  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 21:46:10

    *.*

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 20:02:54

    SCRRRRRRRRRR ALIEN EU VOU TE MATAAAAAAR ME FEZ CHORAR RIOOOOS AINNNNNN QUERIA Q ELA FICASSE CM O A :`( Mas foi bom q ele arrumou o Pon pra ela :)

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:56:19

    Ai scrrrrrr q eles fiquem juntoooooos :`( Postaaaaaaaaaa <3

  • Alien AyA Postado em 23/05/2015 - 19:52:53

    Mila você já vai saber...

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:50:34

    Ainnnnnnn fico cm dó do &quot;Pon&quot; corpo :$ Será q ele vai ficar cm o corpo msm? :$ Postaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:44:10

    PARAA TUDOOOOOO VI O NOME DO PON JÁ TO PIRANDO SCRR PERA VOU LER *-*

  • Mila Puente Herrera Postado em 22/05/2015 - 23:21:50

    COMO ASSIM???????????????? ALIEN VOLTA AKI QUERO O FIM NÃAAAAAAAAAAO KKKKKKKKKKKKKK Postaaaaaaaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 21/05/2015 - 22:06:50

    Ainnnnnnn nn tadinho do Pon :/ Postaaaaaaaa <3

  • franmarmentini♥♥ Postado em 21/05/2015 - 16:54:50

    tadinho do A ;(


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