Fanfic: In Bed Wíth A Highlander (HERRONI) | Tema: Herroni

O laird sorriu para ela, seus dentes brilhando ao luar.

— Para uma moça determinada a fazer seu próprio caminho, está indo mal. Agora, sugiro que volte para o castelo, de preferência direto para seu quarto antes que meu filho vá procurá-la. Ele parece ter certa afinidade para dormir com você. Não quero imaginar a reação dele quando encontrar sua cama vazia.

Oh, isso era injusto e o laird sabia disso. Estava manipulando suas emoções e se esforçando para fazê-la se sentir culpada por deixar Miguel. Ela franziu o cenho fortemente para fazê-lo saber de seu desagrado, mas Alfonso a ignorou e tomou-lhe o braço entre as mãos fortes. Maite não tinha escolha a não ser permitir que ele a conduzisse de volta a torre. Caminhou com ela e entrou no pátio, onde fez uma pausa para emitir um forte comando a um dos guardas para não permitir que ela escapasse de novo.

Em seguida, insistiu em acompanhá-la até o quarto. Abriu a porta e empurrou-a para dentro. Então, ficou parado na porta, olhando-a ferozmente.

— Se você pretende me intimidar olhando-me assim, está destinado a fracassar. – ela disse, alegremente.

Alfonso olhou para cima por um momento e Maite poderia jurar que ele estava contando em voz baixa. Levou um segundo, como se estivesse tentando buscar paciência, o que a divertiu, considerando que ele não parecia ter nenhuma.

— Se precisar trancar a porta, eu o farei. Posso ser um homem afável, moça, mas você está provando minha boa vontade. Dei-lhe até amanhã para confiar em mim, depois disso, posso garantir que você não gostará de minha hospitalidade por mais tempo.

— Eu não gosto agora. – ela disse irritada.- Você pode sair, pois vou me deitar.

Ele apertou a mandíbula e flexionou os dedos da mão. Maite se perguntava se ele não estaria imaginando esses dedos em seu pescoço. Então, Alfonso se aproximou, olhou nos olhos dela e tocou-a na ponta do nariz.

— Você não faz as regras aqui, moça. Eu faço. Seria muito interessante você se lembrar disso. Ela engoliu em seco, sentindo-se de repente esmagada pelo tamanho dele.

— Vou me esforçar para lembrar. O laird deu um aceno curto e então voltou-se e saiu do quarto, batendo a porta com um estrondo.

Maite se jogou sobre o colchão de palha e suspirou com desgosto. As coisas não saíram como planejadas. Naquele momento, deveria estar bem longe das terras Herrera ou, no mínimo, na fronteira. Seu plano era partir para o norte, porque não haveria nada para ela ao sul. Agora, estava presa no castelo com um laird prepotente que pensava que podia obrigá-la a confiar nele tão facilmente como se fosse um de seus soldados. Maite mostraria a ele no dia seguinte que não era tão fácil assim.

— Laird! Laird!

Alfonso franziu o cenho e olhou por cima da mesa para ver Maddie Herrera correr pela sala, com o rosto corado de esforço.

— O que é isso, Maddie? Estou em negociações aqui.

Maddie ignorou a reprimenda e parou a poucos metros de distância. Estava tão agitada que retorcia as mãos.

— Com sua permissão, laird. Há algo que eu devo dizer. – ela olhou sorrateiramente ao redor e então sussurrou. – Em privado, laird. É muito importante!

A cabeça de Alfonso começou a doer. Até aquele momento, a manha tinha sido dramática. Assim como na noite anterior, quando se lembrou de seu encontro com Maite. A moça ainda não lhe dera uma resposta e ele tinha certeza de que estava sendo propositalmente difícil. Assim que terminasse com Crhistopher e Cristian, ele planejava confrontá-la e dizer que seu tempo acabou.

Alfonso ergueu a mão e fez um gesto para seus homens saírem. Olhou para Crhistopher e Cristian e acenou para que ficassem. Maddie nada tinha para dizer que não pudesse ser feito na frente de seus irmãos. Assim que os soldados saíram, Alfonso voltou sua atenção para Maddie.

— Agora, o que é tão importante para interromper uma reunião com meus homens?

— É sobre a moça. – começou e Alfonso gemeu.

— E agora? Ela se recusou a comer? Ameaçou atirar-se pela janela? Ou talvez desapareceu? Maddie enviou-lhe um olhar intrigado.

— Claro que não, laird. Ela está em seu quarto. Eu mesma levei seu café da manhã.

— Então, o que acontece com ela? – Alfonso rosnou.

Maddie deixou escapar um suspiro como se tivesse percorrido o caminho inteiro.

— Posso sentar-me, laird? A história não é curta.

Cristian revirou os olhos, enquanto Crhistopher parecia entediado. Alfonso apontou-lhe o lugar para sentar. Ela se sentou e apertou as mãos sobre a mesa à sua frente.

— A moça é Maite Perroni.

Ela deixou cair o anúncio e esperou que Alfonso reagisse de alguma forma.

— Eu sei que o nome da moça é Maite. Não sabia seu sobrenome, mas é um nome bastante comum nas Highlands. A questão é como você conseguiu esta informação? Ela se recusou a dizer quem é. Se Mateus não deixasse escapar, eu não saberia.

— Não, ela não me disse. Eu sabia, você não entende?

— Não,não entendo. Talvez seja melhor me dizer. – Afonso disse pacientemente.

— Quando subi para levar a refeição, ela estava se vestindo. Foi tudo muito estranho e pedi desculpas, é claro, mas antes que se cobrisse, eu vi a marca. A voz de Maddie se ergueu novamente, então sentou-se, com os olhos brilhando de emoção. Alfonso olhou para ela com expectativa, esperando que continuasse. Senhor, a mulher amava uma boa história. Seus irmãos se recostaram, resignados a ouvir a animada narrativa. — A moça é Maite Perroni. – disse novamente. – Ela tem a marca real de Alexander. Eu vi. Ela é a herdeira de Neamh Alainn.

Alfonso balançou a cabeça.

— Isso é um monte de bobagens, Maddie. É apenas uma lenda que circulou na língua dos bardos.

— Que lenda? – Crhistopher perguntou assim que se sentou. – Nunca ouvi falar de nenhuma lenda como essa.

— É porque nunca ouve os bardos. – Cristian disse, secamente. – Está sempre ocupado levantando as saias de alguma meretriz.

— E você ouve esses poetas e cantores? – Crhistopher zombou.

Cristian encolheu os ombros.

— É uma boa maneira de manter-se a par das fofocas. Os olhos de Maddie brilharam quando voltou sua atenção para Crhistopher.

— A história diz que o rei Alexander teve um filho depois de seu casamento com Sybilla, uma menina. E que em seu nascimento, ele marcou a coxa da criança com o brasão real para que sua identidade não fosse questionada. Mas tarde, legou Neamh Alainn ao primogênito dela. – ela se inclinou e sussurrou – Dizem que fez isso para garantir a ela um bom casamento, considerando que era bastarda e sua mãe era sua amante apenas.

Crhistopher bufou.

— Todos sabem que Alexander nunca gerou uma filha. Ele não tinha filhos legítimos e apenas um bastardo, Malcolm.

— Ah, ele teve sim uma filha. Maite Perroni. E está logo acima dessas escadas, em seu quarto. – Maddie insistiu. – Estou dizendo. Vi a marca. Não estou errada.

Alfonso permaneceu em silêncio enquanto refletia sobre as observações de Maddie e de seus irmãos. Não estava totalmente certo se acreditava neste absurdo, mas certamente explicaria por que Willian Levy estava tão determinado a se casar com a moça. E também explicaria porque ela estava tão desesperada para escapar.

— E por que não reconhecer a moça? – Crhistopher argumentou. – Um bastardo do rei não teria dificuldades em garantir um bom casamento. Haveria uma fila de homens para pedir favores à coroa.

— Ele não queria que ninguém soubesse. – disse Maddie. – Lembro-me há alguns anos atrás de ter ouvido que Alexander esperou por cinco anos antes de fazer a doação à filha. Ele valorizava seu casamento com Sybilla e Malcolm nasceu antes. Não se sabe como ele explicou o legado, mas logo depois de sua morte começaram a correr por aí os boatos sobre a existência da moça.

— Com Malcolm ainda preso, a existência de outro descendente de Alexander poderia dar suporte aos seguidores dele. – Alfonso disse, pensativo. – Poderia ser, de fato, um grande motivo para a determinação de Levy em desposá-la. Assumir sua herança lhe daria mais poder do que tem atualmente. Muito mais poder. A Escócia estaria em guerra de novo e David teria de enfrentar uma nova ameaça. Se Alexander não deixou um, mas dois possíveis candidatos ao trono, a posição de David ficaria enfraquecida. Ele não pode permitir outra longa guerra que só iria dividir a Escócia, mais uma vez.

— Mas um bastardo não pode herdar. – Cristian lembrou. – Isso nunca seria aceito.

— Pense, Cristian. Se Willian Levy tivesse o controle de Neamh Alainn, ele seria invencível. Não importa as circunstâncias do nascimento dos filhos de Alexander. Com esse tipo de riqueza e poder, se Levy optar em aliar-se a Malcolm, qualquer um poderia tomar o poder.