Fanfic: O Pai Ideal AyA (Terminada)

A caminho de casa, Anahí ligou o rádio do carro e aumentou o volume, e, tentando conter as lágrimas, cantou até chegar a seu destino. Lá, deitou em sua cama e chorou.

Detestava Poncho por fazer aquilo a ela. Detestava ter revelado seus desejos e frustrações e a humilhação da lua-de-mel na frente dele e da psicóloga. Seu ex-marido, pelo visto, não entendia o quanto tinha sido difícil para ela.

Odiava a sensação de estar errada. Decerto era a responsável por toda a confusão em sua vida. Sua existência era boa, entretanto não era aquela com a qual sonhara desde menina.

Depois de uma hora sentindo pena de si mesma, Anahí decidiu que era perda de tempo chorar por Poncho. Afinal, graças a ele, estava recebendo salário dobrado. Poderia guardar dinheiro suficiente para contratar uma empregada quando o bebê nascesse. E cuidando apenas de um projeto na Eduplaytion, seria possível trabalhar em casa durante alguns dias.

Sim, Poncho ajudara-a, e devia concentrar-se nisso e deixar de sentir ressentimento por aquilo que não teve. Já não começara a planejar para ter a vida que sonhara? Planos para ter filhos?

Anahí sentiu-se melhor, então, trocou de roupa, lavou o rosto com água fria, fez um sanduíche e pegou um copo de leite. Deveria pensar na quantidade de cálcio que precisaria quando estivesse grávida.

Ligou a televisão e sentou-se no sofá, olhando o catálogo de doadores enquanto comia.

Tocaram a campainha. Um dos filhos do vizinho devia ter jogado a bola em seu jardim. Anahí levantou-se para abrir a porta e ficou surpresa ao deparar com Poncho, com as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta.

—  Olá, Annie.

Anahí sentiu a pulsação acelerada e a ansiedade que experimentava sempre que ouvia sua voz.

—  Como soube onde moro?

—  Li quando preencheu os formulários no consultório da dra. Webber.

Anahí lembrou-se de que estranhara o fato de ter que preencher formulários quando não era paciente, mas a recepcionista explicou que era um tipo de proteção para ela e para a médica.

— Você estava sentado do lado oposto. Leu no sentido contrário?

—  Sim.