Fanfics Brasil - Ajuda Vínculos

Fanfic: Vínculos | Tema: Original


Capítulo: Ajuda

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Capítulo 9- Ajuda.


Sexta-feira, 8 de Agosto de 1997.


Só se dá real valor às pessoas depois de perdê—las.


Era irônico pensar que aquela frase tão clichê e que Skylar julgava típica de adolescente com dor de cotovelo realmente fizesse sentido.


Skylar levou o cantil de ferro à boca e sentiu a vodka descer sua garganta queimando. Ela estava bebendo quase sem parar há mais de um dia, desde que recebera a ligação. Já tinha passado mal, vomitado e desmaiado por causa da bebida, entretanto a horrível sensação de vazio em seu peito estava longe de se esvair.


Por que a bebida não estava causando efeito desejado?


Onde estava a dádiva de esquecer-se de quem ela era, e consequentemente dos problemas, causada pelo líquido dos deuses chamado álcool?


Só conseguia pensar no quanto queria ver um dos raros sorrisos de Bradley novamente. Ansiava por uma oportunidade que nunca mais teria: a de pedir perdão a ele por ter sido uma péssima namorada, por tê-lo traído inúmeras vezes, por o ter tratado como capacho...


— Bradley sofreu uma overdose essa madrugada.


— Puta que pariu! Em que hospital ele tá? — Silêncio. — Cacete, Harry, será que dá para me responder?!


— Ele morreu, Skylar.


Era engraçado como um rápido telefonema de um dos amigos de Bradley teve mais eficácia nos sentimentos de Skylar pelo namorado do que dois anos de relacionamento.


Por ser a garota que o fazia de gato e sapato, Skylar não era nenhum pouco querida pelos parentes e amigos de Bradley, por isso resolveu sentar-se no pé de uma árvore e assistir o enterro de longe. Ela era grata a Harry por ele ter se dado ao trabalho de avisá-la, mesmo que de má vontade. Se não fosse por ele, Skylar não teria descoberto sobre a morte de Bradley a tempo de ir ao enterro. Não precisou de muito para convencer Violet a deixa-la faltar à aula, visto que ela ficou sensibilizada com a morte precoce do garoto.


Assim que o cemitério ficou vazio, ela foi até o túmulo do namorado prestar suas homenagens. Sem se importar de sujar seu jeans, sentou-se na terra remexida em frente à lápide.


Correu os dedos por cada uma das letras recém-gravadas no mármore, como se quisesse ter certeza de que o nome escrito ali era realmente Bradley John Magee. Lágrimas vieram, e ela não fez nada para conte-las.


Céus, como aquilo doía!


— Eu sei que não tenho o direito de chorar, não depois das coisas que fiz a você. Talvez, eu não tenha sequer o direito de estar aqui... — Sua voz saiu rouca e chorosa. — Quero que saiba que, apesar de tudo, eu te amei, não da maneira que deveria, mas amei. Você me mostrou que não estou sozinha, que existem pessoas tão bagunçadas e ferradas na vida quanto eu. Eu só lamento que você tenha sido uma delas. Seja lá onde esteja, peço que me perdoe por todas as mancadas que dei. Fico feliz de ter te conhecido, Brad.


Tirou um maço de cigarros do bolso frontal da calça e o colocou em frente à lápide junto do cantil, que ainda continha vodka.


— Eu sei que você prefere isso a flores. — Tentou sorrir, mas não conseguiu.


Espanou um pouco de terra da calça após se levantar, pôs as mãos nos bolsos do moletom verde e foi embora.


Tudo o que mais queria era ir para casa, roubar uma das garrafas da coleção de vinhos caros de Violet, trancar-se no quarto e curtir a fossa.


Bradley não era o único motivo de estar naquela depressão toda. No momento, sua morte era apenas mais um de seus problemas. Talvez o menor deles.


(...)


Assim que entrou em casa, seus ouvidos captaram, junto das risadas de Violet, uma melodia russa, vinda da cozinha, cantada por uma voz familiar.


Desejando que a voz pertencesse a uma imigrante ucraniana que Violet acolhera por algum motivo aleatório, e não Amethyst, Skylar fez seu caminho para o banheiro. Estava fedendo a bebida, suja de terra e seus cabelos pareciam não ver shampoo há tempos.


Trancou a porta, despiu-se rapidamente enfiou-se debaixo do chuveiro. Fechou os olhos e encostou a testa no azulejo branco e frio, abraçando a si mesma. Por que o enorme peso em suas costas não podia simplesmente descer pelo ralo assim como a água quente?


Seu pai morreu após ser baleado em um assalto.


Sua mãe enlouqueceu e se matou.


Fora afastada de Sheila e obrigada a morar com Violet, que, mesmo sendo sua avó, era quase uma desconhecida por causa da falta de convivência.


Seu namorado morreu de overdose.


E agora aquilo, a cereja do seu bolo de desgraças.


Para piorar, aquilo não fora causado por fatores externos e incontroláveis, mas sim por ela mesma. Estava com tanto ódio de si a ponto de ter que se conter para não bater com a cabeça na parede até sangrar. Como conseguiu ser tão estúpida a ponto de deixar aquilo acontecer?


Terminou o banho rapidamente, antes que Violet viesse encher o saco por causa do tempo gasto no chuveiro, e foi para seu quarto. Penteou o cabelo vestiu uma camiseta listrada nas cores rosa e branco com um pinguim azul estampado e shorts de algodão azul bebê.


Ao chegar à cozinha, viu suas esperanças serem quebradas. Nada de imigrante ucraniana, apenas Amethyst. Ela estava sentada à mesa falando ao telefone com o marido.


Skylar seguiu direto para a geladeira e pegou um potinho de iogurte de morango e uma colher no escorredor. Sentou-se em cima da bancada de mármore, com uma perna dobrada e a outra balançando no ar, e começou a comer.


Amethyst fitou Skylar após desligar o celular esperando receber um “olá” ou “como foi a viajem?”, mas depois de minutos a única coisa que conseguira da irmã foi silêncio.


— Viajei por quase sete horas só para te ver e não vai nem me cumprimentar?


— Você não veio aqui para me ver e sim para me dar sermão.


— É claro que não, Skye. — Suavizou a voz. — Por que pensa isso?


— Porque essa é a única coisa que você e a vó sabem fazer. — devolveu junto a um olhar fulminante.


— Skye, você sabe que...


Amethyst não conseguiu terminar sua frase, pois um pequeno ser de vestido pêssego e maria chiquinhas invadiu a cozinha saltitando como se não houvesse amanhã.


— Amy! Amy! Olha o que a vovó me deu! — Estendeu o elefantinho de pelúcia com as mãos rechonchudas.


Skylar congelou, não acreditando em seus olhos.


Sheila estava ali.


Sua irmãzinha que não via há dois anos finalmente estava ali!


— Olha que bonito! — Amethyst sorriu. — Não quer mostrá-lo para a sua irmã?


Sheila franziu o cenho, perguntando-se de quem Amy estava falando, até virar-se e ver que tinha mais alguém no cômodo. Skylar largou o iogurte de lado, desceu da bancada e praticamente voou em cima da mais nova para prendê-la em um sufocante abraço de urso.


— Eu senti tanto a sua falta. — disse chorosa.


— Você tá me apertando, Skye. — Skylar soltou-a pedindo desculpas e se ajoelhou para ficar de seu tamanho. Sheila colocou a mão em sua bochecha, no exato lugar em que uma lágrima descia. — Por que você está triste?


Skylar sorriu ternamente e respondeu:


— Eu não estou triste, meu amor. Muito pelo contrário.


Muito pelo contrário mesmo!


Para Skylar, rever Sheila foi a melhor coisa que aconteceu em tempos.


(...)


Ambição e pobreza não combinam.


Essas duas palavras coexistiram e batalharam entre si durante os 24 primeiros anos da vida de Grace, uma belíssima mulher de cabelos loiro baunilha e grandes olhos verdes. De origem humilde, Grace acabou seguindo os passos da mãe por falta de opção. Seu primeiro e único emprego foi como doméstica foi na mansão de uma das famílias mais ricas de Glasgow. Foi testemunhando um dia a dia luxuoso e completamente distante de sua realidade que decidiu: ela faria de tudo e mais um pouco para ser tão rica e poderosa quanto seus patrões.


Não demorou muito para avançar um degrau em sua caminhada. Três meses depois de começar a trabalhar, ela se envolvera com o patrão. O velho enchia-a de presentes caros e até pagava seu aluguel. Mas para Grace, aquilo ainda não era o suficiente.


Sua chance de ouro veio em 1977, dois anos depois, quando por um acaso do destino acabou esbarrando com um ex-vizinho em um bar. Não teria sido nada de mais, se o homem não tivesse passado de um pé rapado para o dono de uma próspera mineradora desde a última vez que se viram. Conquista-lo foi bem mais fácil do que esperava.


Eles se casaram, tiveram gêmeos, a empresa se tornou uma das maiores do Reino Unido com o passar do tempo e Grace desfrutava da vida que sempre sonhou. Com seus diamantes, roupas de grife e sapatos Louboutin de milhares de euros, ela esbanjava riqueza e superioridade por onde quer que passasse.


Tudo foi perfeito por 13 anos, até sua filha nascer.


Ela era doente, fraca e inútil. A menina passara seu primeiro ano internada no hospital, graças a um problema congênito nos pulmões. Em seus outros seis anos de vida, ela estava sempre acompanhada de um pequeno cilindro de oxigênio.


Para Grace, que se considerava perfeita, dar a luz a uma criança defeituosa não fazia sentido. Seus outros dois filhos eram fortes e saudáveis, em suma, também perfeitos. Por que a menina não podia ser assim também?


Se soubesse que ela seria assim, teria a abortado.


Desde que nascera a garota só proporcionara perda de tempo, dinheiro e, mais recentemente, um vaso caríssimo de porcelana chinesa que ela derrubara ao esbarrar na mesinha com o carrinho do cilindro de oxigênio.


— Sua idiota, olha só o que você fez! Esse vaso valia mais do que você! — Grace despejava sua raiva sem medir em cima da menina, que se encolhia mais e mais a cada grito.


— Desculpa, mamãe. Foi sem querer. — disse com os olhos cheios d’água.


— Pedir desculpas não vai conserta-lo! Aposto que você fez isso apenas para chamar a atenção! O tempo que eu, seu pai e seus irmãos desperdiçamos cuidando de você já não é suficiente? — A menina abaixou a cabeça, de modo que seu cabelo cobrisse a face avermelhada, para tentar esconder as incontroláveis lágrimas. Sabia que a fúria de Grace aumentaria se ela a visse chorando.


Ao ouvir o som da porta se abrindo, o que pelo horário indicava o retorno de seus filhos da faculdade, Grace mudou sua expressão completamente. Seus olhos se iluminaram e um grande sorriso se espalhou por seu rosto enquanto ia de braços abertos recebê-los.


— Como foi o dia, meus amores? — Abraçou e deu um beijinho estalado na bochecha de cada um.


— Fechei a prova de economia. — o gêmeo mais novo, Rixon, respondeu com um sorriso presunçoso. — Acho que mereço ganhar aquela Ferrari de presente por isso, não é mãe?


— É claro que sim, querido. — Grace deu um apertão da bochecha do filho— E quanto a você, Raymond?


Ray sequer escutou a pergunta, toda sua atenção estava voltada para a menina de cabelos castanhos, blusa branca e saia de babados azul chorando silenciosamente no outro lado da sala.


— O que aconteceu com a Savannah?


O sorriso de Grace vacilou.


— Nada de mais, ela está apenas fazendo manha. Você conhece a sua irmã. — Disfarçou.


— Você está certa, eu a conheço, por isso sei que você está mentindo. — rebateu áspero.


O sorriso de Grace sumiu de vez.


Ray caminhou até Savannah e abaixou-se para ficar do mesmo tamanho dela.


— Eu derrubei o...o...o vaso. — A pequena gaguejou em meio aos soluços.


— Ei, não fica assim não. Um vaso não é importante, a mãe pode comprar outro.


— É importante sim! A mamãe disse que ele vale mais do que eu.


— Ela disse o quê?! — Ray berrou incrédulo, assustando a todos, e virou-se furioso para Grace. — Como você teve coragem de falar isso?! O seu fanatismo por dinheiro é tão grande que te fez vender o bom senso?!


Rixon assistia tudo calado. De comum, ele e Ray só tinham o sangue e a data de nascimento. Não se pareciam fisicamente e muito menos mentalmente. Rixon era mais magro, mais baixo, olhos cinzentos, rosto no formato diamante e cabelo loiro. Ele se parecia mais com Grace e Ray com Edmure, o pai.


— Querido, não é bem assim... — Grace tentou se explicar.


— Me poupe. — disse com escárnio. Pegou uma jarra decorativa, da mesma coleção do vaso quebrado, e soltou-a no chão. Grace soltou um grito agudo ao ver sua preciosa peça dividida em cacos. — Viu só, Savannah? Não é importante. — Grace começou a dar piti, mas Ray fingiu não estar escutando. — O que você acha de irmos ver filme na casa da Daniella?


O convite arrancou um sorriso da menina, que aceitou na hora. Antes de sair, Ray mandou uma mensagem para a namorada explicando a situação. Quando estacionou o carro na porta da casa de Daniella, Savannah perguntou:


— Ray, você promete nunca me deixar sozinha?


— É claro que eu nunca vou te deixar sozinha. — Achou estranho ela estar falando aquilo — Por que a pergunta?


Ela abaixou a cabeça.


— Você e o papai são os únicos que não deixam a mamãe me fazer chorar. Se você for embora, não vai ter ninguém para me defender, porque o papai tá sempre trabalhando.


O coração de Ray apertou.


Grace não era uma mãe, e sim um monstro.


— Olhe para mim. — pediu. Os dois pares de olhos verdes se encontraram. — Eu prometo nunca te abandonar.


(...)


Skylar e Sheila estavam enroladas no edredom assistindo Toy Story na pequena TV do quarto de hospedes. Já passava das onze da noite e o filme, diferente da pipoca, ainda estava na metade. Skylar se divertia vendo o esforço de Sheila para manter seus olhos abertos, mesmo estando morrendo de sono, ela se recusava a dormir antes do final do filme.


A porta recebeu duas batidas leves antes de se abrir e revelar Amethyst, já com sua camisola branca de seda. Ela encostou-se no batente e falou:


— A vó me contou sobre o seu namorado. Eu sinto muito.


Skylar fechou a cara.


— Não tinha hora melhor para falar disso não? — Não queria que Sheila soubesse daquilo. Para sua sorte, ela estava tão ocupada na batalha contra suas pesadas pálpebras que não notou nem a presença de Amethyst.


Amethyst bufou.


— Podemos conversar?


— Não vê que estou assistindo filme?


Irritada, Amethyst pegou o controle remoto de cima do criado e desligou a TV.


— Já passou da sua hora de dormir, Shae. — anunciou com autoridade.


— Mas eu ainda não terminei de ver! — Sheila retrucou.


— Amanhã você termina. Agora vá para a cama. — Sheila, contrariada, deitou-se e puxou a coberta até o pescoço.


Irritada com a atitude da irmã mais velha, Skylar foi para seu quarto pisando duro e fechou a porta com força, causando um barulho estrondoso. Amethyst foi atrás dela e bateu na porta, que estava trancada.


— Sai daqui! — Ouviu a voz raivosa de Skylar através da madeira da porta.


— Precisamos conversar. — Amy disse com firmeza.


— Não precisamos porra nenhuma! Por que você tem que ser sempre tão vaca?! Você deixou a Shae longe de mim por dois anos e agora vem querer atrapalhar o pouco tempo que temos juntas?!


— Eu não quero atrapalhar nada. Eu até a deixei ficar além do horário de dormir.


— Nossa... como você é boazinha! — Amethyst não precisava ver Skylar para saber do sorriso irônico estampado em sua face. — Vai à merda!


Contou até dez para não perder a paciência, Skylar era a pessoa mais difícil da face da terra. Torcia para que Nika e Alexander não tivessem herdado os genes problemáticos da tia.


— Abra a porta, Skye. — insistiu.


— O seu diploma da Universidade de Moscovo, que você tanto se orgulha, não te ensinou o significado de “sai daqui”?


— Eu não vou sair até você abrir. — Endureceu a voz.


— Espero que aprecie a sua noite no chão frio.


— Espero que consiga dormir comigo cantando a noite inteira. — revidou. Sabia que era um comportamento infantil, mas se quisesse conversar com Skylar, teria que se rebaixar ao seu nível.


Amy cantou desde Guns N' Roses até cantigas de ninar russas. Tudo em alto e bom som. A porta se abriu após cerca de 20 minutos, bem menos tempo do que Amethyst esperava, levando em conta a teimosia da irmã.


Skylar ficou de pé no meio do quarto. Ombros rígidos, punhos cerrados, cabeça erguida, olhos carregados de raiva. Amethyst deixou-se perderem seu olhar por um instante. Ela, Sofia, Violet, Nika, Alexander... Todos tinham olhos azuis, mas nenhum se comparava aos de Skylar. Eles eram incomuns e hipnotizantes. Sua cor era pura, mais escura do que o céu, menos do que safiras.


Era errado algo tão singular e belo transmitir tanto ódio, amargura, raiva, tristeza, desamparo...


Skylar estava afundando cada vez mais, e Amy tinha que salvá-la.


— Faz três anos que a mamãe morreu, Skye. Eu sei que é difícil, mas já é hora de superar. — disse com cautela.


— Você fala como se fosse algo sem importância. — A amargura fazia com que as palavras saíssem pesadas de sua boca.


— É lógico que não! Às vezes você parece esquecer que ela era a minha mãe também. Eu sofri assim como você e nem por isso estou me auto destruindo!


— Me responsa uma coisa Amy... Você passou noites em claro ouvindo-a chorar? Você teve que cuidar sozinha da Shae e manter a casa em ordem porque a mamãe não saia da cama? Você ia para escola com medo de que ela fizesse alguma loucura enquanto você estivesse fora? Você tinha que forçá-la a comer e tomar os remédios? Você passou tanto tempo cuidando e se preocupando com ela a ponto de se esquecer de si mesma? Você deu tudo de si com a esperança de que ela melhorasse e voltasse a ser a mãe amorosa de antes? Você quebrou a cabeça para encontrar maneiras de fazê-la sorrir? — Naquele ponto, Skylar já chorava horrores — Tudo isso para que no final ela acabasse se matando?


As palavras embargadas de Skylar foram mais afiadas que katanas e tão dolorosas quanto levar um soco de um boxeador. Amethyst usou tudo de si para manter a compostura apesar da vontade de chorar junto de Skye.


— Se a mamãe se achou no direito de cometer suicídio mesmo depois de todo o meu esforço para fazê-la ficar bem, então eu tenho o direito de me "auto destruir". — pronunciou a última palavra com deboche. — Agora dê o fora do meu quarto. Você já falou tudo o que tinha para falar.


Amy ficou desconcertada. Não era certo uma garota de 16 anos ter aquele tipo de mentalidade. Era mórbido. Era triste.


— Está errada... Não é assim que as coisas funcionam. Você precisa de ajuda, Skye.


Skylar deu uma risada seca e debochada.


— Eu não preciso de ajuda. E mesmo se precisasse, ninguém poderia me ajudar.


— Novamente, está errada. Você precisa de ajuda e tem sim quem lhe ajude.


— A é?! Quem?! Você?! — debochou.


— Sim! Eu, a vó...


— Isso é besteira! — gritou de repente. — Saí daqui!


— Eu não vou sair, não até você me dizer o que eu posso fazer por você!


— Nada! Agora vaza!


— Nada o caramba! Diga! — persistiu, também gritando. Era um milagre que nem Sheila nem Violet não tivessem acordado ainda com todo aquele barulho.


— S-a-i!


— Não!


Por fim, Skylar perdeu a paciência, se é que tinha alguma, e chutou o balde:


— Você quer que eu te diga, Amy? Beleza então! — Aproximou-se de Amethyst, parando a centímetros de distância —Estou grávida. Como você pode me ajudar?



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Autor(a): Lilie

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