Fanfic: O Pai Ideal AyA (Terminada)

O final de tarde foi bastante divertido. Anahí limpou as ferramentas de jardinagem e guardou-as na garagem.

Poncho deixou os pedaços de carne temperados sobre a pia da cozinha e foi tomar um banho. Anahí espreguiçou-se. Gostaria de tomar um banho quente para aliviar os músculos doloridos, mas preferiu fazer uma salada e arrumar a mesa enquanto esperava por ele. Estava arrumando os vegetais quando Poncho encontrou-a.

—  Estava esperando por você, Annie.

Anahí virou-se e viu que ele usava apenas a toalha.

—  Você estava no banho.

—  Onde acha que estava lhe esperando?

—  Poncho!

Ele estendeu a mão para ela.

—  Ponco?

—  Anahí? — Continuou com a mão estendida. Ela segurou na mão dele. O carvão já tinha virado cinzas quando voltaram e Poncho precisou colocar mais e acender o fogo novamente.

Nenhum dos dois importou-se com a demora.

No final da tarde de domingo, os dois terminaram de cuidar do jardim. Naquele dia, Anahí foi tomar banho junto com ele. Mais tarde, quando se deitaram, ela o abraçou com força, pois sabia que quando ele se afastasse, seria para sempre. Respirou fundo, sentindo-lhe o perfume para guardar na memória. Passou as mãos pelo corpo forte, memorizando cada detalhe.

—  Annie?

Anahí engoliu em seco e soltou-o.

—  Sim?

Poncho beijou-a na testa, virou-se de lado e fitou-a. 

— Annie, estive pensando. Tenho duas semanas antes de iniciar o projeto da biosfera, talvez até mais, se acontecer algum atraso. Para ser honesto, sempre há atrasos, em especial quando o projeto é assim tão grande. Portanto, talvez tenha quase um mês. Por que não venho morar aqui com você enquanto isso? —  Beijou-lhe o ombro. — Haveria mais chances de você engravidar.

Anahí esforçou-se para continuar respirando, a pulsação disparada. Poncho devia ter percebido.

Quando soltou-o, sentiu o amargo sabor da despedida. E, naquele momento, Poncho lhe oferecia mais tempo. Talvez um mês inteiro. Ela mal conseguira se proteger naqueles dois dias. Como suportaria um mês? Anahí fechou os olhos para conter as lágrimas.

—  Você disse: "O que tiver de ser, será". Terei de me contentar com esses dois dias.

Poncho ficou em silêncio por um momento.

—  Está me dizendo que não quer que eu fique?

—  Isso mesmo.

—  E se não estiver grávida?

— Então escolherei um doador.

Poncho não disse nada durante um longo tempo, então, de repente, afastou-se e vestiu-se. Anahí cobriu-se com o lençol. Se não o conhecesse, poderia achar que estava magoado.

— São quase sete horas. Quer que eu peça uma pizza? —  Anahí resolveu quebrar o silêncio constrangedor.

—  Não. É melhor eu ir embora. Comerei um sanduíche em algum lugar.

Enquanto ele andava pela casa recolhendo suas coisas, Anahí vestiu-se depressa. Em poucos minutos, Poncho estava em pé na porta da casa, segurando uma sacola com suas roupas.

— Adeus, Annie. — Inclinou-se e beijou-a no rosto. — Irá me avisar, certo?

— Assim que souber de alguma coisa.

Poncho fitou-a por um instante como se desejasse dizer alguma coisa, então sorriu e disse apenas:

— Espero que tudo dê certo para você, Annie.

— Obrigada. Desejo-lhe o mesmo, Poncho. E então ele foi embora.