Fanfic: Every Day... AyA [FINALIZADA] | Tema: AyA, Anahí, Every Day, Adaptação
Ela parece dividida. Apoia o queixo na mão e olha para mim. Finalmente, toma uma decisão.
— Muito prazer em conhecê-lo — diz. Ela não está entendendo ainda, mas vai colaborar.
Sorrio.
— Também é um prazer conhecê-la. Aonde podemos ir?
— Você decide — diz. — Qual é o seu lugar favorito?
Acesso Alfonso, e a resposta está bem ali. Como se ele a estivesse oferecendo a mim. Abro um sorriso maior ainda.
— Conheço o lugar perfeito — respondo. — Mas primeiro vamos precisar de mantimentos.
Como hoje é a primeira vez que nos encontramos, não tenho que contar a ela sobre Nathan, Poole ou qualquer outra coisa que tenha acontecido ou ainda vai acontecer. O passado e o futuro são complicados. O presente é simples. E essa simplicidade é a sensação de estar a sós com ela.
Embora a gente precise de poucas coisas, pegamos um carrinho de compras e passamos por cada uma das seções do mercado. Não demora muito até Anahí estar em cima dele, e eu, atrás, e a gente corra o mais rápido que consegue. Criamos uma regra: toda seção precisa ter uma história. Assim, no corredor das rações, conheço mais sobre Swizzle, o coelho malvado. Na seção dos vegetais, conto a ela sobre o dia em que fui ao acampamento de verão e tive que participar de um cabo de guerra com uma melancia, e sobre como terminei com três pontos depois que a melancia voou dos braços de todo mundo e caiu direto no meu olho: foi o primeiro caso no hospital de violência causada por uma melancia. No corredor dos cereais, criamos autobiografias baseadas nos cereais que comemos ao longo dos anos, tentando identificar com precisão o ano em que o cereal que deixava o leite azul parou de ser legal e começou a ser nojento. Por fim, temos comida suficiente para um banquete vegetariano.
— Tenho que ligar para minha mãe e dizer que vou comer na casa da Rebecca — diz
Anahí, pegando o telefone.
— Diga que vai passar a noite com ela — sugiro.
Ela faz uma pausa.
— Sério?
— Sério.
Mas ela não se mexe para ligar.
— Não tenho certeza se é uma boa ideia.
— Confie em mim — retruco. — Sei o que estou fazendo.
— Você sabe como me sinto.
— Sei. Mas, ainda assim, quero que confie em mim. Não vou te magoar. Nunca vou te magoar.
Ela telefona para a mãe e diz que está na casa da Rebecca. Então liga para Rebecca e se certifica de que a história que inventou permanecerá intacta. Rebecca pergunta o que está acontecendo. Anahí diz que vai contar depois.
— Você vai dizer que saiu com um garoto — comento assim que ela desliga.
— Um garoto que acabei de conhecer?
— É — respondo. — Um garoto que você acabou de conhecer.
Voltamos para a casa de Alfonso. Quase não tem espaço na geladeira para os mantimentos que compramos.
— Por que fizemos compras? — pergunta Anahí.
— Porque não vi o que tinha aqui hoje de manhã. E quis ter certeza de que teríamos exatamente o que quiséssemos.
— Você sabe cozinhar?
— Para falar a verdade, não. E você?
— Também não.
— Acho que vamos ter que dar um jeito. Mas antes tem uma coisa que quero te mostrar.
Ela gosta do quarto de Alfonso tanto quanto eu. Dá para ver. Perde-se lendo os bilhetes nos post-its, depois passa o dedo pelas lombadas dos livros. O rosto dela é uma imagem da felicidade. Então se vira para mim, e não dá para negar: estamos num quarto e tem uma cama. Mas não foi por isso que a levei até ali.
— Hora do jantar — digo. Então pego a mão dela e saímos juntos.
Enchemos o ar de música enquanto cozinhamos. Nos movimentamos em uníssono, em sequência. Nunca fizemos isso juntos antes, mas determinamos nosso ritmo, nossa divisão do trabalho. Não consigo evitar pensar que é desse jeito que poderia ser sempre: a divisão tranquila do espaço, o silêncio agradável de conhecer um ao outro. Meus pais estão fora e minha namorada veio me ajudar a preparar o jantar. Ali está ela, picando legumes, sem ligar para a postura, sem ligar para a bagunça do cabelo, sem nem ligar para o fato de eu estar olhando para ela com tanto amor. Fora da nossa bolha que é a cozinha, a noite canta. Posso ver através da janela, e também posso ver o reflexo de Anahí delineado por cima. Tudo está no lugar certo, e meu coração quer acreditar que isso pode ser verdade para sempre. Meu coração quer que seja verdade, mesmo quando alguma coisa mais obscura tenta arrastá-lo para longe.
Passa das 21h quando terminamos.
— Devo arrumar a mesa? — pergunta Anahí, apontando para a sala de jantar.
— Não. Vou levar você para meu lugar favorito, lembra?
Encontro duas bandejas e arrumo nossa refeição nelas. Até encontro uma dúzia de castiçais para levar com a gente. Então guio Anahí porta dos fundos afora.
— Aonde estamos indo? — pergunta ela assim que chegamos ao quintal.
— Olhe pra cima — respondo.
No início ela não vê, porque a única luz está vindo da cozinha, chegando até nós como um clarão de outro mundo. Então, quando nossos olhos se adaptam, fica visível para ela.
— Linda — diz, andando até a casa na árvore de Alfonso ficar acima de nós, e a escada, ao alcance dos dedos.
— Tem um sistema de polias — digo — para as bandejas. Vou subir para baixá-lo.
Pego duas das velas e subo a escada rapidamente. O interior da casa corresponde perfeitamente às lembranças de Alfonso. Ela é tanto um espaço para ensaiar quanto uma casa na árvore, com outro violão no canto, além de cadernos cheios de letras de música e melodias. Embora tenha uma lâmpada no teto que eu poderia acender, prefiro as velas. Então desço o elevador e ergo as bandejas, uma a uma. Assim que a segunda bandeja está segura do lado de dentro, Anahí se junta a mim.
— Muito legal, não é? — pergunto enquanto ela olha ao redor.
— É.
— É tudo dele. Os pais não sobem aqui.
— Adorei.
Não há mesa nem cadeiras, por isso sentamos no chão com as pernas cruzadas e comemos, um de frente para o outro, à luz das velas. Não temos pressa — deixamos o sabor do momento nos penetrar. Acendo mais velas e me deleito com a visão dela. Não precisamos nem da lua nem do sol ali dentro. Ela é linda sob nossa própria luz.
— O que foi? — pergunta.
Eu me inclino e a beijo. Só uma vez.
— Isso — respondo.
Ela é meu primeiro e único amor. A maioria das pessoas sabe que o primeiro amor não será o único. Mas, para mim, ela é as duas coisas. Esta vai ser a única chance que vou me dar. Nunca mais vai acontecer.
Autor(a): Alien AyA
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Não tem relógios ali, mas presto atenção nos minutos, nas horas. Até as velas conspiram, ficando cada vez menores à medida que o tempo fica cada vez mais curto. Servindo como lembrança, lembrança, lembrança. Quero que esta seja a primeira vez que nos encontramos. Quero que sejam dois adolescentes ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 63
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franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 22:09:51
Haaaaaaaaaaaaaaaaaáaaáaaa meu deus que história triste...morri aki ;( pelo menos tomara q a any tenha ficado com o poncho....
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franmarmentini♥♥ Postado em 28/05/2015 - 21:46:10
*.*
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Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 20:02:54
SCRRRRRRRRRR ALIEN EU VOU TE MATAAAAAAR ME FEZ CHORAR RIOOOOS AINNNNNN QUERIA Q ELA FICASSE CM O A :`( Mas foi bom q ele arrumou o Pon pra ela :)
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Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:56:19
Ai scrrrrrr q eles fiquem juntoooooos :`( Postaaaaaaaaaa <3
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Alien AyA Postado em 23/05/2015 - 19:52:53
Mila você já vai saber...
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Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:50:34
Ainnnnnnn fico cm dó do "Pon" corpo :$ Será q ele vai ficar cm o corpo msm? :$ Postaaaaaaaa <3
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Mila Puente Herrera Postado em 23/05/2015 - 19:44:10
PARAA TUDOOOOOO VI O NOME DO PON JÁ TO PIRANDO SCRR PERA VOU LER *-*
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Mila Puente Herrera Postado em 22/05/2015 - 23:21:50
COMO ASSIM???????????????? ALIEN VOLTA AKI QUERO O FIM NÃAAAAAAAAAAO KKKKKKKKKKKKKK Postaaaaaaaaaaaaaa <3
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Mila Puente Herrera Postado em 21/05/2015 - 22:06:50
Ainnnnnnn nn tadinho do Pon :/ Postaaaaaaaa <3
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franmarmentini♥♥ Postado em 21/05/2015 - 16:54:50
tadinho do A ;(