Fanfic: Sempre vou ser sua FÃ - Portirroni | Tema: Portirroni

Eu estava arrasada? Sim, estava! Eu estava brava com Dulce? Muito! Mas ok, de fato, realmente não era culpa dela! Por que raios eu deveria achar que ela deveria sair da aula mais cedo para poder me acompanhar na realização do MEU sonho? É lógico que ela não deveria fazer isso...

O erro era meu... nem o celular dela eu tinha! E essa foi a primeira coisa que eu fiz depois disso.

Eu estava chateada, mas tentava não demonstrar. Porém Dulce sabia o que eue stava sentindo e se sentia muito culpada. Fomos almoçar no shopping e ela insistiu muito para pagar o meu almoço, pois essa era a forma que ela tinha arrumado de se desculpar comigo. Não aceitei, lógico! Comemos no Mc Donald`s, eu tenho evitado comer em fast food, mas eu achava que merecia algo para me animar então logo mandei um big tasty. Dulce pegou um big mac.

Dulce: Anahí, mas me conta, porque você é apaixonada por essa mulher?

Anahí: Eu não sou "apaixonada"! Eu sou fã! Ser fã é diferente, é admirar muito o artista, acompanhar e apoiar seu trabalho... Enfim, é ama-la de um jeito diferente... não é estar "apaixonada"

Dulce me olhou com um sorriso sarcástico.

Anahí: Perae! Não... eu não sou lésbica! Sou hetero! Tenho um namorado no Brasil.... Eu só sou fã da Maite!

Dulce: Espera até chegar a "idade da decisão" - disse rindo.

Anahí: Deixa de besteira!

Dulce: Vai me dizer que se ela desse uns pegas em você, você recusaria?

Eu fiquei lembrando do "quase beijo" que tivemos nas três vezes que nos vimos! Essa dúvida já tinha passado na minha cabeça. Mas logo passava sem eu chegar a nenhuma conclusão, afinal, era obvio que isso nunca aconteceria!

Dulce: huuuuum demorou pra responder é porque é verdade!

Anahí: Lógico que não. Eu estava analisando os fatos! Mas... eu recusaria...

Dulce: Se a mulher que você mais ama no mundo estivesse te dando bola, você recusaria? Du-vi-do!

De fato eu não conseguia imaginar, parecia irreal demais para mim.

Anahí: Você já ficou com alguma mulher?

Dulce: Não, mas já tive curiosidade! - ela me disse sem problemas. Achei estranho em ela falar assim tão naturalmente sendo que nem nos conheciamos direito.

Anahí: Eu nunca me imaginei! - mentira né? Se já havia passado pela minha cabeça.

Dulce: Nem com a Maite?

Anahí: Lógico que não! - respondi rapidamente.

Dulce: Então você não é tão fã assim! - disse rindo.

Anahí: Ser fã é outra coisa, você não entende...

Depois de almoçar, ainda demos uma volta pela cidade antes de voltar para casa. Conversando com Dulce a raiva até passou. Ela era super divertida, animada e alto astral. Ela tinha um jeito bem parecido com o meu, e isso parecia ser ótimo.

No domingo, aproveitamos o dia também para conhecer mais coisas na cidade. Fomo para a Basilica de Guadalupe e em alguns muses que aos domingos, são de graça. Foi maravilhoso conhecer os pontos turísticos.

Segunda-feira fui para a universidade de manhã, assim poderia aproveitar o dia inteiro para conhecer a cidade, ou fazer trabalhos, caso precisasse.

As aaulas foram cansativas, mas eu já estava começando a me acostumar com o espanhol então já estava mais habituada para entender o que os professores diziam, com mais clareza.

Chegando em casa fui surpreendida por 2 entrevistas de emprego que marcaram comigo através do e-mail, para terça-feira às 9:00 da manhã! As duas!

Anahí: E agora? O que faço? - perguntei depois de mostrar os e-mails para Dulce.

Dulce: Coyacan é muito perto daqui!Em 10 minutos você deve conseguir chegar lá de ônibus! Agora esse bairro Miguel Hidalgo, é mais longe, se não me engano!

Anahí: Melhor ir na mais perto para não me atrapalhar nos estudos não é?

Dulce: Depende... Não adianta você trabalhar perto mas não gostar do tipo de trabalho. O que é cada um?

Anahí: Esse mais perto parece ser de uma editora, mas não dá muitas informações. Agora esse mais longe não tenho ideia! É um e-mail pessoal e vaga só dizia para mandar o currículo.

Dulce: Ah! Se os dois não tem informações, vai no mais perto! Pelo menos esse o e-mail parece ser de empresa! Agora esse outro é um e-mail pessoal, vai saber né??? Vai que é uma emboscada...

Anahí: É...você tem razão...

O restante do dia, fiquei fazendo o trabalho da pós, mas nada me tirava da cabeça que eu deveria tentar a entrevista no lugar mais distante. Era como se tivesse uma pulga atras da minha orelha insistindo para ir para lá.

No dia seguinte resolvi seguir minha intuição. Ah! O que eu tinha a perder? A vida? É, talvez....Mas eu nunca ia descobrir se não tentasse.

Eu fui para a entrevista e saí bem cedo de casa. Eu tinha perdido o evento da Maite, não queria perder uma entrevista.

No caminho fiquei pensando se eu estava fazendo alguma burrada. Não era muito melhor trabalhar perto de casa? Assim sobraria tempo para estudar e correr atrás da Maite, lógico.

Apesar dessas ideias rondando minha cabeça, eu não tinha a menor vontade de pegar um ônibus de volta e ir para a outra entrevista. Eu achava que deveria continuar ali!

Como saí cedo, eu cheguei muito cedo! Ótimo! Melhor chegar cedo do que atrasada! Ainda mais o lugar sendo tão longe.

Fiquei lá, sentada, esperando enquanto mexia no celular. Aproveitei parar procurar eventos da Maite, ou era melhor perguntar para Dulce, a timeline dela parecia ser bem mais atualizada que a minha.

Chegou uma menina e perguntou para a recepcionista sobre a entrevista. "Droga!Uma concorrente" pensei enquanto a vi sentando-se no sofá da sala de espera. Dois minutos depois, chegou outra, depois outra...e outra. Aí chegou um rapaz! E depois, mais dois rapazes juntos. E o número crescia: vieram 4 juntas. Outra sozinha. Mais uma, acompanhada de um rapaz... mas era apenas o namorado...er... menos um concorrente? Tanto faz, porque para compensar, chegava mais 2 homens. Quantos tinham sido chamados para entrevista? O México inteiro? Deu vontade de avisar que em Coyacan estava tendo uma entrevista para uma vaga ótima! Quem sabe assim algumas pessoas caíam fora de lá? Até seria uma boa ideia, mas eu não tinha coragem de fazer isso...

Não quis contar quantas pessoas tinham ali. Mas deveria ser umas 20! Todo mundo naquele silêncio total típico de entrevista.

Às 9h em ponto a entrevista iria começar. Entramos todos em uma sala que haviam cadeiras dispostas em círculo e um rapaz alto, de pele clara, cabelos e olhos pretos veio falar conosco.

Ricardo: Bom dia! Meu nome é Ricardo! Sei que no anúncio não havia muitas informações mas fazemos trabalhos voltados para mídia, na parte de elaboração, divulgação e marketing. Estamos com um projeto artístico a todo vapor e temos muito trabalho atualmente, por isso lançamos a vaga a procura de um estagiário que se comprometa a crescer conosco. Vamos entrar em maiores detalhes na entrevista individual, porém, antes que fazer uma pré entrevista para conhecer vocês um pouco melhor.

Ele pegou os currículos, colocou em uma prancheta e um a um, fomos falando sobre nossas experiências de trabalho.

Como eu havia me formado ano passado, ainda não tinha trabalhado como profissional na área. Mas havia feito estágio em três empresas, fora os estágios curriculares que eram obrigatórios serem feitos para nos formarmos. Eu contei sobre tudo isso. Sempre fui muito comunicativa e não tinha problema em falar em público, na verdade, sempre gostei.

Após todos terem falado, ele deu uma pausa para o coffee break. Nesse momento começamos a conversar entre nós, os candidatos. Eu era a "grande sensação" dali, todos ficaram impressionados em eu sair do Brasil para fazer uma pós graduação no México. Perguntavam várias coisas sobre meu país e assim essa meia hora de espera passou voando, até que Ricardo apareceu.

Ricardo: Pessoal. Tive uma breve reunião com a equipe e selecionamos 8 pessoas para a entrevista individual! Sei que muitos aqui tem potencial, mas realmente selecionamos só as pessoas que tem o perfil do nosso trabalho. Os nomes que eu chamar, por favor, entrem na sala que vocês estavam anteriormente e lá chamaremos para a entrevista individual.

Ele chamou uns três nomes até que...

Ricardo: Anahí Giovanna...

Meu nome? Sorri maravilhada e entrei na sala! Bom era uma grande chance. Por mais que eu nem soubesse direito que tipo de trabalho seria, saber que eu fiquei entre as 8 pessoas selecionadas me dava uma grande alegria.

Fiquei aguardando a entrevista individual e as três pessoas chamadas antes que eu, também foram chamadas antes para a entrevista.

Quando ele chamou meu nome, eu levantei e o acompanhei até a sala. Entrei e sentei na cadeira que ele apontou. Haviam outras duas cadeiras vazias e uma ocupada, e ele sentou em uma das cadeiras.

Após ter me acomodado na cadeira, eu olhei para a pessoa para cumprimenta-la. Estendi a mão e sorri, quando ela me cumprimentou eu tomei um susto que quase desmaiei, aquela mulher era ninguém mais, ninguém menos que CAROLINA PALOMO, a empresária da Maite Perroni! 

    Devo ter arregalado os olhos. Meus olhos azuis me deduravam em muita coisa! Eu acho que eles chamam atenção quando vou expressar algo, deixando tudo mais evidente.

Palomo: Tomou um susto ao me ver? - disse com um sorriso.

Anahí: Um pouco - corei - Não imaginava que fosse uma entevista com você! Que honra!

Palomo: Estou vendo aqui - olhando meu currículo - que você é brasileira. Se você é do Brasil e me conhece, deduzo que você conheça o trabalho da Maite Perroni!

E como! Mais que ela, talvez... Só que aí bateu um medo! Será que pegaria bem dizer que eu era "fã"? Bom, se eu iria trabalhar para ela, eu deveria conhecer tudo ao seu respeito , certo? Quem mais saberia de coisas de Maite Perroni do que uma fã? Mas e se achassem que eu era uma louca que não iria trabalhar, só tirar foto com a Maite? Fiquei super na dúvida, mas tentei ser o mais natural possivel.

Anahí: Conheço! - disse apenas, não queria me comprometer.

Palomo: Imaginei, pois no Brasil as pessoas que me conhecem são apenas as que acompanham o trabalho da Maite. Ok, vamos para a entrevista!

Ricardo: Não quer esperar? Não sabia que ela tinha saída da sala...

Ela??? Ai... não me diz que é ELA! Não me diz.... Ou diz....

Palomo: Bom, vamos adiantando enquanto isso.

E então a porta abriu. Eu já estremeci só de abrir a porta imagine o que aconteceu comigo internamente quando eu vi quem estava entrando ali na sala. Cabelo preto, escorrido, dividido ao meio. Calça e blusa preta, que era a cor que ela mais vinha usando ultimamente... Sim...era ela! ELA! Era ela que chegava ali na sala para acabar de vez com minhas estruturas: Maite Perroni!

Se eu não tivesse em uma entrevista de emprego, eu juro que eu surtaria. Mas agora, mais do que nunca, eu tinha que conseguir aquela vaga.

Maite estava olhando o celular e sentou-se sem nem ao menos me olhar.

Maite: Desculpa! Eu tive que atender o celular, era urgente! Espero não ter atrapalhado muito - disse olhando para o Ricardo.

Ricardo: Tudo bem! Essa é Anahí, a candidata! - disse me indicando com a mão.

Ela já olhou para mim sorrindo, pronta para estender a mão. Entretanto, quando ela me viu, ela ficou surpresa (bom, eu também), no mesmo instante abriu os olhos e a boca demonstrando satisfação.

Maite: Mas essa é a minha menina dos olhos azuis!

Que??? Ela lembrava!! Eu só consegui sorrir nesse momento! Não vou dizer que eu estava tremendo, eu acho que não estava... justamente porque eu não estava sentindo nenhuma parte do meu corpo. Talvez eu estivesse morta e ninguém ali havia percebido. Mas por mais paralisada que eu estivesse, eu estava pulando de felicidade internamente.

Ricardo: Sua o que? - disse estranhando.

Maite: Minha menina dos olhos azuis! Eu até imaginei quando você disse que era "Anahí" do Brasil, mas achei que seria muita coincidência!

Palomo: Não acredito! Então essa é a "sua" famosa "menina dos olhos azuis"?

Peraí, eu não estava conseguindo raciocinar bem! Ela disse "Famosa"? Então Maite havia falado tanto assim de mim para a Palomo? E a própria Palomo fez questão de enfatizar o pronome possessivo ? alguém deveria chamar o resgate!

Maite: Que coincidência! Como você ficou sabendo da vaga?

Anahí: Bem...eu... - respirei fundo, eu precisava mais que nunca daquela vaga não era? Eu não podia gaguejar, era a minha chance - Bom, eu vim fazer a pós aqui no México, cheguei na sexta feira, vi o anúncio na universidade e mandei o e-mail...

Maite: Nossa! - disse voltando-se para Palomo e Ricardo - É coincidência mesmo!

Anahí: é... - foi o que eu consegui dizer.

Palomo: Bom, - fechando a pasta com todos os currículos - Acho que então nem precisa mais fazer entrevista, não é mesmo Maite?

Que??? O resgate já tinha chego? Eu não estava bem.

Maite: Não mesmo! - disse rindo.

Eu talvez estivesse estremecendo, mas ainda não sentia meu corpo. Sentia que tinha um sorriso na minha cara. Provavelmente meus olhos estavam brilhando. Só esperava que não estivesse com uma cara de louca, mas isso eu nem tinha como controlar.

Ricardo: Oras! Se eu soubesse que seria tão fácil, já teria pedido para você ter olhado na recepção. Assim poupava meu tempo!

Maite: Ah Rick! Não fique assim! Pelo menos ela foi uma das que você escolheu como finalista...

Ricardo: Sim, era uma boa candidata! Você tem razão! Se fosse ruim, era bom você não ter visto mesmo...

Palomo: Ricardo, mas faça um favor, vou continuar a entrevista com a Anahí para explicar o trabalho, mas faça o restante das entrevistacom os outros candidatos. Algo bem rápido, só para não parecer injusto.

Ricardo: Tudo bem! Vou dizer que ainda hoje enviaremos um e-mail com a resposta.

Palomo: Ótimo! Quando terminar as entrevistas, venha pra cá falar sobre o trabalho da Anahí, afinal, ela vai trabalhar diretamente com você!

Ricardo: sim, claro! Vou indo lá! Parabéns Anahí!

Anahí: Obrigada! - balbuciei.

Eu olhei para Palomo e para Maite sorrindo. Elas me sorriam também. Aquilo era um sonho? Se fosse, não queria que o despertador tocasse.

Elas não falavam... nem eu... O que eu poderia falar? Elas que tinham que falar, não era? Era elas que faziam a entrevista, ou seja, elas peguntam e eu respondo. Eu estava em choque demais para pensar em qualquer coisa. Mas aquela situação estava muito constrangedora, Maite me olhava sorrindo e eu estava morrendo.

Anahí: Eu não imaginava que seria uma entrevista com vocês! E eu tinha uma outra entrevista parto de casa, mas algo me dizia que eu tinha que vir aqui!

Palomo: Outra entrevista? No mesmo horário?

Anahí: Sim, às nove! Mas não sei o que me deu, quis vir aqui! Por mais que eu pensasse que pudesse atrapalhar meus estudos, preferi vir aqui...

Palomo: Que bom hein Maite? - disse sorrindo.

Maite: Nossa! É verdade!

Ela me olhava com uma carinha tão fofa! E eu queria entender o porquê, o porque do carinho comigo, porque ficar tão feliz em me ver, porque os beijos... eu tinha tantas perguntas. Mas eu não deveria fazer ali! Além de ser constrangedor perguntar isso na frente de Palomo, aquela era uma entrevista de EMPREGO.

Anahí: E como vai ser o trabalho? - resolvi voltar o foco! A presença de Maite ali do meu lado estava me matando.

Palomo: Sim, voltemos a entrevista! - disse rindo e Maite soltou uma risada também - Estamos em um grande trabalho de divulgação de trabalhos da Maite! Ela está com vários projetos em andamento, mas queremos torna-los destaque no México. Alias, no mundo inteiro, e por isso precisamos de um grande trabalho. Rick trabalhava nisso sozinho, mas precisa de alguém para auxilia-lo. Vimos no seu curriculo que você já tem bastante experiência e segundo o Rick, ele observou na entrevista que você tem muito potencial.

Anahí: Obrigada! Eu me esforço! Todo trabalho que eu faço, sempre me dedico ao máximo para que seja o melhor trabalho que já realizei na vida!

Maite: Que bonito! - ela disse sorrindo. Alguém podia tira-la da minha frente? Não estava dando certo aquilo...

Palomo: É disso que precisamos

Ricardo entrou na sala e sentou ao lado de Maite.

Ricardo: Pronto!

Palomo: Que rapido!

Ricardo: Sim e olha que até cheguei a entrevistar! Vai que conforme o trabalho vá crescendo, precisemos de mais uma pessoa? Mas percebi que a Anahí era mesmo a melhor candidata!

Eu sorri. Estava sendo bom demais receber um feedback desse. Minha auto-estima já estava lá em cima.

Maite: Está vendo? Eu sei escolher logo de cara! - soltou uma risada.

Ricardo: Depois quero saber disso aí! - eu também queria! Muito!

Ele me explicou o trabalho e não era tão dificil. Nunca havia trabalhado pra uma artista internacional, mas eu acho que em saíria bem nessa!

Ao final ele me passou o salário e a carga horário de trabalho que eram 6 horas por dia. Expliquei sobre meu horário da faculdade e eles gostaram de saber que podiam contar comigo no periodo que precisasse.

Palomo: Vamos então já fazer o contrato, você trouxe os documentos?

Anahí: Olha, eu não sei direito do que precisa... - eu disse tirando meus documentos da bolsa- Aqui estão meu passaporte, a declaração da universidade, a declaração de residência e tenho meus documentos do Brasil: RG, CPF e a carteira de trabalho.

Palomo: Acho que isso basta, vamos levar lá na recepção e se faltar algum documento te avisamos.

Ricardo: Ah, precisa de duas fotos 3X4 para o contrato.

Anahí: Eu tenho aqui - tirei da carteira, eu sempre deixava na carteira porque sabia que poderia precisar.

Maite: Que garota mais preparada! - disse sorrindo me olhando e depois virando-se para eles - Eu sei escolher MUITO bem!

Palomo: Chega de se gabar Maite! - disse rindo - Bom, vou lá com o Ricardo ver esse negócio do contato e já volto, vê se falta algo para perguntar da entrevista e continua.

Maite: Ok....

Eles saíram da sala e fecharam a porta! Eles saíram da sala e fecharam a porta! ELES SAÍRAM DA SALA E FECHARAM A PORTA!

Isso significava que eu estava sozinha na sala com a Maite Perroni! Era um sonho! Como eu podia imaginar que isso aconteceria?

Eu já podia fazer as milhares de perguntas pra ela? Melhor não, né? Com calma... melhor...

Sempre quis passar um tempo sozinha com a Maite Perroni.... Maaaas eu estava sem ação, eu nem me movia!

Maite se levantou e foi até mim. Voltei a sentir meu corpo quando percebi meu coração disparado! Ele já estava a muito tempo, mas eu nem tinha me dado conta que ele existia.

Maite: Bom, deixa eu dar um abraço de boas vindas na minha nova companheira de trabalho!

Ela segurou minhas mão para me levantar e me deu um abraço beeeeem apertado. Eu retribuí, lógico! Sentia o perfume dela e não queria sair dali. Será que pegaria mal eu soltar um "eu te amo" naquele momento? Acho que sim... Resolvi não falar nada para não dizer besteira.

Ela não me beijou. Isso também pegaria mal, eu acho. Se ela fizesse aquilo de me beijar no canto da boca, agora eu teria tempo de perguntar porque ela fez aquilo e ela teria que responder, pelo menos eu acho.

Ficamos abraçadas durante muito tempo sem falar nada, até que ela soltou um:

Maite: Minha menina dos olhos azuis....

Anahí: Mai...te! - vai saber se eu poderia ter essas intimidades com ela, de chamar só de "Mai" - Porque você me chama assim?

Ainda abraçada comigo, ela me olhou no rosto. Estavamos tão próximas e de certa forma aquilo me dava medo.

Maite: Que pergunta! Que cor são seus olhos? - disse rindo.

Eu sentia a respirção dela no meu rosto. Não sei como eu estava em pé, talvez ela estivesse me segurando.

Anahí: Sim, eu sei... mas... porque você lembra de mim?

Maite: Você é muito fofa! Em dois mil e.... - tentando se lembrar.

Anahí: dez!

Maite: Isso! Em 2010 você foi tão fofa comigo que eu já fui com sua cara! Guardei seu nome e é lógico que não iria esquecer dos seus olhos azuis.

Anahí: Mas porque você sempre diz "minha menina" - eu nem sabia como eu estava falando.

Maite: Não vou te chamar de "minha fã"! Parece tão... sei lá...soa como se eu fosse superior! Não gosto disso! "A minha fã dos olhos azuis"? Parece tão distante... prefiro chamar de minha menina... Se bem que seria mulher já né? - Se afastando um pouco de mim para me olhar e depois voltou a falar comigo abraçada. - Naquele tempo você era uma menininha....

Anahí: Já se passaram 5 anos, eu tinha 18 anos na época!

Maite: Pois é! Está linda! MAs acho que não vai ficar bem eu te chamar de "minha mulher dos olhos azuis" - disse rindo - Prefiro continuar no "Minha menina"

Eu sorri e ela me deu um beijo no rosto! Foi no rosto mesmo. Achei que seria pergunta demais falar do beijo. Deixei isso para lá. Mesmo porque, nesse momento a porta se abriu e era Koko, o namorado dela.

Ele nos olhou e ela sorriu para ele, me soltou do abraço e foi correndo abraça-lo e dar um beijo em seus lábios.

Maite: Oi meu amor!

Ele retribuiu o beijo e me olhou, como se tivesse questionando quem era eu.

Maite: Essa é a nova estagiária!

Koko: Mas já escolheram?

Maite: Já! A Palomo e o Ricardo gostaram dela! disseram que conhecem as empresas em que ela já trabalhou e já fizeram a escolha deles. Se eles escolheram, quem sou eu para dizer o contrário?

Koko: Ah, entendi! Seja bem-vinda. - eles estendeu a mão ainda com Maite pendurada em seu pescoço. Eu o cumprimentei.

Anahí: Obrigada!

Koko: Seu nome?

Anahí: Anahí!

Koko: Prazer, sou Koko, produtor da Maite!

Isso eu já sabia!

Maite: E meu namorado! - disse feliz sorrindo para ele.

Isso eu já sabia também.

Ela o beijou e eu fiquei em uma situação meio constrangedora. Só estávamos os três na sala e eu parecia que estava segurando vela.

Se Maite era carinhosa comigo, uma simples "fã", vocês devem imaginar como ela era com o namorado. Olhava para ele toda apaixonada e não poupava carinhos com ele. Era até fofo de se ver, se realmente eu não estivesse segurando vela.

 Maite continuava abraçada com Koko e eu olhando. Ela era extremamente carinhosa, achei ela fofa demais! Mas tudo isso eu já disse! Eu já disse e estava repetindo mentalmente justamente porque eu estava em uma mistura de encantamento com raiva. Encantamento porque ela era linda apaixonada e raiva porque não era eu que estava ali.

Calma... O que eu disse agora? Não era eu que estava ali? O que eu queria da Maite afinal?

Lembrei da conversa de Dulce que disse que eu era apaixonada pela Maite! Isso era mentira! Eu apenas estava fora de mim...

Para me salvar, Palomo chegou com o contrato, trazendo 3 cópias para eu assinar. Sentei na cadeira e comecei a ler. Ou tentar ler, eu estava tão nervosa. Enquanto eu lia,ouvia Maite conversando com Koko.

Maite: Amor... Você vai para casa hoje não é mesmo?

Koko: Claro!

Maite: Ah bom... eu já estava com saudade...

Koko: Só fiquei uma noite longe!

Maite: Você não acha que é muito?

Palomo: Essa Maite! Tão melosa! - disse rindo.

Maite: Apaixonada! - corrigiu - Isso eu sou mesmo!

Voltei a me concentrar no contrato. Que droga! Porque ela estava falando aquilo? Ah...porque era namorada dele! Sim, o que eu estava questionando?

Eu queria ler, mas não conseguia! Voltei a linha mais uma vez. Acho que já estava três vezes lendo a mesma linha.

Pra falar a verdade eu não estava em uma situação muito agradavel.

1º Era uma entrevista de emprego e eu havia sido contratada

2º Maite Perroni estava na mesma sala que eu

3º Eu iria trabalhar com a Maite Perroni

4º Maite não parava de declarar seu amor para o namorado e dava beijos que faziam barulho

5º Eles estavam em pé, em volta de mim, pareciam que estavam me pressionando

6º Eu estava MUITO nervosa

Eu podia enumerar uma lista de um milhão de itens, mas isso me desconcentraria mais ainda e iria ser pior. Cansada de esperar, Palomo disse que iria adiantar outros trabalhos. Koko saiu atrás dela dizendo que precisavam conversar. Ele chamou a Maite junto, mas ela disse que não iria me deixar sozinha na sala, ficaria ali comigo.

Dei um sorriso e ela retribuiu. Quando eles saíram da sala, ela passou a mão no meu cabelo fazendo carinho.

Maite: Seu cabelo era mais claro quando a gente se conheceu não era?

Anahí: Era! Eu quis inovar um pouco, sempre fui loira! Bom, continuo sendo, mas é um tom mais escuro.

Maite: Ficou lindo assim! Se bem que você é linda de qualquer jeito! Mas é que o tom mais escuro realça seu olhos...

Anahí: Meu olhos... - disse sorrindo.

Maite: Você vai achar que tenho uma tara por seus olhos né? - disse rindo e indo sentar em uma das cadeiras.

Anahí: E não tem? - tentei brincar. Sei lá, eu nem sabia o que eu estava falando, estava saindo qualquer coisa.

Maite: Tenho! - disse rindo - Na verdade eu tenho tara por olhos... Já viu o do Koko? São lindos!

Eu nunca tinha reparado no Koko, quanto mais em seus olhos. De qualquer forma, os meus eram muito mais lindos.

Anahí: Daí que saiu "ojos divinos"?

Maite: Não exatamente... Mas pode ser...

Ela ficou me olhando. Como ela podia ser tão linda e tão fofa? Olhei para a mesa e eu tinha um contrato pra ler! Porque ela ficou ali? Só para me distrair? Bom, e qualquer forma, eu não queria que ela saísse.

Anahí: Eu preciso ler... - eu disse pegando o contrato na mão e novamente tentando absorver as palavras.

Maite: Não está conseguindo prestar atenção né? Quer que eu leia em voz alta?

Anahí: Acho que vou me distrair mais! - soltei.

Ela deu risada e ficou pensando.

Maite: Se eu sair da sala, melhora?

Melhorava! Mas eu não queria que ela saísse! Queria que ela ficasse ali, do meu lado, o tempo todo.

Anahí: Não adianta! Eu estou nervosa pela situação! Mas já vai passar, só foi um choque mesmo...

Maite: Não se preocupa! Logo logo você se acostuma a conviver comigo! Bom, lê então aí que eu te espero.

Voltei para a folha sem falar nada. Eu precisava realmente me focar.

Quando consegui ler a última linha e assinei os contratos, Maite comemorou batendo palma!

Maite: Aeeeee! Seja bem vinda a mais nova funcionária!

Anahí: Obrigada Mai...te!

Maite: Pode me chamr de "Mai", sempre problemas... me chama como você quiser!

Anahí: É que quando eu falo de você, eu falo "Mai"... por isso me acostumei.

Maite: Quando eu falo de você, eu falo "minha menina dos olhos azuis" - disse rindo e eu amoleci.

Anahí: Você fala tanto de mim? Porque a Palomo disse que eu era a "famosa" menina...

Maite: Falei, acho que não foi muito! A Palomo que é exagerada... Foi normal!

Anahí: O que seria o normal?

Maite: O normal é que quando nos conhecemos eu disse pra Palomo que tinha uma menina linda dos olhos azuis no almoço! Uma menina encantadora... Simpática, extrovertida, animada e fazia ótimas perguntas! Quando fui para o Brasil de novo, eu lembrava que tinha uma Anahí dos olhos azuis e falei para ela que provavelmente você estaria lá. Quando eu voltei ela perguntou se você estava, e eu disse que sim... E depois teve mais um ano e você não apareceu no almoço. Comentei com a Palomo que achava que você não ia, mas depois quando você foi no meet, comentei com ela de novo que você havia ido.... Você acha isso muito?

Anahí: Pra uma simples fã? Sim...

Maite: Simples fã? Para uma menina linda! Isso sim!

Eu olhava sem acreditar! Queria perguntar do beijo, mas era melhor eu criar uma afinidade melhor. Aquilo era tão estranho.

Koko abriu a porta e Maite sorriu para ele.

Maite: Oi amor! - pra que dar "oi" para uma pessoa que já estava lá antes?

Koko: Já assinou?

Anahí: Já sim - mostrei os papéis.

Koko: Ótimo! Estamos indo almoçar!A Palomo e o Ricardo também vão.

Maite: Quer ir com a gente?  - ela me perguntou.

Eu não estava nem doida de recusar. Só iria avisar a Dulce que não iria almoçar em casa. Mas isso eu faria pelo celular.

Anahí: Claro!

Maite: Tem que ir mesmo! Já é da equipe!

Anahí: Quero comemorar meu novo emprego.

Maite: Que linda!

Fomos para a recepção, entreguei os contratos para Palomo, ela assinou e me entegou duas cópias que guardei na bolsa, uma para mim, outra para a faculdade.

Palomo: Vai almoçar com a gente?

Anahí: Vou! - respondi sorrindo. Eu não queria sair dali nunca mais.

Maite: Eu te levo no meu carro! - disse para mim e eu estava surtando! Sozinha no carro com a Maite?

Koko: Deixa seu carro aqui! Eu levo vocês duas no meu! - falou me fazendo sentir raiva. Estraga prazeres!

Maite: Ótimo! - estragando mais prazeres ainda em concordar.

Palomo: Se não se importam, vamos todos no mesmo carro! Estamos em 5!

Koko: Sem problemas!

Ok... são 6 meses de estágio... eu ainda tinha muito tempo para andar sozinha de carro com a Maite.