Fanfic: O Pai Ideal AyA (Terminada)

Anahí soluçou e, com coragem, colocou as mãos dele em sua barriga. Naquele instante, o bebê chutou. Vendo a expressão de felicidade no rosto dele, ela chorou ainda mais.

- Isso dói?

-- Não, não.

- Anahí, você devia estar feliz.

-  Poncho, é seu filho!

- Meu? Quer dizer que nós...

Anahí fez que sim e continuou chorando.

- É nosso filho? Meu e seu?

-  Sim.

Ela estava carregando seu filho e durante todos os meses em que trocaram mensagens com suas opiniões, sentimentos e sonhos, ela nunca disse nem uma palavra. Anahí nem lhe contara que estava grávida.

Poncho pensara que eram almas gêmeas. Compreendera que o amor que tinham era raro e precioso e que tinham se separado pois eram jovens demais para lidar com tamanha força. No momento, estavam mais velhos e mais experientes e o amor esperara até que estivessem prontos para ele.

E apesar de todo o amor, ela nunca mencionara que estava tendo a experiência mais profunda que uma mulher poderia experimentar, muito menos que era seu filho.

-  Por que não me contou?

Anahí, soluçando baixinho, apenas balançou a cabeça. Ela não precisava responder. Assim que fez a pergunta, Poncho compreendeu.

Ela não lhe contou pois sabia que não podia contar com ele. Ele já a abandonara uma vez, mas não o faria de novo.

- Queria lhe dizer, Poncho. Expliquei tudo para aquele boneco idiota. Você estava na biosfera e suas mensagens eram tão maravilhosas. Estava falando comigo, não por eu estar grávida, mas por mim. Deixei o tempo passar e...

- Não se incomode. Estou aqui agora. E estou mudado. Mudado mesmo, Em.

- Não quero que mude. Só o quero por perto e seu filho precisará de você também. Então, eu o trarei para visitá-lo sempre que puder, mas quando sair dessa coisa, quero que prometa que não importa o projeto, ou o quanto seja importante, só trabalhará naqueles que permitam que venha para casa todas as noites.

-  Está certo. - Anahí falava sobre o futuro deles juntos e o coração de Poncho disparou. - Olhe, estou falando sério.

-  Eu também.

- Se quer fazer parte da vida de nosso filho, então terá que estar presente nos recitais de música, aulas de teatro, aniversários, festa de Natal... tudo isso.

-  É o que pretendo. Anahí fitou-o em dúvida.

-  Não acredita em mim, não é?

-  Quero acreditar.

Sorrindo, Poncho segurou-lhe a mão e conduziu-a para fora da sala.

- Poncho! O que está fazendo? Não pode sair daqui!

-  Vou pegar suas roupas na área de descontaminação. Por mais que esteja atraente nesse macacão, acho que irá querer se casar com outras roupas. - Sorriu. - Voltarei em dez minutos.

-  Mas... Poncho beijou-a.

-  Chega de conversa.

Poncho voltou à sala de visitantes, dessa vez do outro lado do vidro. Marta Elkins entrou na sala do lado de dentro da biosfera dois minutos antes do que Poncho esperava.

-  O que está fazendo aí fora? Ouvi...

-  Quer dizer que estava espionando. Ela não se deu ao trabalho de negar.

-  Comprometeu todo o projeto, sabia?

- Não, comprometi só a mim. Parabéns, Marta. - Poncho retirou o crachá e deixou-o sobre a mesa. -Agora é a encarregada. Divirta-se.

- Não acredito nisso, se bem que já deveria saber. Falta a você preparo acadêmico e disciplina para agüentar um projeto como esse.

Poncho ficou de pé.

-  Você se esqueceu do mais importante. Fui eu quem idealizou isso tudo, desenhei todas as experiências. Minha companhia é quem está patrocinando todas as despesas. Eu sou esse projeto. Ainda terá de se reportar a mim. - Com um cumprimento casual, voltou à área de descontaminação.

Anahí esperava por Poncho. Sem dizer uma palavra, ele segurou-lhe a mão, e abriu a porta que levava ao lado de fora da biosfera.

-  Poncho! O que está fazendo?

Ele continuou andando até estarem ao ar livre.

-  O que você fez?

Poncho respirou fundo antes de responder:

-  Saí da biosfera.

-  Não pode fazer isso.

- Acabei de fazer. Que tal comermos um bife? Não como carne há meses. Aposto que o Júnior gostaria de um bife.

Poncho abandonara o projeto.

- Não posso deixá-lo estragar todo o projeto da biosfera. E as pessoas que precisam de comida?

- Não estarão cultivando dentro de um ambiente fechado, não é? Não, terão que lidar com o vento, as pragas e o tempo. Já devia ter implantado uma fazenda experimental ao lado de cada biosfera, mas não tinha tempo e dinheiro. Agora, tenho tempo, e já que os brinquedos estão vendendo tanto, aposto que a Eduplaytion terá o dinheiro. - Abraçou-a. - Haverá outras oportunidades, mas sei que não haverá outra oportunidade com você. Quase a perdi, Annie.   Não me arriscarei mais.

Anahí estava completamente feliz, e perguntou:

-  Sem ressentimentos?

- Estaria mentindo se dissesse que de vez em quando não terei uma pontada, ou duas.

-  Escute, senhor. Não sabe nada sobre o assunto. Deixe-me explicar-lhe.

- Podemos falar enquanto comemos o bife?

-  Só se pedir bananas.

Caminharam até o carro que Anahí alugara.

-  Falei sobre o casamento?

-  Ouvi algo a respeito.

-  Quer se casar comigo de novo, Annie?

-  Sim, e acho que quanto antes, melhor.

-  Foi o que imaginei.

Poncho abriu a porta para ela, e Anahí ficou feliz por deixá-lo dirigir.

-  Então, onde iremos comer?

- Nevada.

-  Poncho?

- Disse que, quanto antes nos casássemos, melhor.

-  Sim, mas...

Poncho aproximou-se e beijou-a.

-  Você precisa aprender quando deve se calar, mocinha.

- Já sei, mas gosto de ser beijada.