Fanfic: Sempre vou ser sua FÃ - Portirroni | Tema: Portirroni

     Eu dormi a noite inteira! Isso seria uma ótima notícia se eu não tivesse tido pesadelos O TEMPO TODO!!! Eu não conseguia acordar deles! Mas também, se eu acordasse a Maite não estaria lá para me acalmar, o que adiantaria????

      Quando levantei minha mãe já havia saído para trabalhar! Fui para o computador e um monte de foto da Belinda e da Maite estavam lá no face... o pessoal dizia que a Belinda era a nova best da Maite.... Ai que droga!

      Olhei minha barriga, ela estava começando a ganhar forma. Eu sempre fui magra e... sei lá, não reparei nenhuma mudança no meu corpo, não sei se era impressão mas parecia querer já formar uma barriguinha. Tive vontade de bater, de socar sabe? Que raiva de tudo!

      Felizmente era dia de terapia... e eu fui... Cheguei lá chorando, para variar, contei da gravidez e que eu queria tirar o bebê.

Carmen: O que a Maite falou quanto a isso?

 Anahí: Que quer o bebê, que já se sente feliz sendo mãe, que não é para eu tirar...

Carmen: Você acha que ela assumiria a criança mesmo sendo artista?

Anahí: Acho que sim... a Maite é bem sincera! Se ela disse que vai casar comigo e assumir, eu acredito!

Carmen: E porque você quer tirar o bebê?

Anahí: Porque ele veio de um jeito que eu não quis! Eu não quero isso! - apontei para a barriga.

Carmen: O que essa criança representa para você?

Anahí: O estupro! - respondi de prontidão.

Carmen: E o que essa criança representa para você em relação a Maite?

Anahí: Nada!

Carmen: Mas ela tem um sentimento pelo bebê, não tem?

Anahí: Ela diz que é mãe! 

Carmen: Então ela possui um sentimento pelo bebê?

Anahí: Não sei, deve estar com pena da criança!

Carmen: E se você tirasse a criança, você veria algum mal nisso?

Anahí: Bom...- respirei fundo - Eu não quero essa criança, mas sei que se eu abortar vou matar uma vida! abe eu não acho justo eu ter que carregar uma criança que não é minha! A Maite disse que quer criar, mais sei lá, ela é vegana, não quer que mate nem um boi para comer, imagina matar uma criança?

Carmen: E pra você, como é "matar uma criança"?

Anahí: Eu me sentiria culpada, mas pelo menos ela não ia sofrer... Assim, eu sei, teria o sofrimento da morte dentro da minha barriga... Mas o que adianta viver se a mãe a desprezaria? eu não vou conseguir olhar para essa criança sem lembrar daquele FDP e do que ele fez comigo! Eu vou odiar essa criança!

      Ela foi fazendo perguntas, perguntas e perguntas... e eu respondendo. Eu percebi onde ela queria chegar. Ela queria que eu refletisse qual culpa era a maior a de "odiar um filho" ou "matar uma criança". Eu não consegui chegar a nenhuma conclusão! Eu precisava conversar com a Maite, mas conversar de verdade e quando digo de verde, eu digo pessoalmente... abraça-la até meu sofrimento passar e eu me sentir segura o suficiente para tomar uma decisão. E faltava um mês... um mês...

Carmen: O bebê sente o que está acontecendo. Desde pequenos nós gravamos coisas em nossas "células de memória" mesmo dentro da barriga da mãe. Essa criança já está absorvendo toda essa situação, todo sofrimento e todos os sentimentos em relação a ela. Tudo isso ficará marcado na vida dela para sempre. Portanto, comece a criar um vínculo com essa criança, converse com ela. Esse bebê não tem culpa de nada que você passou. Aqui na terapia nós vamos trabalhar para você superar esse trauma. A criança, é outra história! Você vai contruir uma história com ela, começa a criar um vínculo, a conversar...

Anahí: Eu vou tira-la! - cortei as baboseiras dela.

Carmen: E o que a Maite acharia disso?

Anahí: Ela... ia ficar chateada, comigo, com a situação... não sei!

     Encerramos a terapia com mais dúvidas do que eu já tinha. E pior, agora com a culpa de matar uma criança e quem sabe a rejeição da Maite.

     Esperei a Maite acabar a gravação e chegar em casa para conversarmos por video.

Maite: Oi meu amorzinho, está melhor?

Anahí: ah amor... nao estou nada bem! Minha vida está pessima! Só vem coisa ruim atras da outra! Eu nunca vou ser feliz???

Maite: Claro que vai! Logo vou estar aí amor!!! E eu tenho uma surpresa!

Anahí: Surpresa? O que?

Maite: Ora meu amor... surpresas são surpresas! Fora que finalmente foi ver a casa que vamos morar! É tão linda! E nosso bebê vai ter um quartinho só para ele! Só temos que saber se é menino ou menina para ver a decoração!

      Abaixei o olhar, sem dizer nada. Ela ficou em silencio também até eu falar.

Anahí: Mai... esse bebê, não vai nascer!

Maite: O que você fez??? - disse muito assustada.

Anahí: Nada, nada ainda! Mas... eu vou tirar!

Maite: Nao fala isso nem brincando amor! Já conversamos ontem! Esse bebê é meu filho e eu o quero com todo meu amor! Eu não quero perde-lo! E muito menos perder você! Fazer aborto é super arriscado!

Anahí: Eu vou rejeitar a criança! Nunca vou conseguir ama-la!

Maite: O bebê sente Any! Não diz essas coisas! Conversa com ele, explica que vocÊ só pensou essas coisas feias porque você sofreu, mas não quer que ele sofra! A amizade vem com tempo, o amor se constrói! Deixa esse bebê te conquistar!

Anahí: Minha terapeuta disse a mesma coisa...

Maite: Está vendo? Então eut enho razão! Por favor Any! Não destrói a vida de um inocente! Vamos construir nossa felicidade baseada no amor...

Anahí: Eu não consigo...

Maite: Eu vou te ajudar! Quando dá para saber se é menino ou menina? Eu quero comprar tudo logo! E quero que você me ajude em toda a decoração da casa! Nosso quarto, a sala, cozinha...! Nossa casa vai ser linda!

Anahí: Falta muito para você vir para o Brasil?

Maite: 29 dias... - disse rindo.

Anahí: Que cheguem logo!

        Apesar da minha esperança os dias demoraram para passar... 

        Belinda continuava postando aquelas fotos intermináveis dela. Quando ela não tinha foto nova, ela fazia uma montagem bem tosca só para postar alguma besteira dela.

        Koko? Havia uma SUSPEITA de que havia sido visto em outro país. Morri de medo que fosse no Brasil, mas era a Espanha. As buscas foram extendidas e agora a pressão para encontra-lo estava muito maior. Dava tanta agonia, como ele estava vivendo a vida dele de boa e eu naquele sofrimento??? 

       Nada parecia dar certo para mim... e aí, só piorou quando acordei naquela manhã, dois dias antes da Maite chegar no Brasil...