Fanfic: O Pai Ideal AyA (Terminada)

—  Queria mesmo vê-la antes de viajar.

—  Por quê? — repetiu.

—  Anahí! Queria vê-la. Para me despedir, acho.

_:— Já nos despedimos.

—  Você mencionou alguns papéis que eu deveria assinar. — Poncho fez uma careta, aborrecido.

Aspectos legais que terminariam com sua responsabilidade de pai, concluiu Anahí. Ela perdeu qualquer esperança de que ele pudesse ter mudado de idéia durante os últimos dias. O final de semana que passaram juntos significou tão pouco quanto o breve casamento. Se ela estava ou não grávida, ele ainda planejava participar do projeto. .

— Preciso assinar alguma coisa? — insistiu.

— Em outras palavras, quer saber se estou grávida. Poncho respirou fundo.

— Você sabe se está?

Anahí era advogada. Sabia que o desenrolar de um caso dependia de como as perguntas eram formuladas para a testemunha.

— Não, não sei — respondeu, dizendo a verdade.

Ficaram em silêncio. Mesmo sabendo que não deveria ter esperanças, Anahí gostaria que Poncho lhe dissesse que caso estivesse grávida, não participaria do projeto e ficaria com ela para criar o filho dos dois.

Como Poncho podia abandonar o próprio filho? Como Anahí podia amar alguém que abandonaria o próprio filho? Mas por outro lado, se a criança seria o único motivo para ele ficar com ela, então Anahí não o queria mais. Ele tinha que desejar o pacote todo, e ela era parte do pacote.

—  Quando saberá?

—  Em breve.

—  E então?

—  Aí, se tudo der certo, nove meses depois, terei meu bebê.

—  Sei disso.

—  O que quer que eu diga?

Poncho queria que Anahí pedisse para ele ficar. Queria ouvi-la dizendo: "Terei um filho seu, e quero que fique comigo". No entanto, ela não falou nada disso.

Poncho observou-a, e surpreso, percebeu que Anahí não se importava se ele ia para a biosfera, ou não. Ela só pensava nele como o doador para ter um bebê. E Poncho percebeu que desejava desesperadamente que Anahí estivesse grávida de um filho seu.

— Irá me avisar? — Poncho se levantou.

—  Se acontecer algo que deva saber, sim.

— Adeus, Annie.

Ela seguiu-o até a porta. Poncho segurou a maçaneta, parou, virou-se e abraçou Anahí. Fitou-a com intensidade, memorizando cada detalhe do rosto delicado. Então, beijou-a com paixão. Depois soltou-a e saiu pela porta.

Anahí se controlou bem até ser beijada. E o modo como ele a olhou... Se a tivesse beijado daquele modo dez anos atrás, Anahí jamais teria deixado que embarcasse naquele avião sozinho.

Anahí fechou a porta, enxugou as lágrimas e correu para o banheiro. Com os lábios ainda quentes com o beijo de Poncho, Soube que teria um filho dele. Um bebê! Ela estava grávida! Não poderia haver dúvida. Os dois testes deram resultado positivo.