Fanfics Brasil - Dia 6.026 | Lisa Marshall Every Day... AyA [FINALIZADA]

Fanfic: Every Day... AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA, Anahí, Every Day, Adaptação


Capítulo: Dia 6.026 | Lisa Marshall

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Dia 6.026


Sinto culpa por ficar aliviado em voltar a ter um tamanho normal na manhã seguinte. Sinto culpa por perceber que, embora antes eu não ligasse para o que outras pessoas pensavam, ou para como as outras pessoas me viam, agora tomo consciência disso, agora estou julgando com elas, agora estou vendo a mim mesmo com os olhos de Anahí. Acho que isso está me fazendo ficar mais parecido com todo mundo, mas sinto que alguma coisa está se perdendo também.


Lisa Marshall se parece muito com Rebecca, a amiga de Anahí, com cabelos lisos e escuros, sardas espalhadas pelo rosto e olhos azuis. Não é alguém por quem você viraria a cabeça se a visse na rua, mas definitivamente é alguém que você notaria se estivesse sentada a seu lado na sala de aula. Anahí não vai se incomodar comigo hoje, penso. Então me sinto culpado por pensar isso.


Tem um e-mail dela na minha caixa de entrada. Começa assim:


Quero muito te ver hoje.


E penso: Isso é bom. Mas então continua.


Precisamos conversar.


E já não sei mais o que pensar.


O dia se torna um jogo de espera, uma contagem regressiva, mesmo que eu não tenha certeza da finalidade dessa contagem. O relógio me aproxima. Meus temores soam mais altos. Os amigos de Lisa não a ouvem falar muito hoje.


Anahí disse para nos encontrarmos num parque perto da escola dela. Como sou uma garota hoje, imagino que seja um terreno neutro e seguro. Ninguém na cidade verá nós duas e pensará que se trata de alguma coisa proibida para menores. Acho que pensam que metaleiros é que são o tipo dela. Chego cedo, então me sento num banco com um exemplar de um romance de Alice Hoffman pertencente a Lisa, parando de vez em quando para observar um corredor passar. Estou tão entretida nas páginas que não noto Anahí ali até ela se sentar perto de mim. Não posso deixar de sorrir ao ver que é ela.


— Oi — digo.


— Oi — responde.


Antes que consiga me dizer o que quer, pergunto como foi o dia dela, pergunto sobre a escola e sobre o tempo, qualquer coisa para evitar o assunto “ela e eu”. Mas só dura uns dez minutos.


— A — diz ela —, tem coisas que preciso te dizer.


Sei que esta frase raramente vem acompanhada de coisas boas. Mas ainda tenho esperança. Embora ela diga coisas, embora tenha sugerido que se trata de mais de uma coisa, tudo aparece na frase seguinte.


— Não acho que eu consiga fazer isso.


Faço uma pausa por apenas um instante.


— Você não acha que consegue fazer isso ou você não quer fazer isso?


— Eu quero. Sério, eu quero. Mas como, A? Simplesmente não vejo como é possível.


— O que você quer dizer?


— Quero dizer que todos os dias você é uma pessoa diferente. E simplesmente não consigo amar da mesma maneira cada uma das pessoas que você é. Sei que é você por baixo. Sei que é só a embalagem. Mas não consigo, A. Eu tentei. E não consigo. Eu quero... quero ser a pessoa a conseguir... mas não dá. E não é só isso. Terminei com Manuel há pouco tempo e preciso processar essa história, dar uma conclusão a ela. E tem tantas coisas que você e eu não podemos fazer. Nunca vamos poder sair com meus amigos. Nunca nem vou poder falar sobre você com meus amigos, e isso está me deixando louca. Você nunca vai poder conhecer meus pais. Nunca vou poder dormir e acordar com você. Nunca. E tenho tentado me convencer de que essas coisas não são importantes, A. De verdade, eu tenho tentado. Mas perdi essa discussão. E não posso continuar discutindo se sei qual é a resposta correta. 


Essa é a parte na qual eu deveria poder dizer Eu vou mudar. É a parte na qual eu deveria poder garantir a ela que as coisas podem ser diferentes, mostrar que é possível. Mas o melhor que posso fazer é oferecer a ela meu sonho mais guardado, aquele que sempre fiquei constrangida demais para contar.


— Não é impossível — digo a ela. — Você acha que não tenho tido as mesmas discussões internas, os mesmos pensamentos? Tenho tentado imaginar como podemos ter um futuro juntos. E que tal isso? Acho que um jeito de eu não ir para tão longe seria morando numa cidade grande. Quero dizer, haveria mais corpos da idade certa por perto e, enquanto eu não sei como passo de um corpo para outro, tenho quase certeza de que a distância que me desloco está relacionada ao número de possibilidades que existem. Por isso, se morássemos em Nova York, provavelmente, eu nunca sairia de lá. Tem tantas pessoas para escolher. Aí nós poderíamos nos ver o tempo todo. Ficar juntos. Sei que é loucura. Sei que você não pode simplesmente sair de casa de repente. Mas um dia poderíamos fazer isso. Um dia, nossa vida poderia ser assim. Nunca vou poder acordar ao seu lado, mas posso ficar com você o tempo todo. Não será uma vida normal; sei disso. Mas será uma vida. Uma vida juntos. 


Imaginei nós dois lá, com um apartamento só nosso. Eu chegando todo dia, tirando os sapatos, e a gente fazendo o jantar, depois indo para a cama, e eu andando na ponta dos pés quando fosse perto da meia-noite. Crescendo juntos. Conhecendo mais do mundo ao conhecêla. 


Mas ela está balançando a cabeça. Tem lágrimas se formando nos olhos dela. E basta isso para meu sonho se quebrar. Basta isso para minha fantasia se tornar outro sonho tolo.


— Isso nunca vai acontecer — diz ela em voz baixa. — Queria poder acreditar, mas não consigo.


— Mas Anahí...


— Quero que você saiba que, se você fosse um cara que conheci, se você fosse o mesmo cara todos os dias, se o interior fosse o exterior, haveria uma boa chance de eu te amar para sempre. O problema não é seu coração, espero que você saiba disso. Mas o restante é muito difícil. Talvez haja garotas por aí que consigam lidar com isso. Torço para que haja. Mas não sou uma delas. Simplesmente não consigo fazer isso.


Agora minhas lágrimas estão vindo.


— Então... o quê? É isso? Acabou?


— Quero que a gente esteja na vida um do outro. Mas sua vida não pode continuar tirando a minha dos trilhos. Preciso ficar com meus amigos, A. Preciso ir à escola e ao baile de formatura, e fazer todas as coisas que deveria fazer. E sou grata, verdadeiramente grata, por não estar mais com Manuel. Mas não posso abrir mão das outras coisas.


Fico surpreso com meu próprio rancor.


— Você não pode fazer isso por mim do jeito que posso fazer por você?


— Não. Desculpe, mas não posso.


Estamos ao ar livre, mas é como se as paredes estivessem se fechando ao meu redor. Estamos em terra firme, mas a fundação acabou de cair.


— Anahí... — digo. E as palavras acabam. Não consigo pensar em mais nada para dizer. Perdi meu próprio argumento.


Ela se inclina e me beija na bochecha.


— Tenho que ir — diz. — Não para sempre. Mas por enquanto. Vamos conversar de novo daqui a alguns dias. Se você realmente pensar sobre isso, chegará à mesma conclusão. E então não será tão ruim. Então conseguiremos passar por isso juntos, e imaginar o que vem depois. Quero que exista alguma coisa depois. Só que não pode ser...


— Amor?


— Um relacionamento. Encontros. O que você deseja.


Ela se levanta. Fico paralisado no banco.


— Vamos conversar. — Ela me tranquiliza.


— Vamos conversar — repito, mas soa vazio.


Ela não quer ir embora assim. Vai ficar até eu demonstrar que estou bem, que vou sobreviver a este momento.


— Anahí, eu te amo — digo.


— E eu te amo.


Essa não é a questão, ela está afirmando.


Mas também não é a resposta.


Queria que o amor conquistasse tudo. Mas o amor não conquista tudo.


Ele não pode fazer nada sozinho.


Ele depende de nós para conquistar em seu nome.


Volto para casa, e a mãe da Lisa está preparando o jantar. O cheiro é delicioso, mas não consigo me imaginar sentando à mesa e conversando. Não consigo me imaginar conversando com ninguém. Não consigo me imaginar passando as próximas horas sem gritar. Digo a ela que não estou me sentido bem e vou para o andar de cima.


Tranco-me no quarto de Lisa, e sinto que é onde sempre estarei. Trancado num quarto. Preso comigo mesmo.




Mila é só porque ele era gordo, mas temos que pensar que todos temos "um tipo" e deve ser complicado pra Annie principalmente quando o A está em uma menina, sendo que ela não é bissexual ou lésbica deve ser complicado sentir atração por uma pessoa apesar de ser mesma `alma`, mas se dissermos que o exterior da pessoa não conta estaremos sendo hipócritas porque no fundo agente sabe que o exterior de uma pessoa também conta, as vezes não tanto quanto o interior é claro, eu não namoraria com uma pessoa que fosse muito bonita mas fosse ignorante.


Até Mais!


 



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Autor(a): Alien AyA

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



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  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 22:09:51

    Haaaaaaaaaaaaaaaaaáaaáaaa meu deus que história triste...morri aki ;( pelo menos tomara q a any tenha ficado com o poncho....

  • franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 21:46:10

    *.*

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 20:02:54

    SCRRRRRRRRRR ALIEN EU VOU TE MATAAAAAAR ME FEZ CHORAR RIOOOOS AINNNNNN QUERIA Q ELA FICASSE CM O A :`( Mas foi bom q ele arrumou o Pon pra ela :)

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:56:19

    Ai scrrrrrr q eles fiquem juntoooooos :`( Postaaaaaaaaaa <3

  • Alien AyA Postado em 23/05/2015 - 19:52:53

    Mila você já vai saber...

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:50:34

    Ainnnnnnn fico cm dó do &quot;Pon&quot; corpo :$ Será q ele vai ficar cm o corpo msm? :$ Postaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:44:10

    PARAA TUDOOOOOO VI O NOME DO PON JÁ TO PIRANDO SCRR PERA VOU LER *-*

  • Mila Puente Herrera Postado em 22/05/2015 - 23:21:50

    COMO ASSIM???????????????? ALIEN VOLTA AKI QUERO O FIM NÃAAAAAAAAAAO KKKKKKKKKKKKKK Postaaaaaaaaaaaaaa <3

  • Mila Puente Herrera Postado em 21/05/2015 - 22:06:50

    Ainnnnnnn nn tadinho do Pon :/ Postaaaaaaaa <3

  • franmarmentini♥♥ Postado em 21/05/2015 - 16:54:50

    tadinho do A ;(


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