Fanfic: O Pai Ideal AyA (Terminada)

Anahí não acreditava que tivesse voltado para casa apressada, correndo para ligar o computador e verificar as mensagens, e receber apenas uma frase. Tentou ver as mensagens duas vezes durante o dia, apesar de não gostar de lidar com assuntos pessoais enquanto estava no trabalho, e não tinha recebido nada. As mensagens de Poncho pareciam ser enviadas durante a noite. Anahí imaginava-o comendo o jantar e depois indo para o quarto para escrever-lhe.

Ele escrevia pouco, mas mesmo assim, ela estava ansiosa para receber mais mensagens. Se tivesse contado que estava grávida, teria mudado alguma coisa? Não. Poncho seria sempre o mesmo, mais interessado no trabalho do que em assumir uma família.

Decidiu não responder o e-mail dele.

Poncho consultou o relógio. Não recebera nenhuma mensagem de Anahí no dia anterior, nem naquela manhã. Talvez ela estivesse arrasada por não estar grávida. Ou talvez não quisesse responder. Quando o terceiro dia passou sem que ele recebesse uma resposta, Poncho percebeu que Anahí não iria escrever-lhe. Não queria nada com ele. O mínimo que poderia fazer era respeitar a vontade de Anahí.

— Já contou a ele, Annie?

—  Não, Freddie.

Anahí e Freddie estavam fazendo compras para o bebê e para a futura mamãe. Anahí ainda não precisava usar roupas para gestantes, mas queria estar preparada para o futuro próximo.

—  Oh, Deus, é horrível!

— Não é, não, Freddie. Vou contar a Poncho, mas por que pensar nisso agora? O que ele poderia fazer?

— Estava falando da roupa, mas o fato de você não ter contado também é horrível. Estava me referindo a esse vestido florido que você separou. As mangas são enormes. Pensam que mulheres grávidas têm os braços maiores?

Anahí deixou o vestido de lado. Era feio mesmo.

— Pode me imaginar no tribunal usando uma coisa assim? — Freddie fez uma careta. — Eu perderia toda a credibilidade do júri.

— Mas ganharia piedade — brincou, rindo.

— Sabe, Annie, estou vendo uma grande oportunidade de negócios aqui.

— Freddie, estamos apenas em um shopping. Tenho certeza de que devem ter roupas especiais para gestantes em algum lugar. — Mostrou uma camiseta azul com uma seta para baixo.

— Não.

— Aposto que não gosta desta com os patinhos, certo?

— Anahí, você compraria alguma roupa enfeitada com patos, se não estivesse grávida?

— Não.

—  Então, quando dirá a Poncho?

Freddie era incansável. Sua tática favorita era mudar de assunto e depois fazer a pergunta quando a pessoa estava distraída.

Ela conseguia muitas respostas daquela maneira, mas não funcionaria, pois Anahí não tinha resposta lhe dar.

Todas as manhãs e noites durante uma semana, Anahí verificou as mensagens no computador, e ficou decepcionada por não receber nenhum e-mail de Poncho. Era evidente que estava interessado apenas em saber se ela estava grávida, ou não.

O outono no deserto significava temperaturas muito altas. O sistema de ar refrigerado nos quartos da biosfera não era suficiente para lidar com o calor, maior do que o calculado pelos engenheiros. A equipe toda estava exausta.

Após várias reuniões, decidiram fazer algumas experiências durante a noite, quando era bem mais fresco. Seria mais prático para os fazendeiros também.

Por alguma razão, trabalhar sozinho durante a noite fez com que Poncho pensasse em Anahí. Pensava muito nela, e apesar dos outros acharem que trabalhava bem, sabia que sua eficiência estava reduzida.

Poncho queria vê-la. E já que não podia encontrá-la, decidiu achar um meio de fazê-la ir até ele. Ele sentou em frente ao computador e digitou a mensagem: "Olá, Anahí. Como você está? Aqui estamos todos bem".

Achou que parecia carta de adolescente em acampamento de férias e recomeçou: "Olá, Anahí. Li os relatórios oficiais sobre o desenvolvimento dos brinquedos e...

Não gostou e tentou outra vez: "Olá, Anahí. Como está você? Descobrimos uma semente que pode crescer...".

Também não gostou. Enquanto pensava, recebeu um e-mail de Larry, presidente da Engenharia de Nutrição:

"Poncho, precisamos de sua aprovação no contrato dos brinquedos que serão usados nas escolas. Começarão a ser fabricados na segunda semana de Setembro e estarão prontos na época do Natal. Posso pedir aos advogados para aprovarem o contrato em seu lugar?"

Era evidente que os advogados seriam capazes de aprovar o contrato. Era para isso que eram pagos. Poncho começou a responder, e parou. Sorrindo, digitou:

"Larry, quero ver os produtos antes que sejam enviados para as escolas. Está na hora de termos outra reunião. Evidente que não posso ir até aí, então, entre em contato com o pessoal da Eduplaytion e seus advogados, e venham todos até aqui para um encontro".