Fanfic: O Pai Ideal AyA (Terminada)

Ela terminou de tomar café, olhou para o relógio, ficou em pé e pegou a bolsa.

— Foi bom revê-lo, Poncho. Espero fazer um bom trabalho para você nesse projeto. Imagino que receberá relatórios de vez em quando, mas se tiver alguma pergunta, por favor telefone para minha assistente.

— Anahí, por favor, sente-se — pediu, não aceitando a mão que ela estendeu.

—  Adeus, Poncho. Boa sorte em seu projeto. — Começou a afastar-se.

—  Anahí, espere.

Esperar? Já não tinha esperado o bastante? Ela continuou andando. Poncho alcançou-a antes da recepção.

—  Anahí.

Ela parou apenas para impedir uma cena.

— Gostaria que fosse a uma sessão com a dra. Webber.

—  Por quê?

— Porque ela fará perguntas que não posso responder, mas acredito que você possa.

—  Que perguntas?

—  Perguntas sobre o que aconteceu conosco, Annie?

Anahí fitou-o. Ele parecia sincero. A música tinha sido desligada, e estavam falando em um tom mais alto do que o normal, especialmente tratando-se de assunto pessoal.

—  Por que não me perguntou anos atrás?

—  Porque não percebi o que estava acontecendo.

—  Você não percebeu nada. Não estava aqui. Poncho fitou-a mais um instante, e insistiu:

— Venha comigo até o consultório da dra. Webber.

—  Por que deveria?

— Acho que ela poderia ajudá-la.

— Ajudar-me? Não é você quem está sendo analisado?

— Avaliado, isso sim.

—  Seja o que for. Que diferença faria?

—  Anahí, você está com raiva. E tem estado assim nos últimos dez anos.

Anahí virou-se e caminhou até a porta do restaurante. O brisa fria da noite a envolveu.

—  Poncho, digo com toda sinceridade que o mundo não gira a seu redor, ou ao redor de seus projetos. Está superestimando a importância do nosso curto casamento.

—  Está mentindo. Sei que está mentindo, apesar de não saber o motivo.

Anahí sorriu, seca, e caminhou em direção à garagem do hotel.

— Então está dizendo que o mundo gira a seu redor?

—  Sabe que não é nada disso.

—  Parece-me que sim.

Poncho ficou em silêncio, pensando.

—  Sabe, Annie, há uma boa chance de que não seja aprovado pela dra. Webber.

—  Imagine! Você é o dono da empresa.

—  Já lhe disse que isso não faz diferença. No entanto, garanto que se eu não estiver envolvido, minha empresa também não estará. E se isso acontecer, o projeto estará encerrado. Não haverá necessidade de nenhum contrato com sua empresa. Isso lhe daria bastante tempo livre, não é?

—  Seu miserável, está fazendo chantagem!

—  Não é bem assim. Estou tentando convencê-la.

—  Ora, por favor...

Anahí tinha de pensar no que Poncho acabara de dizer. Poncho sempre foi inteligente para conseguir o que desejava. Se achasse que era apenas um blefe e algo acontecesse para cancelar o contrato da companhia de brinquedos...

O hotel já podia ser visto. Anahí andou mais rápido.

—  Se eu não puder participar das biosferas, creio que outra empresa será chamada, mas com certeza não honrará nenhum contrato que tivermos com a Eduplaytion. Irão escolher sua própria parceira.

—  Pare com isso. — Anahí pegou o comprovante do estacionamento e entregou-o ao funcionário. — Irei com você ao médico, apesar de achar que não adiantará nada.

Poncho sorriu, radiante.

—  Obrigado, Anahí. Você é a melhor. — E então, com a maior naturalidade, Poncho beijou-a.

Quando seus lábios se encontraram, todas as emoções de Anahí se misturaram. Sempre estivera atraída por Poncho, mas não estavam mais casados. Como podia sentir um desejo tão forte? O gosto dele ainda era o mesmo e seus corpos se encaixavam do mesmo modo. No entanto, nada mais era como antes.