Fanfic: O Pai Ideal AyA (Terminada)

— Já que é o dono da Engenharia de Nutrição, como pode ficar ausente durante dois anos?

—  Contrato bons funcionários. Gosto de fazer as coisas do meu jeito e gosto de fazer pesquisas de campo. Alguns anos atrás, estava tão envolvido na política da empresa e perdendo tanto tempo justificando o que fazia e como fazia, que decidi comprar a empresa.

— Assim poderia continuar fazendo suas pesquisas.

—  Isso mesmo.

Anahí recostou-se na cadeira.

—  Estou impressionada. Tem a vida que sempre sonhou.

—  Mais ou menos.

— Está determinado a passar dois anos na biosfera?

—  Oh, sim! — respondeu, sem hesitar.

—  É a coisa mais importante em sua vida. Poncho achou graça.

— Nesse momento, é a única coisa em minha vida. Anahí acreditava nele. Quanto mais conversavam e mais percebia o envolvimento com o projeto, não que tivesse chegado a duvidar, mais pensava em pedir que fosse doador. As circunstâncias eram perfeitas.

Perfeitas demais. Por que ele aparecera em sua vida justamente naquele momento? E logo sairia de sua vida outra vez. Então, poderia criar o filho dele sozinha? Não seria o filho de Poncho. Seria o filho dela, como no caso de qualquer doador desconhecido.

— Por que queria me ver, Poncho? — indagou, interrompendo o que quer que ele estivesse dizendo.

—  Por causa do projeto.

Era evidente. Tudo o que fazia estava relacionado com um projeto, ou outro.

— Só por eu ser dono da empresa não significa que posso quebrar as regras e regulamentos. A companhia de seguro não daria cobertura a menos que toda a equipe fosse analisada, incluindo a mim mesmo.

—  Está falando de exames de saúde?

—  Sim. Físicos e mentais.

— Então... precisa que alguém deponha a seu favor?

— De certa forma — disse, sem graça. — Veja, Annie, a médica que me analisou acha que tenho um assunto pendente com você. Questões mal resolvidas.

Anahí experimentou várias emoções ao mesmo tempo. Simpatia não foi uma delas. Era evidente que Poncho a culpava pelos problemas que estava tendo. Ela estava atrapalhando o precioso projeto e ele se aborrecia com isso.

—  E que questões são essas, Poncho?

—  Sobre nosso casamento.

—  Que casamento, Poncho?

Ele teve a audácia de parecer surpreso e magoado.

— Anahí?

— Ficamos casados durante cinco dias, Poncho.

—  Fomos casados mais de dois anos!

— Perante a lei, sim, mas o que tivemos não foi um casamento.

—  Para mim, foi.

— E mesmo? — Anahí pediu ao garçom mais café. — Fale-me sobre sua idéia de matrimônio.

—  Está falando como a dra. Webber.

—  Então, gosto dela. — Colocou açúcar no café. — Evita responder as perguntas da doutora também?